CURSO DE CAPACITAÇÃO 1. TÍTULO SURDEZ E LIBRAS ASPECTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS 2. IDENTIFICAÇÃO DO PROPONENTE Nome do proponente: Lourena Cristina de Souza Barreto Campus/IFG: Goiânia Oeste 3. ÁREAS DE CONHECIMENTO ENVOLVIDA(S): ( X ) Desenvolvimento Educacional e social ( X ) Informação e Comunicação 4. CARGA HORÁRIA A carga horária do curso será de 44 horas 5. PERÍODO DE REALIZAÇÃO (INÍCIO E FIM) O curso apresentará 29 horas que serão distribuídas em 19 encontros, com início no mês de Agosto de 2016 e término em Dezembro do corrente ano. As aulas serão semanais, com duração de uma hora e meia cada e as duas últimas de duas horas. E também 15 horas em atividades complementares. 6. PÚBLICO ALVO Técnicos Administrativos e Docentes do Instituto Federal de Goiás, campus Goiânia Oeste. 7. OBJETIVOS Desmistificar o estigma construído socialmente sobre as línguas de sinais. Proporcionar aos participantes conhecimentos acerca da cultura e identidade surda Proporcionar aos cursistas, conhecimentos básicos sobre a Língua Brasileira de Sinais; Fomentar o respeito aos cidadãos Surdos e à sua cultura; Despertar a consciência para a necessidade de promover a acessibilidade comunicativa aos sujeitos Surdos 8. JUSTIFICATIVA Sabe-se que a língua exerce um papel decisivo na formação dos sujeitos, pois é a partir da aquisição de uma língua que o indivíduo obtém entendimento sobre todas as coisas, dimensiona seus valores, se firma como cidadão, participa das relações sociais, 1
enfim, adquire cultura. Muitos pensavam que os surdos eram incapazes de construir uma comunicação efetiva. A partir de observações a respeito do desenvolvimento da linguagem que esta perspectiva começou a mudar: [...] Todos os seres humanos nascem com os mecanismos da linguagem específicos da espécie, e todos os desenvolvem normalmente, independentes de qualquer fator racial, social ou cultural (SÁNCHEZ 1990, p.17 apud QUADROS, 1997) Os surdos tiveram que suportar preconceitos, castigos, abandonos e se não bastasse: a proibição do uso da língua de sinais. A LIBRAS foi reconhecida como meio legal de comunicação e expressão somente após a promulgação da Lei n 10.436 de 24 de Abril de 2002 e regulamentada pelo decreto de n 5.626 de 22 de Dezembro de 2005 (BRASIL, 2005). Atualmente, porém, os surdos ainda se encontram, de certa forma, segregados, seja nas instituições de ensino, no ambiente familiar ou na sociedade em geral, pois poucos são os ouvintes que possuem fluência para uma comunicação através da língua brasileira de sinais. As pessoas surdas estão conquistando seus espaços, e para isso a comunidade precisa se preparar a fim de construir uma sociedade igualitária, que contemple as diversas formas de aprender e as diferentes manifestações de saberes e considerável valorização da língua de sinais como primeira língua. Este projeto propõe o ensino da Língua Brasileira de Sinais com a perspectiva do surdo como sujeito cultural. O intuito é de valorizar, reconhecer e principalmente colaborar para o respeito à Língua de Sinais Brasileira, e às especificidades culturais de Surdos, visando maior interação com pessoas ouvintes. Assim, poderá ser possível concretizar, cada vez mais, as práticas de respeito e de igualdade à diferença, conforme a Constituição Brasileira preconiza. 9. METODOLOGIA As aulas teóricas e práticas serão ministradas em Língua Portuguesa e em Libras pela professora bilíngue Lourena Cristina de Souza. As aulas serão expositivas, com várias estratégias práticas de ensino para que ocorra o processo de ensinoaprendizagem de forma prazerosa. Serão priorizados exercícios para aperfeiçoamento do uso das expressões faciais e corporais, e dos sinais, em diferentes situações. Também haverá atividades criativas, dinâmicas, com participação de um Surdo, 2
