CINÉTICA DE SECAGEM DA POLPA DO FIGO-DA-INDIA RESUMO

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Transcrição:

345 ISSN 1517-8595 CINÉTICA DE SECAGEM DA POLPA DO FIGO-DA-INDIA Iremar Alves Madureira 1, Rossana Maria Feitosa de Figueirêdo 2, Alexandre José de Melo Queiroz 2, Edmilson Dantas da Silva Filho 3 RESUMO Este trabalho foi realizado com o objetivo de se estudar a cinética de secagem da polpa de figoda-índia. A polpa foi produzida, a partir de frutos em estádio maduro, em despolpadeira rotativa, provida de tela com 1,0 mm de abertura de malha. As amostras foram dispostas em bandejas de aço inox, em camadas de 0,5 cm de espessura e secas em estufa com circulação de ar nas temperaturas de 50, 60 e 70 ºC. Utilizou-se amido modificado como adjuvante de secagem, o qual foi adicionado à polpa nas proporções de 20, 25 e 30% (p/p), produzindo três tipos de amostra. As cinéticas de secagem foram ajustadas por meio dos modelos de Lewis, Page, Henderson & Pabis, Logarítmico e Midilli et al. Todos os modelos proporcionaram bons ajustes aos dados experimentais, com destaque para o modelo de Page. Palavras chaves: Opuntia fícus-indica, cactáceas, camada de espuma DRYING KINETICS OF CACTUS PEAR PULP ABSTRACT The aim of this work was studying the drying kinetics of cactus pear pulp. The pulp was produced of fruits in ripe stage, in finisher, provided of sieve with 1.0 mm mesh. The samples were disposed in trays of stainless steel, in layers of 0.5cm thickness and put in oven with circulation of air at 50, 60 and 70 o C. The pulps were added with modified starch to drying support, in three percentiles, 20, 25 and 30% (w/w), producing three sample types. The drying kinetics were fitted through Lewis Page, Henderson & Pabis, Logarithmic and Midilli et al. models. All of the models provided good fittings to experimental data, with prominence of Page model. Keywords: Opuntia fícus-indica, cactace, foam-mat Protocolo 13-2011-63 de 25 de novembro de 2011 1 Mestre em Engenharia Agrícola, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco, Belo Jardim, PE. E-mail: 2 Professor Doutor, Unidade Acadêmica de Engenharia Agrícola, Centro de Tecnologia e Recursos Naturais, UFCG, Campina Grande, PB. E-mail: rossana@deag.ufcg.edu.br; alex@deag.ufcg.edu.br 3 Doutorando em Engenharia Agrícola, Unidade Acadêmica de Engenharia Agrícola, Centro de Tecnologia e Recursos Naturais, UFCG, Campina Grande, PB. E-mail: edmsegundo@hotmail.com

346 Cinética de secagem da polpa do figo-da-índia Madureira et al. INTRODUÇÃO A família cactácea tem aproximadamente 125 gêneros e 1900 espécies identificadas, ocorrendo nas regiões tropicais e temperadas do continente americano, distribuídos em uma ampla variedade de habitats, desde regiões áridas até florestas úmidas (Hunt & Taylor, 1990; Arecel, 2004). No Brasil, estão registrados 160 espécies pertencente a 32 gêneros, dentre os quais 80 espécies subordinadas, sendo que 18 desses gêneros, ocorrem na região Nordeste (Barbera, 2001). Neste grupo a espécie de maior importância econômica é a palma forrageira (Opuntia fícusindica Mill.). De origem mexicana, foi introduzida no Brasil no século XIX, de acordo com Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO, 2006). Apesar de ser cultivada no Nordeste brasileiro apenas para utilização dos cladódios na alimentação animal, seu fruto, conhecido como figo-da-índia, é consumido em países do hemisfério norte. No Brasil, segundo Alves et al. (2008), existe produção de figo-da-índia no estado de São Paulo, de onde é exportada para a Europa e Estados UnidosO figo-da-índia é um fruto doce, pouco ácido, suculento, rico em vitaminas (A e C) minerais (cálcio e magnésio), podendo ser consumido in natura ou processado de