ANO XIX - 2008-1ª SEMANA DE MAIO DE 2008 BOLETIM INFORMARE Nº 18/2008 ASSUNTOS PREVIDENCIÁRIOS ASSUNTOS TRABALHISTAS



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Transcrição:

ANO XIX - 2008-1ª SEMANA DE MAIO DE 2008 BOLETIM INFORMARE Nº 18/2008 ASSUNTOS PREVIDENCIÁRIOS CESSÃO DE MÃO-DE-OBRA E EMPREITADA - RETENÇÃO - PARTE II Retenção/Condições Especiais/Aposentadoria Especial - Alíquota Diferenciada - Nota Fiscal Específica ou Discriminação - Apuração da Base de Cálculo - Previsão Contratual e Não Discriminação na Nota Fiscal, Fatura ou Recibo - Não Existência de Previsão Contratual - Obrigações Das Empresas - Contratante e Contratada - Contratada - Retenção na Construção Civil - Conceito - Retenção - Serviços Não Sujeitos à Retenção - Instalação do Material ou do Equipamento/Mão-de-Obra - Serviços Sujeitos à Retenção e Serviços Isentos de Retenção na Mesma Obra - Anexo XIII... ASSUNTOS TRABALHISTAS Pág. 149 NOVAS ORIENTAÇÕES JURISPRUDENCIAIS - TST Novos Posicionamentos - Orientação Jurisprudencial/Conceito - Matérias Controvertidas - OJ/SBDI-1/nº 353/Equiparação Salarial - OJ/SBDI-1/nº 354/Intervalo Intrajornada - OJ/SBDI- 1/nº 355/Intervalo Interjornada - OJ/SBDI-1/nº 356/Programa de Demissão Voluntária - OJ/ SBDI-1/nº 357/Recurso/Extemporaneidade - OJ/SBDI-1/nº 358/Salário-Mínimo Proporcional - OJ/SBDI-1/nº 359/Substituição Processual/Sindicato - OJ/SBDI-1/nº 360/Turno Ininterrupto de Revezamento... Pág. 144

MAIO - Nº 18/2008 TRABALHO E PREVIDÊNCIA ASSUNTOS PREVIDENCIÁRIOS CESSÃO DE MÃO-DE-OBRA E EMPREITADA Retenção - Parte II Sumário 1. Retenção - Condições Especiais - Aposentadoria Especial 1.1 - Alíquota Diferenciada 1.2 - Nota Fiscal Específica ou Discriminação 1.3 - Apuração da Base de Cálculo 1.3.1 - Previsão Contratual e Não Discriminação na Nota Fiscal, Fatura ou Recibo 1.3.2 - Não Existência de Previsão Contratual 1.4 - Obrigações Das Empresas 1.4.1 - Contratante e Contratada 1.4.2 - Contratada 2. Retenção na Construção Civil 2.1 - Conceito 2.2 - Retenção 2.3 - Serviços Não Sujeitos à Retenção 2.4 - Instalação do Material ou do Equipamento - Mão-de-Obra 2.5 - Serviços Sujeitos à Retenção e Serviços Isentos de Retenção na Mesma Obra 2.6 - Anexo XIII 1. RETENÇÃO - CONDIÇÕES ESPECIAIS - APOSENTA- DORIA ESPECIAL 1.1 - Alíquota Diferenciada Como estudamos no Bol. INFORMARE anterior sobre Cessão de Mão-de-Obra - Retenção - Parte I, o valor da alíquota para retenção é de 11% (onze por cento) do valor bruto da Nota Fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços. Porém, há situações em que o valor da alíquota para retenção poderá ser de 13% (treze por cento), 14% (quatorze por cento) ou 15% (quinze por cento), dependendo das condições em que o serviço é prestado. Para melhor esclarecer, ressaltamos que, de acordo com a Lei nº 10.666, de 08 de maio de 2003, quando a atividade dos segurados na empresa contratante (tomadora) for exercida em condições especiais que prejudiquem a saúde ou integridade física destes, de forma a possibilitar a concessão de aposentadoria especial após 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos de trabalho, o percentual da retenção aplicado sobre o valor dos serviços prestados por estes segurados, a partir de 1º de abril de 2003, deve ser acrescido de 4 (quatro), 3 (três) ou 2 (dois) pontos percentuais, respectivamente, perfazendo o total de 15% (quinze por cento), 14% (quatorze por cento) ou 13% (treze por cento) de retenção. Sendo assim, podemos afirmar que o percentual adicional de retenção incidirá sobre o valor bruto da Nota Fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços, da seguinte forma: a) 13% (treze por cento) - para atividade exercida em condições especiais, que possibilite aposentadoria especial após 25 (vinte e cinco) anos; b) 14% (quatorze por cento) - para atividade exercida em condições especiais, que possibilite aposentadoria especial após 20 (vinte) anos; c) 15% (quinze por cento) - para atividade exercida em condições especiais, que possibilite aposentadoria especial após 15 (quinze) anos. 1.2 - Nota Fiscal Específica ou Discriminação Para que haja a aplicação da alíquota diferenciada de 13% (treze por cento), 14% (quatorze por cento) ou 15% (quinze por cento) sobre as atividades exercidas em condições especiais, a empresa contratada (tomadora) deverá: a) emitir Nota Fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços específica para os serviços prestados em condições especiais pelos segurados; ou, b) discriminar o valor desses serviços na Nota Fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços. 1.3 - Apuração da Base de Cálculo 1.3.1 - Previsão Contratual e Não Discriminação na Nota Fiscal, Fatura