Brasília-DF, 00 de... de 2015. JUNTAR O COMPROVANTE DO PAGAMENTO AO CONSELHO E PROTOCOLAR NO ÓRGÃO. DEVE APRESENTAR ATÉ FEVEREIRO DE CADA ANO, POIS O DESCONTO DE 01 (um) DIA DE TRABALHO ACONTECE NA FOLHA DE MARÇO. (MESMO A PARCELA DE JANEIRO/FEVEREIRO) PARA: DEPARTAMENTO DE RECURSOS HUMANOS DA ENTIDADE/EMPRESA TAL DE: FULANO (A) DE TAL ESTATÍSTICO (A) ASSUNTO: Desconto de Imposto Sindical e/ou Taxa de Assistência a Sindicato em razão de Acordo Coletivo de Trabalho. Em cumprimento ao artigo 585, da Consolidação das Leis do Trabalho e outros da Constituição Federal, venho, respeitosamente, informar que não deverá ser descontada qualquer importância do salário referente ao meu contrato individual de trabalho/termo de posse celebrado com esta Instituição/Empresa, em razão de qualquer contribuição sindical ou taxa de assistência referente a qualquer que seja a cláusula de Acordo Coletivo de Trabalho. Todo e qualquer profissional que comprove o pagamento da anuidade ao seu Conselho ou Ordem de Fiscalização Profissional (CONRE, CRB, OAB, CRF, CRC, CRA, CRM, CREA etc.), não deve ter descontado o Imposto Sindical (arts. 580/582/585/599 CLT) ou Taxa Assistencial (art.8º, IV, C.F.), apenas os filiados a determinado Sindicato, o que não é o caso do (a) requerente. (doc. em anexo) Precedente Normativo nº 119, de 24.10.1996, publicado no D.J.U. de 11.11.1996, do Tribunal Superior do Trabalho, que transcrevo: Contribuições sindicais Inobservância de preceitos constitucionais. A Constituição da República, em seus arts. 5º, XX e 8º, V, assegura o direito de livre associação e sindicalização. É ofensiva a essa modalidade de liberdade cláusula constante de acordo, convenção coletiva ou sentença normativa estabelecendo contribuição em favor de entidade sindical a título de taxa para custeio do sistema confederativo, assistencial, revigoramento ou fortalecimento sindical e outros da mesma espécie, obrigando trabalhadores não sindicalizados. Sendo nulas as estipulações que inobservem tal restrição, tornam-se passíveis de devolução os valores irregularmente descontados. Atenciosamente, FULANO (A) DE TAL CONRERP-6 OU CRB-1 ou CRM ou CRF ou CREA nº 0000
NOTA INFORMATIVA CONJUR O1/2005. Trata-se de considerações acerca da Contribuição Social paga anualmente aos Conselhos e Ordem Fiscalizadores das Profissões Liberais e o Imposto Sindical descontado em folha pelo empregador, no mês de março, dos demais empregados. Ao longo dos anos, o profissional liberal precisa travar uma batalha com os departamentos de Recursos Humanos das empresas públicas e privadas, para não ter descontado do seu salário o Imposto Sindical. Entendem, deve ser descontado, mesmo quando o profissional liberal empregado comprova a quitação da Contribuição Anual dada por Conselho de Profissionais Liberais, apesar da lei vigente o isentar quando este exibe a referida prova, como determina o artigo 585, da Consolidação das Leis do Trabalho. A competência dos Conselhos e dos Sindicatos está definida pela Constituição Federal, pelas Leis Federais (infraconstitucionais) de criação dos Conselhos e Ordem dos Advogados, pelos decretos regulamentadores das Profissões Liberais e pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. Os Estatutos dos Conselhos e Ordem, apenas, disciplinam e explicitam as determinações das leis acima referidas. O Imposto Sindical que é descontado anualmente dos trabalhadores no mês de março, é devido para que os Sindicatos mantenham serviços de assistência médica e odontológica, creches, assistência jurídica, bibliotecas, assistência à maternidade e outros serviços ao trabalhador. (vide artigos 582 e 592, da CLT) As questões referentes às negociações e acordos de trabalho estão determinadas no art. 8º da Constituição Federal. Para esses casos, o inciso IV, do artigo 8º estabelece que "a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei". Esta contribuição do artigo 8º, somente é devida pelos empregados filiados ao Sindicato, isto é, com ficha de filiação, carteira do sindicato e tudo mais, devendo o referido desconto em folha ser autorizado pelo funcionário, na forma do artigo 545, da CLT. Ressalte-se, ainda, que a taxa prevista no inciso IV, do art. 8º da Constituição, que muitos entendem que seria a que, anualmente, é descontada no mês de março, não têm correspondência fática ou legal entre si. 1
Pelo simples fato do sindicato dos comerciários, por exemplo, ter feito uma negociação em prol de toda a categoria, não quer dizer que todos que foram beneficiados devem ter descontada a tal "taxa assistencial" a ser repassada ao sindicato. Inclusive, todo e qualquer acordo de trabalho que tiver uma cláusula estipulando o desconto em folha da referida taxa de assistência, é nulo, face a sua inconstitucionalidade. Somente os filiados é que devem pagar a taxa, devendo ser por eles autorizado o desconto em folha. Os demais não podem ser descontados. Informa o Precedente Normativo n. 119, do TST: Fere o direito à plena liberdade de associação e de sindicalização cláusula constante de acordo, convenção coletiva ou sentença normativa fixando contribuição a ser descontada dos