Germinação de Sementes de Moringa oleifera Lam. Sob Diferentes Níveis de Salinidade

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Transcrição:

Germinação de Sementes de Moringa oleifera Lam. Sob Diferentes Níveis de Salinidade Letícia Siqueira Walter (1) ; Laura dos Santos Oliveira (2) ; Lilian Aline Candido da Silva (3) ; Elaine Cristina Alves da Silva (4) ; Rejane Jurema Mansur Custódio Nogueira (5) (1) Estudante; UFRPE/Universidade Federal Rural de Pernambuco; leticiasiqueira.walter@gmail.com; (2) Estudante; UFRPE/Universidade Federal Rural de Pernambuco; marialaura.msn@hotmail.com; (3) Estudante; UFRPE/Universidade Federal Rural de Pernambuco; lilian.line@hotmail.com; (4) Doutoranda; UFRPE/Universidade Federal Rural de Pernambuco; elaineufrpe@oi.com.br; (5) Professora; UFRPE/Universidade Federal Rural de Pernambuco; rjmansur1@gmail.com. RESUMO A Moringa oleifera Lam. é uma espécie arbórea, pertencente à família Moringaceae, originária do noroeste indiano, cultivada graças ao seu valor alimentar, forrageiro, medicinal e industrial, sendo também utilizada no tratamento da água para o consumo, e para a produção de biodiesel. Este trabalho tem por objetivo avaliar a germinação das sementes de moringa em diferentes níveis de salinidade. Utilizando delineamento inteiramente casualizado, foram usadas três soluções de NaCl com condutividade elétrica de 0,04 (T1); 2,76 (T2) e 7,31 (T3) ds.m -1, distribuindo as sementes em 4 repetições com 25 sementes cada em 3 folhas de papel Germitest. O critério utilizado para a avaliação de germinação foi o de protusão radicular de 2 mm, as variáveis utilizadas foram a % G, IVG e TMG. Para as três variáveis analisadas os resultados foram semelhantes entre os tratamentos T1 e T2. Com o aumento da salinidade a %G e o IVG reduziram, e os valores do TMG apresentaram uma elevação no tempo de germinação. Podendo concluir assim, que sementes germinadas em solos com níveis salinidade iguais ou acima de 7,31 ds.m -1 terão o seu poder germinativo afetado. Palavras-chave: NaCl, estresse salino, condutividade elétrica. INTRODUÇÃO A Moringa oleifera Lam. é uma espécie arbórea exótica, pertencente à família Moringaceae, originária do noroeste indiano, cultivada graças ao seu valor alimentar, forrageiro, medicinal e industrial, sendo também utilizada no tratamento de água para o consumo humano (BEZERRA et al., 2004) e segundo Silva et al. (2004) também apresenta características ideais para a produção de biodiesel. No Nordeste brasileiro é encontrada principalmente nos Estados do Maranhão, Piauí e Ceará, onde a moringa vem sendo apontada como solução de sustentabilidade das atividades agrícolas - Resumo Expandido - [752] ISSN: 2318-6631

