Desenvolvendo o Pensamento Matemático em Diversos Espaços Educativos A IMPORTÂNCIA DAS INEQUAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS NA PRÁXI DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA

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Transcrição:

A IMPORTÂNCIA DAS INEQUAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS NA PRÁXI DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA Formação de Professores e Educação Matemática (FPM) GT 08 Maria do Rosário Alves PATRIOTA Universidade de Pernambuco rosariopatriota@hotmail.com Vania de Moura Barbosa DUARTE Universidade de Pernambuco vanibosa@terra.com.br RESUMO Teve-se como objetivo realizar uma analise do processo de ensino-aprendizagem de Trigonometria, com ênfase nas Inequações trigonométricas. Diante do aspecto que a trigonometria desde seu surgimento é uma ferramenta de grande aplicabilidade na Matemática e em outros campos da atividade humana, contribuindo para o desenvolvimento social e cientifico. Para tanto desenvolvemos nesta pesquisa o método quantitativo e qualitativo que constou da análise em livros didáticos e de currículos de Matemática através de um levantamento bibliográfico no intuito de saber se os autores contemplam as Inequações Trigonométricas em suas obras, diante da hipótese da escassez de dados referentes a este assunto. Promovemos a aplicação de um questionário com professores de Matemática para conhecimento e familiarização com o tema pesquisado, com isso pudemos alcançar os objetivos desta pesquisa. Diante do exposto observamos que o ensino de Inequações Trigonométricas deve ser vivenciado no Ensino Médio, apesar de não está sendo dada muita ênfase nas escolhas dos professores. Palavras-Chave: Ensino-Aprendizagem de Trigonometria, Currículo, Inequações Trigonométrica. 1. Introdução A trigonometria teve inicio no século XVIII estando vinculada ao estudo de ângulos e lados dos triângulos. Historicamente apareceu muito cedo como Matemática associada à Astronomia. Atualmente o conhecimento trigonométrico não se limita ao estudo dos ângulos e lados dos triângulos no processo de ensino aprendizagem da educação matemática, suas aplicações se estendem a outros campos desta ciência, como análise, cálculo e geometria analítica de forma integrada. Bem como no desenvolvimento da atividade humana, onde podemos destacar as aplicações voltadas para a Mecânica, Topologia, Engenharia Civil, Medicina, Cartografia, e Astronomia. Dessa forma sendo de grande relevância para o desenvolvimento social, cientifico e tecnológico. 1

A motivação para realização desta pesquisa surgiu a partir de observações feitas no curso de Licenciatura Plena em Matemática da Universidade de Pernambuco-UPE, campus Garanhuns, referentes as dificuldades no processo de ensino aprendizagem da trigonometria. Assim como a escassez de produção cientifica voltadas para o conteúdo de inequação trigonométrica, somada as dificuldades na aprendizagem e abordagem dos seus conceitos. Hipótese levantada a partir de pesquisas realizadas em fontes bibliográficas e livros didáticos, como também sites de anais de eventos matemáticos. Baseando-se neste contexto surgiu o objetivo desta pesquisa exploratória de realizar um estudo teórico-conceitual com relação ao processo de ensino-aprendizagem da Trigonometria, com enfoque nas Inequações Trigonométricas. Visando o esclarecimento do processo de ensino-aprendizagem deste campo, assim como evidenciar a contemplação dos conteúdos matemáticos, que são poucos abordados. Com isso valorizando o trabalho de séculos realizados por matemáticos que não estão mais entre nós, mas que com seus estudos e pesquisas, trabalharam para o desenvolvimento e criação do conhecimento matemáticos em todas as suas áreas. 2. Referencial teórico Temos de acordo com Briguenti (2007) & Camargo (2004) que mesmo diante das suas contribuições para o desenvolvimento humano o estudo da trigonometria é pouco explorado no cotidiano dos alunos, deixando muito a desejar em seu processo de ensino-aprendizagem. Onde na maioria das vezes é abordada de forma acessória, com métodos tradicionais, contemplando apenas assuntos referentes ao estudo de triângulos de forma integrada com o ensino de Geometria. Recordam-se fórmulas e exigem-se memorizações de relações sem qualquer sentido ou significado de acordo com. Diante das aplicações práticas desempenhadas pela trigonometria, fica evidente que esta é de fundamental importância para a sociedade, ou seja, é uma matemática para a vida. Neste enfoque para Boyer, (1974); Eves, (1995); a Matemática surge como ciência, ao longo da história da humanidade, com o objetivo de solucionar problemas práticos e teóricos que se apresentam nas variadas sociedades humanas melhorando a qualidade de vida do cidadão. 2

