ANÁLISE DOS EFEITOS DE UMA PERIODIZAÇÃO DE TREINAMENTO FÍSICO SOBRE A VELOCIDADE E RESISTÊNCIA DE SPRINT EM UMA EQUIPE DE FUTSAL MASCULINO ADULTO

Documentos relacionados
11/04/2011 Prof. José Figueiredo Minicurso um: UFRN NA COPA

ANÁLISE DE CTD E CTP DE HANDEBOL EM ESCOLARES

ANÁLISE DA FORÇA EXPLOSIVA AVALIADA PELO RAST TEST, EM UMA EQUIPE DE FUTSAL DE ALTO RENDIMENTO.

DESEMPENHO MOTOR DE ATLETAS EM TREINAMENTO DE FUTSAL NA REDE PÚBLICA Teresa Cristina Coiado*

11º Congreso Argentino y 6º Latinoamericano de Educación Física y Ciencias CAPACIDADE DE SPRINTS DE FUTEBOLISTAS NA PRÉ-TEMPORADA

PALAVRAS-CHAVE: Futebol; Pequenos Jogos; Comportamento Técnico

CARACTERÍSTICAS ANTROPOMÉTRICAS E DE APTIDÃO FÍSICA DE ATLETAS DE FUTSAL FEMININO DA CIDADE DE MANAUS

Revista Brasileira de Futsal e Futebol ISSN versão eletrônica

TÍTULO: EFEITO DA REDUÇÃO DA FREQUÊNCIA SEMANAL NO TREINAMENTO DE FORÇA NO DESEMPENHO DA POTÊNCIA

Revista Brasileira de Futsal e Futebol ISSN versão eletrônica

INFLUÊNCIA DA ORDEM DO TIPO DE PAUSA NOS PARÂMETROS BIOQUÍMICO DE UM TREINAMENTO INTERVALADO EM HOMENS. RESUMO

SISTEMATIZAÇÃO DE ENSINO DO FUTEBOL PARA CRIANÇAS DE 10 E 11 ANOS: comportamento da qualidade de realização dos princípios táticos

ANÁLISE DA POTÊNCIA DE MEMBROS INFERIORES EM ALUNOS PRATICANTES DE FUTEBOL DAS CATEGORIAS SUB 12 E SUB 14

COMPARAÇÃO ENTRE O COMPORTAMENTO TÁTICO DE JOGADORES DE FUTEBOL DAS CATEGORIAS SUB-11 E SUB-13

ESTRUTURA E PREPARAÇÃO DO TREINAMENTO RICARDO LUIZ PACE JR.

PROGRAMA DE TREINAMENTO DE VOLEIBOL DESTINADO À COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA

CARACTERIZAÇÃO DO COMPORTAMENTO TÁTICO DE JOGADORES DE FUTEBOL, FUTSAL E FUTEBOL DE 7.

DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES ESPECÍFICAS DO FUTEBOL EM JOGADORES INICIANTES. RESUMO

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AERÓBICA EM JUDOCAS ENTRE 7 E 14 ANOS DA CIDADE DE SANTA MARIA -RS

Resistência Muscular. Prof. Dr. Carlos Ovalle

PROFESSOR (A): Emerson Back CRÉDITOS: 2 PLANO DE ENSINO. Quinta - feira. 20:00 21:40

V Encontro de Pesquisa em Educação Física EFEITOS DE UM PROGRAMA DE TREINAMENTO SOBRE OS COMPONENTES DE APTIDÃO FÍSICA EM ATLETAS DE FUTEBOL DE CAMPO

VELOCIDADE VELOCIDADE - SÍNTESE 13/04/2015 PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS OPERACIONALIZAÇÃO PRÁTICA. Introdução. Definição. A Velocidade no Futebol

Primeiro Estudo COPA 2010 FIFA EFETIVIDADE NO FUTEBOL. Grupo Ciência no Futebol DEF UFRN

Universidade Estadual de Londrina

Título: Uma breve abordagem sobre periodização e sua transformação no futebol.

