O PERCURSO ACADÉMICO NA FBAUL E AS PERSPECTIVAS FUTURAS



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Transcrição:

O PERCURSO ACADÉMICO NA FBAUL E AS PERSPECTIVAS FUTURAS QUE OPORTUNIDADES PÓS-LICENCIATURA ESPERAM?

EXPECTATIVAS QUE INQUIETAÇÕES TÊM OS ALUNOS DE DC?

MADALENA : M

QUAL É A TUA PERSPECTIVA DO MERCADO DE TRABALHO? M Por um lado é aquela perspectiva de não existir muito mercado, ou melhor, de não existir trabalho. Por outro lado, acho que este curso prepara-nos, abre-nos portas ou dá-nos possiblidades maiores do que só um trabalho numa agência ou num atelier. Isso é interessante porque sinto que não vou sair daqui e ir directa para uma agência de publicidade. Talvez vá para um museu, ou trabalhar em editorial, ou num atelier cultural... Há mais áreas. Por outro lado, claro que é um pouco intimidante sairmos agora depois de três anos que passaram a correr, para um mercado de trabalho que nos estão sempre a dizer que não vai existir... Existe muita coisa, ou melhor, existem muitas áreas, mas se calhar poucos empregos... «Acho que este curso prepara-nos, abre-nos portas ou dá-nos possiblidades maiores do que só um trabalho numa agência ou num atelier.»

«Temos que estar abertos às oportunidades que nos derem.» O QUE ACHAS DA IDEIA DE CONSEGUIR EMPREGO LOGO APÓS A CONCLUSÃO DA LICENCIATURA? M Isso era espectacular, mas não é muito provável. Sei o que vou fazer para que isso aconteça: vou fazer o meu portfolio o melhor que conseguir e enviá-lo para tudo o que conseguir encontrar. Não quero ir para uma empresa de publicidade, mas se aparecer uma grande oportunidade de explorar essa área, acho que o devo fazer. Nem que seja para perceber que de facto não gosto, porque digo que não gosto mas também nunca trabalhei! Se calhar, tenho muito jeito e adoro! Exceptuando casos extremos, temos que estar abertos às oportunidades que nos derem.

Nunca nos vamos sentir completamente preparados, nem saber o que é estar no mercado se não lá estivermos. ACHAS QUE TRÊS ANOS DE LICENCIATURA SÃO SUFICIENTES PARA TE SENTIRES PREPARADO PARA O MERCADO DE TRABALHO? M Nunca nos vamos sentir completamente preparados, nem saber o que é estar no mercado se não lá estivermos. Por outro lado, até pelas características do próprio curso, sinto que estamos a ter uma experiência do que o Design de Comunicação pode ser: as várias vertentes, as inúmeras possibilidades... Parece que nestes três anos nos deram uma introdução do que podemos fazer e até onde podemos ir, e depois, de repente, acabou. Não me sinto preparada para o mercado de trabalho, mas penso que agora quando entrar é que vou perceber o que é.

SENTES-TE PREPARADO PARA LIDAR COM CLIENTES? M Isso é o que me assusta mais: lidar com os clientes, com os chefes... Até porque não sei muito bem como lidar com pessoas, e aqui na FBAUL não nos ensinam isso. E o trabalho acaba por ser pessoal, é uma parte de mim que estou a pôr naquele trabalho... Por isso saber lidar com o cliente no sentido de saber explicar e justificar tudo também é importante. R E mesmo por uma questão de dar valor ao teu trabalho, não é? M Para dar valor, exactamente. O facto de pedirem mais trabalho por condições menores. Não sei como lidar com isso, porque não sei dizer não.

O QUE ACHAS DO TEMPO QUE É ATRIBUÍDO A CADA DISCIPLINA? «Não sei se é de serem só 3 anos, se é da organização das cadeiras ao longo do curso, mas sim, sinto que não há muito tempo.» M Vou começar com um exemplo: um semestre de Audiovisuais e Multimédia não daria para absolutamente nada. E mesmo dois não sei como vai ser, porque agora estamos a aprender coisas que acho muito interessantes e adorava conseguir explorar mais, mas estamo-nos a aproximar do fim do semestre e ainda ninguém consegue fazer nada sozinho. Se os professores nos dessem mais tempo para aprendermos a trabalhar com os programas e para os explorar melhor, conseguíamos evoluir muito mais. Mas é tudo tão rápido, que não nos dá assim tanto espaço. Não sei se é de serem só três anos, se é da organização das cadeiras ao longo do curso, mas sim, sinto que não há muito tempo. Também era interessante termos a oportunidade de fazer workshops para complementar. 0

