Palavras Chaves: Teorema de Pitágoras; Abordagem Geométrica; Material Manipulável.

Documentos relacionados
TEOREMA DE PITÁGORAS

1 O Teorema de Pitágoras

Grupo 1 - N1M2 - PIC OBMEP 2011 Módulo 2 - Geometria. Resumo do Encontro 6, 22 de setembro de Questões de geometria das provas da OBMEP

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL FARROUPILHA CAMPUS ALEGRETE PIBID

TEOREMA DE PITÁGORAS. TUTORA: Maria Claudia Padilha Tostes. CURSISTA: Eunice Marinho Santos GRUPO 1

ATIVIDADE DE REVISÃO E FIXAÇÃO RELAÇÕES MÉTRICAS NO

DEMONSTRAÇÃO DO TEOREMA DE PITÁGORAS A PARTIR DE MATERIAIS MANIPULÁVEIS. Palavras-chave: Investigação; teorema de Pitágoras; Materiais manipuláveis.

AULA Introdução a Geometria Es- 10 pacial: Pontos, Retas e Planos

PRÁTICAS DOCENTES E O TEOREMA DE PITÁGORAS: UTILIZANDO A DEMONSTRAÇÃO DE PERIGAL

DEMONSTRAÇÃO DOS TEOREMAS DE NAPOLEÃO E PITÁGORAS COM AUXÍLIO DO GEOGEBRA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA PROJETO CAPES OBEDUC UFMS/UEPB/UFAL EQUIPE PROVAS E DEMONSTRAÇÕES MATEMÁTICAS

Triângulos classificação

Expressões Algébricas

Professores: Elson Rodrigues, Gabriel Carvalho, Marcelo Almeida e Paulo Luiz

O TEOREMA DE PITÁGORAS: ALGUMAS POSSIBILIDADES NA ORGANIZAÇÃO DE SEU ENSINO 1

Axiomas de Incidência Axiomas de Ordem Axiomas de Congruência Axioma das paralelas Axiomas de Continuidade

Na forma reduzida, temos: (r) y = 3x + 1 (s) y = ax + b. a) a = 3, b, b R. b) a = 3 e b = 1. c) a = 3 e b 1. d) a 3

SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS

Pontos correspondentes: A e D, B e E, C e F; Segmentos correspondentes: AB e DE, BC e EF, AC e DF.

Teorema de Pitágoras

TEOREMA DE PITÁGORAS: Semelhança de Triângulos

TEOREMA DE PITÁGORAS

Relembrando: Ângulos, Triângulos e Trigonometria...

Como um matemático embrulha presentes gastando pouco material?

FORMAÇÃO CONTINUADA PARA PROFESSORES DE MATEMÁTICA FUNDAÇÃO CECIERJ/SEEDUC-RJ COLÉGIO ESTADUAL DOM JOÃO VI

Geometria Dinâmica e a lei dos cossenos Marcus Alexandre Nunes e Maria Alice Gravina (publicado na Revista do Professor de Matemática, No.

Grupo 1 - PIC OBMEP 2011 Módulo 2 - Geometria. Resumo do Encontro 6, 22 de setembro de Questões de geometria das provas da OBMEP

Teorema de Pitágoras Roberto de Oliveira

Trigonometria no Triângulo Retângulo

LISTA DE EXERCÍCIOS 9º ano 2º bim. Prof. Figo, Cebola, Sandra e Natália

CONSTRUÇÕES COM RÉGUA E COMPASSO NÚMEROS CONSTRUTÍVEIS. Público alvo: Público em geral. Pré-requisito: elementos da geometria plana.

A UTILIZAÇÃO DO SOFTWARE GEOGEBRA NA FORMAÇÃO DE EDUCADORES DE MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL

UM PLANO DE TRABALHO PARA O ESTUDO DO TRIÂNGULO RETÂNGULO E DO TEOREMA DE PITÁGORAS. Eixo Temático: A docência na escola e na formação de professores

Associamos a esse paralelepípedo um número real, chamado volume, e definido por. V par = a b c.

A FORMA das coisas. Anne Rooney Por Margarete Farias Medeiros Geometria Plana/2017 IFC- Campus Avançado Sombrio

Teorema de Tales. MA13 - Unidade 8. Resumo elaborado por Eduardo Wagner baseado no texto: A. Caminha M. Neto. Geometria.