STEP TRAINING: EFEITO DA PAUSA PASSIVA E ATIVA NO COMPORTAMENTO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA E NA PERCEPÇÃO SUBJETIVA DE ESFORÇO RESUMO:

Prof. Dr. Bruno Pena Couto Teoria do Treinamento Desportivo. Encontro Multiesportivo de Técnicos Formadores Solidariedade Olímpica / COI

A PREPARAÇÃO FÍSICA DO ÁRBITRO DE BASQUETEBOL SÉRGIO SILVA

DESEMPENHO DE JOGADORES DE ELITE DE FUTSAL E HANDEBOL NO INTERMITTENT FITNESS TEST

Princípios Científicos do TREINAMENTO DESPORTIVO AULA 5

Estudo dirigido Corridas e Marcha (Responda apenas nos espaços indicados)

CARACTERIZAÇÃO DAS FINALIZAÇÕES RESULTADAS EM GOL NO CAMPEONATO BRASILEIRO DE FUTEBOL SUB

Programa Analítico de Disciplina EFI164 Handebol I

PROVAS A Performance B Participação 1) ATLETISMO Caminhada 25 metros - B Corrida 100 metros A

3.Resistência Anaeróbia

Efeitos do programa da pliometria de contraste sobre os valores de impulsão horizontal nos jogadores de tênis de campo

CAPACIDADES FÍSICAS CAPACIDADE

Revista Brasileira de Futsal e Futebol ISSN versão eletrônica

ANÀLISE DAS AÇÕES TÈCNICO-TÁTICAS DO GOLEIRO-LINHA EM JOGOS DE FUTSAL

SERVICO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Palavras Chaves: Futebol, Comportamento Tático, Categorias de base

Avaliação do VO²máx. Teste de Esforço Cardiorrespiratório. Avaliação da Função Cardíaca; Avaliação do Consumo Máximo de O²;

INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO DE FUTSAL NA RESISTÊNCIA AERÓBICA, VELOCIDADE, AGILIDADE E PRECISÃO DO CHUTE. 2 Faculdades Integradas Aparício Carvalho.

13. CONEX Produto Resumo Expandido 1 PROPOSTA DE MÉTODOS DE TREINAMENTO REALIZADO NA ATIVIDADE DE FUTSAL DO PROJETO ESCOLA DE ESPORTE

QUANTIFICAÇÃO DA CARGA DE TREINAMENTO EM JOVENS GOLEIROS DE FUTEBOL

Lucas Rogério dos Reis Caldas 2, Gustavo Dalla Ramos Bernardina³, Amanda Piaia Silvatti 4

ESPECIFICIDADE TÉCNICA NO BASQUETEBOL: CLUBES X SELEÇÕES

O ANO DE NASCIMENTO DETERMINA A ESCOLHA DO ESTATUTO POSICIONAL EM JOGADORES DE FUTEBOL NAS CATEGORIAS DE BASE?

TÍTULO: INFLUÊNCIA DE UM SUPLEMENTO COM BASE EM CAFEÍNA NO DESEMPENHO DE NADADORES AMADORES.

Revista Hórus Volume 4, número 2 Out-Dez, 2010 ARTIGO ORIGINAL

O TREINAMENTO DA VELOCIDADE PARA AS CORRIDAS DE FUNDO: CONSIDERAÇÃO SOBRE O MÉTODO FARTLEK *

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ

RESISTÊNCIA SÍNTESE. 1. A resistência. 2. Caraterização do esforço no Futebol. 3. Treino de jovens. 4. Princípios metodológicos. 5. Síntese 13/04/2015

ANÁLISE DA APTIDÃO FÍSICA DE FUTEBOLISTAS DAS CATEGORIAS JUVENIL E JÚNIOR

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS DEPARTAMENTO DE DESPORTOS ANEXO I. Plano de ensino

Cidade: Ponta Grossa (para todos os Alunos com pretensões para desempenhar a função de árbitro, independente da cidade em que realizou o curso).

