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Transcrição:

A EXPERIÊNCIA NO ESTÁGIO CURRICULAR E SUGESTÕES PARA TORNAR AS AULAS MAIS DINÂMICAS E INTERATIVAS. ARAÚJO, Rachel Vieira de. Universidade Federal do Ceará. araujorachel@bol.com.br RIBEIRO, Camila Meneses Lima. Universidade Federal do Ceará. Camila84_cml@hotmail.com BARBOSA, Maria Edivani Silva. (Orientadora) Universidade Federal do Ceará. edivanisb@bol.com.br No Brasil, a ciência geográfica passou por grandes transformações ao longo de sua história, desde a época dos jesuítas, passando pela criação dos Estudos Sociais (década de 1970), até os dias atuais. As mudanças concorreram para uma certa desvalorização da Geografia como disciplina escolar e do próprio profissional geógrafo. Na atualidade, observa-se uma mudança no que se refere à formação do professor e as metodologias do ensino da geografia, a começar pela reforma curricular, que teve um acréscimo de disciplinas que valorizam a prática de ensino e o estágio curricular ao longo do curso. Dessa forma, hoje o licenciando tem a oportunidade de cursar disciplinas relacionadas a prática de ensino a partir do segundo semestre e, o estágio curricular no quinto semestre. O presente trabalho vem apresentar relatos pautados a partir das observações nas disciplinas de Estágio Curricular Supervisionado em Geografia I e II (5º e 6º semestres respectivamente), do curso de licenciatura em Geografia, da Universidade Federal do Ceará, que visa aproximar o graduando da educação básica para conhecer essa realidade e proporcionar a interação do mesmo com a sala de aula. Esse é um momento também que o licenciando leva para a educação básica as experiências apreendidas a partir das disciplinas que compõem a estrutura curricular. Os Estágios I e II foram realizados respectivamente, na Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental 15 de Outubro, na turma do 4º Ano do Ensino Fundamental I e na Escola Estadual de Ensino Profissional Joaquim Nogueira, com a turma do 2º Ano do Ensino Médio do curso de Turismo. Ambas localizadas no Município de Fortaleza, no Estado do Ceará. Tendo em vista que muitas dificuldades cercam o trabalho do professor em sala de aula, tais como a falta de formação continuada, as péssimas condições de trabalho, os baixos salários, a carga horária excessiva, etc. destacamos ao longo dos Estágios, a dificuldade em 1

dinamizar as aulas de Geografia, o não uso dos recursos didáticos disponíveis, tornando assim a aula monótona, sem estímulo, um momento estressante pelo qual o aluno tem que passar. Com base nessas observações sentimos a necessidade de trabalhar durante os Estágios na perspectiva de dinamizar mais as aulas de Geografia, com base principalmente no uso dos recursos didáticos. Portanto, o objetivo geral deste trabalho foi compreender como se dá o ensino de Geografia nas salas de aula da Educação Básica. Como objetivos específicos procuramos identificar a importância que os professores de Geografia e os alunos atribuem à disciplina; discutir acerca da utilização dos recursos didáticos nas aulas de Geografia; propor sugestões para dinamizar as aulas de Geografia a partir do uso de recursos didáticos na sala de aula. O trabalho foi realizado em duas etapas compostas por levantamento bibliográfico e trabalho de campo, realizado através de visitas feitas às escolas citadas anteriormente. A primeira etapa consistiu em uma revisão bibliográfica centrada na abordagem de temas referentes à pesquisa, dialogando com diversos autores que tratam sobre a educação, o ensino de Geografia, a ligação entre o turismo e a geografia, pois no Estágio II trabalhou-se na perspectiva do Turismo, na educação profissional e a utilização dos recursos didáticos. Também foram realizadas leituras de documentos pertencentes às escolas, como o Projeto pedagógico da EMEIF 15 de Outubro e a proposta pedagógica da EEEP Joaquim Nogueira. Leituras de documentos relacionados à educação, como os Parâmetros Curriculares Nacionais e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996). Essa etapa permitiu um melhor entendimento da temática em discussão e a construção de um conhecimento a partir da idéia de diversos autores que trabalham esse tema. A segunda etapa consiste nas visitas realizadas às escolas onde ocorreram os Estágios. Este foi o momento de relacionar as leituras realizadas ao longo da formação acadêmica e da realização da pesquisa. Para isso foram realizadas conversas com os coordenadores das escolas e demais responsáveis pela administração das mesmas, com os professores, mostrando os objetivos do trabalho a se realizar. Ainda na segunda etapa da pesquisa foram feitas observações das aulas de Geografia, na EMEIF 15 de Outubro e de Turismo na EEEP Joaquim Nogueira, para entender como as mesmas eram ministradas e como a Geografia estava sendo abordada na sala de aula. Em um 2

