CADERNO SETORIAL RIO GRANDE DO SUL METAL MECÂNICO

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Transcrição:

CADERNO SETORIAL RIO GRANDE DO SUL METAL MECÂNICO

APRESENTAÇÃO O objetivo desse estudo é fazer uma análise do complexo metal mecânico no RS, sem ter a pretensão de esgotar o assunto. Nesse sentido, foi feita uma apresentação das principais características dos setores que compõem esta indústria, sua inserção no contexto nacional e na Região Sul. Ainda, o estudo traz algumas análises conjunturais sobre variáveis como produção, emprego, faturamento, exportações e algumas relacionadas à competitividade do setor. O complexo metal mecânico envolve diversos setores de atividades. Para fins de elucidação, pode-se dividi-lo de acordo com as seguintes categorias de atividade 1 : Como forma de realizar uma análise abrangente acerca não só do macro-setor como também de cada um dos setores que o compõem, o presente estudo está segmentado em 9 capítulos. O primeiro traz a análise para o agregado e os demais para os setores supracitados. Cabe mencionar que este formato pode fazer com que o trabalho seja, por vezes, repetitivo. Entretanto, a estrutura foi elaborada tendo em vista a necessidade dos agentes envolvidos em cada um dos segmentos terem compreensão a respeito de suas especificidades. 1 Os setores correspondem aos grupos da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0), definida pela Comissão Nacional de Classificações (CONCLA). Estudos Técnicos Cadernos Setoriais: Metal Mecânico Unidade de Estudos Econômicos - UEE Sistema FIERGS 2

SUMÁRIO APRESENTAÇÃO... 1 SUMÁRIO... 3 1 INTRODUÇÃO... 4 2 METALURGIA... 16 3 PRODUTOS DE METAL... 29 4 EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA E ELETRÔNICOS... 42 5 MATERIAIS ELÉTRICOS... 54 6 MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS... 65 7 VEÍCULOS AUTOMOTORES... 79 8 OUTROS EQUIPAMENTOS DE TRANSPORTE... 92 9 MANUTENÇÃO, REPARAÇÃO E INSTALAÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPTOS... 101 Estudos Técnicos Cadernos Setoriais: Metal Mecânico Unidade de Estudos Econômicos - UEE Sistema FIERGS 3

1 INTRODUÇÃO O complexo metal mecânico é um setor bastante representativo na economia brasileira, englobando a terça parte do total de segmentos industriais e 35,2% do PIB industrial. No estado do, este macro setor é marginalmente maior, representando 37,6% do PIB industrial. Os segmentos que compõem o complexo metal mecânico e sua participação relativa no mesmo podem ser observados na figura 1.1, tanto para o quanto para o. Neste sentido, nota-se que o segmento de maior relevância é o de veículos automotores que, em ambas as esferas, é responsável por 31% do VTI total do macro-setor 2. O segundo maior segmento, no, é o de metalurgia (17%), seguido pelo de máquinas e equipamentos (14%) e de produtos de metal (13%). No Rio Grande do Sul, a segunda posição é ocupada pelo setor de máquinas e equipamentos (24%), seguido pelo de produtos de metal (18%) e de metalurgia (14%). Figura 1.1: Participação % de cada setor no total do complexo metal mecânico (VTI) Fonte: IBGE/PIA 2009. Elaboração: FIERGS/UEE. No que tange à participação do setor gaúcho no total do mesmo em termos nacionais, a importância das indústrias gaúchas de máquinas e equipamentos e de 2 Destaca-se que o VTI, por ser a diferença entre o valor da produção e o custo de matérias-primas e materiais utilizados no processo produtivo, é comumente utilizado como proxy para o Produto Interno Bruto (PIB). Estudos Técnicos Cadernos Setoriais: Metal Mecânico Unidade de Estudos Econômicos - UEE Sistema FIERGS 4

produtos de metal fica evidente. Como pode ser visto na figura 1.2, do VTI total gerado pelo setor de máquinas e equipamentos no, o é responsável por 13,4%. No caso do setor de produtos de metal, este percentual é de 11,5%. Figura 1.2: Participação % dos setores do complexo metal mecânico RS/BR (VTI) 11,5% 13,4% 3,3% 3,7% 5,2% 6,9% 1,8% 6,5% Metalurgia Produtos de metal Equipamentos de informática e eletrônicos Materiais elétricos Máquinas e equipamentos Veículos automotores Outros equipamentos de transporte Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos Fonte: IBGE/PIA 2009. Elaboração: FIERGS/UEE. 1.1 Estabelecimentos No, existem cerca de 78,3 mil estabelecimentos pertencentes ao complexo metal mecânico, o que equivale a 25% do total da indústria de transformação nacional. Como pode ser visualizado na figura 1.3, as regiões Sudeste e Sul concentram mais de 80% destes. Figura 1.3: Distribuição dos estabelecimentos do complexo metal mecânico (%) Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE. Estudos Técnicos Cadernos Setoriais: Metal Mecânico Unidade de Estudos Econômicos - UEE Sistema FIERGS 5