Dentro deste âmbito conceitual encontram-se as Inequações Trigonométricas, que de modo geral, chamamos qualquer inequação onde a incógnita está associada a alguma das funções trigonométricas conforme Bianchini e Paccola (2003). Neste contexto trazemos também a significação colocada por Facchini (2006) em sua obra Matemática Para a Escola de hoje, onde este autor coloca que: Quando encontramos função trigonométrica da incógnita ou função trigonométrica de alguma função da incógnita em pelo menos um dos membros de uma inequação, dizemos que esta inequação é trigonométrica. Este aspecto tem uma relevância com documentos curriculares voltados para o ensino da Matemática no Ensino Médio, como a Base Curricular Comum para as Redes Públicas de Ensino de Pernambuco-BBC-PE (2008), os quais fundamentam que: As funções trigonométricas podem ocupar o lugar central como modelos matemáticos para os fenômenos periódicos. Resulta dessa perspectiva que as funções, seno e cosseno, com suas propriedades fundamentais, devem ser privilegiados no ensino, pois, com base nelas é possível construir, gradualmente e com compreensão, modelos simples para muitos fenômenos periódicos. Resulta, também, que o excessivo trabalho algébrico com identidades trigonométricas perde o sentido. Em contrapartida, relações trigonométricas, em particular, as leis dos senos e dos cossenos, podem ser revisitadas, visando a resolução de problemas em triângulos quaisquer. (p.108). 3. Metodologia da Pesquisa 3.1 PRIMEIRA ETAPA Realização do levantamento de dados para formulação da hipótese, que constou da realização de pesquisas em fontes bibliográficas, documentais e digitais, que constou da análise de livros didáticos de matemática do segundo grau com edições publicadas no período de 1990 a 2010, que abordam o conteúdo de trigonometria, bem como artigos científicos e revistas que tratavam da temática em estudo. Nas obras didáticas se buscou verificar a existência de um capitulo no eixo da trigonometria voltado as definições e resoluções das Inequações trigonométricas, onde analisamos a existência de sua contemplação e sua abordagem. 3.2 SEGUNDA ETAPA 3