momento seguinte foram aplicados questionários com professores e alunos com o objetivo de compreender a importância da Geografia para eles. Com base nos questionários e nas observações feitas em sala de aula, foram dadas sugestões aos professores para dinamizar as aulas de Geografia. Com isso, ocorreu a redação do trabalho final em ambas as disciplinas, mas o tema permanece presente em nossas pesquisas, tendo em vista que as disciplinas de Trabalho de Graduação em Licenciatura I e II, ambas obrigatórias para a conclusão do curso, serão pautados nesta mesma perspectiva, ao trabalharmos a negação dos recursos didáticos no ensino de Geografia na educação básica. DA OBSERVAÇÃO DAS AULAS A SUGESTÕES PARA DINAMIZÁ-LAS Ao trabalharmos com o 4 º Ano do Ensino Fundamental, percebemos que as aulas estavam pautadas apenas no uso do livro didático, na leitura do mesmo e resolução de exercícios, porém este fato nos causou muita inquietação, pois percebíamos que os alunos não sentiam interesse pela aula. Contudo, fizemos sugestões à professora responsável pela turma, para tornar as aulas mais dinâmicas, com o uso de recursos didáticos ou até mesmo incentivando o aluno a participar da construção desse conhecimento fazendo com que ele sinta a importância do seu papel na relação ensino-aprendizagem. Os alunos, no geral, não têm mais paciência para nos ouvir. Devemos não apenas nos renovar, mas ir além, romper a visão cristalizada e monótona da Geografia como a ciência que descreve a natureza e/ou dá informações gerais sobre uma série de assuntos e lugares. Devemos fazer com que o aluno perceba qual a importância do espaço, na constituição de sua individualidade e da(s) sociedade(s) de que ele faz parte (escola, família, cidade, país etc.). (KAERCHER, 2009) Além de acompanhar as aulas, observamos a estrutura geral da escola, suas salas, biblioteca e materiais disponibilizados ao professor para seu uso em sala de aula. Percebemos que a escola possui boas salas de aula, auditório, biblioteca e uma série de recursos didáticos, tais como, globo, mapas, TV e DVD e data show, porém esses recursos não eram explorados em sala de aula pelo professor. 3

Sugerimos ao professor o uso dos recursos essenciais às aulas de Geografia como globo e mapa, dentre outros que podem ser utilizados para dinamizar as aulas de Geografia, tais como vídeos, imagens, músicas, etc. Acreditamos que mesmo a escola não possuindo tais recursos, o professor pode trabalhar o uso de outros que estejam disponíveis no cotidiano dos alunos, como o telejornal, jornal impresso, músicas, etc., pois o aluno tem acesso à vários recursos e já chegam à sala de aula carregado de conhecimentos e estes devem ser trabalhados e tratados pelo professor para que os alunos possam absorvê-los da melhor maneira possível. Existem diversos recursos que podem ser trabalhados em sala de aula, encaixando-os com a disciplina de geografia. Sob a denominação de recursos didáticos, inscrevem-se vários tipos de materiais e linguagens, como livros didáticos, paradidáticos, mapas, gráficos, imagens de satélite, literatura, música, poema, fotografia, filme, videoclipe, jogos dramáticos. Algumas dessas produções já foram incorporadas pelos livros didáticos, colaborando para a compreensão dos textos e aprofundando o conhecimento do espaço geográfico. (PONTUSCHKA, PAGANELLI E CACETE, 2007) Tais recursos estão disponíveis no cotidiano do aluno e do professor e estes quando associados ao ensino de Geografia, as aulas poderão tornar-se mais interessantes e os alunos passarão a sentir-se parte integrante da relação ensino-aprendizagem, a partir do momento em que o professor passe a utilizar essa bagagem de conhecimentos prévios do aluno e transformá-lo em conhecimentos científicos e contribuir também para que o aluno possa refletir sobre temas da atualidade que estão presentes na sociedade. No que se refere ao Estágio II, realizado com os alunos do curso de Turismo da Educação Profissional, observamos as aulas, em sua maioria pautada nas apostilas confeccionadas pelo professor, já que a escola não dispunha de material didático para os alunos do curso de turismo. Porém, o professor Cairo César, responsável pelas aulas de Turismo, sempre deixou claro em sala de aula a importância dos alunos se dedicarem aos estudos e também em participarem da aula, pois por tratar-se de um curso que forma profissionais que irão lidar com o público, esses alunos não podem se sentir intimidados ao expor suas opiniões. Percebemos o interesse do professor em repassar os conteúdos e dinamizar as aulas, porém, nem sempre isso era possível, pois em muitos momentos a turma precisava 4