QUESTÃO 16 (SPM) Pedro está rodando um triângulo em torno do ponto P, em sentido horário, tal como se vê nas figuras a seguir.

OFICINA: DESCOBRINDO A BELEZA EXISTENTE NOS TRIÂNGULOS

Avaliação da Execução do Plano de Trabalho 2

Programa da Disciplina

Edital Pibid n 11 /2012 CAPES PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA - PIBID

Coordenadas Cartesianas

Desenho Técnico e CAD Geometria Plana Desenho Geométrico. Geometria Plana Desenho Geométrico. Geometria Plana Desenho Geométrico

Formação continuada em Matemática. Fundação CECIERJ

MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DA MATEMÁTICA DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO LIETH MARIA MAZIERO

O quadrado e outros quadriláteros

Tipo do produto: Plano de aula

Teorema do ângulo externo e sua consequencias

As referências que seguem serão as nossas fontes principais de apoio:

Formação Continuada Nova EJA Plano de Ação 2 Nome: Mônica de Freitas Paradela Regional: Metropolitana I Tutor: Mônica Motta.

Aula 11 Conseqüências da semelhança de

O USO DE MATERIAL CONCRETO NO ENSINO DA MATEMÁTICA Apresentação: Pôster Geovana Medeiros 1 ; Marcos Leonan 2 ; Francismar Holanda 3

AVALIAÇÃO DA IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DE TRABALHO 2. Teorema de Pitágoras

ESTUDO DIRIGIDO 2. 1ª PARTE Tempo: 50 minutos Para alcançar os objetivos propostos, siga as Leitura e compreensão Trabalho coletivo

Geometria Euclidiana Plana Parte I

DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA

Modulo 1. Seja x a medida do ângulo procurado. x complemento: 90º x suplemento: 180º x Interpretando o enunciado temos:

1. Área do triângulo

A lei dos co-senos. Utilizando as razões trigonométricas nos triângulos. b = = 48. b = 4 cos B = 4 8 = 1 2 Þ B = 60º

CECIERJ CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA. Tarefa 4 Grupo 2 Nome: Mônica de Azevedo Braga Gaspar Tutora: Lilian Rodrigues Zanelli da Costa de Paula

UMA PROPOSTA DIDÁTICA PARA O ENSINO DO TRIÂNGULO RETÂNGULO E TEOREMA DE PITÁGORAS UTILIZANDO O FUTEBOL 1

MATRIZ DE REFERÊNCIA PARA AVALIAÇÃO EM MATEMÁTICA 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL SISTEMA PERMANENTE DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA DO CEARÁ SPAECE

PLANO DE CURSO DISCIPLINA: GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA E DESENHO GEOMÉTRICO PERÍODO: 2 O. DISCIP. OBRIGATÓRIA ( X )

DESENHO GEOMÉTRICO AULA 3T EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

O olhar geométrico na atividade de ensino de trigonometria

7º ANO. Lista extra de exercícios

RELATO SOBRE UMA ABORDAGEM LÚDICA DOS CONCEITOS DE ÁREA E PERÍMETRO

GEOMETRIA MOMENTO 03

ATIVIDADE: METODOS DE DIVISÃO DE SEGMENTOS E DA CIRCUFERENCIA.

Material Teórico - Módulo: Vetores em R 2 e R 3. Módulo e Produto Escalar - Parte 1. Terceiro Ano - Médio

CURSO DE MATEMÁTICA BÁSICA PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL CENTRO DE ENGENHARIA DA MOBILIDADE

Estudo de Triângulos - Teorema de Menelaus e Relação de Stewart. 9 ano E.F. Professores Cleber Assis e Tiago Miranda

NOME: ANO: 3º Nº: PROFESSOR(A):

Prova final de MATEMÁTICA - 3o ciclo a Chamada

ROTEIRO DE RECUPERAÇÃO TRIMESTRAL DE GEOMETRIA

Aula 09 (material didático produzido por Paula Rigo)

PITÁGORAS: UM MATEMÁTICO INSUPERÁVEL. ¹Discente do Curso de Matemática da UEG-UnU de Santa Helena de Goiás

Material Teórico - Módulo de Geometria Espacial 2 - Volumes e Áreas de Prismas e Pirâmides. Volumes de Sólidos Semelhantes. Terceiro Ano - Médio

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Rio Grande do Sul Campus Rio Grande CAPÍTULO 4 GEOMETRIA ANALÍTICA