A segunda etapa constou da elaboração e aplicação de um questionário composto de oito questões, subdivididas em múltipla escolha e abertas. Voltadas para o campo conceitual trigonométrico enfatizando as Inequações trigonométricas, de caráter investigatório, tendo como público alvo professores e pesquisadores da Matemática. Perguntas voltadas para a; Atuação? Formação? Tempo de atuação do magistério? No livro didático por você adotado qual a ênfase nas inequações trigonométricas? Considera importante na formação do estudante o conhecimento trigonométrico? Por quê? Estas foram algumas das perguntas realizadas no questionário. 3.2.1 Participaram primeiramente desta pesquisa vinte educadores/pesquisadores Matemáticos escolhidos aleatoriamente em um encontro de Educação Matemática: Encontro Paraibano de Educação Matemática (EPBEM) realizado em novembro de 2012 na cidade de João Pessoa/ Paraíba no campus I da Universidade Federal da Paraíba UFPB. 3.2.2 Durante os meses de novembro e dezembro de 2012, dando continuidade a pesquisa o mesmo questionário foi aplicado nos municípios Pernambucos de (Garanhuns, Jupi e Jucati) localizados na região agreste, com a participação de vinte professores de matemática que atuam no ensino fundamental e médio nas redes estatuais e municipais deste estado. Garanhuns, pertence à Mesorregião do Agreste Pernambucano e à Microrregião de Garanhuns, e está localizado a 228 da capital pernambucana, Recife, com uma área de 472 e população 112.462 (IBGE, 2013). Jupi está localizado na mesorregião do agreste pernambucano e microrregião de Garanhuns, distante 204 km da capital Recife, com uma área de 112,531 e população de 13 709 habitantes (IBGE, 2010). Jucati está localizado na mesorregião do agreste pernambucano e microrregião de Garanhuns, distante 200 da capital recife, com uma área de 120,654 e população de 10 604 habitantes (IBGE, 2010). Esta pesquisa teve uma abordagem quantitativo-qualitativa a qual segundo Lakatos (2006) tem-se no âmbito da Pesquisa Quantitativa a tradução em números opiniões e informações para classificá-los e organizá-los, utilizando-se de métodos estatísticos. E no 4

âmbito da Pesquisa Qualitativa considera - se a existência de uma relação dinâmica entre mundo real e sujeito, de forma descritiva utilizando o método indutivo, onde o processo é o foco. 4. Dados e Resultados Desde de seu surgimento até os dias atuais a trigonometria tem se desenvolvido aprimorando várias áreas do saber, contribuindo de forma significativa não só no processo de ensino aprendizagem, mas também para o avanço da ciência e tecnologia. Por exemplo podemos evidenciar aplicações voltadas para a medicina; dentre elas os métodos de análise, onde são enviadas ondas ao coração, de forma que efetuem interações seletivas com os tecidos a observar, que se dar por fenômenos periódicos, o que recai nas funções periódicas. Daí a importância da contemplação e aprofundamento deste conhecimento em todos os níveis de escolarização. Proporcionando uma base de conhecimento que garante um bom desempenho em estudos posteriores, visto que este conhecimento é de fundamental importância para o desenvolvimento de variadas carreiras profissionais. Não só para aqueles que vão atuar em áreas afins, ou no seu ensino e pesquisa na Matemática. Com relação a este aspecto na análise das respostas dos sujeitos da pesquisa quando indagados se consideram o importante o conhecimento trigonométrico na formação do estudante, estes em (97%) responderam que Sim, evidenciado suas aplicações como principal justificativa. Citando vários exemplos de aplicações que vão desde do processo de ensino-aprendizagem até as que estão voltadas ao desenvolvimento tecnológico. O que pode ser evidenciado nas figuras 1 e 2 que seguem abaixo. 5

FIGURA 1: TIRAGEM DA RESPOSTA DE UM SUJEITO DA PESQUISA Fonte: Dados da pesquisa Destacamos também que os participantes desta investigação em torno de (40%) participam de grupos de pesquisas em variadas áreas do conhecimento Matemático, como por exemplo; tecnologias aplicadas ao ensino de Matemática; história da Matemática; Equações Diferenciais de Primeira Ordem: soluções gerais; PIBID em ação e didática da Matemática. FIGURA 2: TIRAGEM DA RESPOSTA DE UM SUJEITO DA PESQUISA Fonte: Dados da pesquisa As figuras 1 e 2 acima demonstram a importância dada pelos sujeitos desta pesquisa ao papel que a trigonometria desempenha com suas variadas aplicações nos mais variados campos do desenvolvimento humano, bem como em áreas mais avançadas deste saber Matemático. Nesta enfoque da resposta da figura 3, onde o sujeito traz a torna o desenvolvimento e uso de materiais concretos manipuláveis no ensino deste referido conteúdo, como recurso didático. Com o objetivo de proporcionar facilidades na compreensão dos seus conceitos no processo de abstração principalmente no ciclo trigonométrico e maior contemplação do seu estudo. Visto que o processo de ensino-aprendizagem de inequação trigonométrica é complexo, ocasionando dificuldades nos estudantes assim como nos professores. Dando continuidade Sabemos que quando um Matemático desenvolve um novo conceito a princípio não há nenhuma aplicação pratica. O que não impede de outros cientistas ficarem com a tarefa de transformar esse conceito em algo útil a humanidade. Porem isto só é possível se for dada a devida importância a criação de cada sabe matemático, como o referente conteúdo investigado. 6