ou Recibo Caso haja previsão contratual de utilização de trabalhadores na execução de atividades em condições especiais e a Nota Fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços não tenha sido específica ou não haja discriminação destes serviços, a base de cálculo para incidência do acréscimo de retenção (13% (treze por cento), 14% (quatorze por cento) ou 15% (quinze por cento)) será proporcional ao número de trabalhadores envolvidos nas atividades exercidas em condições especiais, desde que exista a possibilidade de identificação dos trabalhadores envolvidos e dos não envolvidos nessas atividades. Ainda neste caso, não havendo possibilidade de identificação do número de trabalhadores envolvidos e não envolvidos com as atividades exercidas em condições especiais, o acréscimo da retenção incidirá sobre o valor total dos serviços contido na Nota Fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, no percentual correspondente à atividade especial. 1.3.2 - Não Existência de Previsão Contratual Quando não houver previsão contratual da utilização 149

TRABALHO E PREVIDÊNCIA ou não dos trabalhadores contratados nas atividades especiais, incidirá, sobre o valor total dos serviços contido na Nota Fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, o percentual adicional de retenção (13% (treze por cento), 14% (quatorze por cento) ou 15% (quinze por cento)), correspondente às atividades em condições especiais desenvolvidas pela empresa ou, não sendo possível identificar as atividades, o percentual mínimo de 2% (dois por cento), isto é, totalizando 13% (treze por cento). 1.4 - Obrigações Das Empresas 1.4.1 - Contratante e Contratada As empresas contratante e contratada, no que se refere às obrigações relacionadas aos agentes nocivos a que os trabalhadores estiverem expostos, devem observar as disposições previstas na Legislação sobre os riscos ocupacionais no ambiente de trabalho. 1.4.2 - Contratada A empresa contratada (tomadora) deve elaborar o Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) dos trabalhadores expostos a agentes nocivos com base, dentre outras informações, nas demonstrações ambientais da contratante ou do local da efetiva prestação de serviços. 2. RETENÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL 2.1 - Conceito Conforme já exposto, no Bol. INFORMARE anterior sobre Cessão de Mão de Obra - Retenção - Parte I, o serviço de construção civil, se contratado, tanto mediante cessão de mão-de-obra quanto mediante empreitada, estará sujeito à retenção. Desta forma, a Legislação define o serviço de construção civil para fins previdenciários como sendo o que envolva a construção, a demolição, a reforma ou o acréscimo de edificações ou de qualquer benfeitoria agregada ao solo ou ao subsolo ou obras complementares que se integrem a esse conjunto, tais como a reparação de jardins ou passeios, a colocação de grades ou de instrumentos de recreação, de urbanização ou de sinalização de rodovias ou de vias públicas. 2.2 - Retenção Está sujeito à retenção na construção civil, conforme disposto no art. 169 da Instrução Normativa nº 03/2005: a) a prestação de serviços mediante contrato de empreitada parcial - ou seja, quando o contrato é celebrado com empresa construtora ou prestadora de serviços na área de construção civil, para execução de parte da obra, com ou sem fornecimento de material; b) a prestação de serviços mediante contrato de subempreitada - ou seja, aquele contrato celebrado entre MAIO - Nº 18/2008 a empreiteira ou qualquer empresa subcontratada e outra empresa, para executar obra ou serviço de construção civil, no todo ou em parte, com ou sem fornecimento de material; c) a prestação de serviços tais como os discriminados no Anexo XIII da Instrução Normativa nº 03/2005, que consta ao final desta matéria; d) a reforma de pequeno valor - aquela de responsabilidade de pessoa jurídica, que possui escrituração contábil regular, em que não há alteração de área construída, cujo custo estimado total, incluindo material e mão-de-obra, não ultrapasse o valor de 20 (vinte) vezes o limite máximo do salário-de-contribuição vigente na data de início da obra. Atualmente, a reforma de pequeno valor seria considerada uma obra de no máximo R$ 60.779,80 (correspondente a 20 X R$ 3.038,99). 