Geometria plana. Índice. Polígonos. Triângulos. Congruência de triângulos. Semelhança de triângulos. Relações métricas no triângulo retângulo

FORMAÇÃO CONTINUADA PARA PROFESSORES DE MATEMÁTICA FUNDAÇÃO CECIERJ/SEEDUC-RJ

Plano de Ensino IDENTIFICAÇÃO. SEMESTRE ou ANO DA EMENTA

Oficina Geoplano. As atividades apresentadas têm o objetivo de desenvolver as seguintes habilidades:

ENQ Gabarito MESTRADO PROFISSIONAL EM MATEMÁTICA EM REDE NACIONAL. Questão 01 [ 1,25 ]

Exercício 2. Na figura abaixo, determine as medidas de x e y,

Disciplina: Matemática Professor (a): Rosângela Ano: 8º Turma: 8.1 e 8.2

Complemento Matemático 03 Ciências da Natureza I TEOREMA DE PITÁGORAS Física - Ensino Médio Material do aluno

Teorema de Pitágoras. Nilson Catão Pablo de Sá

Programa PIBID/CAPES Departamento de Matemática Universidade de Brasília. Divisão com Dobras

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE MATEMÁTICA

Formação Continuada em MATEMÁTICA Fundação CECIERJ / Consórcio CEDERJ

ESCOLA SECUNDÁRIA DE ALBERTO SAMPAIO. 1- Ângulos Definição: Chama-se ângulo à porção de plano limitada por duas semirretas com a mesma origem.

DINAMISMO NA AULA DE GEOMETRIA: O TANGRAM COMO FERRAMENTA PARA O ENSINO DE ÁREAS DE FIGURAS PLANAS

PITÁGORAS: DA LENDA AO TEOREMA 1

Plano de Trabalho Refeito sobre Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo

FICHAS DE HISTÓRIA DA MATEMÁTICA: UMA PROPOSTA PARA AS AULAS DE MATEMÁTICA

Palavras-chave: Subprojeto PIBID da Licenciatura em Matemática, Laboratório de Educação Matemática, Formação de professores.

Objetivos. em termos de produtos internos de vetores.

FORMAÇÃO CONTINUADA PARA PROFESSORES DE MATEMÁTICA FUNDAÇÃO CECIERJ / SEEDUC-RJ COLÉGIO: C. E.

DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA INFORMÁTICA DISCIPLINA:

Transcrição:

O TEOREMA DE PITÁGORAS NO ENSINO FUNDAMENTAL: UMA ABORDAGEM GEOMÉTRICA PARA AS DEMONSTRAÇÕESDO TEOREMA Elaine Cristina dos Santos Silva, Licencianda IFRN, elainecss@hotmail.com.br Rosângela Araújo da Silva, Orientadora IFRN, rosangela.silva@ifrn.edu.br Thiago Jefferson de Araújo, Docente IFRN, thiago.araujo@ifrn.edu.br RESUMO O presente trabalho é um relato da experiência do ensino do teorema de Pitágoras no Ensino Fundamental II através de demonstrações geométricas adequadas a esse nível de ensino. Sabese que a Educação Matemática deve estar sempre voltada para as necessidades dos alunos na construção de seu conhecimento matemático. O uso de materiais manipuláveis no ensino da geometria vem sendo abordado por alguns autores como Lindquist (1994), Lorenzato (2006), Turrioni (2004). Ao associar-se a algumas premissas do construtivismo a utilização de material concreto contribui para o desenvolvimento de habilidades que podem auxiliar na compreensão da geometria. A experiência realizada consistiu em realizar em sala de aula, a demonstração e verificação do teorema de Pitágoras utilizando figuras geométricas. Para tal, utilizamos a demonstração proposta por Henry Perigal em 1873, a demonstração clássica através do quadrado de lado (a+b), a demonstração por semelhança de triângulos e a verificação do teorema através de malha quadriculada. Após um rápido apanhado histórico sobre as demonstrações que seriam realizadas, sob a orientação da professora cada grupo ficou responsável por confeccionar as peças necessárias para sua demonstração ou verificação mediante um passo-a-passo fornecido pela professora. Ao fim, todos os grupos conseguiram realizar as demonstrações, alguns com maiores dificuldades do que outros, devido às diferenças na complexidade de cada uma das demonstrações. Como conclusão da atividade os resultados de cada grupo foram socializados com a turma e cada um teve oportunidade de comentar sobre sua experiência nessa atividade. Diante da experiência realizada, pudemos identificar que os alunos aprenderam de forma mais significativa através da manipulação dos materiais concretos do que simplesmente através de manipulações algébricas. Palavras Chaves: Teorema de Pitágoras; Abordagem Geométrica; Material Manipulável.