1 M Acho que a única vez que tive contacto foi na Type Jam, no primeiro ano, e só com Design de Equipamento. Em algumas cadeiras optativas acabamos por ter colegas de outros cursos, mas nunca há projectos mais gerais, nem nunca fomos a uma aula de Pintura ver o que eles fazem e como... E isso era interessante, podíamos trazer técnicas diferentes para o nosso trabalho. Acho que não existe tanto quanto podia, principalmente na faculdade que é, com a quantidade de áreas diferentes que tem. R Parece que somos todos isolados uns dos outros. M Sim, principalmente nós aqui em DC. O QUE ACHAS DO CONTACTO COM AS RESTANTES ÁREAS PRESENTES NA FACULDADE? EXISTE? É IMPORTANTE?

M Já quis fazer muita coisa. Já pensei em ir para um mestrado, agora penso que devia começar a fazer estágios ou a trabalhar, mas nada permanente, só para explorar e para perceber o mercado. O que é trabalhar na realidade, porque ainda não tenho a certeza do que gosto ou gostava de fazer. Não sei se quero trabalhar em Design Editorial ou em Webdesign ou Ilustração... São tudo áreas me interessam, mas por outro lado também não me quero focar em nenhuma delas. Não quero entrar para uma empresa e ficar lá nos próximos 10 anos, mas também o mercado já não funciona assim. Se calhar com os nossos pais sim, mas hoje em dia não, por isso o melhor para mim era mesmo arranjar um estágio ou um trabalho. Também queria encontrar outros cursos mais curtos ou workshops... No fundo, tentar explorar várias áreas ao mesmo tempo. O QUE QUERES FAZER DEPOIS DA LICENCIATURA? «Não quero entrar para uma empresa e ficar lá nos próximos 10 anos, mas também o mercado já não funciona assim.» R Já pensaste em sair do país? Ter novas experiências? M Sim. Idealmente faria tudo isso lá fora, mas fico um pouco bloqueada quando penso em como procurar um estágio fora de Portugal. Já fiz isso muitas vezes na Internet, mas nunca percebi bem. É tudo um pouco abstracto, e confuso. O mestrado acaba por ser uma coisa cara, e não me quero lançar para um mestrado e depois aperceber-me de que não é isso que quero. 2

1 R E trabalhar por conta própria? M Também já pensei nisso, mas para trabalhar por conta própria é preciso muitos contactos, e sinto que não os tenho. De certa maneira, já comecei a trabalhar por conta própria porque estou a ilustrar um livro, e isso já é um bom começo. Idealmente, faria um estágio agora, mas também estou aberta a fazer algo com amigos ou a apostar numa ideia própria, para construir portfolio e para ganhar ritmo e experiência. Queria ter um ano muito heterogéneo, andar por todos os lados. R Então nunca estarias dependente de ninguém? M Era mais por mim própria. Para mim, estágio é trabalho e, portanto, é remunerado (ou devia ser). Provavelmente isso não vai acontecer. O que se faz muito são trabalhos de promoção, para ganhar dinheiro, mas que não são na nossa área. E isso é o que vai acontecer a muitos de nós, não é? Queria mesmo usar este ano para explorar várias hipóteses. Isso era o que gostava mesmo de fazer, mas sei que provavelmente não é o que vai acontecer. «Para trabalhar por conta própria é preciso muitos contactos e sinto que não os tenho.»

RITA : R

QUAL É A TUA PERSPECTIVA DO MERCADO DE TRABALHO? R Ainda não estive no mercado de trabalho, mas suponho que como freelancer não seja assim tão complicado quando se estabelece uma ideia de nós próprios bem definida, mas em geral está mal para todos os cursos. «Em geral está mal para todos os cursos.» 6

1 O QUE ACHAS DA IDEIA DE CONSEGUIR EMPREGO LOGO APÓS A CONCLUSÃO DA LICENCIATURA? R O mais importante é uma pessoa mexer-se e procurar... Não é fácil encontrar, mas quando se encontra é uma coisa óptima porque nos dá experiência para depois passarmos para outro trabalho que talvez nos interesse mais. Não devemos excluir qualquer trabalho a priori só porque não é bem o que queremos. A procura é difícil, portanto é aceitar aquilo que aparecer.