2.3 - Serviços Não Sujeitos à Retenção Os serviços abaixo relacionados não estão sujeitos à retenção na Construção Civil: a) administração, fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras; b) assessoria ou consultoria técnicas; c) controle de qualidade de materiais; d) fornecimento de concreto usinado, de massa asfáltica ou de argamassa usinada ou preparada; e) jateamento ou hidrojateamento; f) perfuração de poço artesiano; g) elaboração de projeto da construção civil; h) ensaios geotécnicos de campo ou de laboratório (sondagens de solo, provas de carga, ensaios de resistência, amostragens, testes em laboratório de solos ou outros serviços afins); i) serviços de topografia; j) instalação de antena coletiva; l) instalação de aparelhos de ar-condicionado, de refrigeração, de ventilação, de aquecimento, de calefação ou de exaustão; m) instalação de sistemas de ar-condicionado, de refrigeração, de ventilação, de aquecimento, de calefação ou de exaustão, quando a venda for realizada com emissão apenas da Nota Fiscal de venda mercantil; n) instalação de estruturas e esquadrias metálicas, de equipamento ou de material, quando for emitida apenas a Nota Fiscal de venda mercantil; 148

MAIO - Nº 18/2008 o) locação de caçamba; p) locação de máquinas, de ferramentas, de equipamentos ou de outros utensílios sem fornecimento de mão-de-obra; q) fundações especiais. 2.4 - Instalação do Material ou do Equipamento - Mãode-Obra Quando na prestação dos serviços relacionados abaixo houver emissão de Nota Fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços relativa à mão-de-obra utilizada na instalação do material ou do equipamento vendido, os valores desses serviços integrarão a base de cálculo da retenção: XII - instalação de sistema de ar-condicionado, de refrigeração, de ventilação, de aquecimento, de calefação ou de exaustão, quando a venda for realizada com emissão apenas da Nota Fiscal de venda mercantil; XIII - instalação de estruturas e esquadrias metálicas, de equipamento ou de material, quando for emitida apenas a Nota Fiscal de venda mercantil; 2.5 - Serviços Sujeitos à Retenção e Serviços Isentos de Retenção na Mesma Obra Caso haja, para a mesma obra, contratação de serviços isentos de retenção e, simultaneamente, o fornecimento de mão-de-obra para execução de outro serviço sujeito à retenção, aplicar-se-á a retenção apenas a este serviço, desde que os valores estejam discriminados na Nota Fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços. Não havendo discriminação na Nota Fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, aplicar-se-á a retenção a todos os serviços contratados. 2.6 - Anexo XIII DISCRIMINAÇÃO DE OBRAS E SERVIÇOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL GRUPO 45 DO CNAE 45 - CONSTRUÇÃO 45.1 - PREPARAÇÃO DO TERRENO 45.11-0 Demolição e preparação do terreno 4511-0/01 Demolição de edifícios e outras estruturas (OBRA) - A demolição de edifícios e outras estruturas 4511-0/02 Preparação de terrenos - a preparação de canteiros; - a execução de escavações diversas para construções; - nivelamentos diversos. - a demolição de edifícios e outras estruturas (4511-0/01) TRABALHO E PREVIDÊNCIA 45.12-8 Perfurações e execução de fundações destinadas à construção civil 4512-8/01 Perfurações e execução de fundações destinadas à construção civil - perfurações com a finalidade de construção ; - perfurações para exploração mineral ; - execução de fundações para edificações e outras obras de engenharia civil (OBRA). - as atividades geológicas e de prospecção (74.20-9/04); - a perfuração de poços para exploração de petróleo e gás natural quando realizada pela própria empresa (11.10-0/01), ou quando realizada por terceiros (11.20-7/00); - a perfuração e abertura de poços de água (45.29-2/05); - as sondagens destinadas à construção civil (4512-8/02). 4512-8/02 Sondagens destinadas à construção civil (SERVIÇOS) - sondagens com a finalidade de construção - As atividades geológicas e de prospecção (74.20-9/04) - A perfuração de poços para exploração de petróleo e gás natural quando realizada pela própria empresa (11.10-0/01), ou quando realizada por terceiros (11.20-7/00) - A perfuração e abertura de poços de água (45.29-2/05) 45.13-6 Grandes movimentações de terra 4513-6/00 Terraplenagem e outras movimentações de terra (SERVIÇOS) - terraplenagem; - drenagem; - rebaixamento de lençóis d água; - derrocamentos; - preparação de locais para exploração mineral. Esta subclasse comprende também: - a remoção de rochas através de explosivos 45.2 CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS E OBRAS DE ENGENHARIA CIVIL 45.21-7 Edificações (residenciais, industriais, comerciais e de serviços) 4521-7/00 Edificações (residenciais, industriais, comerciais e de serviços) (OBRA) - a construção de edificações de todos os tipos ou de suas partes Esta subclasse compreende também: - a montagem de edificações pré-moldadas, quando não realizada pelo próprio fabricante - a fabricação de casas de madeira pré-fabricadas (20.22-2/01); - a construção de plantas hidrelétricas, nucleares e termoelétricas (45.32-2/01); - a construção de estações telefônicas (4533-0/01); - a construção de instalações desportivas tais como: piscinas, quadras esportivas (45.24-1/00); - as obras de instalações elétricas, hidráulicas, sanitárias, etc. (grupo 45.4); - os serviços de acabamentos da construção (grupo 45.5); - as montagens de estruturas metálicas, de madeira etc.(45.25-0/01); - os serviços de arquitetura e engenharia (74.20-9/01, 7420-9/02); - o gerenciamento de projetos de construção (74.20-9/01, 7420-9/02). 45.22-5 Obras Viárias 147

