TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES EM CAPRINOS E OVINOS Gusmão, A.L.; Andrade Moura, J.C. Escola de Medicina Veterinária da UFBA Av.Ademar de Barros, 500- Ondina - 40170110-Salvador Bahia - gusmao@ufba.br 1- INTRODUÇÃO A caprino-ovinocultura é uma atividade pecuária de grande importância em todo o mundo, principalmente em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. Este fato não se deve a uma opção pela criação, a incentivos governamentais ou por uma tendência de mercado, mas pela incrível capacidade de adaptação destas espécies a diferentes condições de ambiente e a situações edafo-clímáticas das mais rigorosas em todo o mundo. A exploração destas espécies tem sido muito mais como uma atividade de subsistência, sem estabilidade em sua cadeia produtiva, sem interação com o desenvolvimento e sem uma filosofia de modernização da atividade. É carente em tecnologias avançadas, em investimento na formação e qualificação de mão de obra. Apesar das limitações existentes, tem havido uma crescente demanda por parte da iniciativa privada, por Biotécnicas da reprodução que visem o incremento da produtividade e da rentabilidade dos rebanhos e das unidades produtivas. Dentre estas Biotécnicas podemos ressaltar a sincronização de estros, a Inseminação artificial, o diagnóstico precoce de prenhez, transferência de embriões (TE), colheita de oócitos, a produção de embriões em laboratório, e a fertilização in vitro. ), fixa-se o óstio caudal da cervix bilateralmente com duas pinças modelo Posi (FERRAZ & ELER 1999; SIMPLÍCIO et al. 2002). Apesar do primeiro relato de sucesso com TE em caprinos ter ocorrido nos anos 30 (WARWICK et al. 1934), tentativas para ampliar esta tecnologia só foram descritas bastante tempo depois, com os experimentos de MOORE (1974), TERVIT et al.(1983), CHEMINEAU et al.(1986) e AGRAWAL & GOEL (1991). 2- VANTAGENS DA TE EM CAPRINOS E OVINOS Dentre as várias vantagens da TE, podemos salientar o seu uso como forma de expansão de populações de animais com capacidade melhoradora, permite a introdução de raças exóticas com elevado potencial produtor, maximiza o controle de doenças,
facilita e reduzem os custos de importação e exportação de germoplasmas superiores geneticamente. 3- LIMITAÇÕES DA TE EM CAPRINOS E OVINOS A principal limitação da TE em pequenos ruminantes sempre esteve relacionada a dois fatores: os custos e a metodologia cirúrgica de colheita de embriões. 4- SUPEROVULAÇÃO Em nossa rotina de trabalho, as cabras e ovelhas são tratadas de acordo com os protocolos esquematizados abaixo. A)CABRAS
B) OVELHAS 5- COLHEITA E AVALIAÇÃO DE EMBRIÕES CAPRINOS E OVINOS No Brasil, em nosso ponto de vista, os trabalhos desenvolvidos por PEREIRA et al. (1991) e PEREIRA et al. (1998), foram de fundamental importância para a popularização da TE em cabras, e comparados a repercussão prática que o experimento de ELSDEN et al. (1978), representou para a vaca. Na ovelha, o principal fator que limitava a utilização da TE em escala comercial, sempre foi a dificuldade de serem realizadas colheitas pelo método transcervical. Este fato tornava o método cirúrgico e o laparoscópico as únicas opções de colheita. Estas técnicas traziam como grandes desvantagens a necessidade da aquisição de equipamento de elevado custo, e a formação de aderências do sistema genital das doadoras, reduzindo o número de colheitas efetuadas em uma mesma fêmea, e em algumas vezes até comprometendo a vida reprodutiva futura deste animal. Recentemente, foi possível superar esta grande barreira, tornando a colheita transcervical uma rotina em nosso laboratório (SILVA, et al. 2001; SILVA et al. 2004). Um cateter Nelaton - Robinson, (Ruesch, Nº Ref. 220500 para cabra e Nº Ref. 238500 para ovelha), desprovida de balão, (SUYADI et al. 2000, SILVA et al. 2004), é introduzido no útero com o auxilio de um mandril, após a fixação do óstio cervical com pinças de Posi. O meio de colheita é infundido através de seringa bico para cateter, em um volume que varia de 10 a 30 ml por vez, e em nossa rotina utilizamos um total de 250 ml de meio por corno uterino. A colocação no fundo de saco vaginal das ovelhas de
200 μg Misoprostol (Cytotec ) três a cinco horas antes da colheita, facilitou a passagem do cateter. (SILVA et al. 2004). Recentemente foi descrito por SALLES (2002) e GUSMAO et al.(2002), um método que permite a colheita de embriões de cabras e ovelhas, pela via transcervical, usando um circuito fechado. Uma alternativa ao cateter Nelaton Robinson, com custo mais baixo e acesso mais fácil, seria as sondas naso - gástricas Nº10 ou 12, utilizadas em medicina humana. Entretanto, estas possuem uma entrada que só permite a utilização de seringas, e são muito moles e flexíveis, dificultando a manipulação e possibilitando que se dobrem no interior do útero. O lavado é recolhido e mantido em temperatura ambiente (25 a 30 C), até o momento da transferência. A classificação dos embriões de caprinos e ovinos segue o mesmo padrão descrito para bovinos, de acordo com o método relatado por LINDNER & WRIGHT(1983) e baseado nas normas da Sociedade Internacional de Transferência de Embriões (IETS). 6- TRANSFERÊNCIA A transferência é realizada pelo método semi-laparoscópico, utilizado-se uma mistura de ketamina e xilazina para sedação e após a exteriorização do corno uterino ipsilateral à ovulação o embrião e injetado no útero com o auxílio de um unopet. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGRAWAL, K.P., GOEL, A.K. Production of elite jaminapari kids by embryo transfer technology.indian J.Anim. Reprod.v. 12, p. 78-80, 1991. CHEMINEAU, P., PROCUREUR, R., COGNIÉ, Y., LAFEVRE, P.C., LOCATLLI, A., ELSDEN, R.P., NELSON, L.D., SEIDEL, G.E.,Jr. Superovulating cows with follicle stimulating hormone and pregnant mare s serum gonadotrophin. Theriogenology, v.9,p. 17-26, 1978. FERRAZ, J. B. S.; ELER, J. P. A Importância da Correta Avaliação do Patrimônio Genético antes da Transferência de Embriões. Arquivo da Faculdade de Veterinária UFRGS, Porto Alegre, v.27, n.1, p. 101-109, 1999. FLORES-FOXWORTH, G., MAC BRIDE, B.M., KRAEMER, D.C., NUTI, L.C. A comparison between laparoscopic and transcervical collection and transfer in goats. Theriogenology. v. 37, p. 213, 1992
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