INTRODUÇÃO O presente trabalho trata-se de uma intervenção em sala de aula, ocorrido na Escola Estadual João Ferreira de Souza, num intercambio entre escolas e bolsistas do curso de licenciatura em Matemática do IFRN, campus Santa Cruz. O mesmo faz parte do programa institucional de bolsa de iniciação à docência, PIBID, programa esse que é financiado pela (CAPES). Essa intervenção se deu por meio de uma oficina com abordagens geométricas do teorema de Pitágoras, usando materiais manipuláveis. A educação Matemática deve estar sempre voltada para as necessidades dos alunos na construção de seu conhecimento matemático. Para tanto o uso de materiais manipuláveis no ensino da geometria vem sendo abordado por alguns autores como Lindquist (1994), Lorenzato (2006), Turrioni (2004). Ao associar-se a algumas premissas do construtivismo a utilização de material concreto manipuláveis contribui para o desenvolvimento de habilidades que podem auxiliar na compreensão da geometria. Nossa experiência consistiu em realizar em sala de aula, a demonstração e verificação do teorema de Pitágoras utilizando figuras geométricas. E como material manipulável utilizou-se folhas de papel A4 coloridas, EVA, régua e caneta. Para tal, utilizamos a demonstração proposta por Henry Perigal em 1873 a qual usamos EVA, a demonstração clássica através do quadrado de lado (a+b), a demonstração por semelhança de triângulos e a verificação do teorema através de malha quadriculada confeccionada na folha de papel A4 colorida. Inicialmente foi feito um rápido apanhado sobre o contexto histórico em relação ao teorema de Pitágoras e as demonstrações que seriam realizadas, sob a orientação do professor os grupos foram divididos, cada grupo contendo seis alunos, os mesmos ficaram responsáveis por confeccionar as peças necessárias para sua demonstração ou verificação mediante um passo-a-passo fornecido pela professora. O passo-a-passo entregue aos alunos foi feito em uma folha de papel A4 branca contendo as informações necessárias para conseguir chegar à demonstração proposta do teorema.

Ao fim, todos os grupos conseguiram realizar as demonstrações, alguns com maiores dificuldades do que outros, devido às diferenças na complexidade de cada uma das demonstrações. Como conclusão da atividade os resultados de cada grupo foram socializados com a turma e cada um teve oportunidade de comentar sobre sua experiência nessa atividade. Mediante a experiência realizada, pudemos identificar que os alunos aprenderam de forma mais significativa através da manipulação dos materiais concretos do que simplesmente através de manipulações algébricas, me arrisco a afirmar que uma é o complementar da outra. Os alunos socializaram que a tarefa em grupo e com materiais concretos os levaram de fato a uma compreensão do teorema. CONTEXTO HISTÓRICO SOBRE O TEOREMA DE PITÁGORAS Como introdução a nossa oficina, optamos por trazer o texto de Lima (2006) que discorre sobre a história de Pitágoras e do famoso teorema que leva seu nome: Pitágoras (c.569 c.48 a.c.) nasceu na ilha de Samos, perto de Mileto, onde 50 anos antes tinha nascido Tales. Foi a partir das ideias desses dois grandes personagens que a matemática se iniciou como ciência e pôde se desenvolver enormemente nos séculos seguintes. Pitágoras viajou bastante. Esteve no Egito e na Babilônia (talvez tenha ido até a Índia), onde absorveu os conhecimentos matemáticos e as ideias religiosas de cada região. Voltando ao mundo grego, fundou em Crotona (sudeste da Itália de hoje) uma escola, na verdade uma sociedade secreta, dedicada ao estudo da Matemática e da Filosofia, principalmente. Como todos os documentos daquela época se perderam, tudo o que sabemos veio através de referências de outros autores que viveram séculos depois. Por isso, Pitágoras é uma figura obscura na história da Matemática e, para dificultar ainda mais as coisas, a sua escola, além de secreta, eram comunitárias, ou seja, todo o conhecimento e todas as descobertas eram comuns, pertenciam a todos. Assim, não sabemos sequer se foi o próprio Pitágoras que descobriu o teorema que leva o seu nome, pois era comum naquela época dar todo o crédito de uma descoberta ao mestre.

