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COMPETÊNCIA NO PROCESSO COLETIVO - PARTE

Parecer pelo conhecimento do conflito, para que seja declarada a competência da Justiça Federal.

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Transcrição:

Número do 1.0000.14.073318-9/000 Númeração 0733189- Relator: Relator do Acordão: Data do Julgamento: Data da Publicação: Des.(a) Marcos Lincoln Des.(a) Marcos Lincoln 11/02/2015 13/02/2015 EMENTA: < CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO DE USUCAPIÃO. RESOLUÇÃO Nº 705/2012 DO TJMG. VARA DE REGISTRO PÚBLICO. COMPETÊNCIA ABSOLUTA. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. REUNIÃO DA DEMANDAS. IMPOSSIBILIDADE. 1) Consoante o disposto na Resolução nº 705/2012 do TJMG, compete à Vara de Registros Públicos da Comarca de Belo Horizonte julgar as ações de usucapião. 2) A competência em razão da matéria é absoluta e não pode ser prorrogada pela conexão ou continência, devendo tramitar em separado as demandas distribuídas entre juízos com competências diversas.> CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 1.0000.14.073318-9/000 - COMARCA DE BELO HORIZONTE - SUSCITANTE: JD V REG PUBL COMARCA BELO HORIZONTE - SUSCITADO(A): JD 22 V CV COMARCA BELO HORIZONTE - INTERESSADO: FATIMA MARILENE LANA, ROLAND LANA E OUTRO(A)(S), FABIO ANTONIO LANA A C Ó R D Ã O Vistos etc., acorda, em Turma, a 11ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos, em < ACOLHER O CONFLITO E DECLARAR A COMPETÊNCIA DO JUÍZO SUSCITADO.>. DES. MARCOS LINCOLN RELATOR. 1

DES. MARCOS LINCOLN (RELATOR) V O T O < Trata-se de Conflito Negativo de Competência, suscitado pela ilustre Juíza de Direito da Vara de Registros Públicos de Belo Horizonte, contra a decisão do douto Juiz de Direito da 22ª Vara Cível da citada Comarca que, nos autos da "AÇÃO REIVINDICATÓRIA" ajuizada por FÁBIO ANTÔNIO LANA em desfavor de ROLAND LANA e FÁTIMA MARILENE LANA, declinou da competência, ao fundamento de que haveria conexão entre a ação reivindicatória (Processo nº 0024.10.203560-7) e a ação de usucapião (Processo nº 0024.12.159224-0), uma vez que existe identidade de objeto, bem como risco de decisões conflitantes. Para tanto, a i. Suscitante, em síntese, afirmou que a competência da Vara de Registros Públicos seria absoluta e, portanto, não poderia ser modificada pela conexão ou continência. Distribuídos, vieram-me os autos conclusos, tendo sido determinada a intimação do Juízo Suscitado, para que prestasse informações e, após, que fosse dada vista à Procuradoria-Geral de Justiça (fl. 14-TJ). O Juízo Suscitado prestou as informações à fl. 23-TJ. Parecer da Procuradoria-Geral de Justiça às fls. 31/34, opinando pela competência do Juízo suscitado. É o breve relatório, passo a decidir. 2