variadas formas, motivos que o tornam bastante apreciado em alguns países e também em determinadas regiões do Brasil. O fruto tem casca de cor esverdeada, alaranjada, vermelha ou vermelha escura e a polpa tem cor laranja ou vermelha, dependendo da variedade. Pode ser consumido in natura ou preparado como geléia, doce, suco, sorvete e demais produtos habitualmente derivados de polpas de frutas. Além destas, conforme Mobhammer et al. (2006), o aproveitamento do figo-da-índia pode ser estendido ao campo dos corantes alimentícios naturais, sendo que a polpa em pó apresenta-se como corante de matiz amareloalaranjado, solúvel em água. Os produtos alimentícios em pó são cada vez mais utilizados pela indústria de alimentos, tendo em vista que tais produtos reduzem significativamente os custos das operações, de embalagem, transporte, armazenagem e conservação, elevando o valor agregado dos mesmos (Costa et al., 2003). A transformação de polpas de fruta em pós exige a redução prévia no teor de água, trazendo como benefício extra a redução na deteriorabilidade pela diminuição da atividade de água. Considerando-se que as frutas são constituídas por mais de 80% de água, o processo de secagem traz várias vantagens, como redução de custos em transporte e armazenamento, facilidade na conservação, estabilidade dos componentes aromáticos à temperatura ambiente por longos períodos de tempo, proteção contra degradação enzimática e oxidativa, redução do peso, economia de energia por não necessitar de refrigeração e disponibilidade do produto durante qualquer época do ano pelo prolongamento da vida útil (Gouveia et al., 2003; Park et al., 2001). Este trabalho foi realizado com o objetivo de se determinar as cinéticas de secagem de polpas de figo-da-índia (Opuntia ficus-indica Mill.) com adição de diferentes concentrações de amido modificado (20, 25 e 30%) e ajustar diferentes modelos de secagem às curvas experimentais de secagem. MATERIAL E MÉTODOS Este trabalho foi realizado no Laboratório de Armazenamento e Processamento de Produtos Agrícolas (LAPPA), da Unidade Acadêmica de Engenharia Agrícola (UAEA), da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco, Campus Belo Jardim. Matéria-prima Foi utilizado como matéria-prima figosda-índia (Opuntia ficus-indica Mill) em estádio maduro. Processamento do figo-da-índia Os frutos foram processados seguindo as etapas apresentadas no fluxograma da Figura 1. Figura 1. Fluxograma das etapas do processamento da polpa de figo-da-índia

Cinética de secagem da polpa do figo-da-índia Madureira et al. 347 Recepção Os frutos foram colhidos manualmente, dando-se preferência aos que apresentavam sinais de estádio de maturação maduro, identificado pela cor avermelhada da casca e transportados para o local de processamento no Laboratório de Armazenamento e Processamento de Produtos Agrícolas (LAPPA). Seleção Foi realizada pelo de exame individual dos exemplares de acordo com a aparência, tamanho e firmeza, tendo por finalidade aperfeiçoar a uniformização das amostras, inclusive quanto ao grau de maturação. Ao fim desta etapa, frutos verdes, amassados ou com outras injúrias mecânicas também foram descartados. Lavagem Em seguida, os frutos foram imersos em água clorada (50 ppm de cloro ativo/15min) e posteriormente enxaguados em água corrente. Esta etapa teve por finalidade remover as sujidades grosseiras aderidas à superfície, além de retirar parte da microbiota presente, sendo realizada em água corrente da rede de abastecimento pública. Descascamento até o momento do preparo das dispersões. Preparo das dispersões As dispersões foram preparadas para secagem após descongelamento das polpas do figo-da-índia, às quais foi adicionado amido modificado nas proporções de 20, 