«A universidade dá-nos as bases mas é nos primeiros anos de trabalho que evoluímos imenso.» ACHAS QUE TRÊS ANOS DE LICENCIATURA SÃO SUFICIENTES PARA TE SENTIRES PREPARADO PARA O MERCADO DE TRABALHO? R Aprende-se mais a trabalhar efectivamente do que na universidade. A universidade dá-nos as bases, mas é nos primeiros anos de trabalho que evoluímos imenso. Não desvalorizando o ensino superior, obviamente. Porque não é só no Design, é em qualquer área: sempre que falo com alguém sobre isso, dizem-me que sente-se a evolução quando se começa a trabalhar. 8

1 SENTES-TE PREPARADO PARA LIDAR COM CLIENTES? R Em relação à parte técnica acho que não estou muito preparada, mas essa é a parte que se vai ganhando. Em relação à outra parte, é uma questão de se conseguir falar com pessoas; alguém que tenha capacidades de comunicação consegue lidar com isso. «Alguém que tenha capacidades de comunicação consegue lidar com isso.»

O QUE ACHAS DO TEMPO QUE É ATRIBUÍDO A CADA DISCIPLINA? R O mais importante que nos ensinam aqui na FBAUL é a pensar e a evoluir ideias a não nos prendermos à primeira ideia que nos aparece; ir evoluindo nesse respeito. Em termos técnicos, aprendemos na maioria sozinhos, em casa, mas talvez não o faríamos se não nos dessem os enunciados e as avaliações... É para isso que serve a universidade, para nos forçar a procurar por nós próprios. Não sei se essa é a melhor forma de aprender, mas isso já é discutível. «O que nos ensinam aqui na FBAUL é a pensar e a evoluir ideias.» 0

2 «Não há muito tempo para explorar outras temáticas.» O QUE ACHAS DO CONTACTO COM AS RESTANTES ÁREAS PRESENTES NA FACULDADE? EXISTE? É IMPORTANTE? R Esse contacto é muito importante. Antes de entrar para a faculdade achava que aqui nas Belas Artes havia muito mais essa possibilidade de entrar em contacto com as outras áreas. Mas como podemos escolher poucas optativas porque temos muita carga horária, mesmo que queiramos fazer isso por fora, é um pouco difícil. Também sentimos necessidade de explorar áreas relacionadas com o Design que podem ser importantes para nós apesar de não termos tanto interesse nelas. Senti muito isso com Webdesign: apesar de também me interessar por pintura, por exemplo, não pude escolher isso porque o mais útil para o meu futuro era Webdesign. Não há muito tempo para explorar outras temáticas.

R Como já referi, falta-me muito a parte técnica e apesar de achar que a maior parte dos temas estudados se exploram já a trabalhar, queria resolver isso antes de o fazer: quero fazer um curso mais técnico a nível de vídeo. As partes do curso que estão relacionadas com Design de Comunicação mas que não são exactamente o centro do curso deram-me muito mais gozo e percebi que era nelas que queria trabalhar. Portanto vou tentar começar por estagiar numa empresa de publicidade e enquanto isso faço essa parte técnica. O QUE QUERES FAZER DEPOIS DA LICENCIATURA? 2

2 «As partes do curso que estão relacionadas com Design de Comunicação mas não são exactamente o centro do curso deram-me muito mais gozo.»

PATRÍCIA : P

«A minha perspectiva é negativa, mas como ainda não tive contacto com essa realidade não posso dizer mais nada.» QUAL É A TUA PERSPECTIVA DO MERCADO DE TRABALHO? P Cada vez mais ouvimos dizer que vamos ter poucas oportunidades e que é muito difícil entrar no mercado de trabalho. Assim, a minha perspectiva é negativa mas como ainda não tive contacto com essa realidade não posso dizer mais nada. Acredito que se quisermos muito conseguimos alcançar o que desejamos, logo tenho a esperança de encontrar uma oportunidade de que goste, na minha área. 6

2 O QUE ACHAS DA IDEIA DE CONSEGUIR EMPREGO LOGO APÓS A CONCLUSÃO DA LICENCIATURA? P Como referi anteriormente, as perspectivas não são boas, por isso acredito que, na nossa área, é muito difícil encontrar emprego logo após a conclusão da licenciatura, mas também não é impossível. Acredito que essa pode não ser uma prioridade para todos os recém-licenciados, porque muitos não se sentem preparados para o mercado de trabalho. Portanto, se tiverem possibilidade de continuar a investir na sua formação, muitos escolhem essa opção. Devido à redução do número de anos da licenciatura, esta não é suficiente para alguns empregos e é necessário completá-la com mestrados ou pós-graduações. «Devido à redução do número de anos da licenciatura, esta não é suficiente para alguns empregos.»