e das famílias do sertão nordestino por ter um alto rendimento, baixo custo de produção e de fácil cultivo (SANTOS, 2010). A forma de propagação da moringa pode ser feita tanto por semente como por estaca. Quando novas as sementes apresentam uma boa taxa de germinação, mas após um ano de armazenagem as sementes tem uma redução do seu poder germinativo (VIANA et al., 2010). Para que as sementes germinem é necessário que existam condições favoráveis de luz, temperatura e disponibilidade de água (CARVALHO & NAKAGAWA, 2000). Segundo Lima et al. (2005) o alto teor de sais, especialmente de cloreto de sódio (NaCl), pode inibir a germinação devido a diminuição do potencial osmótico, ocasionando prejuízos as demais fases do processo. Os efeitos da salinidade na germinação verificam-se pelo efeito osmótico, provocado pelo déficit hídrico que impossibilita a semente de absorver água do substrato, e pelo efeito tóxico em que a concentração de um ou mais íons específicos provoca toxidade, quando são absorvidos pela semente (KHAN et al., 2002; KHAN & PANDA, 2008; PIZARRO, 1988). Normalmente, solos afetados por sais são encontrados em zonas áridas e semiáridas, onde a evaporação é superior à precipitação ocasionando assim, o acúmulo de sais solúveis e o incremento do sódio trocável na superfície dos solos (BARROS et al., 2004). Por ter uma boa adaptabilidade à região semiárida, a moringa vem sendo objeto de estudo quando submetida a diferentes concentrações salinas, tanto na produção de mudas quanto na germinação. Porém, mesmo tendo várias utilidades para famílias do semiárido, atualmente existes poucas pesquisas em relação a esta espécie. Tendo em vista a importância desta espécie para a região semiárida do Brasil, o presente trabalho objetivou-se avaliar a germinação das sementes de Moringa oleifera Lam. em diferentes níveis de concentrações de NaCl. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado no Laboratório de Fisiologia Vegetal, do Departamento de Biologia da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), localizada na cidade de Recife, PE. As sementes foram coletadas na cidade do Recife e armazenadas em local refrigerado por um período de 8 meses. O delineamento experimental adotado foi inteiramente casualizado, constituído de 3 níveis de salinidade: 0 (T1); 25 (T2) e 75 (T3) mm de NaCl, correspondendo às respectivas condutividades elétricas: 0,04; 2,76 e 7,31 ds.m -1, as sementes foram distribuídas em 3 folhas de papel Germitest com 4 repetições de 25 sementes, totalizando 100 sementes para cada tratamento. O substrato foi umedecido com a solução salina contendo 2,5 vezes o peso do papel. Antes do semeio foi realizada a assepsia das sementes com Hipoclorito de Sódio (NaClO) a 5%, durante 4 min. O critério de germinação utilizado foi o de protusão radicular de 2 mm. Foi avaliada a porcentagem de germinação (% G), calculada através da seguinte fórmula: %G=(n*100)/N, onde, n é o número de sementes germinadas e N é o número total de sementes, e o índice de velocidade de germinação (IVG), obtida pela seguinte fórmula: IVG=Σni/i, onde, ni corresponde ao número de sementes germinadas no dia e i ao número de dias após a instalação do teste, de acordo com Maguire (1962). E o tempo médio de germinação (TMG), pela fórmula: TMG= Σni.ti/ Σni, onde ni é o número de sementes germinadas no dia, ti o número de dia após o semeio (LABOURIAU, 1983). Os dados foram submetidos a análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. - Resumo Expandido - [753] ISSN: 2318-6631

RESULTADOS E DISCUSSÃO Foi observado que com o aumento das concentrações salinas, o poder germinativo sofreu uma diminuição significativa em todas as variáveis avaliadas (TABELA 1). De modo geral, as plantas submetidas ao tratamento T1 e T2 foram semelhantes estatisticamente entre si, e ambas diferiram do tratamento T3. Tabela 1. Resumo da análise de variância para a porcentagem de germinação (%G) e o índice de velocidade de germinação (IVG) e o tempo médio de germinação (TMG) em sementes de Moringa oleifera submetidas a diferentes concentrações salinas. FV GL %G IVG TMG Tratamento 2 25,48** 78,53** 12,0516 ** Resíduo 9 - - - Coeficiente de Variação 11 10,00 8,79 11,08 ** significativo ao nível de 5% de probabilidade Com os dados obtidos referentes à porcentagem de germinação (% G) foi constatado que os tratamentos T1 e T2 nas condutividades de 0,04 e 2,76 ds.m -1 a germinação não foi afetada, apresentando valores iguais a 76%. Resultados diferente foram observados para a condutividade de 7,31 ds.m -1 onde a % G apresentou valores iguais a 47%, como pode ser observado na figura 1. Corroborando com esta pesquisa, Oliveira et al. (2009), também observou no seu trabalho com moringa que nas condutividades elétricas entre 1,0 a 3,0 ds.m -1, a porcentagem de germinação apresentou valores semelhantes, e que com o aumento da condutividade os valores da porcentagem de germinação também foram reduzidos. Figura 1 Porcentagem de germinação (% G) de sementes de moringa em diferentes níveis de concentração de NaCl. 1 Tratamentos salinos avaliados, onde: T1 = 0 mm de NaCl; T2 = 25 mm de NaCl; T3 = 5 mm de NaCl. Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). - Resumo Expandido - [754] ISSN: 2318-6631