25 e 30% (p/p). Os ingredientes foram submetidos a batimento com a finalidade de formar uma dispersão homogênea, para ser desidratada em camada fina, resultando, ao final do processo, em amostras secas. Secagem Foi realizada a desidratação das amostras de polpa do figo-da-índia com diferentes proporções de amido modificado em estufa com circulação de ar, nas temperaturas de 50, 60 e 70 ºC, colocando-se cerca de 400 gramas de polpa, uniformemente espalhada com espátula em bandejas de aço inoxidável, formando uma camada fina de aproximadamente 0,5 cm de espessura. Cinética de secagem As cinéticas de secagem foram determinadas pesando-se as bandejas com as amostras, durante as secagens, em intervalos regulares, até peso constante. Com os dados experimentais foram calculados os valores da razão de água (Equação 1). Foi realizado um descascamento manual, utilizando-se faca de aço inoxidável, cortandose as frutas nas extremidades e em seguida no sentido longitudinal, para extração da polpa. Despolpamento A polpa sem casca foi processada em despolpadeira rotativa para separação das sementes e homogeneização. X Xe RX X X 0 e RX- razão de água, adimensional; X- teor de água, base seca; X e - teor de água de equilíbrio, base seca; X o teor de água inicial, base seca. Modelos de secagem (1) Acondicionamento As polpas homogeneizadas foram acondicionadas em embalagens de polietileno de baixa densidade, com capacidade para 500 g cada. Congelamento e armazenamento Os modelos semi-teóricos de Lewis (Equação 2), Page (Equação 3),, Henderson &Pabis (Equação 4), Logarítmico (Equação 5) e Midilli et al. (2002) (Equação 6) foram utilizados para os ajustes dos dados de secagem. Lewis Para o congelamento e armazenamento as polpas foram colocadas em freezer a -18 ºC RX exp( kt) (2)

348 Cinética de secagem da polpa do figo-da-índia Madureira et al. RX - razão de água; k - velocidade de secagem (1/h); t - tempo (min). Page n RX exp( kt ) (3) RX razão de água; k - constante do modelo (1/h); n - constante do modelo (adimensional); t - tempo (min). Henderson & Pabis RX aexp( kt) (4) RX razão de água; a - constante do modelo (adimensional); k - constante do modelo (1/h); t - tempo (min). Logarítmico RX a exp( kt) c (5) RX- razão de água; a, k, c - constantes do modelo (adimensionais); t - tempo (min). Midilli et al. n RX a exp( kt ) bt (6) RX razão de água; a, k, n, b,- constantes do modelo (adimensionais); t- tempo (min). RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Figura 1 estão representadas as curvas experimentais das cinéticas de secagem da polpa de figo-da-índia com adição de 20% de amido modificado, nas temperaturas de 50, 60 e 70 C, na forma do adimensional de água (razão de água) em função do tempo. Observa-se a influência que a temperatura teve sobre os tempos das secagens. Na temperatura de 50 C a razão de água foi zerada em 588 minutos; a 60 C em 513 minutos; e a 70 C em 420 minutos. O incremento de 10 ºC nas temperaturas de secagem acarretou reduções de tempo de 13% e de 18%, respectivamente, entre 50 e 60 ºC e entre 60 e 70 ºC. Campelo (2009) secou a polpa de figo-da-índia, com adição de 2% de Emustab, 0,5% de Super Liga Neutra e 5% de extrato de soja, pelo processo de secagem em camada de espuma, com espessura da camada de 0,4 cm, em menor tempo, cerca de 90 min, usando uma temperatura superior (90 o C). Figura 1. Cinética de secagem da formulação elaborada com a polpa de figo-da-índia e 20% de amido modificado nas temperaturas 50, 60 e 70 ºC