Não conhecemos também qual foi à demonstração original, mas historiadores acreditam que deva ter sido alguma usando áreas. Feita a introdução histórica descrita acima, foi entregue aos alunos o passo-a-passo de cada demonstração, resgatando sempre o enunciado proposto por Pitágoras. Em qualquer triângulo retângulo, a área do quadrado cujo lado é a hipotenusa é igual à soma das áreas dos quadrados que têm como lados cada um dos catetos. DEMONSTRAÇÃO DE HENRY PERIGAL Em 1873 a demonstração de Henry Perigal foi publicada em Londres, como observada na figura abaixo (Figura 1). Trata-se da forma mais evidente de mostrar que a soma das áreas dos quadrados construídos sobre os catetos preenchem o quadrado construído sobre a hipotenusa. Perigal corta o quadrado construído sobre o maior cateto por duas retas passando pelo seu centro, uma paralela à hipotenusa do triângulo e outra perpendicular, dividindo esse quadrado em quatro partes congruente. Essas quatro partes, mais o quadrado construído sobre o menor cateto, preenchem completamente o quadrado construído sobre a hipotenusa. Perigal se orgulhou tanto de sua contribuição, de tal modo que mandou lapidar em seu túmulo um diagrama que representa sua demonstração. (figura 1)

Passo-a-passo entregue aos alunos para a demonstração proposta por Henry Perigal. 1- Construa um triângulo abc e seus respectivos quadrados utilizando a medida de seus lados. 2- Ache o ponto médio do maior cateto. 3- Trace uma reta paralela à hipotenusa do triângulo abc. 4- Trace outra reta perpendicular a construída anteriormente. 5- Recorte os traços feitos. 6- Sobreponha os cortes dos catetos sobre a hipotenusa. 7- O que você notou? Nessa demonstração o corte feito, tem que ser preciso como descritos no passo-apasso o grupo dos alunos responsáveis por essa demonstração alcançaram o êxito proposto que era constatar o teorema, através do passo-a-passo indicado, como evidenciado nas fotos abaixo. (Acervo do autor) DEMONSTRAÇÃO CLASSICA Nessa demonstração o intuito e chegar o que está indicando os quadrados HIJK e QRST, para demonstrar o teorema. Observe a (figura 2).

H I Q R J K S T (figura 2) Os dois quadrados têm a mesma área, já que seus lados têm a mesma medida (b + c). A área do quadrado HIJK é: a 2 + 4. b.c (I). 2 A área do quadrado QRST é: b 2 + c 2 + 4. b.c 2 (II). Igualando as duas equações temos: a 2 + 4. b.c 2 = b 2 + c 2 + 4. b.c 2 Subtraindo 4. b.c 2 dos dois membros temos: a 2 = b 2 + c 2 Portanto demonstramos que um triângulo retângulo qualquer a somo dos quadrados das medidas dos catetos é igual ao quadrado da medida da hipotenusa. Para os alunos nessa demonstração demos o seguinte passo-a-passo. 1- Construa dois quadrados congruentes de lados com medidas de b + c. 2- No primeiro quadrado forme triângulos de lados abc nas extremidades do quadrado. 3- Construa retângulos de lados iguais a b e c respeitando como medidas de b e c as mesmas No segundo quadrado dos triângulos do primeiro quadrado. 4- Trace a diagonal nos retângulos construídos no segundo quadrado. 5- Agora compare a área das figuras do primeiro quadrado com a área das figuras do segundo quadrado. 6- O que você notou? A demonstração envolvendo a área dos quadrados foi tranquilo para alguns alunos dos grupos e outros não, mesmo assim todos em conjuntos alcançaram o objetivo que é

demonstrar o teorema. Os alunos notaram que os triângulos apesar de estar desenhado de forma diferente nos quadrados possuem a mesma a área sendo eles de igual tamanho, assim sendo notificados todos os passos evidencia-se a demonstração. (Acervo do autor) DEMONSTRAÇÃO POR SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS Para essa demonstração utilizamos o triângulo da (figura 3) abaixo. Um triângulo é denominado retângulo se um de seus ângulos é reto, ou seja, tem 90 graus. O lado de maior medida é denominado hipotenusa (a) e os outros dois lados de catetos (b e c). (figura 3)