TRABALHO E PREVIDÊNCIA 4522-5/01 Obras Viárias (rodovias, vias férreas e aeroportos) (OBRA) - a construção de rodovias, inclusive pavimentação; - a construção de vias férreas, inclusive para metropolitanos (preparação do leito, colocação dos trilhos); - a construção de pistas de aeroportos. - as grandes estruturas e obras de arte (45.23-3/00); - as obras de urbanização e paisagismo (45.24-1/00); - a construção de gasodutos, oleodutos e minerodutos (45.29-2/04); - a sinalização com pintura de rodovias (4522-5/02). 45.22-5/02 Pintura para sinalização em pistas rodoviárias e aeroportos - a sinalização com pintura de rodovias e aeroportos - a sinalização com pintura em ruas e estacionamentos (4524-1/00). 45.23-3 Grandes estruturas e obras de arte 4523-3/00 Grandes estruturas e obras de arte (OBRA) - a construção de pontes, viadutos, elevados, passarelas etc.; - a construção de túneis (urbanos, em rodovias, ferrovias, metropolitanos). - a construção de rodovias e vias férreas (45.22-5/01); - construção de portos e terminais marítimos e fluviais (45.29-2/02); - a montagem de estruturas metálicas (45.25-0/01). 45.24-1 Obras de urbanização e paisagismo 4524-1/00 Obras de urbanização e paisagismo - a construção de vias urbanas, praças, calçadas, parques, chafarizes, estacionamentos etc. (OBRA); - a sinalização com pintura em ruas e estacionamentos. Esta subclasse compreende também: - a construção de instalações desportivas tais como pistas de competição, quadras esportivas, piscinas, etc. (OBRA). - a sinalização com pintura de rodovias e aeroportos (4522-5/02). 4525-0/01 Montagem de estruturas metálicas, exclusive andaimes - a montagem de estruturas metálicas por conta de terceiros; - a montagem e desmontagem de estruturas metálicas móveis. Esta subclasse compreende também: - os serviços de soldagem - a montagem e instalação de máquinas e equipamentos industriais(classes 28, 29, 32,33); - a montagem e desmontagem de andaimes (4525-0/02). 4525-0/02 Montagem de andaimes - a montagem e desmontagem de andaimes, plataformas, formas para concreto e escoramento. - a montagem e instalação de máquinas e equipamentos industriais (classes 28, 29, 32, e 33); - a montagem de estruturas metálicas por conta de terceiros (4525-0/01); - a montagem e desmontagem de estruturas metálicas móveis (4525-0/01). MAIO - Nº 18/2008 45.29-2 Obras de outros tipos 4529-2/01 Obras marítimas e fluviais - obras marítimas e fluviais, tais como: - construção de portos, terminais marítimos e fluviais (OBRA); - construção de marinas (OBRA); - construção de eclusas e canais de navegação (OBRA); - dragagem ; - aterro hidráulico ; - barragens, represas e diques (exclusive para energia elétrica) (OBRA); - construção de emissários submarinos (OBRA); - instalação de cabos submarinos. - drenagem (45.13-6/00) 4529-2/02 Obras de irrigação - obras de irrigação. - as obras de drenagem (45.13-6/00). 4529-2/03 Construção de redes de água e esgotos (OBRA) - construção de redes de distribuição de água; - construção de redes de esgoto, inclusive de interceptores; - construção de galerias pluviais. - as obras de drenagem (45.13-6/00). 4529-2/04 Construção de redes de transportes por dutos (OBRA) - construção de redes de transporte por dutos: oleodutos, gasodutos, minerodutos. 4529-2/05 Perfuração e construção de poços de águas - perfuração e construção de poços de água (OBRA). 4529-2/99 Outras obras de engenharia civil - obras de concretagem de estruturas (OBRA); - colocação de telhados, coberturas ; - construção de chaminés, lareiras, churrasqueiras (OBRA); - obras de atirantamentos e cortinas de proteção de encostas (OBRA). - drenagem (45.13-6/00); - a montagem de estruturas metálicas (45.25-0/01). 45.3 OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA PARA ENGENHARIA ELÉTRICA E DE TELECOMUNICAÇÕES 45.31-4 Construção de barragens e represas para geração de energia elétrica 4531-4/00 Construção de barragens e represas para geração de energia elétrica (OBRA) - A construção de barragens e represas para geração de energia elétrica 45.32-2 Construção de estações e redes de distribuição de energia elétrica 4532-2/01 Construção de estações e redes de distribuição de energia elétrica (OBRA) - construção de plantas hidrelétricas, nucleares, termoelétricas, inclusive estações e subestações; - construção de linhas de transmissão e distribuição de energia 146