Cinética de secagem da polpa do figo-da-índia Madureira et al. 349 Na Figura 2 são apresentadas as curvas experimentais das cinéticas de secagem da polpa de figo-da-índia, a 25% de concentração do amido modificado, na forma do adimensional de água (razão de água) em função do tempo. Na temperatura de 50 C, a razão de água foi zerada em 615 minutos; a 60 C em 540 minutos; e a 70 C em 510 minutos. Tempos inferiores de secagem foram verificados por Bastos et al. (2005) para a polpa de manga cv. Tommy Atkins utilizando o processo de secagem em camada de espuma (espessura da espuma = 0,5 cm) obtendo a 85 ºC o tempo de secagem de 150 minutos e a 70 ºC demorou 240 min. Estes tempos superiores se devem a estrutura do material do presente estudo ser densa, enquanto no processo em camada de espuma a estrutura é porosa facilitando a saída da água. A influência da temperatura sobre os tempos de secagem das polpas de figo-da-índia resultou em reduções de tempo de 12% e 6%, entre 50 e 60 ºC e 60 e 70 ºC, respectivamente. Entre 50 e 60 ºC o resultado é semelhante ao verificado na polpa com adição de 20% de amido modificado, enquanto entre 60 e 70 ºC a redução no tempo de secagem é de cerca de 1/3. Figura 2. Cinética de secagem da formulação elaborada com a polpa de figo-da-índia e 25% de amido modificado nas temperaturas 50, 60 e 70 ºC Na Figura 3 são apresentadas as curvas experimentais das cinéticas de secagem da polpa de figo-da-índia com adição de 30% de amido modificado na forma do adimensional de água em função do tempo. Na temperatura de 50 C a razão de água foi zerada em 630 minutos; a 60 C em 446 minutos; e a 70 C em 376 minutos. Tempos de secagem próximos foram obtidos por Alexandre et al. (2009) na secagem de fatias de abacaxi com 1,0 cm, onde observou-se tempos aproximados de secagem de 600 min para a temperatura de 50 ºC, de 420 min para a temperatura 60 ºC e de 300 min para temperatura de 70 ºC. A redução no tempo de secagem promovida pelo aumento de temperatura entre 50 e 60 ºC foi de 29%, enquanto entre 60 e 70 ºC a redução foi de 16%. Embora a redução nos tempos de secagem com o aumento de temperatura seja previsível em produtos de origem agrícola, conforme trabalhos envolvendo o tema (Resende et al. (2010), secando feijão adzuki entre 30 e 70 ºC; Furtado et al. (2010), em secagem de seriguela entre 60, 70 e 80 ºC; Akpinar et al. (2006), em secagem de folhas de salsa nas temperaturas de 56 a 93 ºC; Hii et al. (2009a), com cinética de secagem de cacau a 60, 70 e 80 ºC), as diminuições nos tempos de secagem das polpas de figo-da-índia não foram proporcionais ao aumento de temperatura do ar de secagem. Dispersões com maior teor de sólidos poderiam apresentar um maior tempo de secagem, uma vez que percurso médio percorrido pelas moléculas de água do interior da amostra até o ponto de escape ao ar seria maior. Não é o que se observa nas amostras estudadas. Comparando os tempos de secagem das amostras com 20, 25 e 30% de adição de amido modificado, não se verifica uma relação entre o teor de amido adicionado e o tempo de secagem, uma vez que a amostra com menor teor de aditivo (20%) secou em menor tempo a 50 ºC, mas secou em tempos intermediários nas

350 Cinética de secagem da polpa do figo-da-índia Madureira et al. temperaturas de 60 e 70 ºC; a amostra com maior adição (30%) secou em maior tempo a 50 ºC, mas secou em menores tempos a 60 e a 70 ºC; a amostra com teor intermediário de amido, 25%, secou em tempo intermediário a 50 ºC, mas secou em tempos maiores a 60 e a 70 ºC, indicando que os teores de amido adicionados não provocaram interferência detectável nos tempos de secagem. Figura 3. Cinética de secagem da formulação elaborada com a polpa de figo-da-índia e 30% de amido modificado nas temperaturas 50, 60 e 70 ºC Na Tabela 1 são apresentados os valores dos parâmetros, coeficientes de determinação (R²) e desvios quadráticos médios dos modelos de Lewis, Page, Henderson & Pabis, Logarítmico e Midili et al, ajustados