DISCIPLINA: TREINAMENTO ESPORTIVO II Professor: Paulo César Neves

PREPARAÇÃO FÍSICA NO BASQUETEBOL

EFEITOS DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM-TREINAMENTO NO DESEMPENHO DE HABILIDADES TÉCNICAS DE JOGADORES DE FUTEBOL DA CATEGORIA SUB-13

1º) Onde se no Anexo I Quadro Geral de Cargos:

Testes Metabólicos. Avaliação do componente Cardiorrespiratório

Tiago Volpi Braz 1 ; Mateus Moraes Domingos 1 ; Noler Heyden Flausino 1, 3 ; Marcela Carvalho Messias¹; Wagner Zeferino de Freitas 1, 2 ;

iii AGRADECIMENTOS Easy PDF Creator is professional software to create PDF. If you wish to remove this line, buy it now.

JDC Potência Muscular. Potência Muscular. Potência Muscular POTÊNCIA. Prescrição do treino. Prescrição do treino O que é Potência?

Revista Brasileira de Futsal e Futebol ISSN versão eletrônica

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PIAUÍ - IFPI CAMPUS FLORIANO

LERIANE BRAGANHOLO DA SILVA

PLANO DE APRENDIZAGEM

O EFEITO DE DIFERENTES PROGRAMAS DE AQUECIMENTO NO DESEMPENHO EM SPRINTS REPETIDOS (RSA)

RESUMO O Fisiologista do exercício e o controle da carga

GUIA DE FUNCIONAMENTO DA UNIDADE CURRICULAR

Avaliação do VO²máx. Teste de Esforço Cardiorrespiratório. Avaliação da Função Cardíaca; Avaliação do Consumo Máximo de O²;

Murilo José de Oliveira Bueno¹, Clodoaldo José Dechechi²

LISTA DE TABELAS. Página TABELA 1 Os melhores escores em cada variável TABELA 2 Análise de cluster (K-means)... 42

Medidas e Avaliação da Atividade Motora

Métodos de Avaliação em Educação Física Agilidade

A Constante mutação do papel de guarda-redes tanto no aspetos técnico, como no tático, fez com que se tornasse necessária a especialização da

Análise Cinemática Comparativa do Salto Estendido Para Trás

PALAVRAS-CHAVE Pedagogia do Esporte. Metodologia. Iniciação Esportiva. Futsal.

Processo para o ensino e desenvolvimento do futebol e futsal: ESTÁGIOS DE INICIANTES, AVANÇADOS E DE DOMÍNIO

TÍTULO: DIFERENTES TEMPOS DE PAUSA ENTRE SÉRIES NO TREINAMENTO DE FORÇA PODEM INDUZIR ALTERAÇÕES NO LOAD?

EFICIÊNCIA DO COMPORTAMENTO TÁTICO DOS JOGADORES DE FUTEBOL DE ACORDO COM O ESTATUTO POSICIONAL.

Revista Brasileira de Futsal e Futebol ISSN versão eletrônica

INFORMAÇÃO-Prova de Equivalência à Frequência 3º Ciclo do Ensino Básico Despacho Normativo nº 1-a/2017, de 10 de fevereiro

ATLETISMO. Osvaldo Tadeu da Silva Junior

Aspectos Gerais do Treinamento Aeróbio: Planificação, Periodização e Capacidades Biomotoras

Autor(es) GABRIEL HENRIQUE BARBOSA. Orientador(es) ÍDICO LUIZ PELLEGRINOTTI. Apoio Financeiro PIBIC/CNPQ. 1. Introdução

Código: 2941S Disciplina: Treinamento Esportivo I Período 7 Carga Horária: 60hs C.H. Teórica:

CARACTERIZAÇÃO DAS AÇÕES DE FINALIZAÇÃO EM JOGOS DE FUTSAL: uma análise técnico-tática

LISTA DE TABELAS. Páginas

Sugestão da divisão do voleibol por categorias de estatura

Efeito da ingestão de cafeína no teste de 1RM e repetições máximas em homens adultos ativos

EFEITOS DE DOIS PROGRAMAS DE TREINAMENTO SOBRE O VO 2 máx DE ATLETAS JUVENIS DE FUTSAL.

PERIODIZAÇÃO é a divisão do ano de treinamento em períodos particulares de tempo, com objetivos e conteúdos definidos. (Gomes e Souza, 2008).

