Profa. Cláudia Herrera Tambeli

Documentos relacionados
CONTRAÇÃO MUSCULAR. Letícia Lotufo. Estrutura. Função. Fonte: Malvin et al., Concepts in humam Physiology

Contração Muscular. Profa. Dra. Eliane Comoli Depto de Fisiologia da FMRP-USP

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM Disciplina de Fisiologia. O Músculo Estriado Esquelético

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM Disciplina de Fisiologia. O Músculo Estriado Esquelético

Fisiologia do Tecido Muscular. Dra. Elaine Del Bel 2017

21/08/2016. Fisiologia neuromuscular

Eletrofisiologia 13/03/2012. Canais Iônicos. Proteínas Integrais: abertas permitem a passagem de íons

Músculo liso: Musculo Liso. Contração do Musculo Liso. Músculo cardíaco: Musculo Liso

31/10/2017. Fisiologia neuromuscular

FISIOLOGIA MUSCULAR. Mecanismos de controle da força. Enquanto é dada a AP Profa Silvia Mitiko Nishida. Miron, 450 a.c

Tecido Muscular. Tecido muscular estriado esquelético - voluntário (sistema nervoso somático)

Histologia do tecido muscular. Professora: Me. Gilcele Berber

Metabolismo muscular. Sarcômero: a unidade funcional do músculo Músculo cardíaco de rato. Músculo esquelético de camundongo

Tema B ORGANIZAÇÃO MICROSCÓPICA E CONTRAÇÃO MUSCULAR

A CARNE. Componentes da Carne. Tecido muscular. Tecido Adiposo. Tecido Conjuntivo 22/2/2011

MÚSCULO ESQUELÉTICO INSTITUTO DE FISIOLOGIA. Francisco Sampaio

FISIOLOGIA DO SISTEMA MUSCULAR

Prof. Mda. Ana Carolina Kanitz

13/10/2014 TECIDO MUSCULAR. Funções. Locomoção; Postura; Respiração; Fala; Digestão; Propulsão; CONTRAÇÃO!!!!

Motores moleculares. Miosina. Kinesina. Dineína. Usa a actina como substrato. Usa os microtúbulos como substrato.

Biofísica Molecular. Bases Moleculares da Contração Muscular. Prof. Dr. Walter F. de Azevedo Jr Dr. Walter F. de Azevedo

24/07/16 MUSCULO CARDÍACO (MIOCÁRDIO) MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO MÚSCULO LISO. Sistema Muscular PROF. VINICIUS COCA

TECIDO MUSCULAR (parte 1)

Músculo esquelético. Dinâmica da contração muscular. Biofísica 2018 / Ciências Biológicas / FCAV UNESP

Fisiologia da motilidade

Composição Celular do Músculo

BIOLOGIA HUMANA 11º TD

PROPEDÊUTICO Tecido Muscular

FISIOLOGIA DA CONTRAÇÃO MUSCULAR DISCIPLINA: FISIOLOGIA I

FISIOLOGIA DA CONTRAÇÃO MUSCULAR DISCIPLINA: FISIOLOGIA I

FACULDADE de MOTRICIDADE HUMANA

CONTRAÇÃO MUSCULAR. Diego V. Wilke

Tecido Muscular Estriado Esquelético Fibra Muscular Estriada

Fisiologia da Contração dos Músculos Esqueléticos

REVISÃO DO PROCESSO DE CONTRAÇÃO MUSCULAR

05/10/2013. Biomecânica dos Músculos Esquelético O SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO FUNÇÃO DO SISTEMA MÚSCULO ESQUELÉTICO

13/08/2016. Movimento. 1. Receptores sensoriais 2. Engrama motor

O tecido muscular é constituído por fibras musculares. Apresenta contratibilidade.

Sistema Músculo Esquelético. Profª Talita Silva Pereira

UNIFEBE CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRUSQUE. CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA 6ª Fase

SISTEMA NEUROMUSCULAR. Prof.ª Ana Laura A. Dias

Liso 4/5/2010. Existem 3 tipos de Tecido Muscular

SISTEMA MUSCULAR. Estriado cardíaco. Miócitos estriados com um ou dois núcleos centrais.

FUNÇÕES VITAIS ANIMAIS. Movimentação e Contração muscular

Sistema Nervoso Central Quem é o nosso SNC?