Infere-se dos autos que o feito que originou o conflito ((Processo nº 0024.10.203560-7) tramitava no Juízo Suscitado (22ª Vara Cível) e versa sobre ação reivindicatória ajuizada por FÁBIO ANTÔNIO LANA em desfavor de ROLAND LANA e FÁTIMA MARILENE LANA. Lado outro, a ação de usucapião (Processo nº 0024.12.159224-0) foi ajuizada por ROLAND LANA, discutindo a posse do imóvel objeto da reivindicatória. Pois bem. Dispõe o Código de Processo Civil, em seu art. 103, que "reputam-se conexas duas ou mais ações, quando lhes for comum o objeto ou a causa de pedir"; já o art. 105, do mesmo código, prescreve: "havendo conexão ou continência, o juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, pode ordenar a reunião de ações propostas em separado, a fim de que sejam decididas simultaneamente". Sobre o tema, ensina HUMBERTO THEODORO JÚNIOR: "Ocorre a conexão entre várias ações nos casos previstos no art. 103 (comunhão de objeto ou causa de pedir). A defesa que invoca a conexão é apenas dilatória, já que não visa à extinção do processo, mas apenas à reunião das causas conexas (art. 105). Os autos, no caso do acolhimento da preliminar, são simplesmente remetidos ao juiz que teve preventa sua competência, segundo as regras do artigos 106 e 219" (Curso de Direito Processual Civil, v. I, 18ª ed., Ed. Forense, p. 379). Logo, há conexão de causas pela identidade do objeto mediato, objetivamente considerado aquele sobre o qual a providência 3

jurisdicional pretendida deve recair, ou pela identidade da causa de pedir, que ocorre quando duas ou mais ações se fundam no mesmo ato ou fato jurídico que o autor coloca como fundamento de sua demanda. Todavia, a teor do artigo 102 do CPC, apenas a competência em razão do valor ou território é que poderá ser modificada pela conexão ou continência. LUIZ GUILHERME MARINONI e DANIEL MITIDIERO, comentando tal dispositivo processual, anotam: "Competências Modificáveis pela Conexão. A competência relativa pode ser modificada em razão da conexão. Há impossibilidade, contudo, de modificarse por normas de conexão a competência absoluta (STJ, 1ª Seção, AgRg no CC 43.922/RS, rel. Min. Teori Albino Zavascki, j. em 25.08.2004, DJ 13.09.2004, p. 166)." (Código de Processo Civil Comentado artigo por artigo, 3ª edição revista, atualizada e ampliada. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011, pág. 596). (sem os grifos no original) No caso em apreço, a competência da Vara de Registros Públicos da Comarca de Belo Horizonte/MG foi definida pela Resolução nº 705/2012 do Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, nos seguintes termos: "Art. 1º - As ações de usucapião da Comarca de Belo Horizonte passarão a ser distribuídas à Vara de Registros Públicos dessa Comarca. Art. 2º - As ações de usucapião, já distribuídas na Comarca de Belo 4

Horizonte até a entrada em vigor desta Resolução, nas quais já tenha sido iniciada a instrução, continuarão a tramitar perante dos juízos em que se encontram." Como se vê, trata-se de competência em razão da matéria e, portanto, absoluta, não podendo ser prorrogada nem mesmo pela conexão ou continência. Nesse sentido, este Egrégio Tribunal de Justiça já decidiu: EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE USUCAPIÃO - CONEXÃO COM AÇÃO CIVIL PÚBLICA - REMESSA DOS AUTOS À VARA DA FAZENDA PÚBLICA MUNICIPAL - IMPOSSIBILIDADE - VIGÊNCIA DA RESOLUÇÃO Nº 705/2012 - COMPETÊNCIA ABSOLUTA - IMPRORROGÁVEL - RECURSO NÃO PROVIDO - DECISÃO MANTIDA. - A Resolução nº 705/2012, do Órgão Especial deste Tribunal de Justiça, alterou e ampliou a competência das Varas de Registros Públicos da comarca de Belo Horizonte para também processar e julgar as ações de usucapião. - Sendo a competência absoluta em razão da matéria, não é suscetível a fato modificativo, motivo pelo qual não há que se falar em reunião dos processos pela conexão e conseqüente remessa da ação de usucapião à Vara da Fazenda Pública Municipal, porquanto a competência absoluta é improrrogável. - Além disso, é vedada a cumulação de ações diferentes entre juízos de competências diversas, sobretudo quando existe competência de Vara especializada para uma das ações. - A decisão que entendeu pela não remessa dos presentes autos à 6ª Vara da Fazenda Pública Municipal deve ser mantida e o recurso não provido. (Agravo de Instrumento-Cv 1.0024.07.592796-2/006, Relator(a): Des.(a) Mariângela Meyer, 10ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 26/08/2014, publicação da súmula em 05/09/2014) 5