Escola Estadual João Ribeiro Guimarães Professor Marcos Alberto Sutiér

ANALISE DA APTIDÃO FÍSICA PARA O DESEMPENHO ESPORTIVO NOS ALUNOS INICIANTES DA ESCOLINHA DE FUTEBOL EDVALDO DO Ó.

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular TEORIA E PRÁTICA DO TREINO DESPORTIVO Ano Lectivo 2014/2015

Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga. Disciplina: EDUCAÇÃO FÍSICA 2016

Transcrição:

ANÁLISE DOS EFEITOS DE UMA PERIODIZAÇÃO DE TREINAMENTO FÍSICO SOBRE A VELOCIDADE E RESISTÊNCIA DE SPRINT EM UMA EQUIPE DE FUTSAL MASCULINO ADULTO Rodrigo Cardoso Machado 1, Clodoaldo José Dechechi 2 RESUMO O presente trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos de uma periodização de 10 semanas de treinamento específico de futsal sobre a velocidade e resistência de sprint de jogadores da modalidade. Participaram deste estudo oito jogadores de futsal do sexo masculino. categoria adulta com idade média de 24.2± 2.4 anos. Todos os jogadores realizaram as 10 sessões de treinamento. e realizaram o teste físico de sprints repetidos (BUCHHEIT. 2008). os quais foram realizados anterior e posteriormente as sessões de treinamento. Foi utilizado o teste de normalidade kolmogorov-smirnov. e para avaliar a diferença entre as médias. foi utilizado o teste ANOVA com medidas repetidas. com valor de referência significativa de p<0.05. Em relação ao melhor tempo de sprint. foi observada uma melhora de 0.5% da coleta 2 (6.38 s) em relação a coleta 1 (6.41s). porém sem apresentar diferença significativa (p>0.05). E em relação ao índice de fadiga. não foi observada melhora entre os momentos 1 e 2 (4.3% de queda de performance para ambos os momentos). O treinamento utilizado conseguiu gerar um aumento de performance para velocidade de sprint.mesmo não sendo significativa. Porém. em relação a resistência de sprint. a periodização desenvolvida não foi eficiente no desenvolvimento desta capacidade física. e com isso. necessitamos rever os treinamentos para a próxima periodização. de modo a desenvolver esta capacidade física. Palavras-Chave: Futsal. Periodização. Velocidade de Sprint. Resistência de Sprint ABSTRACT The present work aim to evaluate the effects of a 10 weeks specific futsal training periodization on the sprint speed and endurance from futsal male players. Participated on this study 8 male adult futsal players. with age mean of 24.2± 2.4 years old. All players have participated of the 10 specific training sessions. and realized the repeated sprint physical test (BUCHHEIT. 2008). wich were applied before and after the 10 training sessions. Was used the kolmogorov-smirnov normality test. and to analyse the difference between means. was applied the ANOVA with repeated measures test. with significance reference value of p<0.05. In relationship of sprint speed. was observed a development of 0.5% for the moment 2 (6.38 s) in relationship to the moment 1 (6.41s). but with present significant difference (p>0.05). And in relation to the fadiga indice. we do not observed development between the moments 1 and 2 (4.3% of performance déficit for both moments). The training applied could achieve the performance in the for the speed sprint. even not significant. But. for the endurance sprint. the periodization develop was not efficient to develop this physical capacity. and them. we need to reevaluate the training applied for the next periodization. in way to develop this physical capacity keywords: Futsal. Periodization. Sprint Speed. Sprint Endurance INTRODUÇÃO O futsal, assim como outras modalidades esportivas coletivas, tem como característica em sua metodologia de treina o que Tavares (2002) chamou de descontextualização do jogo, que é a realização do trabalho técnico não relacionado à ação real do jogo. Isso ocorre pela simplificação didática como estratégia de ensino, e se 1 Graduado em Educação Física FAESO Ourinhos SP 2 Bacharel em Treinamento Esportivo UNICAMP Campinas-SP. Mestre em Bioquímica do Exercício UNICAMP Campinas-SP. Docente do Curso de Educação Física FAESO Ourinhos-SP 152