Para essa demonstração usamos um passo-a-passo mais descritivo tendo em vista uma maior complexidade no entendimento dos alunos. 1- Com base no triângulo que foi dado separe-os e descreva-os. 2- Observe que os triângulos ABH e ABC eles são semelhantes, como decorrência do critério AA, uma vez que ambos possuem um ângulo reto e o ângulo B em comum. Daí construa-os e analise as relações entre os lados homólogos: (as relações que os alunos devem encontrar são as seguintes: c m =a c =b h dessa igualdade temos que c m = a c, logo c2 = a.m. 3- Agora considere o triângulo ABC e HAC. Nessa relação os alunos devem encontrar que AB HA = BC AC = AC HC e respectivamente temos c h = a b = b n temos que: a b = b n, daí, b2 = a.n. dessa igualdade 4- Dessa forma com as relações encontradas é só efetuar a soma entre b 2 + c 2. Então temos que, b 2 = a.n e c 2 = a.m e que a = n + m. Então, b 2 + c 2 = a.n + a.m = a. (n + m) (colocando a em evidencia) = a.a (substituindo n + m por a) Dessa forma chegamos à demonstração em que a 2 = b 2 + c 2 como queríamos. Nessa demonstração os alunos envolvidos necessitaram um pouco mais de atenção, pois, muitos tiveram dificuldade de compreender as relações métricas dos triângulos, mesmo assim o grupo chegou ao resultado final demonstrando o teorema.

(Acervo do autor) VERIFICAÇÃO DO TEOREMA NA MALHA QUADRICULADA Nessa verificação usamos folhas de papel A4 riscadas como malha quadriculada com quadrados de 1 cm. Observe a (figura 4). (figura 4) Passo-a-passo 1-Construa um triângulo abc retângulo na malha quadriculada. (Medidas Inteiras de seus lados). 2- Corte os quadrados dos catetos. 3- Monte os quadrados dos catetos no quadrado da hipotenusa, o corte tem que respeita o inteiro de cada quadrado de 1 cm pelo menos. 4- O que você verificou?

Essa verificação foi bem simples e todos os alunos verificaram diretamente o teorema, o que variou foram os cortes, e todos relataram a facilidade de chegar ao teorema. Para essa verificação utilizamos com os alunos o passo-a-passo descrito logo acima onde os mesmos constataram a relação direta em que a 2 = b 2 + c 2. (Acervo do autor) CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao fim deste trabalho observamos que as manipulações algébricas por si só, deixa muito a desejar no quesito ensino aprendizado. Ao executar as demonstrações geométricas com o material didático manipulável, e fazer a relação ao que já havia sido visto em sala de aula algebricamente, constatou-se com os alunos que essa relação de entendimento ficou bem mais compreensível, pois, os alunos puderam vivenciar e concretizar o que de fato é a relação do teorema em que num triângulo retângulo a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa chegando à relação métrica a 2 = b 2 + c 2. Com a realização dessa experiência, pudemos identificar que o aprendizado dos alunos se deu de forma mais significativa através da manipulação dos materiais concretos do que simplesmente através de manipulações algébricas, pude percebe que uma pode ser o complementar da outra, fazendo com que os nossos alunos tenham mais oportunidades de adquiri o conhecimento. Os alunos participantes da oficina socializaram que de fato agora não mais esqueceriam a relação, pois, a tarefa em grupo e com materiais concretos os levaram a uma compreensão significativa do teorema.

REFERÊNCIAS AUSUBEL, David P.; NOVAK, Joseph D.; HANESIAN, Helen. Psicologia Educacional. Rio de Janeiro: Editora Interamericana Ltda, 1980. LIMA, Elon Lages et al. Temas e Problemas Elementares. 12. ed. Rio de Janeiro: Sbm, 2006. LINDQUIST, Mary M.; SHULTE, Alberto P., orgs. Aprendendo e ensinando geometria. São Paulo: Atual, 1994. LORENZATO, Sérgio Aparecido. Laboratório de ensino de matemática e materiais didáticos manipuláveis. In: LORENZATO, Sérgio (org.). O Laboratório de ensino de matemática na formação de professores. Campinas:Autores associados, 2006. TURRIONI, Ana Maria Silveira. O laboratório de educação matemática na formação inicial de professores. 2004, p.175. Dissertação de Mestrado.UNESP, Rio Claro.