EMENTA: CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA - AÇÃO DE USUCAPIÃO - RESOLUÇÃO Nº. 705/2012 DO TJMG - COMPETÊNCIA DA VARA DE REGISTROS PÚBLICOS DESTA CAPITAL - POSTERIOR AJUIZAMENTO DE AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE, CONEXA À AÇÃO DE USUCAPIÃO - REUNIÃO DOS PROCESSOS - IMPOSSIBILIDADE - INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DO JUÍZO SUSCITANTE, PARA JULGAR A AÇÃO POSSESSÓRIA - CONFLITO JULGADO PROCEDENTE. - Nos termos do art. 2º, inciso I, da Resolução 705/2012, do TJMG, devem ser redistribuídas à Vara de Registros Públicos as ações de usucapião que se encontram em curso nesta Capital, desde que não tenha sido iniciada a instrução, com colheita de prova. - Ainda que se tenha ajuizado posterior ação de reintegração de posse, conexa à ação de usucapião em trâmite perante a Vara de Registros Públicos desta capital, não há que se falar em reunião dos processos, diante da incompetência absoluta do Juízo suscitante, da Vara de Registros Públicos, para julgar a ação possessória. - Nos termos do art. 102 do CPC, somente a competência em razão do valor e do território é que poderá se modificar pela conexão ou continência. - Conflito de competência julgado procedente, para declarar a competência do Juízo Suscitado, da 20ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte/MG. (Conflito de Competência 1.0000.13.064527-8/000, Relator(a): Des.(a) Eduardo Mariné da Cunha, 17ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 21/08/2014, publicação da súmula em 02/09/2014) Da mesma forma, incabível a remessa da ação de usucapião ao Juízo Suscitado, pois, como se sabe, a modificação da competência pela conexão apenas será possível nos casos em que preenchidos os requisitos dos 1º e 2º do art. 292 do Código de Processo Civil: "Art. 292. É permitida a cumulação, num único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão. 1o São requisitos de admissibilidade da cumulação: 6

I - que os pedidos sejam compatíveis entre si; II - que seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; III - que seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento." Com efeito, não sendo possível a reunião dos feitos, a fim de se evitar decisões conflitantes, o magistrado poderá reconhecer a prejudicialidade entre as ações, suspendendo uma das demandas, nos termos do art. 265, IV, do CPC. A propósito, sobre o tema, o STJ já decidiu: "(...) A modificação da competência pela conexão apenas será possível nos casos em que a competência for relativa e desde que observados os requisitos dos 1º e 2º do art. 292 do CPC. A existência de vara especializada em razão da matéria contempla hipótese de competência absoluta, sendo, portanto, improrrogável, nos termos do art. 91 c/c 102 do CPC. Dessarte, seja porque a conexão não possibilita a modificação da competência absoluta, seja porque é vedada a cumulação em juízo incompetente para apreciar uma das demandas, não é possível a reunião dos feitos no caso em análise, devendo ambas as ações tramitarem separadamente. (...)" (STJ - CC: 105358 SP 2009/0096889-5, Relator: Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Data de Julgamento: 13/10/2010, S1 - PRIMEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 22/10/2010) Pelos motivos expostos, a ação reivindicatória deverá tramitar na 22ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte. 7

Mediante tais considerações, ACOLHO O CONFLITO NEGATIVO, e declaro competente o Juízo da 22ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte, para processar e julgar a ação reivindicatória (Processo nº 0024.10.203560-7). Sem custas.> <> DES. WANDERLEY PAIVA - De acordo com o(a) Relator(a). DES. ALEXANDRE SANTIAGO - De acordo com o(a) Relator(a). SÚMULA: "ACOLHER O CONFLITO E DECLARAR A COMPETÊNCIA DO JUÍZO SUSCITADO" 8