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

Tecnologia de Carnes e Derivados

Contração e Excitação do Músculo Liso

Prof. João Ronaldo Tavares de Vasconcellos Neto

Tecido muscular Capítulo 5

Jan Cabri / Raul Oliveira 2º ano 2008/2009. Temas do Programa. Organização e controlo dos movimentos

Qual é o objeto de estudo da Fisiologia Humana? Por que a Fisiologia Humana é ensinada em um curso de licenciatura em Educação Física?

Sinapses. Comunicação entre neurônios. Transmissão de sinais no sistema nervoso

06/11/2018. Fisiologia neuromuscular. Potencial de ação

Comunicação entre neurônios. Transmissão de sinais no sistema nervoso

RCB0106. Sistema Locomotor. Músculo Esquelético. Profa. Dra. Constance Oliver Profa. Dra. Maria Célia Jamur

ESTUDO DO MOVIMENTO M Ó D U L O 2

SISTEMA MUSCULAR. Prof. Íris de Santana

MÚSCULOS ESTRIADOS ESQUELÉTICOS COMPONENTES ANATÔMICOS VENTRE MUSCULAR FÁSCIA MUSCULAR TENDÕES E APONEUROSES BAINHAS TENDÍNEAS / SINÓVIAIS

Biologia. (5168) Tecido Muscular / (5169) Tecido Nervoso. Professor Enrico Blota.

Anatomia e funcionamento do aparelho locomotor

Tema 07: Propriedades Elétricas das Membranas

Estrutura & Bioquímica do Músculo

Roteiro. Contracao muscular e potencial de acao. Musculo cardiaco caracteristicas da contracao do musculo cardiaco

POTENCIAL DE MEMBRANA E POTENCIAL DE AÇÃO

TECIDO MUSCULAR. 1º ANO 2013 Prof a. Rose Lopes. na oca traz corpos humanos reais plastificados/

UNIFACISA Faculdade de Ciências Médicas Curso: Medicina Disciplina: Fisiologia Médica I Professor: Diego Neves Araújo Prova Unidade I

TECIDO MUSCULAR células musculares todo movimento postura miofibrilas ou miofilamentos tecido conjuntivo vasos sanguíneos

Tecido Muscular. Prof. Dr. Leonardo Augusto Kohara Melchior Disciplina de Histologia UFAC / CCBN / CCSD

TECIDO MUSCULAR. - Movimentos corporais. - FIBRAS MUSCULARES Ä = células alongadas (até 30 cm) Ä ÓÓ filamentos citoplasmáfcos

Bioquímica Prof. Dr. Walter F. de Azevedo Jr.

Fibra e Metabolismo Muscular Esquelético: Efeitos do Exercício Físico

Tema 07: Propriedades Elétricas das Membranas

Anatomia Humana Martini, Timmons & Tallitsch. Morfologia Humana. Prof. Dr. Marcos Roberto de Oliveira.

Tecidos nervoso e muscular. Capítulos 9 e 10 Histologia Básica Junqueira e Carneiro

1. TECIDO MUSCULAR. Figura 1: Tipos de tecido muscular: liso, estriado cardíaco, estriado esquelético

TECIDO MUSCULAR (parte 2)

Biofísica. Contração Muscular. Prof. Dr. Walter F. de Azevedo Jr Dr. Walter F. de Azevedo Jr.

FISIOLOGIA HUMANA. Prof. Vagner Sá UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO

Organização geral. Organização geral SISTEMA NERVOSO. Organização anatómica. Função Neuromuscular. Noções Fundamentais ENDÓCRINO ENDÓCRINO

1) Neurônios: Geram impulsos nervosos quando estimulados;

Prof. João Ronaldo Tavares de Vasconcellos Neto

DIVERSIDADE TECIDUAL TECIDO MUSCULAR PROFA. JANAINA SERRA AZUL M. EVANGELISTA

Fundamentos de Fisiologia aplicada ao Pilates

BIOMECÂNICA BIOMECÂNICA INTERNA. Prof. Kelser de Souza Kock.

Tecido Nervoso. 1) Introdução

TECIDOS MUSCULARES Fonte fibras musculares ou miócitos actina miosina Tipos de tecido muscular estriado esquelético estriado cardíaco liso

TECIDO MUSCULAR CONTINUAÇÃO...

Sistema Nervoso Central - SNC Sistema Nervoso Central Quem é o nosso SNC?