MAIO - Nº 18/2008 elétrica, inclusive o serviço de eletrificação rural; - construção de linhas de eletrificação para ferrovias e metropolitanos. - a manutenção de redes de distribuição de energia elétrica quando executada por empresa não produtora ou distribuidora de energia elétrica (4532-2/02). 4532-2/02 Manutenção de redes de distribuição de energia elétrica - amanutenção de redes de distribuição de energia elétrica quando executada por empresa não produtora ou distribuidora de energia elétrica. - A manutenção de redes de eletricidade quando executada por empresas de produção (4010-0/01) e distribuição de energia elétrica (40.10-0/05) 45.33-0 Construção de estações e redes de telefonia e comunicação 4533-0/01 Construção de estações e redes de telefonia e comunicação (OBRA) - construção de linhas e redes de telecomunicações; - construção de estações telefônicas. 4533-0/02 Manutenção de estações e redes de telefonia e comunicação - a manutenção de estações e redes de telefonia e comunicação. 45.34-9 Construção de obras de prevenção e recuperação do meio ambiente 4534-9/00 Construção de obras de prevenção e recuperação do meio ambiente (OBRA) - construção de obras de prevenção e recuperação do meio ambiente. 45.4 OBRAS DE INSTALAÇÕES Este grupo compreende: - os trabalhos de instalação nas edificações de qualquer natureza dos equipamentos técnicos necessários a seu funcionamento normal. 45.41-1 Instalações elétricas 4541-1/00 Instalação e manutenção elétrica em edificações, inclusive elevadores, escadas, esteiras rolantes e antenas - a instalação de sistemas de eletricidade (cabos de qualquer tensão, fiação, materiais elétricos); - a colocação de cabos para instalações telefônicas, informáticas, comunicações; instalação de equipamentos telefônicos; - a instalação de sistemas de alarme contra roubo; - a instalação de sistemas de controle eletrônico; - a instalação de antenas coletivas e parabólicas; - a instalação de para-raios; - a montagem, instalação, reparação e manutenção por terceiros de elevadores, escadas e esteiras rolantes. - a instalação de sistemas de prevenção de incêndios (4543-8/02). 45.42-0 Instalações de sistemas de ar condicionado, de ventilação e refrigeração 4542-0/00 Instalações e manutenção de sistemas centrais de ar condicionado, de ventilação e refrigeração - a montagem de sistemas de refrigeração central em imóveis residenciais e comerciais; TRABALHO E PREVIDÊNCIA - a instalação de sistemas de ventilação mecânica controlada, inclusive exaustores. Esta subclasse compreende também; - a instalação de sistemas de aquecimento em imóveis residenciais e comerciais. 45.43-8 Instalações hidráulicas, sanitárias, de gás e de sistema de prevenção contra incêndio 4543-8/01 Instalações hidráulicas, sanitárias, de gás - as instalações hidráulicas, sanitárias e de gás; - a instalação de placas coletoras para aquecimento solar, quando não realizada pelo fabricante. Esta subclasse compreende também: - a instalação de rede para distribuição de fluidos diversos (oxigênio nos hospitais). 4543-8/02 Instalações de sistema de prevenção contra incêndio - as instalações de sistemas de prevenção contra incêndio. 45.49-7 Outras obras de instalações 4549-7/01 Montagem e instalação de sistemas e equipamentos de iluminação e sinalização em vias públicas, portos e aeroportos - a montagem e instalação de sistemas de iluminação e sinalização em vias públicas, portos e aeroportos 4549-7/02 A instalação de equipamentos para orientação a navegação marítima, fluvial e lacustre - a instalação de equipamentos para orientação a navegação marítima, fluvial e lacustre. 4549-7/03 Tratamentos acústico e térmico - tratamentos acústicos e térmicos. 4549-7/04 Instalação de anúncios - a instalação de anúncios luminosos ou não. 4549-7/99 Outras obras de instalações - revestimento de tubulações; - rebaixamento de teto; - stands para feiras; - outras obras de instalações. - a impermeabilização de paredes, caixas d água, lajes, etc. (45.52-7/01); - a instalação de toldos e persianas (45.59-4/01); - a instalação de esquadrias de metal ou madeira (45.59-4/01); - a instalação de sistemas de refrigeração e aquecimento (45.42-0/00). 45.5 OBRAS DE ACABAMENTOS 45.51-9 Alvenaria e reboco 4551-9/01 Obras de alvenaria e reboco - obras de alvenaria (OBRA); - os serviços de emboço e reboco. 4551-9/02 Obras de acabamento em gesso e estuque - os serviços de acabamento em gesso e estuque. - os serviços de limpeza de fachada, com jateamento de areia e semelhante (45.59-4/99); - os serviços de impermeabilização (4552-7/01) e de pintura em 145

