PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO 3ª Turma EMENTA RELATÓRIO

Documentos relacionados
CONSTRUTORA TENDA S/A SEBASTIÃO JORGE GOMES. Giselle Bondim Lopes Ribeiro

A C Ó R D Ã O 5ª T U R M A

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO Gabinete Juiz Convocado 8 Av. Presidente Antonio Carlos, 251

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO

O Sr(a) foi contratado(a) pela reclamante, para defender seus direitos. Os pedidos foram rejeitados na origem e mantidos pelo TRT da 9ª Região.

PROCESSO: RTOrd

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 3ª REGIÃO

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O (Ac. 3ª Turma) GMALB/arcs/AB/lds

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O 8ª Turma GMMEA/arp

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

PROCESSO nº (RO) RECORRENTE: SEST SERVICO SOCIAL DO TRANSPORTE, SENAT SERVICO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE

ADVOCACIA ORNELLAS Dra. Rita de Cássia da Silva - OAB/SP

RECURSO ORDINÁRIO EM RITO SUMARÍSSIMO ORIGEM: 75ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO

Gratuidade de Justiça deferida na sentença.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 3ª REGIÃO TRT RO

ACÓRDÃO RO Fl. 1. DESEMBARGADOR JOÃO PEDRO SILVESTRIN Órgão Julgador: 4ª Turma

ACÓRDÃO RO Fl. 1. JUIZ CONVOCADO MARCOS FAGUNDES SALOMÃO Órgão Julgador: 11ª Turma

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

A Ré, às fls. 70/78, argui preliminar de nulidade por julgamento extra petita e, no mérito, insurge se em relação a declaração de sucessão e quanto a

PROCESSO: RTOrd

Processo originário da 4ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA DO TRABALHO DE SÃO JOÃO DE PADUA

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO

ACÓRDÃO RO Fl. 1. DESEMBARGADOR MILTON VARELA DUTRA Órgão Julgador: 10ª Turma

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Revista n TST-RR , em que é Recorrente

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O 6ª Turma ACV/gp RECURSO DE REVISTA. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. PROGRAMA DE ARRENDAMENTO

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

VOTO: I - R E L A T Ó R I O

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 38ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO. Registro: ACÓRDÃO

ACÓRDÃO RO Fl. 1. DESEMBARGADORA DENISE PACHECO Órgão Julgador: 7ª Turma

R E L A T Ó R I O V O T O. Conheço dos recursos ordinários porque preenchidos os pressupostos legais de admissibilidade.

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO

Acórdão-6ªC RO

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 3ª REGIÃO RECORRIDA( S): SIGMA CALÇADOS VULCANIZADOS LTDA. ME ( 1) ADIDAS DO BRASIL LTDA. (2)

PROCESSO Nº TST-RR C Ó R D Ã O (7ª Turma) GMDAR/MG/

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 1ª Câmara de Direito Público

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Juizes MONICA SENISE FERREIRA DE CAMARGO (Presidente) e ANTONIO AUGUSTO GALVÃO DE FRANÇA.

PROCESSO: RTOrd

RECURSO ORDINÁRIO TRT/RO RTOrd

CCM Nº (Nº CNJ: ) 2017/CÍVEL

ACÓRDÃO RO Fl. 1. JUÍZA CONVOCADA LAÍS HELENA JAEGER NICOTTI Órgão Julgador: 1ª Turma

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O 7ª Turma DCABP/abp/cgel

PROCESSO: RO

Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL Tribunal Regional do Trabalho 2ª Região

CONCLUSÃO: Recurso de revista conhecido e provido.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Revista n TST-RR , em que é Recorrente. e Recorrida.

ACÓRDÃO RO Fl. 1. DESEMBARGADORA MARIA INÊS CUNHA DORNELLES Órgão Julgador: 6ª Turma

DECLARAÇÃO em que constam como embargante, TENDA ATACADO LTDA., e. pretendendo que os embargos também satisfaçam o requisito do

I - Conhecimento. II- MÉRITO. II.1. Verbas rescisórias. Recorre a Reclamada em face da r. decisão

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O (5ª Turma) GMCB/ean

Contrarrazões apresentadas às fls Sem remessa dos autos ao Ministério Público do. Satisfeitos os pressupostos de admissibilidade.