SISTEMA MUSCULAR TIPOS DE MÚSCULOS (~ 40 % DA MASSA CORPORAL) CARACTERÍSTICAS BIOMECÂNICAS

MORFOFISIOLOGIA E ENVOLTÓRIOS COMPONENTES ANATÔMICOS RELACIONADOS AO MÚSCULO ESQUELÉTICO VENTRE MUSCULAR FÁSCIA MUSCULAR

UNIDADE MOTORA. Conceito

O músculo esquelético

CARACTERÍSTICAS. Certos componentes das células musculares recebem nomes especiais: sarcoplasmático. o Membrana plasmática sarcolema;

TECIDO NERVOSO (parte 2)

Células da Glia Funções das células da Glia

SNC. Músculos. Vias de comunicação do sistema nervoso. Receptores. Efetores. Processamento. Via eferente. Via aferente. Transmissão. Transmissão. Ex.

Músculo esquelético. Dinâmica da contração muscular. Biofísica Vet FCAV/UNESP

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA. Hormônios. Disciplina: Bioquímica 7 Turma: Medicina

Transcrição:

Profa. Cláudia Herrera Tambeli

Tipos de Músculos Estriado Liso Cardíaco Involuntário Esquelético Voluntário Involuntário

Funções do músculo esquelético Relação Movimento/Força O músculo se contrai e encurta. O músculo se contrai, mas não se encurta. (contração isométrica-não há alteração de comprimento, há força) Movimento Nenhum movimento Força

Estrutura do Músculo Esquelético fascículo Fibra muscular miofilamentos miofibrila

Estrutura do Músculo Esquelético Filamentos finos - Actina Troponina Tropomiosina Molécula de Actina G Filamentos grossos- Miosina Molécula de Miosina Cauda da miosina Cabeça da miosina Dobra

Sarcômero Unidade Funcional Fundamental sarcômero Fibra ou célula muscular

Sarcômero Unidade funcional fundamental Linha M- divide sarcômero no meio Faixa A- Anisotrópica (actina + miosina) Faixa I Isotrópica (actina)

Sarcômero Unidade funcional fundamental

Contração Muscular Visão Microscópica sarcômero % tensão desenvolvida (aumenta quando diminui tamanho do sarcômero por contração)

PROPRIEDADES MECÂNICAS DO MÚSCULO ESQUELÉTICO RELAÇÃO COMPRIMENTO FORÇA Existe um comprimento inicial ótimo de repouso, no qual o músculo desenvolve uma força de contração máxima. Ponte Cruzada- ligação da cabeça da Miosina com Actina Contração Máxima- maior quantidade de pontes cruzadas possível, antes que ocorra sobreposição de Actina A B C

Base molecular da contração muscular Papel do ATP

Base molecular da contração muscular Papel do ATP

Base molecular da contração muscular Papel do ATP

Base molecular da contração muscular Papel do Ca 2+ Estado relaxado Início da contração Cabeça da miosina Troponina Actina G Tropomiosina Força de contração Tropomiosina se desloca expõe o sítio de ligação da Actina G Tropomiosina: Bloqueia o sítio de ligação na Actina G Ca 2+ citosólico A Actina G move-se

Contração Muscular Visão Macroscópica 40% do peso corporal Músculos de controle voluntário- inervados por motoneurônios, cuja atividade resulta em contração Contração Muscular

Contração Muscular Visão Microscópica Acoplamento Excitação - Contração Motoneurônio Junção Neuromuscular Ach Unidade Motora (conjunto de fibras musculares inervadas por 1 motoneurônio)

Contração Muscular Visão Microscópica Junção Neuro-muscular Ca ++ Cálcio entra no motoneurônio porque o PA promove abertura de canais de Cálcio voltagem dependentes. A entrada de Cálcio promove fusão da vesícula com membrana do motoneurônio permitindo exocitose de Acetilcolina Ach

Potencial de Placa Motora

Potencial de Placa Motora Potencial de Ação Potencial de Membrana de repouso PPM Estímulo Limiar Acetilcolina se liga a receptores e abre canais de Sódio que promoverão despolarização

MECANISMO DE AÇÃO DO BOTOX LIGAÇÃO A toxina botulínica (tipo A) se liga ao terminal do neurônio motor e é seletiva para os terminais neurais colinérgicos. INTERNALIZAÇÃO A toxina é internalizada por endocitose BLOQUEIO Qual o mecanismo de ação da toxina? A toxina bloqueia a liberação de acetilcolina ao degradar a enzima citoplasmática SNAP-25 necessária ao processo de liberação do neurotransmissor O que isso provoca? Isso nibe o processo de contração muscular

RAMIFICAÇÃO NEURAL Evidências indicam que a denervação produzida pela toxina botulínica tipo A resulta em expansão da região da placa motora e estimulação do crescimento de ramificações colaterais RESTABELECIMENTO DA CONEXÃO NEURONAL Uma ramificação neuronal estabelece uma nova juncão neuromuscular e a atividade muscular retorna gradativamente após 3 meses. Uma nova aplicação é necessária para manter o efeito clínico desejado.