baseia na repetição de um gesto técnico, sem levar em conta outros fatores que possam interagir com este gesto no momento do jogo. Como conseqüência da simplificação didática. emprega-se uma metodologia de treino em que se divide o jogo em diferentes partes (física. técnicas. táticas. e psicossocial). Elas são trabalhadas separadamente. sem haver nenhuma relação com o jogo. Segundo o autor. haveria a necessidade de uma reorientação dos sistemas de treinamento. de modo que se possam trabalhar de forma integradas diferentes partes do jogo. aproximando-se ao máximo da realidade dos jogos. Rohde e Espersen (1988) já afirmavam que os aspectos táticos e técnicos do futebol deveriam ser treinados em condições similares àquelas encontradas durante as partidas. Isso tornaria o treino mais efetivo. Alguns autores e técnicos têm apresentado um sistema de treinamento em que se procura integrar todos os aspectos do jogo. Moreno (2001) propõe em seu estudo uma metodologia de treino em que se deixa de treinar separadamente cada um dos componentes do treinamento desportivos. forma analítica. para fazê-lo de forma integrada e unitária. Deste modo, o presente trabalho tem como objetivo analisar os efeitos de uma periodização de treinamento físico específico da modalidade, sobre as capacidades de velocidade e resistência de Sprint, em jogadores de futsal masculino adulto, tendo em vista a disputa da Copa TV TEM de Futsal 2010. Com isso, objetiva-se, além de providenciar valores de referência destas capacidades físicas determinantes do futsal, bem como proporcionar uma avaliação do treinamento empregado, para que as próximas periodizações desenvolvidas junto a essa equipe tenham ainda mais qualidade. MATERIAIS E MÉTODOS Caracterização dos Sujeitos Participaram do estudo oito jogadores de futsal do sexo masculino. categoria adulta com idade média de 24,2± 2,4 anos. A estatura e o peso apresentaram estatura média de 1.68±0.1 metros e 74.2±7.6 Kg de massa corporal total respectivamente. Os jogadores representaram o município de Canitar para a disputa da fase regional da Copa TV Tem de Futsal 2010. Todos os jogadores preencheram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, onde foi apresentado a todos as condições do estudo, bem como 153

seus benefícios. Além disso, foram informados que poderiam desistir dos estudos e abandonar a equipe a qualquer momento. Metodologia Os treinamentos tiveram início no dia 18 de fevereiro de 2010, onde foi realizado o protocolo de teste de Sprint 15-15 de Buchheit et al (2009). Foram realizados 10 treinamentos durante a periodização. com as coletas de dados sendo realizadas nos treinamentos 1 e 10. E nos treinamentos 2 a 9. foram realizados as terças e quintas feiras. tendo em vista a disputa da Copa TV Tem de Futsal 2010. a qual teve início no dia 19 de março de 2010. Os treinos se iniciavam com 10 minutos de aquecimento. Em seguida 20 minutos de treinamento específico para cada jogador, onde podiam ser exploradas as dificuldades individuais de cada um. No passe, treinávamos passe de curta, média e longa distância. Paralelamente o jogador que tinha dificuldade de chutar ao gol treinava chute ao gol, e o jogador que tinha dificuldade em driblar, treinava com cones para aprimorar o drible. Em seguida continuavam os treinos com 20 minutos de treinamentos táticos e sistemas de jogo, por exemplo, 3x1. 2x2. 4x0. e em seguida era realizado um treino coletivo com 30 minutos de duração com dois tempos de 15 minutos, onde os jogadores se alternavam frequentemente de posição e sempre fazendo o revezamento com jogadores que ficavam no banco. Descrição do teste físico Antes do teste de sprints repetidos, os voluntários foram submetidos a aquecimento constituído de cinco minutos de corrida contínua em intensidade baixa, cinco minutos de exercícios de alongamento e flexibilidade geral pelo método passivo, corridas simulando a situação experimental (4 x 30 m) entre 60 e 80% da velocidade máxima percebida pelo atleta, seguido de cinco minutos de pausa passiva imediatamente antes da sessão.os voluntários realizaram 6 sprints de 30 m em vai-evem (2x15m) a cada 20 s, sendo orientados a percorrer a distância no menor tempo possível. Cada sprint foi iniciado com o participante estando com um pé em cima da linha demarcatória (5 cm de largura) de uma das extremidades do percurso de 15 m e o outro pé atrás dessa linha. A finalização do sprint foi considerada quando o participante tocava a linha da outra extremidade com um dos pés. O início de cada sprint foi 154