PROCESSO: RTOrd RECURSO ORDINÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Primeiro exercício de Recurso Ordinário

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

PALESTRA SICEPOT MG 11/04/2019. REFORMA TRABALHISTA Lei /2017 Pontos de Atenção

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

ACÓRDÃO AIRO Fl. 1. DESEMBARGADORA ANA ROSA PEREIRA ZAGO SAGRILO Órgão Julgador: 10ª Turma

Trata-se de Embargos de Declaração opostos pelas partes em face do v. aresto de fls. 282/289, sob o argumento de ter ele incidido em omissão.

AGRAVO DE INSTRUMENTO N

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO. Processo nº Página 1 de 6

ACÓRDÃO 3ª TURMA NULIDADE JULGAMENTO EXTRA PETITA É nula a sentença que julga pretensão diversa da formulada pelo Autor. Buffet Amanda Ltda.

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 18ª REGIÃO 3ª TURMA

ACÓRDÃO RO Fl. 1. DESEMBARGADOR ANDRÉ REVERBEL FERNANDES Órgão Julgador: 4ª Turma

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O 6ª Turma GDCCAS/lmx

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

Maurício Tini Garcia RELATOR

PROCESSO: RTOrd

Tribunal de Justiça de Pernambuco Poder Judiciário. 3ª Câmara Cível - Recife. Rua do Brum, 123, 4º andar, Recife, RECIFE - PE - CEP: F:( )

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

PROCESSO: RTOrd. Acórdão 10a Turma

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O 4ª TURMA GDCCAS/CVS/NC/iap

PROCESSO: AP

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 18ª REGIÃO 1ª TURMA

PROCESSO: RTOrd

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O (5ª Turma) GDCMP/msm/gd

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 18ª REGIÃO 1ª TURMA

Poder Judiciário da União TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS. 2ª Turma Cível. Órgão

Adoto o relatório da r. sentença de fs. 142/145, que julgou a ação improcedente. Embargos de declaração (fs. 149), julgou improcedente.

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

PROCESSO: RO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 3ª REGIÃO TRT/ RO

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O (5ª Turma) GMCB/pvc

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O (5ª Turma) GMCB/ssm/wmf

Transcrição:

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO 3ª Turma PROCESSO nº 0011201-96.2013.5.01.0028 (RO) RECORRENTES e RECORRIDOS: SIMONE DOS SANTOS GRANITO e CLARO S.A. RECORRIDA: TELLUS DO BRASIL LTDA. RELATOR: Desembargador RILDO ALBUQUERQUE MOUSINHO DE BRITO EMENTA TERCEIRIZAÇÃO. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DO TOMADOR DE SERVIÇOS. CONFIGURAÇÃO. Na terceirização, o tomador de serviços responde subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas não adimplidas pela empresa contratada, nos termos da Súmula 331, IV, do TST. RELATÓRIO Vistos, relatados e discutidos os presentes autos dos recursos ordinários em que Simone dos Santos Granito e Claro S.A. figuram como recorrentes e recorridos, e Tellus do Brasil Ltda. aparece apenas como recorrida. Insatisfeita com a sentença de fls. 135/146, complementada pela decisão de fls. 170/171, proferidas pela Exma. Sra. Juíza Raquel Pereira de Farias Moreira, da 28ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, recorre a reclamante nas fls. 173/181, insurgindo-se contra a determinação de expedição de certidão de habilitação de crédito na recuperação judicial da primeira reclamada e contra o indeferimento do intervalo previsto no art. 72 da CLT, de indenização por assédio moral, da multa prevista no art. 477, 8º, da CLT e de honorários advocatícios. Por seu turno, a segunda demandada, mediante o apelo de fls. 183/190, renova a preliminar de ilegitimidade passiva e, no mérito, quer excluir a condenação subsidiária que lhe foi imposta. Os recorridos ofereceram contrarrazões nas fls. 198/203 e 204/207. O Ministério Público do Trabalho não interveio no processo.

