TROCANDO IDÉIAS XX 16 e 17 de junho de 2016 Windsor Flórida Hotel - Rio de Janeiro - RJ Atualização na candidíase de repetição Existem novas propostas de tratamento? Vera Fonseca Conselheira do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (CREMERJ) Chefe do Setor de Patologia do Trato Genital Inferior do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho Universidade Federal do Rio de Janeiro (HUCFF-UFRJ) Professora do Curso de Medicina da Universidade Estácio de Sá
D efinição Processo descamativo e transudativo, que acomete o epitélio vulvovaginal causado pela presença de Candida albicans, associado invariavelmente a quadro inflamatório local de maior ou menor intensidade. MARTINS, 2014
IMPORTÂNCIA DO TEMA Sintomas desagradáveis Automedicação Diagnóstico inadequado pelo próprio ginecologista Processo inflamatório intenso
CANDIDÍASE VULVOVAGINAL 2ª causa de vulvovaginites 1/3 dos casos Não é considerada doença oportunista Não é DST
PREVALÊNCIA 10% a 20% idade reprodutiva 6% a 7% menopausa 3% a 6% pré-púberes SOBEL, 2016
PREVALÊNCIA 75% pelo menos um episódio 40 a 50% apresentarão novo surto 5% a 10% episódios de recorrência MARTINS, 2014
MICROBIOLOGIA 80 a 92%: Candida albicans 2º maior incidência: Candida glabrata Outras: Candida tropicalis Candida krusei Candida parapsilopsis Candida guilliermondi SOBEL, 2016
CANDIDÍASE DE REPETIÇÃO Definida como quatro ou mais episódios de infecção sintomática dentro de 1 ano. CDC, 2015
FATORES DE RISCO Diabetes mellitus Uso prévio de antibiótico Aumento dos níveis de estrogênio Dispositivos contraceptivos Fatores comportamentais
FATORES DE RISCO E AINDA: Deficiências específicas na imunidade local Mulheres alérgicas podem apresentar maior tendência a candidíase recorrente
APRESENTAÇÃO CLÍNICA Prurido vulvar/vaginal Disúria Dispareunia 1 semana antes da menstruação
AGINOSE CITOLÍTICA Prurido vulvar Dispareunia Disúria Corrimento vaginal branco Citologia a fresco Número exagerado de lactobacilos Núcleos celulares desnudos Lise de células epiteliais vaginais ph 3,5 e 4,5
EXAME FÍSICO Eritema em vulva/vagina Edema vulvar Escoriações Conteúdo vaginal branco, espesso e aderente
CLASSIFICAÇÃO CANDIDÍASE COMPLICADA NÃO COMPLICADA
C lassificação Não complicada: Mulheres sadias Sintomas esporádicos e infrequentes Terapia antifúngica e convencional Candida albicans 90% de cura Complicada: Sinais e sintomas graves 3 episódios ou mais por ano Pacientes imunossuprimidas Candida glabrata ou outras não albicans Tratamento mais prolongado Uso de anti-inflamatórios Tratamento profilático
MUNOSSUPRESSÃO Pacientes imunossuprimidas são aquelas em que os mecanismos normais de defesa contra infecção estão comprometidos. TRANSPLANTADAS QUEIMADAS PORTADORAS DE HIV TERAPIA IMUNOSSUPRESSORA
DIAGNÓSTICO ph vaginal <4,5 Wiff teste negativo EXAME A FRESCO: LEVEDURAS OU PSEUDO-HIFAS (40 A 60% DE SENSIBILIDADE) Esfregaço gram: leveduras ou pseudo-hifas (> 65% de sensibilidade) Cultura vaginal positiva para espécies Candida sp. Se possível, devem ser distinguidas se albicans ou não-albicans.
CANDIDA GLABRATA Observada em 10 a 20% das mulheres com candidíase de repetição Agentes terapêuticos azólicos têm eficácia diminuída Maior incidência em mulheres HIV-positivas Microscopia: não forma hifas ou pseudohifas. Somente esporos são visualizados.
T ratamento Controlar fatores predisponentes Não interrompe o tratamento durante o fluxo menstrual Evitar prescrever associações medicamentosas
T ipos de Anti-fúngicos Poliênicos: nistatina Azólicos: miconazol, clortrimazol, econazol e cetoconazol Triazóis: fluconazol, ifraconazol e terconazol Outras opções: violeta genciana, ácido bórico
TRATAMENTO CANDIDÍASE NÃO COMPLICADA CDC, 2015
TRATAMENTO ORAL FLUCONAZOL 150 MG DOSE ÚNICA TRATAMENTO INTRAVAGINAL CLOTRIMAZOL CREME VAGINAL 1% (7 DIAS) ou 2% (3 DIAS) MICONAZOL CREME VAGINAL 2% (7 DIAS) ou 4% (3 DIAS) TIOCONAZOL 6,5% 5g DOSE ÚNICA BUTOCONAZOL 2% 5g DOSE ÚNICA TERCONAZOL 0,4% (7 DIAS) ou 0,8% (3 DIAS) CDC, 2015
TRATAMENTO CANDIDÍASE COMPLICADA CANDIDÍASE DE REPETIÇÃO
TRATAMENTO ORAL TRATAMENTO INICIAL FLUCONAZOL 150 MG A CADA 3 DIAS. TOTAL 3 TOMADAS (DIAS 1,4 E 7 ) TERAPÊUTICA ANTIFÚNGICA TÓPICA 7-14 DIAS TRATAMENTO MANUTENÇÃO FLUCONAZOL 150 MG 1 VEZ POR SEMANA DURANTE 6 MESES AGENTES IMIDAZÓLICOS TÓPICOS DE USO INTERMIDENTE CDC, 2015
CONSIDERAÇÕES TTO profilático com fluconazol : > 93% de resolução nos primeiros 6 meses 40 a 50% das pacientes terão nova recidiva
TRATAMENTO CANDIDÍASE COMPLICADA CANDIDÍASE SEVERA CDC, 2015
TRATAMENTO ORAL FLUCONAZOL 150 MG TOMADA ÚNICA E REPETIR APÓS 3 DIAS (DIAS 1 E 4) TERAPÊUTICA ANTIFÚNGICA TÓPICA 7-14 DIAS CDC, 2015
TRATAMENTO CANDIDÍASE COMPLICADA CANDIDÍASE NÃO ALBICANS TERAPIA DE LONGA DURAÇÃO COM IMIDAZÓLICOS ÁCIDO BÓRICO 600 MG, DIÁRIO, 14 DIAS CDC, 2015
CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS Tratamento do parceiro sexual: balanite Gestação: somente agentes tópicos imidazólicos por 7 dias Tratamento das pacientes HIV positivas não difere
OBRIGADA!