determinado através de sinal sonoro emitido por um avaliador localizado no meio do percurso. Outro avaliador registrou o tempo para percorrer os 30 m através de cronômetro digital CASIO com acionamento manual. Três parâmetros são calculados para este teste: tempo de melhor sprint. comumente o primeiro sprint realizado; a média de tempo dos sprints executados. e; índice de fadiga, calculado através da seguinte formula: 100 (tempo total dos sprints/tempo ideal de soma dos sprints*100). onde o tempo ideal é calculado através de (6 x melhor tempo de sprint) (BUCHHEIT, 2009). A Figura 1 apresenta uma representação ilustrativa do teste de sprint. 15 metros Figura 1:representação ilustrativa do teste de sprint de 15m. Análise Estatística Foi utilizado o teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov, com valor de referência significativa p>0.1. Em relação as diferenças entre as médias, foi utilizado o teste estatístico ANOVA com medições repetidas, com valor de referência significativa foi p<0.05. RESULTADOS A Tabela I apresenta os resultados dos 6 sprints realizados. do melhor sprint e do Índice de Fadiga, para os momentos pré e pós treinamentos Tabela I: resultados médios dos 6 sprints realizados. melhor sprint e índice de fadiga Índice 1º 2º 3º 4º 5º 6º Melhor Fadiga Sprint (t) Sprint (t) Sprint (t) Sprint (t) Sprint (t) Sprint (t) Sprint (t) (%) Pré Pós Pré Pós Pré Pós Pré Pós Pré Pós Pré Pós Pré Pós Pré Pós 155

6.60 6.53 6.61 6.61 6.53 6.46 6.61 6.59 6.81 6.78 6.94 6.98 6.41 6.38 4.3 4.3 A Figura 2 apresenta os resultados (em segundos) dos sprints realizados nos momentos pré e pós treinamento. Figura 2: resultados (em segundos) dos sprints realizados nos momentos pré e pós treinamento. Em relação ao melhor tempo de sprint. foi observado uma melhora de 0.5% na performance. porém sem aumento significativo (p>0.05) na mesma. E em relação ao índice de fadiga. não foi observada diferença na mesma. A Figura 3 apresenta os resultados para melhor tempo de sprint (em tempo) e índice de fadiga para os momentos pré e pós. Figura 3: Resultados para melhor tempo de sprint (em segundos gráfico a esquerda) e índice de fadiga (gráfico a direita) para os momentos pré e pós. 156