TRABALHO E PREVIDÊNCIA MAIO - Nº 18/2008 geral (45.52-7/02). 45.52-7 Impermeabilização e serviços de pintura em geral 4552-7/01 Impermeabilização em obras de engenharia civil - a impermeabilização de paredes, caixas d água, piscinas, etc.; - a impermeabilização em obras de engenharia civil. 4552-7/02 Serviços de pintura em edificações em geral - os serviços de pintura, interior e exterior, em edificações de qualquer tipo; - os serviços de pintura em obras de engenharia civil. - a sinalização com pintura em ruas e estacionamentos (45.24-1/00); - os serviços de acabamento em gesso e estuque (45.51-9/02); - a colocação de papéis de parede (45.59-4/02). 45.59-4 Outras obras de acabamento 4559-4/01 Instalação de portas, janelas, tetos, divisórias e armários embutidos de qualquer material, inclusive de esquadrias - a instalação de esquadrias de metal, madeira ou qualquer outro material, quando não realizada pelo fabricante; - a instalação de portas, janelas, alisares de portas e janelas, cozinhas equipadas, escadas, equipamentos para lojas comerciais e similares, em madeira e outros materiais, quando não realizada pelo fabricante; - a execução de trabalhos em madeira em interiores: tetos, divisórias, armários embutidos, etc.. 4559-4/02 Serviços de revestimentos e aplicações de resinas em interiores e exteriores - a colocação de revestimentos de cerâmica, azulejo, mármore, granito, pedras e outros materiais em paredes e pisos, tanto no interior quanto no exterior de edificações; - a colocação de tacos, tábua corrida, carpetes e outros materiais de revestimento de pisos; - a calafetagem, raspagem, polimento e aplicação de resinas em pisos; - colocação de papéis de parede. 4559-4/99 Outras obras de acabamento da construção - colocação de vidros, cristais e espelhos; - a instalação de piscinas pré-fabricadas, quando não realizada pelo fabricante; - a instalação de toldos e persianas; - os serviços de limpeza de fachadas, com jateamento de areia e semelhantes; - a retirada de entulhos após o término das obras; - outras obras de acabamento. 45.6 ALUGUEL DE EQUIPAMENTOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO COM OPERÁRIOS 45.60-8 Aluguel de equipamentos de construção e demolição com operários 4560-8/00 Aluguel de máquinas e equipamentos de construção e demolição com operários - o aluguel de máquinas e equipamentos de construção e demolição com operários. Fundamentos Legais: Art. 31 da Lei nº 8.212, de 1991, e arts. 140 a 177 da Instrução Normativa INSS nº 03/2005. ASSUNTOS TRABALHISTAS Sumário NOVAS ORIENTAÇÕES JURISPRUDENCIAIS - TST 1. Novos Posicionamentos 2. Orientação Jurisprudencial - Conceito 3. Matérias Controvertidas 3.1 - OJ/SBDI-1 - nº 353 - Equiparação Salarial 3.2 - OJ/SBDI-1 - nº 354 - Intervalo Intrajornada 3.3 - OJ/SBDI-1 - nº 355 - Intervalo Interjornada 3.4 - OJ/SBDI-1 - nº 356 - Programa de Demissão Voluntária 3.5 - OJ/SBDI-1 - nº 357 - Recurso - Extemporaneidade 3.6 - OJ/SBDI-1 - nº 358 - Salário-Mínimo Proporcional 3.7 - OJ/SBDI-1 - nº 359 - Substituição Processual - Sindicato 3.8 - OJ/SBDI-1 - nº 360 - Turno Ininterrupto de Revezamento 1. NOVOS POSICIONAMENTOS O Tribunal Superior do Trabalho, instância máxima em matéria trabalhista, publicou, em 14 de março de 2003 no Diário de Justiça da União, novas Orientações Jurisprudenciais (OJ) sobre temas controvertidos no Direito do Trabalho. Ao todo são 8 (oito) Orientações Jurisprudenciais (353 a 360), que passam a valer como novas tendências para as decisões dos magistrados trabalhistas. Os referidos entendimentos, os quais passaremos a comentar adiante, são da Subseção I Especializada em Dissídios Individuais do TST (SBDI-1). Dentre eles, os de maior destaque são: intervalo interjornada e intrajornada; salário mínimo proporcional; e turnos ininterruptos de revezamento. 2. ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL - CONCEITO Primeiramente, para melhor compreensão, esclaremos que a Orientação Jurisprudencial trata-se de um posicionamento criado por uma Comissão de Jurisprudência sobre temas que tenham sido suficientemente debatidos e decididos de maneira semelhante em algumas ocasiões que, uma vez aprovados e publicados, passam a orientar as decisões em questões da mesma natureza. Apesar de não terem a força mais consolidada e vinculante das Súmulas do TST, também servem para sinalizar a direção das decisões mais recentes na Justiça 144