Em relação ao índice de velocidade de germinação (IVG), também não foram apresentadas diferenças significativas entre os tratamentos T1 e T2, onde estes apresentaram valores de 5,45 e 5,14 plântulas por dia, respectivamente. Na figura 2 podem ser vistos os valores do IVG para cada tratamento, podendo ser observado uma redução significativa de 42,67% no valor referente à condutividade elétrica do tratamento T3 em relação ao tratamento T1. Semelhante a presente pesquisa, Andréo-Souza et al. (2010) avaliaram a germinação do pinhão-manso em concentrações salinas e concluíram que as sementes dessa espécie sofreram uma redução no IVG a partir da salinidade de 6 ds.m -1. Esta diminuição no IVG, pode ser explicada pelo fato do potencial hídrico se apresentar muito negativo, neste caso, as sementes reduzem consideravelmente a absorção de água reduzindo a velocidade ou até mesmo chegando a atrasar o processo germinativo (ANTONELLO et al. 2008). Segundo Pizarro (1996) a condutividade elétrica do solo quando superiores a 2 ds.m -1 podem ocasionar danos à produções de culturas sensíveis a salinidade. Figura 2 Índice de velocidade de germinação (IVG) de sementes de moringa em diferentes níveis de concentrações salinas de NaCl. 1 Tratamentos salinos avaliados, onde: T1 = 0 mm de NaCl; T2 = 25 mm de NaCl; T3 = 5 mm de NaCl. Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). Assim como ocorreu nas variáveis acima citadas, para o tempo médio de germinação (TMG) também se verifica uma redução nos valores com o aumento da condutividade elétrica, sendo os tratamentos T1 e T2 estatisticamente iguais, como pode ser visto na figura 3. Tais tratamentos referentes às condutividades de 0,04 e 2,76 ds.m -1, apresentaram valores de 3,64 e 3,87, respectivamente, e para a condutividade de 7,31 ds.m -1 o valor foi de 5,14. Andréo-Souza et al. (2010) observou que as sementes de pinhão-manso germinaram em menos tempo na condutividade elétrica de 2 ds.m -1 e acima desses valores o tempo médio de germinação foi maior. Santos (2010) também afirma que o tempo médio de germinação de sementes de moringa teve um aumento, quando aumentavam as concentrações salinas. - Resumo Expandido - [755] ISSN: 2318-6631