convidado com intuito de promover interação e empoderamento da cultura e identidade surda. Nos últimos módulos, os alunos produzirão diálogos simples, proporcionando uma comunicação básica em Libras com os Surdos. Estas estratégias serão essenciais no decorrer das aulas. 10. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO CRONOGRAMA Mês Carga Horária TEMA Agosto 1h e 30 min Mitos Sobre as Línguas de Sinais Agosto 1h e 30 min O alfabeto manual Treino datilológico Agosto 1h e 30 min Atividade prática - uso de classificadores Setembro Setembro 1h e 30 min 1h e 30 min Números cardinais e ordinais em Libras Como lidar com a pessoa surda Aspectos Históricos de LIBRAS e da Educação de Surdos no Brasil Setembro 1h e 30 min Sinais de cumprimentos Setembro 1h e 30 min Atividade prática - Diálogos Setembro 1h e 30 min Legislação e Educação Bilíngue para Surdos Outubro 1h e 30 min Tipos de verbos em Libras Outubro 1h e 30 min Léxico Verbos e Dinâmica em Grupos Outubro 1h e 30 min Atividade prática - verbos Outubro 1h e 30 min Tipos de frases em Libras 3
Novembro 1h e 30 min Filosofias educacionais para surdos Novembro 1h e 30 min Dias da semana, Meses e Estações do ano Novembro 1h e 30 min Atividade prática Advérbios Novembro 1h e 30 min Léxico - Profissões Dezembro 1h e 30 min Léxico Família Dezembro 1h e 30min Atividade prática - Tradução Dezembro Total de horas: 29 2h Atividade prática com Surdo convidado e Feedback 11. Atividades complementares As atividades complementares terão 12 horas e serão realizadas da seguinte forma: Atividade Quantidade de horas Assistir ao filme "E o seu nome é Jonas". Duração: 153 minutos, responder questionário sobre filme. 3 horas Entregar análise sobre o filme Elaboração de atividade prática classificadores: Leitura da Lei nº 10.436, de 24/04/2002 e do Decreto nº 5.626, de 22/12/2005, com entrega de relatório que ressalte a importância dos mesmos para os sujeitos surdos. Produção de vídeo tema: "diálogo" Pesquisa sobre filosofias educacionais para surdos 3 horas 2 horas 2 horas 3 horas 2 horas Total de horas: 15 4
12. AVALIAÇÃO DE RESULTADOS A avaliação será um processo contínuo, tendo como relevância os seguintes aspectos: Participação individual em atividades práticas; Exercícios práticos em Libras; Exercício de interpretação de frases em Libras; Criação e apresentação de pequenos diálogos em língua de sinais; Avaliação escrita a partir de sinais e do alfabeto datilológico. 13. INCRIÇÕES As inscrições serão realizadas pelo site do Instituto Federal de Goiás, no período de 01 a 08 de agosto de 2016. As vagas são limitadas, sendo oferecidas 40 vagas, sendo 20 no período matutino e 20 no período vespertino. 14. CERTIFICAÇÃO O aluno fará jus à certificação de qualificação profissional do curso de extensão mediante o aproveitamento mínimo de 60% e frequência igual ou superior a 75%. 15. REFERÊNCIAS BRASIL. Decreto n 5.626 de 22 de Dezembro de 2005. Regulamenta a Lei n 10.436, de 24 de Abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais. Libras, e o art. 18 da Lei n 10.098, de 19 de Dezembro de 2000.. Lei n 10.436 de 24 de Abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais- LIBRAS e dá outras providências. GESSER, A. Metodologia de ensino em libras como L2. Disciplina Licenciatura e Bacharelado em Letras-Libras na Modalidade a Distancia. UFSC, Florianópolis, 2010. QUADROS, R. M. Educação de Surdos: a aquisição da linguagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. 5
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