Utilizar recursos didáticos como materiais manipuláveis e recursos digitais permitem uma maior interação e motivação entre os envolvidos no processo de educação matemática.com isso sendo mais abordada por professores e alunos em um processo interativo de ensino, que possibilite possivelmente o desenvolvimento de uma aplicação de forma integrada aos demais saberes matemáticos ou a ciência. Porem isto só será possível com a contemplação da sua aprendizagem, que geralmente é conteúdo programático do segundo ano do ensino médio. Já no desenvolvimento do tratamento de dados quantitativos das análises das respostas dos professores com relação questões voltadas, a atuação, Formação, Tempo de atuação do magistério pode-se destacar os seguintes resultados explicitados nas tabelas de 1 a 4, que seguem abaixo, conforme dados obtidos a partir das informações fornecidas pelos participantes desta pesquisa. Tabela 1: Características dos sujeitos referentes a atuação ATUAÇÃO QUANTIDADE PORCENTAGEM Ensino Fundamental 10 25% Ensino Médio 25 52% Ensino Superior 5 23% TOTAL 40 100% Fonte: Dados da pesquisa Tabela 2: Características dos sujeitos referentes a rede de atuação REDE DE ATUAÇÃO QUANTIDADE PORCENTAGEM Publica 30 70% Particular 10 30% TOTAL 40 100% Fonte: Dados da Pesquisa Tabela 3: Características dos sujeitos referentes a formação FORMAÇÃO QUANTIDADE PORCENTAGEM Graduação 10 25% Especialização 20 50% Mestrado 08 20% Doutorado 02 05% TOTAL 40 100% Fonte: Dados da Pesquisa 7

Tabela 4: Características dos sujeitos referentes ao tempo de atuação TEMPO DE ATUAÇÃO QUANTIDADE PORCENTAGEM 1 a 10 anos 17 43% 10 a 20 anos 11 27% 20 a 30 anos 06 15% 30 a 40 anos 06 15% TOTAL 40 100% Fonte: Dados da Pesquisa De acordo com os dados explicitados na tabela 1 podemos observar um maior percentual de professores com atuação no ensino médio, etapa de ensino na qual o objetivo da pesquisa está vinculado. Diferentemente de outros assuntos trigonométricos como: os triângulos, relações trigonométricas e funções circulares, as Inequações Trigonométricas não tem uma aplicação fora da matemática conhecida, que possa ser utilizada na vida diária, somada a sua difícil abordagem e contextualização no processo de ensino aprendizagem. O que pode ser comprovado a partir dados da Tabela 5, onde evidencia-se que na atuação profissional dos sujeitos desta indagação apenas 15%, abordam este referido conteúdo. Tabela 5: Quantitativo da abordagem dos assuntos trigonométricos por professor ASSUNTOS TRIGONOMÉTRICOS ABORDADEM Triângulos Retângulos 39 Triângulos Quaisquer 36 Arcos e Ângulos 37 Funções circulares 26 Redução ao primeiro quadrante 27 Relações Fundamentais 32 Arcos Notáveis 25 Equações Trigonométricas 22 Inequações Trigonométricas 15 Transformações 16 TOTAL 40 Fonte: Dados da Pesquisa 8