as curvas de secagem a 50, 60 e 70 ºC da formulação elaborada com polpa do figo-da-índia adicionada de 20% de amido modificado. Tabela 1. Parâmetros, coeficientes de determinação (R²) e desvios quadráticos médios (DQM) dos modelos ajustados aos dados de secagem da formulação de polpa de figo-da-índia com 20% de amido modificado, nas temperaturas de 50, 60 e 70 ºC Modelo Temp. Parâmetro k R 2 DQM 50 0,004006 0,9715 0,0006 Lewis 60 0,006839 0,9912 0,0025 70 0,009238 0,9972 0,0007 Page Henderson & Pabis Logarítmico Midilli et al. Temp. k n R 2 DQM 50 0,0001 1,6286 0,9948 0,0001 60 0,0011 1,3515 0,9999 0,0000 70 0,0051 1,1234 0,9986 0,0003 Temp. a k R 2 DQM 50 1,0871 0,0043 0,9763 0,0005 60 1,0668 0,0073 0,9937 0,0018 70 1,0166 0,0094 0,9974 0,0006 Temp. a k c R 2 DQM 50 1,8464 0,0014-0,8365 0,9982 0,0002 60 1,1215 0,0059-0,0789 0,9972 0,0000 70 1,0460 0,0082-0,0451 0,9991 0,0006 Temp. a k n b R 2 DQM 50 0,9687 0,0136 0,0000-0,0017 0,9993 0,0001 60 0,9814 0,0000 1,3754-0,0000 0,9995 0,2621 70 0,9847 0,0054 1,0995 0,0000 0,9999 0,0002

Cinética de secagem da polpa do figo-da-índia Madureira et al. 351 Verifica-se que todos os modelos podem ser utilizados para representar o processo de secagem da formulação, com coeficientes de determinação (R²) superiores a 0,99 e desvios quadráticos médios inferiores a 0,2. Dentre os modelos testados o melhor foi o de Page, que apresentou os maiores valores de R² e os menores desvios quadráticos médios (DQM). Martinazzo et al. (2007) ao estudarem a secagem de capim-limão nas temperaturas 70, 80 e 90 ºC, obtiveram para o modelo de Page R² > 0,99 e Erro Médio Estimado < 0,04; Babalis et al. (2006) ao estudarem a secagem de figoda-índia nas temperaturas de 55 a 85 ºC utilizaram para ajustar os dados da cinética de secagem o modelo de Henderson & Pabis, obtendo R² > 0,99; Reis et al. (2011) ao ajustarem os modelos de Page, Logarítmico, Midilli et al., Henderson & Pabis e de mais cinco modelos, aos dados de secagem de pimenta cumari nas temperaturas de 45, 55 e 65 ºC, encontraram, para os modelos citados, valores de R² > 0,99, verificando que o de Page proporcionou valores de R 2 acima de 0,99 e Erro Médio Estimado (SE) 0,012. Na Tabela 2 são apresentados os valores dos parâmetros, coeficientes de determinação (R²) e desvios quadráticos médios dos modelos de Lewis, Page, Henderson & Pabis, Logarítmico e Midilli et al., ajustados aos dados de secagem a 50, 60 e 70 ºC da formulação elaborada com polpa do figo-da-índia adicionada de 25% de amido modificado. Verifica-se que todos os modelos podem ser utilizados para representar o processo de secagem da formulação com excelente precisão, por apresentarem, excetuando-se o de Midilli et al., coeficientes de determinação (R²) superiores a 0,98 e desvios quadráticos médios inferiores a 0,04. Tabela 2. Parâmetros, coeficientes de determinação (R²) e desvios quadráticos médios (DQM) dos modelos ajustados aos dados de secagem da formulação de polpa de figo-da-índia com 25% de amido modificado, nas temperaturas de 50, 60 e 70 ºC Modelo Parâmetro k R 2 DQM 50 0,005407 0,9891 0,0026 Lewis 60 0,006205 0,9843 0,0041 70 0,007704 0,9878 0,0032 k n R 2 DQM Page 50 0,00087 1,3273 0,9993 0,0002 60 0,00075 1,4112 0,9965 0,0009 70 0,00095 1,4262 0,9991 0,0000 Henderson & Pabis Logarítmico Midilli et al. a k R 2 DQM 50 1,09220 0,005948 0,9935 0,0000 60 1,06848 0,006697 0,9875 0,0032 70 1,08580 0,008441 0,9918 0,0022 a k c R 2 DQM 50 1,1477 0,0048-0,0833 0,9973 0,0006 60 1,1737 0,0051-0,1320 0,9934 0,0017 70 1,1302 0,0073-0,0615 0,9918 0,0015 Marques et al. (2007) ao ajustarem os modelos de Page e Henderson & Pabis aos dados de secagem de caju com pré-tratamento osmótico, nas temperaturas de 50, 60 e 70 C, a k n b R 2 DQM 50 1,00 0,0011 1,2988 0,0000 0,9995 0,0001 60 0,62-0,2078 0,0000-0,0013 0,8200 0,0428 70 0,63-0,1130 0,0000-0,0015 0,8632 0,0342 também obtiveram excelentes ajustes, com coeficientes de determinação (R²) superiores a 0,99; Doymaz (2008), ao estudar a secagem de morango nas temperaturas de 50, 55 e 65 C,