Alterações na JNM Ex. Curare: paralisia Qual o mecanismo de ação do curare? Bloqueio do receptor nicotínico da acetilcolina nas sinapses excitatórias nicotínicas Porque isso resulta em paralisia? Porque o neurotransmissor da JNM é a acetilcolina Acetilcolina Efeitos Pós Sinapticos Curare

Poliomielite Vírus da polio invade o neurônio motor e produz degeneração neuronal Resultando em denervação da fibra muscular

Destruição do neurônio infectado resulta em degeneração axonal e denervação da fibra muscular que ele inerva Esse processo resulta em perda da função muscular e paralisia muscular

Contração Muscular Visão Microscópica + + -+- - Na +- - + - + + Túbulo T miofibril a sarcolema Ca ++ Túbulos T Retículo sarcoplasmático retículo Potencial de Ação abre Canais de Cálcio do Retículo Sarcoplasmático, Cálcio entra na fibra, liga-se a troponina...

Base molecular da contração muscular Papel do Ca 2+

Base molecular da contração muscular Papel do Ca 2+

Animação: Ciclo das Pontes Cruzadas

Eventos elétricos e mecânicos da contração muscular

Relaxamento (Para músculo relaxar, Cálcio tem que voltar para Retículo Sarcoplasmático) Túbulo T Ca ++ retículo

Origem da Energia Muscular ATP ADP + Pi Quantidade de ATP dentro da fibra muscular suficiente para 8 contrações

Origem da Energia Muscular Fontes para Refosforilação: 1. FOSFOCREATINA: 8 seg 2. GLICOGÊNIO: 1 min 3. METABOLISMO OXIDATIVO:... horas

Fadiga Muscular Condição em que o músculo não é mais capaz de gerar ou sustentar a produção de potência esperada Causas: 1) Depleção de glicogênio 2) Aumento de fosfato inorgânico 3) Redução na [ ] de K + na fibra muscular 4) Fadiga central

TIPOS DE FIBRAS MUSCULARES FÁSICOS (brancos) TÔNICOS (vermelhos vermelhos) Fibras de contração rápida [ ] mioglobina Grande potência e velocidade Se fatigam rapidamente Fibras de contração lenta [ ] mioglobina Resistentes à fadiga

PROPRIEDADES MECÂNICAS DO MÚSCULO ESQUELÉTICO TIPOS DE CONTRAÇÃO ISOTÔNICA (contração que gera movimento) ISOMÉTRICA (contração que não gera movimento) A maioria das contrações são um PADRÃO MISTO.

As disfunções musculares possuem múltiplas causas Exemplos: Cãibras musculares Fadiga ou dano muscular (superuso) Atrofia muscular (desuso) Desordens adquiridas (doenças autoimunes, toxinas, etc.) Bíceps normal Diminuição do bíceps por atrofia

A força de contração aumenta com a somação das contrações musculares (a) Abalos únicos Tempo (ms) (b) Somação temporal Tempo (ms) Antes do músculo relaxar, ocorre outra contração que se soma com a anterior porque não dá tempo de todo Cálcio voltar ao Retículo Sarcoplasmático

Tetania Incompleta (c) Somação que leva a uma tetania incompleta Tensão máxima Tempo (ms)

Tetania Completa (d) Somação que leva a uma tetania completa Tensão máxima fadiga Tensão de um aúnico abalo Tempo (ms) (Depois de Tetania Completa, músculo entra em fadiga se a estimulação continuar)

A contração depende dos tipos e do número de unidades motoras Somação espacial Medula espinal Neurônio 1 Neurônio 2 Nervo motor Neurônio 3 LEGENDA Unidade motora 1 Unidade motora 2 Unidade motora 3

Somação Temporal- Ocorre com aumento da freqüência de estimulação, não dá tempo para o Cálcio voltar ao retículo sarcoplasmático. Somação Espacial- Ocorre com o Somação Espacial- Ocorre com o aumento da intensidade do estímulo. Aumenta o número de fibras musculares se contraindo ao mesmo tempo.