Os sujeitos desta pesquisa apontam como possíveis justificativas para a carência da abordagem deste conteúdo as dificuldades apresentadas pelos estudantes assim como professores na compreensão dos conceitos dos seus conceitos, somado a falta de tempo no cronograma escolar. Alguns docentes também afirmam que o livro didático que trabalham não aborda as Inequações Trigonométricas e também não fazem parte do seu planejamento de aula. Já outros trabalham este assunto de forma bastante resumida, pois, tendem dá um enfoque maior aos assuntos da álgebra considerando-os mais importantes. Os docentes argumentam que na sua pratica de ensino estão voltados para os assuntos que são cobrados pelos principais vestibulares, concursos e Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), como o estudo da estatística e probabilidade por exemplo. Uma das causas apontadas na pesquisa com relação a pouca abordagem deste referido conteúdo, recai também na questão da formação dos professores, onde estes em (60%) revelam que em sua formação acadêmica, bem como em sua trajetória escolar não foi estudado este assunto. Ocasionado a problemática como ensinar o que não se aprendeu? Conforme tiragem da fala de um participante da figura 4; Figura 3: tiragem da fala de um sujeito da pesquisa Neste enfoque ouve diferentes colocações por parte dos envolvidos, mas em contra partida as questões relacionadas a falta de tempo no cronograma escolar, formação, propostas curriculares, teve sujeitos que evidenciaram a importância deste assunto. Argumentando que mesmo diante das dificuldades encontradas o professor deve buscar possíveis soluções para a 9

problemática em questão, valorizando mais esta referida área do saber matemático e seus conteúdos. Esta colocação pode ser mostrada na figura 5 abaixo, FIGURA 5: TIRAGEM DA FALA DE UM SUJEITO DA PESQUISA Ou seja, cabe aos educadores repensarem suas práticas e didáticas de ensino, buscando em sua atuação profissional trabalhar de forma integrada todos os ramos da matemática, estabelecendo conexões que sejam significativas a aprendizagem, e que venham a aprimorar sua formação, preenchendo lacunas oriundas do programa de sua formação por meio da sua Práxi-Pedagogica. Sabemos que para reconstrução do saber das inequações trigonométricas, convém o aluno entende os conceitos de Equações, essa questão pode ser observada nos livros didáticos onde o capitulo de inequação vem após o de equações trigonométricas, ou ambos em um único capitulo. Com relação e este aspecto teve sujeitos da pesquisa que destacam que não abordam as inequações trigonométricas porque nem sempre conseguem trabalhar anteriormente os conceitos das Equações Trigonométricas. Diante do quem vem sendo exposto evidencia-se alguns porquês das inequações trigonométricas terem uma fonte de dados escassa. No entanto não se pode esquecer que em todo assunto matemático existem pessoas envolvidas em sua criação, onde dedicaram seu tempo ao estudo da matemática. Com isso é de fundamental importância que no ensino desta ciência todos os assuntos sejam estudados por professores e alunos mesmo que não tenham uma aplicabilidade ou utilidade direta. Pois o conhecimento nunca e desnecessário. Lobachevsky em uma de suas celebres frases nos diz que: Não a ramo da matemática, que por mais abstrato que seja não possa um dia vir a ser aplicado aos fenômenos do mundo real. 10