352 Cinética de secagem da polpa do figo-da-índia Madureira et al. obteve para o modelo de Page R² > 0,99; Babalis et al. (2006) ao estudarem a secagem de figo nas temperaturas de 55 a 85 C e velocidade de ar de secagem de 1m/s, encontraram para o modelo de Henderson e Pabis R²>0,99. Medeiros (2007) ao estudar a secagem de mangaba utilizando para ajuste dos dados o modelo de Page obtiveram R²>0,99. No modelo de Page os parâmetro k e n aumentaram com o aumento da temperatura. Melo (2008), ao estudar a secagem da polpa do fruto do mandacaru, verificaram para o modelo de Page que o parâmetro k aumentou e o n diminuiu com o aumento da temperatura, mesmo resultado reportado por Hii et al. (2009b), estudando a secagem de grãos de cacau. No modelo de Henderson & Pabis o parâmetro k aumentou e o parâmetro a diminuiu com o aumento da temperatura. Na Tabela 3 são apresentados os valores dos parâmetros, coeficientes de determinação (R²) e os desvios quadráticos médios dos modelos de Page, Henderson & Pabis, Lewis, Midili & Kukuc e Logarítmico ajustados aos dados de secagem da formulação elaborada de polpa do figo-da-índia com amido modificado adicionado na concentração de 30%, nas temperaturas de 50, 60 e 70 ºC. Verifica-se que todos os modelos podem ser utilizados para representar o processo de secagem da formulação, por apresentarem coeficientes de determinação (R²) superiores a 0,98 e desvios quadráticos médios inferiores a 0,3. Pela combinação de altos valores de R 2 e baixos DQM o modelo de Page pode ser considerado como o que proporcionou melhores ajustes. Lahsasni et al. (2002) testando os modelos de Page, Henderson & Pabis e Midilli et al., verificaram que o modelo que melhor se ajustou às curvas de secagem do figo-da-índia foi o de Midilli et al., com R² = 0,9996. Tabela 3. Parâmetros, coeficientes de determinação (R²) e desvios quadráticos médios (DQM) dos modelos ajustados aos dados de secagem da formulação de polpa de figo-da-índia com 30% de amido modificado, nas temperaturas de 50, 60 e 70 ºC Modelo Parâmetro k R 2 DQM 50 0,00473 0,9881 0,0028 Lewis 60 0,00568 0,9915 0,0019 70 0,01142 0,9851 0,0036 k n R 2 DQM Page 50 0,0021 1,1419 0,9903 0,0023 60 0,0030 1,1186 0,9930 0,0009 70 0,0020 1,3830 0,9979 0,0000 Henderson & Pabis Logarítmico Midilli et al. a k R 2 DQM 50 0,9975 0,0047 0,9881 0,0028 60 1,0130 0,0057 0,9917 0,0021 70 1,0698 0,0122 0,9883 0,0028 a k c R 2 DQM 50 1,1767 0,0030-0,2149 0,9960 0,0009 60 1,1613 0,0038-0,1822 0,9976 0,0017 70 1,2184 0,0085-0,1868 0,9968 0,0015 a k n b R 2 DQM 50 0,9569 0,0028 1,0483-0,0002 0,9957 0,0010 60 1,0027 0,0079 0,8843-0,0003 0,9978 0,0428 70 0,9858 0,0023 1,3336-0,0001 0,9988 0,0342 CONCLUSÕES As amostras de polpa de figo-da-índia secaram em tempos inversamente proporcionais à temperatura, mas sem proporcionalidade com o teor de amido modificado adicionado; Os modelos de Lewis, Page, Henderson & Pabis, Logarítmico e de Midilli et al. se