P Três anos podem ser suficientes noutras faculdades ou noutros cursos, mas aqui não são. Sinto que falta mais contacto com a vida real para conseguirmos perceber o que nos espera. Nestes três anos, aprendi muitas coisas e descobri várias áreas em que o Design de Comunicação se pode expandir. No entanto, sinto que fiquei a meio e agora é que finalmente percebi a minha área de interesse e, para explorá-la, tenho que continuar investir na minha formação. ACHAS QUE TRÊS ANOS DE LICENCIATURA SÃO SUFICIENTES PARA TE SENTIRES PREPARADO PARA O MERCADO DE TRABALHO? «Sinto que falta mais contacto com a vida real para conseguirmos perceber o que nos espera.» 8

2 SENTES-TE PREPARADO PARA LIDAR COM CLIENTES? P Sinto-me pouco preparada.tenho pouca noção das minhas responsabilidades, direitos e obrigações e isso assusta-me um pouco o facto de não saber o que vem a seguir. Considero que a faculdade devia cumprir melhor o seu papel de ponte entre a formação académica e o mercado de trabalho. Poderia arranjar estratégias de integração dos jovens nas empresas, como a inclusão de estágios curriculares no curso, que permitam uma maior aproximação e contacto com a realidade do mercado de trabalho. «A faculdade devia cumprir melhor o seu papel de ponte entre a formação académica e o mercado de trabalho.»

O QUE ACHAS DO TEMPO QUE É ATRIBUÍDO A CADA DISCIPLINA? «Algumas disciplinas obrigatórias do nosso curso são desnecessárias, o que faz com que percamos tempo que poderia ser aproveitado para algo mais útil.» P Regra geral, concordo com o tempo atribuído a cada disciplina, mas num ou outro caso poderia ser melhor gerido. Mas isso já é outro assunto. Algumas disciplinas obrigatórias do nosso curso são desnecessárias, o que faz com que percamos tempo que poderia ser aproveitado para algo mais útil, como por exemplo os estágios referidos na resposta anterior. 0

3 P Sim, principalmente no primeiro e no segundo ano do curso em que temos aulas em vários pontos da faculdade e estamos mais em contacto com as oficinas das diferentes áreas. Também temos a possibilidade de escolher várias optativas fora do nosso âmbito, o que permite a exploração de diferentes raios de ação. Depois podemos transportar essa experiência para o Design de Comunicação. Acho importante existir um contacto com as outras áreas da faculdade, porque a combinação de várias artes é na maioria das vezes positiva. Ao estarmos tão perto de áreas como a escultura, a pintura e o desenho temos a possibilidade de contactar com novos materiais e técnicas que nos podem inspirar.a fazer coisas diferentes. O QUE ACHAS DO CONTACTO COM AS RESTANTES ÁREAS PRESENTES NA FACULDADE? EXISTE? É IMPORTANTE?

O QUE QUERES FAZER DEPOIS DA LICENCIATURA? P Depois de acabar a minha licenciatura vou fazer uma Pós-Graduação em Comunicação Estratégica Digital. Quero continuar a apostar na minha formação, pois sinto que ainda tenho muito para aprender e existem muitas áreas para explorar, sobretudo na área digital que é aquela que na minha opinião leva a mais oportunidades de trabalho e é aquela em que me sinto menos à vontade. Por outro lado gostaria de conhecer o mundo do mercado de trabalho e começar a ter contacto com a realidade. O meu objectivo é encontrar um estágio na minha área para que possa, através da prática e do contacto directo com clientes, evoluir enquanto designer. Depois é aproveitar a experiência que adquiri no estágio e as oportunidades que forem surgindo. Não penso para já em abrir um negócio próprio, porque é um processo que envolve muitos factores e neste momento não me sinto preparada. Acima de tudo quero fazer o que gosto e disfrutar de todas as experiências e oportunidades que surgirem. 2

3 «Quero continuar a apostar na minha formação, pois sinto que ainda tenho muito para aprender e existem muitas áreas para explorar.»

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