Na região Sudeste, destacam-se os estados de São Paulo e Minas Gerais, com 28,5 mil e 8,7 mil estabelecimentos, respectivamente. Na região Sul, o destaque é o Rio Grande do Sul, que conta com 9,8 mil estabelecimentos no setor, o que equivale 41% de todos os estabelecimentos desta indústria situados no Sul do País. Ainda, a importância do setor metal mecânico gaúcho fica evidente quando se observa que é o segundo em termos de concentração de estabelecimentos industriais deste setor, representando 12,5% do total nacional. A distribuição espacial destes estabelecimentos através do pode ser observada na figura 1.3. É bastante evidente a concentração desta indústria na região Metropolitana de Porto Alegre (44,3%) e, em menor escala, nas regiões Nordeste (26,4%) e Noroeste (15,2%). Tabela 1.1: Número de estabelecimentos do complexo metal mecânico no, na Região Sul e no Região Sul RS Número % Número % Número % Metalurgia 4.575 1,5 1.203 1,3 521 1,5 Produtos de metal 34.327 10,9 11.373 12,0 4.715 13,4 Equipamentos de informática e eletrônicos 3.566 1,1 812 0,9 319 0,9 Materiais elétricos 4.369 1,4 1.189 1,3 485 1,4 Máquinas e equipamentos 13.339 4,3 4.797 5,0 2.075 5,9 Veículos automotores 5.557 1,8 1.560 1,6 607 1,7 Outros equipamentos de transporte 1.054 0,3 252 0,3 94 0,3 Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos 11.558 3,7 2.809 3,0 963 2,7 Total Metal-Mecânico 78.345 25,0 23.995 25,2 9.779 27,9 Total Indústria de Transformação 313.763 100 95.077 100 35.090 100 Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE. Cabe mencionar que, no metal mecânico, há a predominância de estabelecimentos de micro e pequeno porte 3, sendo estes responsáveis por 95,5% do total brasileiro e por 96,35% do total gaúcho. Ainda, os setores que compõem esta indústria seguem a mesma tendência, sendo todos constituídos praticamente por estabelecimentos de micro e pequeno porte, com participações que variam em torno dos 90%. A desagregação dos dados pelos setores que compõem esta indústria mostra que a maior parte dos estabelecimentos pertence ao setor de produtos de metal, 3 No presente trabalho foi utilizada a classificação do SEBRAE para a definição do porte dos estabelecimentos. Micro: empresas que possuam de 0 a 19 vínculos ativos; Pequena: empresas que possuam de 20 a 99 vínculos ativos; Média: empresas que possuam de 100 a 499 vínculos ativos; Grande: empresas que possuam 500 ou mais vínculos ativos. Essa classificação será utilizada em todo o trabalho. Estudos Técnicos Cadernos Setoriais: Metal Mecânico Unidade de Estudos Econômicos - UEE Sistema FIERGS 6

seguida pelos setores de máquinas e equipamentos e manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos. 1.2 Emprego No, o complexo metal mecânico emprega cerca de 2,27 milhões de trabalhadores formais. Como esperado, a distribuição espacial do emprego segue a tendência daquela observada para os estabelecimentos. Entretanto, a região Sudeste apresenta concentração ainda maior. Como foi observado na figura 1.3, 54,2% do total de estabelecimentos estão situados ali. Em termos de quantidade de trabalhadores, este percentual se eleva para 65,1% (figura 1.4). Isso decorre da elevada presença de empresas de médio e grande porte na região. Figura 1.4: Distribuição dos trabalhadores formais do complexo metal mecânico (%) Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE. No, há 223,4 mil indivíduos empregados no macro-setor (aproximadamente 1 em cada 3 do total da indústria de transformação gaúcha) e, como pode ser visto na figura 1.4, estes estão fortemente concentrados nas regiões Metropolitana de Porto Alegre, Nordeste e Noroeste. A abertura dos dados para os subsetores que compõem esta indústria mostra que a maior parte dos empregados está vinculada aos setores de produtos de metal, de máquinas e equipamentos e de veículos automotores, que juntos concentram 76% da mão-de-obra formal do macro-setor. Estudos Técnicos Cadernos Setoriais: Metal Mecânico Unidade de Estudos Econômicos - UEE Sistema FIERGS 7