MAIO - Nº 18/2008 do Trabalho. 3. MATÉRIAS CONTROVERTIDAS 3.1 - OJ/SBDI-1 - Nº 353 - Equiparação Salarial Nº 353 - EQUIPARAÇÃO SALARIAL. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. ART. 37, XIII, DA CF/1988. POSSIBILIDADE. DJ 14.03.2008. À sociedade de economia mista não se aplica a vedação à equiparação prevista no art. 37, XIII, da CF/1988, pois, ao contratar empregados sob o regime da CLT, equipara-se a empregador privado, conforme disposto no art. 173, 1º, II, da CF/1988. Comentário - O art. 37, XIII, da Constituição Federal dispõe que fica vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público; para as entidades de administração pública direta ou indireta, porém a nova OJ entende que quando tratar-se de sociedade de economia mista e a contratação for sob o regime da CLT, mediante registro em CTPS, o empregado terá direito à equiparação salarial normalmente. 3.2 - OJ/SBDI-1 - Nº 354 - Intervalo Intrajornada Nº 354 - INTERVALO INTRAJORNADA. ART. 71, 4º, DA CLT. NÃO CONCESSÃO OU REDUÇÃO. NATUREZA JURÍDICA SALARIAL. DJ 14.03.2008. Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, 4º, da CLT, com redação introduzida pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas salariais. Comentário - Os intervalos intrajornadas são os concedidos ao empregado para descanso e refeição dentro da jornada de trabalho, durante a jornada de trabalho e estão dispostos no art. 71 da CLT: Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo cuja duração exceda de seis horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será no mínimo, de uma hora e, salvo acordo ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de duas horas. 1º - Não excedendo de seis horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de quinze minutos quando a duração ultrapassar quatro horas. 2º - Os intervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho. 3º - O limite mínimo de uma hora para repouso e refeição poderá ser reduzido por ato do Ministério do Trabalho, quando, ouvido o Departamento Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho, se verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigências concernentes à organização dos refeitórios e quando os respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares. TRABALHO E PREVIDÊNCIA 4º - Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto neste artigo, não for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a remunerar o período correspondente com um acréscimo de no mínimo 50% (cinqüenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho. Resumidamente, os intervalos mais comuns intrajornada são: a) para jornada de até 4 (quatro) horas - não há previsão de intervalo; b) para jornada entre 4 (quatro) horas até 6 (seis) horas - intervalo de 15 (quinze) minutos para repouso; c) para a jornada superior a 6 (seis) horas - intervalo de, no mínimo, 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas, com finalidade de repouso ou alimentação. Quando este intervalo não é gozado ou é reduzido, sem seguir os parâmetros legais, o empregador ficará obrigado a remunerar o período correspondente com um acréscimo de no mínimo 50% (cinqüenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho. Desta forma, a nova OJ afirma que este valor terá caráter salarial e não indenizatório, integrando, assim, o salário para todos os efeitos legais. 3.3 - OJ/SBDI-1 - Nº 355 - Intervalo Interjornada Nº 355 - INTERVALO INTERJORNADAS. INOBSERVÂNCIA. HORAS EXTRAS. PERÍODO PAGO COMO SOBREJORNADA. ART. 66 DA CLT. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO 4º DO ART. 71 DA CLT. DJ 14.03.2008. O desrespeito ao intervalo mínimo interjornadas previsto no art. 66 da CLT acarreta, por analogia, os mesmos efeitos previstos no 4º do art. 71 da CLT e na Súmula nº 110 do TST, devendo-se pagar a integralidade das horas que foram subtraídas do intervalo, acrescidas do respectivo adicional. Comentário - O intervalo interjornada é previsto no art. 66 da CLT, sendo concedido ao empregado entre uma jornada e outra, possibilitando o descanso, a recuperação da capacidade física e mental, visando a proteção à saúde do trabalhador. Assim dispõe o art. 66 da CLT: Art. 66 - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso. A nova OJ prevê que o desrespeito a este intervalo mínimo deverá ser remunerado na forma do 4º do art. 71 da CLT, ou seja, deve ser pago pelo empregador a integralidade das horas que foram subtraídas do intervalo interjornada, acrescidas do respectivo adicional de 50% (cinqüenta pr cento). 143