salários dos trabalhadores não filiados a sindicato profissional, sob a denominação de taxa assistencial ou para custeio do sistema federativo. A Constituição da República, nos arts. 5º, XX, e 8º, V, assegura ao trabalhador o direito de livre associação e sindicalização. O simples fato dos funcionários serem comerciários, eletricitários, bancários, professores, industriários ou qualquer outra categoria profissional, não significa que os mesmos estejam filiados ao referido sindicato. O Imposto Sindical, seu pagamento e sua arrecadação, tem fim específico, determinado em lei, não havendo nenhuma correlação com filiação e o referido imposto. Quem é filiado a sindicato paga 4 (quatro) vezes. Deve ter descontado o valor de 01 (um) dia de trabalho em março e pagar mensalmente uma contribuição ao Sindicato a que estiver filiado. Além de pagar o Conselho/OAB e a tal taxa assistencial face à acordo salarial negociado pela respectivo sindicato. Os Conselhos, por sua vez, são Autarquias Federais, entidades de direito público, criados única e exclusivamente para fiscalizar o exercício dos profissionais liberais, que têm como condição para o exercício, estar inscrito na OAB, no CONRERP, no CRM, no CRO, no CRA, no CONRE ou no CRB e pagar a Contribuição Social/Anuidade anual ao seu respectivo Conselho. Todas as Autarquias Federais de Fiscalização das Profissões Liberais foram criadas com o mesmo objetivo e com fundamento nos mesmos preceitos constitucionais dos artigos 5º, inciso XIII, 22, inciso XVI, da CF. 2
Seus profissionais pagam a mesma Contribuição Social estabelecida no art. 149, da Constituição Federal. Muitos denotam, inclusive advogados, total desconhecimento da legislação vigente e, por desconhecê-la, entendem que existe um privilégio tributário para os profissionais inscritos na OAB em detrimento dos inscritos nos demais Conselhos de Fiscalização Profissional. O profissional liberal, empregado ou não, tem a mesma obrigação e o mesmo direito, qual seja, seu exercício profissional está condicionado ao registro no órgão de fiscalização da respectiva profissão e ao pagamento anual da contribuição social. O registro e o competente pagamento da Anuidade isenta a todos do pagamento/desconto do Imposto Sindical disciplinado nos artigos 581 e seguintes da Consolidação das Leis do Trabalho. A Confederação Nacional dos Profissionais Liberais - CNPL já experimentou, em face a um Mandado de Segurança que impetrou contra o Conselho Regional de Biblioteconomia - CRB-1/DF, as imposições dos art. 5º, XX e 8º, V, da CF, e tantos outros da CLT, quando pretendeu que o Conselho Regional de Biblioteconomia lhe fornecesse a relação dos seus inscritos com vistas a obrigar aos profissionais liberais, mesmo os não filiados, a pagar a Contribuição Confederativa e/ou o Imposto Sindical. Assim, para que todos os profissionais liberais possam exercer sua profissão, obrigatoriamente, devem estar inscritos no Conselho de sua respectiva profissão e pagar anualmente a Contribuição Social, da mesma forma como os demais empregados devem pagar, no mês de março, o Imposto Sindical (art. 149, CF e 582, da CLT). Com essa contribuição social que é paga pelos profissionais inscritos em seus quadros, os Conselhos se mantém e fiscalizam, sempre no interesse público, o exercício profissional. (vide artigos 5º, XIII; 22, XVI e 149, da CF e art. 47, da Lei das Contravenções Penais). Pela legislação referenciada, todos os agentes públicos ou privados, devem, anualmente, solicitar de todos os seus profissionais liberais contratados/empregados, inclusive quando da posse ou contratação, o comprovante de quitação da Contribuição Social representativa da respectiva profissão, uma vez que, sem essa prova, não podem exercer seu trabalho/contrato, já que podem ter suspenso, pelo Conselho ou Ordem, o seu exercício profissional em todo o Território Nacional. (art. 585 e 599, da CLT). Art. 585, CLT: Os profissionais liberais poderão optar pelo pagamento da contribuição sindical unicamente à entidade sindical representativa da respectiva profissão, desde que exerça, 3
efetivamente, na firma ou empresa e como tal sejam nelas registrados. Parágrafo único. Na hipótese referida neste artigo, à vista da manifestação do contribuinte e da exibição da prova de quitação da contribuição, dada por sindicato de profissionais liberais, o empregador deixará de efetuar, no salário do contribuinte, o desconto a que se refere o art, 582. Art. 599 Para os profissionais liberais, a penalidade consistirá na suspensão do exercício profissional, até a necessária quitação, e será aplicada pelos órgãos públicos ou autárquicos disciplinadores das respectivas profissões mediante comunicação das autoridades fiscalizadoras. (Destaques inovados) Assim e por todas essas razões, os profissionais liberais que comprovarem junto ao Departamento de Recursos Humanos de qualquer empresa, pública ou privada, o pagamento ao Conselho/Ordem, não podem ter descontado o Imposto Sindical anual, na folha de março ou de qualquer outra. Brasília/DF, 04 de fevereiro de 2015. Genicy Helena Rezende Narciso Consultora Jurídica OAB/DF 11.355 4