Tabela 1.2: Número de trabalhadores formais do complexo metal mecânico no, na Região Sul e no (em mil) Região Sul RS Número % Número % Número % Metalurgia 254,0 3,4 42,1 2,2 14,4 2,1 Produtos de metal 526,2 7,0 131,6 6,8 59,7 8,6 Equipamentos de informática e eletrônicos 165,1 2,2 32,8 1,7 13,6 2,0 Materiais elétricos 212,8 2,8 63,3 3,3 13,2 1,9 Máquinas e equipamentos 373,7 5,0 123,5 6,4 58,8 8,5 Veículos automotores 506,2 6,7 107,6 5,5 51,1 7,4 Outros equipamentos de transporte 93,3 1,2 7,4 0,4 2,0 0,3 Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos 137,5 1,8 24,5 1,3 10,7 1,5 Total Metal-Mecânico 2.268,7 30,2 532,7 27,4 223,4 32,2 Total Indústria de Transformação 7.517,1 100 1.942,1 100 692,8 100 Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE. No, a média de empregados por estabelecimento no complexo metal mecânico é de 22,8 no esta relação é de 29. Neste sentido, o setor que mais se destaca é o de veículos automotores, como pode ser visto na tabela 1.3. Isso se deve ao fato de que, no Estado, mais de 11,5% das empresas deste segmento são de médio e grande porte. O setor com menor relação média trabalhadores/estabelecimento é o de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos. Tabela 1.3: Número médio de trabalhadores por estabelecimento ( por porte) Micro Pequena Média Grande Total Metalurgia 5,1 41,9 200,7 809,6 27,6 Produtos de metal 4,1 40,8 198,0 883,8 12,7 Equipamentos de informática e eletrônicos 5,0 43,0 222,3 1.154,6 42,7 Materiais elétricos 5,6 40,5 249,5 962,0 27,1 Máquinas e equipamentos 5,4 42,3 205,5 1.168,0 28,3 Veículos automotores 6,2 44,1 214,5 1.658,5 84,1 Outros equipamentos de transporte 5,0 45,3 211,0 0,0 21,5 Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos 3,4 36,1 273,6 944,5 11,1 Total Metal-Mecânico 4,6 41,6 210,3 1.190,6 22,8 Total da Indústria de Transformação 4,5 41,1 202,5 1.040,3 19,7 Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE. 1.3 PIB Conforme mencionado anteriormente, o complexo metal mecânico é bastante representativo. No, o setor de veículos automotores, com VTI de R$ 5,6 bilhões é o que mais se destaca, sendo responsável por 11,7% do total da indústria de transformação do Estado. Estudos Técnicos Cadernos Setoriais: Metal Mecânico Unidade de Estudos Econômicos - UEE Sistema FIERGS 8

Tabela 1.4: Valor da transformação Industrial (R$ bilhões) Região Sul RS VTI % VTI % VTI % Metalurgia 36,9 6,1 4,0 3,2 2,6 5,4 Produtos de metal 27,8 4,6 5,8 4,6 3,2 6,6 Equipamentos de informática e eletrônicos 16,6 2,7 2,8 2,2 0,7 1,5 Materiais elétricos 17,8 2,9 5,2 4,1 0,9 1,9 Máquinas e equipamentos 29,7 4,9 8,7 6,8 4,3 9,0 Veículos automotores 67,2 11,1 14,7 11,6 5,6 11,7 Outros equipamentos de transporte 9,8 1,6 0,5 0,4 0,2 0,4 Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos 8,2 1,3 1,2 0,9 0,6 1,2 Metal-Mecânico 213,9 35,2 43,0 33,8 18,2 37,6 Total da Indústria de Transformação 607,7 100 127,1 100 48,3 100 Fonte: IBGE. PIA 2009. Elaboração: FIERGS/UEE. 1.4 Exportações As exportações do setor metal mecânico do apresentaram menor volatilidade que os embarques do na última década. Em nível nacional, houve um crescimento ininterrupto entre 2002 e 2008; já no Estado, as exportações praticamente estagnaram entre 2005 e 2007. A crise financeira internacional de 2008 reduziu pela metade os valores exportados pelo Rio Grande do Sul em 2009, após um notável crescimento de 44,2% no ano anterior. Já a queda no, devido à turbulência de 2008, foi de -36,22%. Figura 1.5: Evolução do valor exportado pelo complexo metal mecânico (em US$ bilhões) 65,7 4,2 56,9 44,1 49,5 51,8 2,9 41,9 2,7 2,8 2,6 36,0 2,2 2,1 22,6 21,5 25,0 1,5 1,3 1,3 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Fonte: MDIC/Aliceweb. Elaboração: FIERGS/UEE. Dos 7 setores que compõem o segmento metal mecânico, 5 apresentaram avanço no ano passado em relação a 2009 no Estado (apenas em máquinas, aparelhos e materiais elétricos e outros equipamentos de transporte houve retração). Estudos Técnicos Cadernos Setoriais: Metal Mecânico Unidade de Estudos Econômicos - UEE Sistema FIERGS 9