deslocar-se para participações em eventos e/ou aulas de campo, mas em todas as vezes que estivemos presentes, o ônibus não estava disponível, fazendo com que a aula fosse cancelada, ou se fosse perto, os alunos iam à pé, ou faziam o uso do transporte coletivo. Com isso, identificamos as dificuldades em modificar as aulas, pois entendemos que o aprendizado não se dá apenas no contexto da sala de aula, mas acontece em vários momentos do dia-a-dia. Ao aplicarmos os questionários aos alunos do curso de Turismo, com o objetivo de identificar como eles percebem a Geografia e sua importância para sua formação como futuros profissionais do turismo. Identificamos que a maioria dos alunos viam na Geografia apenas a parte física, a natural, eles estavam preocupados com as questões ambientais globais e poucos relatavam o papel do turismo na construção e modificação do espaço. A nosso ver, as reflexões sobre o papel do turismo na organização do espaço geográfico, devem ser repassadas aos alunos, para eles terem consciência de seu papel como turismólogo como uma atividade que mais cresce e transforma o mundo. Segundo Xavier (2006), ao tratar sobre o turismo. Como atividade que mais cresce no mundo hoje, o turismo vem proporcionando enormes transformações na organização dos espaços geográficos, explorando as grandes riquezas conhecidas e procurando novos espaços. (XAVIER, 2006). Pautadas nas observações, identificamos que o ensino de Geografia na Educação Básica ainda precisa sair da monotonia, pois percebemos que os professores ainda estão trabalhando na perspectiva da Geografia decoreba, desde a época dos jesuítas e perpassou até os dias atuais. Este fato contribuiu para que muitas pessoas, inclusive alunos e professores, vissem a Geografia como uma disciplina fácil e que se exige pouco, apenas decorar nomes de rios, capitais, estados etc. Com base nessas observações, podemos identificar a partir da idéia de Sousa Neto (2000), a elaboração da Geografia como ciência. Poderíamos dizer que à medida que a Geografia teve como papel descrever a natureza dos diversos lugares do mundo, o modo de vida das populações e seus recortes territoriais naturalizados, ela própria foi sendo elaborada como ciência (SOUSA NETO, 2000, p. 11). Essa idéia deve ser ultrapassada pela sociedade, pelos professores e alunos, para que a Geografia seja realmente construída como uma disciplina interessante e que aborda temas importantes e que influenciam no dia-a-dia da sociedade. Para isso, o papel do professor em 5

sala de aula é despertar nos alunos o interesse pela disciplina e ele pode fazer isso através do uso dos recursos didáticos e de discussões que incentivem a participação do aluno na aula para que ele perceba seu papel na relação ensino-aprendizagem e também seu papel na sociedade. BIBLIOGRAFIA CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia e práticas de ensino. Goiânia: Alternativa, 2002. LACOSTE, Yves. Geografia: isso serve em primeiro lugar, para fazer a guerra. Tradução: Maria Cecília França Campinas: Papirus, 1988. LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. MORANDI, Sônia. Espaço e Turismo: uma proposta de Geografia para o pós-médio. In: PONTUSCHKA, Nídia Nacib; OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino (Orgs.). Geografia em Perspectiva. São Paulo: Contexto, 2006. p. 69-76. NAPOLITANO, Marcos. Como usar a televisão na sala de aula. 5ed. São Paulo: Contexto, 2003. PILETTI, Claudino. Didática Geral. 21ed. São Paulo: editora ática. PONTUSCHKA, Nídia Nacib; PAGANELLI, Tomoko Iyda; CACETE, Núria Hanglei. Para ensinar e aprender Geografia. 1ed. São Paulo: Cortez Editora, 2007. PRADA, Luis Eduardo Alvarado. Dever e direito à formação continuada de professores. 2006. Proposta Pedagógica CEJOVEM - Joaquim Nogueira. Secretaria da Educação Básica /Ceará. Fortaleza, 2008. ROCHA, Genylton Odilon Rêgo da. Uma breve história da formação do(a) professor(a) de Geografia no Brasil. Terra Livre, São Paulo, n. 15, p. 129-144, 2000. SCHAFFER, Neiva Otero; KAERCHER, Nestor André; GOULART, Lígia Beatriz; CASTROGIOVANNI, Antônio Carlos. Um globo em suas mãos: Práticas para a sala de aula. 2ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2005. STRAFORINI, Rafael. Ensinar Geografia: o desafio da totalidade - mundos nas séries iniciais. São Paulo: Annablume, 2004. 6

SOUSA NETO, Manoel Fernandes de. A ciência geográfica e a construção do Brasil. Terra livre, São Paulo, n.15, p. 9-20, 2000 XAVIER, Herbe. A incorporação da dimensão do Turismo do ensino da Geografia. In: PONTUSCHKA, Nídia Nacib; OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino (Orgs.). Geografia em Perspectiva. São Paulo: Contexto, 2006. p. 59-68. Proposta Pedagógica CEJOVEM - Joaquim Nogueira. Secretaria da Educação Básica /Ceará. Fortaleza, 2008. 7