É importante destacar com relação às questões que envolvem o livro didático e a ênfase nas Inequações Trigonométricas, bem como a importância na formação do estudante dos conhecimentos trigonométricos, aos seguintes aspectos obtidos. Em livros didáticos como o de Dante (2011), podemos observar a inexistência do tópico referente às Inequações Trigonométricas, fazendo uma pequena referência no término do capítulo que trata das equações trigonométricas, através de um desafio para ser vivenciado em dupla no qual elenca a seguinte situação: Resolva a inequação trigonométrica sen x > : no intervalo de x 0 Quando indagados com relação a abordagem deste referido assunto em seu livro didático, os sujeitos colocaram que a ênfase é a mesma da as Equações trigonométricas, isso quando os autores das referidas obras por eles trabalhadas comtemplam o conteúdo. Com relação a esta pergunta os resultados podem ser evidenciados na tabela 6 abaixo. Tabela 6: Abordagem nos livros didáticos dos sujeitos da pesquisa ENFASE QUANTITATIVO/PROFESSOR PORCENTAGEM Regular 07 17,5% Pouca 12 30% Inexistente 21 52,5% TOTAL 40 100% Fonte: Dados da Pesquisa Observamos nas nossas análises autores como Iezzi (2004) que dedica um capítulo voltado as definições e resoluções de problemas com as Inequações Fundamentais, explorando aspectos conceituais que auxiliam na construção dos conceitos trigonométricos. Observamos também que os sujeitos dessa pesquisa quando questionados com relação se no livro didático adotado enfatiza as Inequações Trigonométricas, eles na sua maioria (70%) destacam que não enfatizam, contudo (30%) consideram importante na formação do estudante. 5. Considerações finais Diante do exposto observamos que o ensino de Inequações Trigonométricas deve ser vivenciado no Ensino Médio, apesar de não está sendo dada muita ênfase nas escolhas dos 11

professores como também nas orientações curriculares nacionais e nos livros didáticos, contudo observamos que existem conceitos como o em foco que na vida do estudante, principalmente aquele que irá fazer cursos das exatas precisa ser revisitado. REFERÊNCIAS [1] BOYER, Carl. História da Matemática. Trad. de Elza Gomide. São Paulo: Edgard Blücher Ltda, 1974. [2] BRIGUENTI, Maria José Lorenção. Ensino e aprendizagem da trigonometria: novas perspectivas da educação matemática. Disponível em: http://www.proem.pucsp.br/teses/briguen.html>acesso em 07/06/2013 [3] Base Curricular Comum para as redes Públicas de Ensino de Pernambuco. Secretaria de Educação-Recife: SE.2008. [4] BIANCHINI, Edwardo e Herval, Paccola. Curso de Matemática: volume único,-3ª ed. rev. e ampl. São Paulo: Moderna, 2003. [5] BONGIOVANNI, et al. Matemática e Vida. 2ª ed. São Paulo: Editora Ática, 1993. [6] CAMARGO, Susan Nectoux. Ensino com enfoque na pesquisa: repercussões na aprendizagem de trigonometria. 2004. 122f. Dissertação (Mestrado em Educação em Ciências e Matemática) Faculdade de Física, PUCRS, Porto Alegre, 2004. [7] D AMBRÓSIO, Ubiratan. Da Realidade à ação: reflexões sobre Educação e Matemática. São Paulo: Universidade Estadual de Campinas,1986. 115p. [8] DANTE, Luiz Roberto. Volume único,- 1ª ed. São Paulo: Ártica, 2010. [9] EVES, Howard, Introdução à História à Matemática. Trad. Hygino H. Domingues, - 3 ed.- Capinas, SP: Editora da UNICAMP, 2002. [10] FACCHINI, Walter. Matemática Para Escola de Hoje,- ed. não-consumível. São Paulo: Moderna, 2006. [6] Iezzi, Gelson. Fundamentos da Matemática Elementar,- 6 ª edição São Paulo: Atual Editora, 2003. [11] Iezzi, Gelson. Fundamentos da Matemática Elementar,- 6 ª edição São Paulo: Atual Editora, 2003. [12] LORENZATO, Sergio. Para Aprender Matemática,- 6ª ed.- Campinas, SP: Autores Associados, 2006. [13] M. de A. e LAKATOS, E. M. Técnicas de Pesquisa,- 6 ªed. São Paulo MARCONI: Atlas, 2006. 12

[14] YOUSSEF, Antônio Nicolau; SOARES, Elizabeth e FERNANDEZ, Vicente Paz, et al. Matemática: ensino médio, volume único, - 1ªed. São Paulo: Editora Scipione, 2005. III Mostra de Pesquisa da Pós-Graduação PUCRS, 2008. 13