Figura 3 Tempo médio de germinação (TMG) de sementes de moringa em diferentes níveis de concentrações salinas de NaCl. 1 Tratamentos salinos avaliados, onde: T1 = 0 mm de NaCl; T2 = 25 mm de NaCl; T3 = 5 mm de NaCl. Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). O estresse salino é visto como um inibidor de germinação, já que as sementes não absorvem a quantidade necessária de água para germinarem normalmente, devido à queda do potencial hídrico do solo. E por serem mais sensíveis a salinidade, quando são expostas a grandes concentrações de sais as sementes ficam vulneráveis a sofrer alterações no seu metabolismo e também no potencial germinativo (FERREIRA et al., 2013; CAVALCANTE & PEREZ, 1995). CONCLUSÕES De acordo com os resultados obtidos, pode-se afirmar que a moringa não tem sua germinação afetada quando esta se encontra num substrato com o nível de salinidade de 2,74 ds.m -1 de condutividade elétrica. No entanto ao aumentar a condutividade elétrica para 7,31 ds.m -1, ou acima deste valor, a moringa terá sua germinação reduzida, assim como um aumento no número de dias necessário para que este processo aconteça. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANTONELLO, L.M.; ESPINDOLA, M. C. G.; VIDAL, M. D.; MENEZES, N. L.; GARCIA, D. C. Efeito do estresse salino na germinação de sementes de calêndula (Calendula officinalis L.). Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.10, n.4, p.117-120, 2008. BARROS, M.F.C.; FONTES, M.P.F.; ALVAREZ, V.H.; RUIZ, H.A. Recuperação de solos afetados por sais pela aplicação de gesso de jazida e calcário no Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.8, n.1, p.59-64, 2004. - Resumo Expandido - [756] ISSN: 2318-6631

BEZERRA, A. M. E.; MOMENTÉ, V. G.; MEDEIROS FILHO, S. Germinação de sementes e desenvolvimento de plântulas de moringa (Moringa oleifera Lam.) em função do peso da semente e do tipo de substrato. Horticultura Brasileira, v.22, n.2, p.295-299, 2004. CARVALHO, N.M.; NAKAGAWA, J. Sementes: ciência, tecnologia e produção. 4.ed. Jaboticabal: FUNEP, 2000. 4.ed. Jaboticabal: FUNEP, 2000. 588p. CAVALCANTI, A. M. B.; PEREZ, S. C. J. G. A. Efeitos do estresse hídrico e salino sobre a germinação de sementes de Leucaena Leucocephala (Lam.) de Wit. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.30, n.2, p.281-289, 1995. CYSNE, J. R. B. Propagação in vitro de Moringa oleífera L. Dissertação. UFC, Fortaleza, 2006. 81p. FERREIRA, E. G. B. S.; MATOS, V. P.; SENA, L. H. M.; OLIVEIRA, R. G.; SALES, A. G. F. A. Processo germinativo e vigor de sementes de Cedrela odorata L. sob estresse salino. Ciência Florestal, v.23, n.1, p.99-105, 2013. KHAN, M. H.; PANDA, S. K. Alterations in roots lipid peroxidation na antioxidative responses in two rice cultivars under NaCl-salinity stress. Acta Physiologiae Plantarum, v.30, p. 89-91, 2008. KHAN, M. H.; SINGHA, A. L. B.; PANDA, S. K. Changes in antioxidante levels in Oriza sativa L. roots subjected to NaCl-salinity stress. Acta Physiologiae Plantarum, v. 24, p. 145-148, 2002. LABOURIAU, L.G. A germinação das sementes. Washington: OEA, 1983. 174 p. LIMA, M.G.S.; LOPES, N.F.; MORAES, D.M.; ABREU, C.M. Qualidade fisiológica de sementes de arroz submetidas a estresse salino. Revista Brasileira de Sementes, v.27, n.1, p.54-61, 2005. MAGUIRE, J. D. Speed of germination aid in selection and evaluation for seedling emergence and vigor. Crop Science, v.2, n.2, p.176-177, 1962. PIZARRO, F. Drenaje agrícola y recuperación de suelos salinos. Madrid: Editora Agrícola Española, S. A. 1988. 542p. SANTOS, A. R. F. Desenvolvimento inicial de Moringa oleifera Lam. Sob condições de estresse. Dissertação, UFS. Sergipe, 2010. 87p. SILVA, K. B. D.; SOUZA, S. A. O.; LIMA, P. C. F.; KIILL, L. H. P.; ARAÚJO, J. L. P. A influência da profundidade de semeadura e emergência de plântulas de Moringa oleifera Lam. (MORINGACEAE). XXVII Reunião Nordestina de Botânica. Petrolina, de 22 a 25 de março de 2004. - Resumo Expandido - [757] ISSN: 2318-6631

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