ajustaram bem aos dados experimentais das secagens, podendo ser utilizados na predição das cinéticas de secagem, nas temperaturas de 50, 60 e 70 C, para as concentrações de amido de 20; 25 e 30%; o modelo de Page apresentou os melhores ajustes para o conjunto de condições estudadas. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem a UFCG, ao IFPE e a CAPES pela realização do MINTER e a FACEPE pelo financiamento. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Akpinar, E. K.; Bicer, Y.; Cetinkaya, F. Modelling of thin layer drying of parsley leaves in a convective dryer and under open sun. Journal of Food Engineering, v.75, n.3, p.308 315, 2006. Alexandre, H.V.; Gomes, J.P.; Barros Neto, A.L.; Silva, F.L.H.; Almeida, F.A.C. Cinética de secagem de abacaxi cv pérola em fatias. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, v.11, n.2, p.123-128, 2009. Alves, M.A.; Souza, A.C.M.; Gamarra-Rojas, G., Guerra, N.B. Fruto de palma (Opuntia ficus-indica (L) Miller, Cactaceae): morfologia, composição química, fisiologia, índices de colheita e fisiologia pós-colheita. Revista Iberoamericana de Tecnología Postcosecha, v.9, n.1, p.16-25, 2008. Areces, A. Cactaceae. In: Smith, N.; Mori, S.A.; Henderson, A.; Stevenson, W.D.; Heald, S.V. Flowering plants of the Neotropics. Oxford: Princeton and Oxford University Press, 2004. p.73-76 Babalis, S.J.; Papanicolaou, E.; Kyriakis, N.; Belessiotis, V. G. Evaluation of thin-layer drying models for describing drying kinetics of figs (Ficus carica). Journal of Food Engineering, v.75, n.2, p.205-214, 2006. Barbera, G. História e importância econômica e agroecológica. In: Barbera, G.; Inglese, P.; Barrios, E. P. Agroecologia, cultivo e usos da palma forrageira. Paraíba: SEBRAE, 2001. cap. 1, p.1-11. Bastos, S. D.; Soares, G. B. M. D.; Araújo, L. G. K.; Verruma Bernardi, R. M. Desidratação de polpa de manga Tommy Atkins utilizando a técnica de foam mat drying: avaliações químicas e sensoriais. Cinética de secagem da polpa do figo-da-índia Madureira et al. 353 Brazilian Journal of Food Technology, v.8, n.4, p.283-290, 2005. Campelo, I.K.M. Secagem em camada de espuma da polpa do figo-da-índia. 2009. 102f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) - Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande. Costa, J.M.C.; Medeiros, M.F.D; Mata, A.L.M.L. Isotermas de adsorção de pós de beterraba (Beta vulgaris L.), abóbora (Cucurbita moschata) e cenoura (Daucus carota) obtidos pelo processo de secagem em leito de jorro: estudo comparativo. Revista Ciência Agronômica, v.34, n.1, p.5-9, 2003. FAO. FAOSTAT Online Statistical Service. United Nations Food and Agriculture Organization (FAO), Rome. <Disponível em: http://faostat.fao.org.> 8 out. 2006. Furtado, G.F.; Silva, F.S.; Porto, A.G.; Santos, P. Secagem de polpa de ceriguela pelo método de camada de espuma. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, v.12, n.1, p.9-14, 2010. Gouveia, J.P.G.; Almeida, F.A.C.; Farias, E.S.; Silva, M.M.; Chaves, M.C.V.; Reis, L.S. Determinação das curvas de secagem em frutos de cajá. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, v.5, n.especial, p.63-68, 2003. Hii, C.L.; Law, C.L.; Cloke, M. Modeling using a new thin layer drying model and product quality of cocoa. Journal of Food Engineering, v.90, n.2, p.191 198, 2009a. Hii, C.L.; Law, C.L.; Cloke, M.; Suzannah, S. Thin layer drying kinetics of cocoa and dried product quality. Biosystems engineering, v.102, n.2, p.153 161, 2009b. Hunt, D.; Taylor, N. The genera of cactaceae: progress towards consensus. Bradleya, v.8, p.85-107, 1990. Marques, L.F.; Duarte, M.E.M.; Cavalcanti Mata, M.E.R.M; Nunes, L.S.; Costa, T.L.; Costa, P.B.S.; Duarte, S.T.G. Secagem precedida de desidratação osmótica de pseudofruto de caju: comparação entre modelos matemáticos aplicados. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, v.9, n.2, p.161-170, 2007. Martinazzo, A.P.; Corrêa, P.C.; Resende, O.;. Melo, E. C. Análise e descrição matemática da cinética de secagem de folhas de capimlimão. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.11, n.3, p.301 306, 2007. Medeiros, J. Secagem de polpa de mangaba em camada de espuma. 2007. 104f.

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