É o relatório. FUNDAMENTAÇÃO 1. CONHECIMENTO recursos. Porque presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço dos 2. PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM Argui a segunda acionada, nas fls. 185/186, a sua ilegitimidade passiva ad causam, aduzindo, em suma, que não há prova de que houve prestação de serviços exclusivamente em seu favor. A preliminar não prospera. Está legitimado passivamente para a causa aquele a quem se atribui a obrigação de cumprimento de uma pretensão de direito material, exatamente como na espécie. As razões expendidas relativamente à ilegitimidade ad causam dizem respeito, em verdade, ao mérito e não à pertinência subjetiva da ação. Rejeito. 3. MÉRITO 3.1. Recurso da reclamante HABILITAÇÃO DE CRÉDITO NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL Irresigna-se a apelante contra a determinação de expedição de certidão de habilitação do seu crédito no juízo da recuperação judicial, argumentando que a segunda reclamada foi condenada subsidiariamente e, portanto, deve responder pela dívida. Cuidando-se a primeira demandada de uma empresa em recuperação judicial, a presunção que se impõe, obviamente, é de sua incapacidade de pagar o débito, e não o contrário. A responsabilidade subsidiária consiste em uma garantia do credor,

em caso de inadimplemento e falta de bens do devedor principal, cabendo ao devedor secundário, assim declarado no título executivo, cumprir a obrigação que lhe foi imposta. TRT/RJ. Incide na espécie, mutatis mutandis, o disposto na Súmula 20 do Assim, estando a devedora principal submetida ao regime de recuperação judicial, não há porque determinar a habilitação do crédito do reclamante. A execução, no momento, oportuno, deve ser dirigida contra o responsável subsidiário, assim declarado no título executivo. Dou provimento. INTERVALO DO ART. 72 DA CLT A apelante quer obter a condenação das reclamadas ao pagamento de horas extras, face à ausência de intervalo de 10 minutos a cada 90 trabalhados, mas não há evidência de que ela desempenhasse tarefas contínuas de digitação e, portanto, ela não se enquadra na hipótese do art. 72 da CLT. MULTA DO ART. 477, 8º, DA CLT O pedido de multa do art. 477, 8º, da CLT está fundamentado apenas na falta de homologação da rescisão contratual no prazo de dez dias, e não no atraso na quitação das verbas resilitórias, mas não há previsão legal para o pagamento dessa penalidade na hipótese aventada pela recorrente. Agora, em seu apelo, ela sustenta "que havia outras obrigações que deveriam ter sido quitadas dentro do decênio legal, como guias de seguro-desemprego, entrega do TRCT para levantamento dos depósitos de FGTS", o que além de constituir verdadeira inovação recursal, também não autoriza a imposição dessa multa. De qualquer forma, como bem observado pela magistrada de origem (folha 140), a autora contava com menos de um ano de serviço (vide TRCT de folha 88) e, portanto, a homologação da rescisão pelo sindicato da categoria não era obrigatória.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Nesta Justiça Especializada a condenação em honorários advocatícios não decorre simplesmente da sucumbência. É necessária a comprovação dos requisitos descritos na Súmula 219 do TST, hipótese de que não se cuida neste caso. Portanto, não há que se falar na condenação pretendida pela autora. ASSÉDIO MORAL A recorrente baseia seu pedido no uso obrigatório de fantasias. A imposição do uso de fantasia, sem relação com a atividade desempenhada, e ainda com disponibilização de fotos na internet, ou intranet, além da vinculação dessa prática a "eventos motivacionais", caracteriza a conduta abusiva por parte do empregador. No entanto, no caso concreto, não há evidências de que a primeira reclamada tenha submetido a demandante a tal constrangimento. De acordo com o depoimento da testemunha, a reclamante chegou a se fantasiar de noiva em uma festa de Halloween, mas ela não soube dizer se foi na primeira acionada, pois elas trabalharam juntas em outra empresa (folha 134): "...que trabalhavam no mesmo setor; que houve eventos motivacionais na ré, de Halloween, Carnaval; que era obrigatório que se fantasiassem nesses eventos; que a ordem vinha da área de RH, Sra Cristiane, por email ou no corredor da empresa, e pela intranet; que muitas vezes eram os próprios empregados que tinham que escolher e comprar as fantasias, de acordo com o tema; que se lembra que a autora se fantasiou de noiva num Halloween, mas não sabe se foi pela 1a ré, porque já trabalharam juntas em outra empresa; que no carnaval, não se lembra do que a autora usou; que não podiam se recusar a usar as fantasias; que todos ficavam constrangidos em razão do uso dessas fantasias, porque o evento era fotografado e colocado nas redes sociais, intranet da empresa, televisão que ficava no pátio da empresa; que se recusassem a usar a fantasia, poderia haver uma punição..." (grifos meus) Por outro lado, a testemunha sequer se lembrou de uma fantasia que a recorrente tenha usado por determinação da primeira demandada. decisão que indeferiu a indenização. Nesse contexto, inexistindo prova do dano denunciado, está correta a 3.2. Recurso da segunda reclamada