DISCUSSÃO O Futsal. devido a sua participação nos Jogos Panamericanos e Olímpicos. será uma grande fonte de pesquisa dentro dos próximos anos. O presente estudo buscou colaborar com a literatura da área. apresentando uma resposta de jogadores de futsal para velocidade e resistência de sprint. frente a uma periodização de 10 sessões de treinamento específicopara a modalidade. No presente estudo. foi observada uma melhora de 0.5% no tempo de deslocamentos dos jogadores. comparando o melhor tempo médio da coleta 2 em relação a coleta 1. Analisando os treinamentos desenvolvidos. os quais tiverem como objetivo desenvolver nos jogadores melhoras nos deslocamentos curtos com mudanças de direção. específicos para o futsal. deste modo avaliamos que os o treinamento conseguiu desenvolver a capacidade física de potência de deslocamento nos atletas. mesmo que não significativa (p<0.05). Em relação a resitência de sprint. não foi observada diferença entre as coletas 1 e 2. Esse resultado também reflete a especificidade dos treinamentos. os quais não tiveram como foco o desenvolvimento desta capacidade física. Este porém. foi um ponto negativo da periodização. tendo em vista que os jogadores. durante a disputa dos jogos. apresentaram muita movimentação e velocidade nos primeiros tempos das partidas. e em todos os jogos. terminavam vencendo esse período de jogo. No entanto. nos segundos tempos das partidas. os jogadores não conseguiam manter a mesma performance do primeiro tempo. e as equipes adversárias conseguiam anotar os gols. empatando ou até virando o placar da partida. Assim. para a próxima periodização. fazse necessária a revisão da periodização. tendo em vista o desenvolvimento desta capacidade física. muito necessária para o êxito na modalidade. Estudo de Campos et al (2009), analisando os efeitos de quatro semanas de treinamento físico sobre a performance de jogadores de futsal, os quais disputaram o Campeonato Sulamericano de Clubes, e observaram uma melhora significativa (p<0,05) no VO 2max dos jogadores, de 50,2 ml/kg/min, para 54,8 ml/kg/min. CONCLUSÃO O Futsal é uma modalidade coletiva que apresentará uma maior visibilidade da comunidade científica para os próximos anos. tendo em vista sua entrada no rol de esportes com presença em torneios de grande porte. tal qual Jogos Panamericanos e Olímpicos. 157

No presente estudo. foi observada melhora. porém não-significativa na capacidade física de velocidade de sprint. frente as 10 sessões de treinamento específico. porém. sem apresentar desenvolvimento na capacidade física de resistência de sprint. Com isso. os resultados fornecidos com esta avaliação nos permitirão desenvolver uma periodização que consiga apresentar melhoras não apenas em velocidade de sprint. como também em resistência de sprint. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOMPA, T. O. Periodização: teoria e metodologia de treinamento. Phorte Editora, São Paulo, 2002 BOMPA, T. O. Treinando Atletas de Esportes Coletivos. Editora Manole, SP, 2005. BOMPA, T.O. A Periodização no Treinamento Esportivo. São Paulo: Manole, 2001. BUCHHEIT, M. LAURSEN, P.B., KUHNLE, J., RUCH, D., RENAUD, C., AHMAIDI, S.: Game-Based Training in Young Handball Players. International Journal of Sports Medicine, v.30, p. 251-258, 2009 DE BARROS, L.F.N, CORTEZ, J.A.A. Modalidades Esportivas Coletivas: o futsal. IN: DE ROSE, D.: Modalidades Esportivas Coletiva. Editora Guanabara Koogan, RJ, 2006. DENADAI, B.S., GRECO, C.C.: Prescrição do Treinamento Aeróbio: teoria e prática. Guanabara Koogan, RJ, 2005. FERREIRA FILHO, E., PEREIRA, F.S: Motivos Para a Prática de Futsal: um estudo comparativo entre gêneros. IN: GARCIA, Emerson Silami; LEMOS, Kátia Lúcia Moreira; GRECO, Pablo Juan (Org.). Temas atuais IV em educação física e esportes. Belo Horizonte: Health, 1999. FUTSAL Brasil: o portal do futsal mundial. Disponível em http://www.futsalbrasil.com.br/historia.php. Acesso em: 22 mar. 2010. GARRET, W.E., KIRKENDALL, D. T: A ciência do exercício e dos esportes. Editora Artmed, Porto Alegre, 2003. HISTÓRIA do Futsal. Portal São Francisco. 2010. Disponível em http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/futsal/regras-do-futsal.php. Acesso em: 22 mar. 2010. MANSO, J.M.G.; VALDIVIESO, M.N.; CABALLERO, J.A.R. Planificación del Entreinamiento Deportivo. Madri: Gymnos Editorial. 1ª Edição, 1996. 158

MARTIN, D., CARL, K., LEHNETZ, K: Manuale di Taoria dell Alenamento. Societá Stampa Sportiva, Roma, 1997. RIBEIRO, Rodrigo Nogueira; COSTA, Leonardo Oliveira Pena. epidemiológica de lesões no futebol de salão durante o XV Campeonato Brasileiro de Seleções Sub 20. Rev Bras Med Esporte, Niterói, v. 12, n. 1, fev. 2006. 159