TRABALHO E PREVIDÊNCIA 3.4 - OJ/SBDI-1 - Nº 356 - Programa de Demissão Voluntária Nº 356 - PROGRAMA DE INCENTIVO À DEMISSÃO VOLUNTÁRIA (PDV). CRÉDITOS TRABALHISTAS RECONHECIDOS EM JUÍZO. COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. DJ 14.03.2008. Os créditos tipicamente trabalhistas reconhecidos em juízo não são suscetíveis de compensação com a indenização paga em decorrência de adesão do trabalhador a Programa de Incentivo à Demissão Voluntária (PDV). Comentário - A nova OJ entende que as indenizações e incentivos recebidos pelos empregados que aderem a plano de demissão voluntária não podem ser compensados com créditos tipicamente trabalhistas reconhecidos em juízo. 3.5 - OJ/SBDI-1 - Nº 357 - Recurso - Extemporaneidade Nº 357 - RECURSO. INTERPOSIÇÃO ANTES DA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO IMPUGNADO. EXTEMPORANEIDADE. NÃO CONHECIMENTO. DJ 14.03.2008. É extemporâneo recurso interposto antes de publicado o acórdão impugnado. Comentário - Nesta nova OJ será reconhecido como interposição dentro do prazo legal apenas o recurso interposto após a publicação do acórdão impugnado. 3.6 - OJ/SBDI-1 - Nº 358 - Salário-Mínimo Proporcional Nº 358 - SALÁRIO-MÍNIMO E PISO SALARIAL PROPORCIONAL À JORNADA REDUZIDA. POSSIBILIDADE. DJ 14.03.2008. Havendo contratação para cumprimento de jornada reduzida, inferior à previsão constitucional de oito horas diárias ou quarenta e quatro semanais, é lícito o pagamento do piso salarial ou do saláriomínimo proporcional ao tempo trabalhado. Comentário - Esta nova OJ vem reiterar o posicionamento de vários magistrados sobre essa questão ainda controvertida que é o salário-mínimo proporcional ou piso-mínimo proporcional ao tempo trabalhado. Em regra, a duração normal da jornada de trabalho é de até 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) horas semanais, totalizando 220 (duzentas e vinte) horas mensais. Estes limites representam um teto para a contratação, sendo perfeitamente possível contratar jornadas de trabalho inferiores aos limites diários e semanais, bem como contratar o empregado por dia, por hora, etc. Desta forma, o entendimento vem solidificar a possibilidade de pagar ao empregado o salário-mínimo/hora, no valor atual de R$ 1,72 (um real e setenta e dois centavos) a hora (R$ 380,00 X 220h). Ou, no caso de um empregado com piso salarial de R$ 500,00, o piso-mínimo/hora, no valor de R$ 2,27 (dois reais e vinte e sete centavos) a hora (R$ 500,00 X 220h). MAIO - Nº 18/2008 3.7 - OJ/SBDI-1 - Nº 359 - Substituição Processual - Sindicato Nº 359 - SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. SINDICATO. LEGITIMIDADE. PRESCRIÇÃO. INTERRUPÇÃO. DJ 14.03.2008. A ação movida por sindicato, na qualidade de substituto processual, interrompe a prescrição, ainda que tenha sido considerado parte ilegítima ad causam. Comentário - A substituição processual é o instituto em que o substituto defende em nome próprio direito alheio. Sendo assim, a nova OJ traz o entendimento de que quando os sindicatos promoverem ações em nome de seus sindicalizados, como substitutos processuais, não correrá prescrição daquele direito que se está pleiteando. 3.8 - OJ/SBDI-1 - Nº 360 - Turno Ininterrupto de Revezamento Nº 360 - TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. DOIS TURNOS. HORÁRIO DIURNO E NOTURNO. CARACTERIZAÇÃO. DJ 14.03.2008. Faz jus à jornada especial prevista no art. 7º, XIV, da CF/1988 o trabalhador que exerce suas atividades em sistema de alternância de turnos, ainda que em dois turnos de trabalho, que compreendam, no todo ou em parte, o horário diurno e o noturno, pois submetido à alternância de horário prejudicial à saúde, sendo irrelevante que a atividade da empresa se desenvolva de forma ininterrupta. Comentário - Esta nova OJ traz uma nova interpretação para a caracterização do turno ininterrupto de revezamento, que ainda é matéria muito polêmica. A Constituição Federal, no seu art. 7º, inciso XIV, prevê jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva. Porém, a Legislação Trabalhista não definiu o que seria o turno ininterrupto de revezamento, efetivamente, e existem várias interpretações para o tema, sendo a mais comumente utilizada a seguinte: empregado que trabalha em 3 (três) turnos (matutino, vespertino e noturno), obedecendo escala de revezamento pré-estabelecida, possibilitando a alternância com outros empregados, para descanso, devido a ininterrupção do serviço que é realizado por 24 (vinte e quatro) horas. Assim, segundo interpretação da OJ, para caracterizar que o empregado labore em turnos ininterruptos e, por conseqüência, tenha direito à jornada reduzida de 6 (seis) horas diárias, basta que o mesmo labore em 2 (dois) turnos, desde que um turno seja no período noturno (matutino/noturno ou vespertino/noturno), sendo irrelevante que a atividade da empresa se desenvolva de forma ininterrupta. Fundamentos Legais: Não existe fundamentação legal em virtude de tratar-se de Orientações Jurisprudenciais. 142