Na terceirização, o tomador de serviços responde subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas não adimplidas pela empresa contratada, nos termos da Súmula 331, IV, do TST. Para o surgimento de tal responsabilidade, não é necessário que a terceirização seja declarada ilícita, ou que haja prestação de serviços de forma exclusiva. No caso concreto, é incontroversa a prestação de serviços do acionante à segunda reclamada, conforme o contrato de fls. 107/117 e o depoimento do seu preposto (folha 133). Portanto, ela é responsável subsidiariamente pelos créditos aqui deferidos, na esteira da Súmula 331, IV, do TST, não havendo o que reformar no julgado. Por outro lado, a qualidade de concessionária de serviços públicos não confere à recorrente o benefício do comando irradiado do art. 71, 1º, da Lei nº 8.666/93, pois sequer estava obrigada a segui-lo. pagar e transmitem-se ao devedor subsidiário. Quanto aos títulos deferidos, eles se traduzem em obrigação de 4. CONCLUSÃO Ante o exposto, conheço dos recursos, rejeito a preliminar de ilegitimidade passiva e, no mérito, dou parcial provimento ao recurso obreiro para excluir do julgado a determinação de expedição de certidão de habilitação de crédito no juízo da recuperação judicial, nos termos da fundamentação; e nego provimento ao recurso da segunda acionada. Custas mantidas. ACÓRDÃO ACORDAM os Desembargadores que compõem a Terceira Turma do Tribunal Regional do Trabalho da Primeira Região, na sessão de julgamento do dia 25 de maio de 2015, sob a Presidência do Excelentíssimo Desembargador Federal do Trabalho Rildo Albuquerque Mousinho de Brito, Relator, com a presença do Ministério Público do Trabalho, na pessoa do Ilustre Procurador Marco Antonio Costa Prado, do Excelentíssimo Desembargador

Federal do Trabalho Antonio Cesar Coutinho Dahia e da Excelentíssima Juíza do Trabalho Convocada Mônica Batista Vieira Puglia, proferir a seguinte decisão: por unanimidade, conhecer dos recursos, rejeitar a preliminar de ilegitimidade passiva e, no mérito, dar parcial provimento ao recurso obreiro para excluir do julgado a determinação de expedição de certidão de habilitação de crédito no juízo da recuperação judicial, nos termos da fundamentação; e negar provimento ao recurso da segunda acionada. Custas mantidas. Desembargador RILDO ALBUQUERQUE MOUSINHO DE BRITO Relator