No mesmo período, houve um aumento da importância do setor na pauta exportadora gaúcha: 14% para 18%. Tabela 1.5: Exportações gaúchas do segmento metal mecânico em períodos selecionados (R$ bilhões) Metalurgia 45,4 0,3% 81,1 0,5% Produtos de Metal 399,2 3% 446,2 3% Equipamentos de Informática 108,2 0,7% 140,1 1% Máquinas, aparelhos e materias elétricos 173,3 1% 141,7 1% Máquinas e equipamentos 1.041,0 6,8% 1.400,7 9% Veículos Automotores 349,7 2% 538,4 3% Outros Equipamentos de Transporte 6,1 0,0% 4,4 0% Total do Grupo 2.122,8 14% 2.752,7 18% Total da Indústria de Transformação 11.858,5 77,8% 13.041,8 85% Total das Exportações 15.236,1 100% 15.382,4 100% Fonte: Secex. Elaboração: FIERGS/UEE. O panorama é outro para o : os subsetores que apresentaram retração em 2010 foram equipamentos de informática e máquinas, aparelhos e materiais elétricos. A participação da categoria sofreu leve retração, passando de 27% para 26%. 2009 2010 US$ milhões Part. % no total Part. % no total US$ milhões exportado exportado Tabela 1.6: Exportações brasileiras do segmento metal mecânico em períodos selecionados (R$ bilhões) 2009 2010 US$ milhões Part. % no total Part. % no total US$ milhões exportado exportado Metalurgia 13.421,8 9% 16.384,2 8% Produtos de Metal 1.983,8 1% 2.043,4 1% Equipamentos de Informática 2.814,4 2% 2.629,3 1% Máquinas, aparelhos e materias elétricos 3.112,5 2% 3.088,5 2% Máquinas e equipamentos 7.328,9 5% 9.585,5 5% Veículos Automotores 8.238,3 5% 12.400,9 6% Outros Equipamentos de Transporte 4.996,3 3% 5.591,6 3% Total do Grupo 41.896,1 27% 51.723,4 26% Total da Indústria de Transformação 106.037,8 69% 128.237,9 64% Total das Exportações 152.994,7 100% 201.915,3 100% Fonte: Secex. Elaboração: FIERGS/UEE. Estudos Técnicos Cadernos Setoriais: Metal Mecânico Unidade de Estudos Econômicos - UEE Sistema FIERGS 10

Os principais destinos das exportações estaduais do metal mecânico no ano passado foram Argentina, Estados Unidos e Chile. Já os principais importadores em escala nacional foram Argentina, Estados Unidos e México. Figura 1.7: Principais destinos das exportações do Metal Mecânico do Rio Grande do Sul em 2010 US$ milhões 1 ARGENTINA 620,1 2 EUA 289,9 3 CHILE 214,7 4 PARAGUAI 188,9 5 MÉXICO 160,6 6 URUGUAI 129,5 7 ALEMANHA 91,4 8 ÁFRICA DO SUL 83,4 9 PERU 81,1 10 VENEZUELA 80,5 Fonte: Secex. Elaboração: FIERGS/UEE. Destaca-se também que as principais vias de escoamento das exportações brasileiras do setor no ano passado foram: marítima, rodoviária e aérea. Para o Rio Grande do Sul, há uma troca entre os dois primeiros lugares e a via aérea permanece na terceira posição. Tabela 1.7: Principais vias de exportação. US$ Milhões 1 Marítima 29.267,4 2 Rodoviária 8.694,7 3 Aérea 6.656,2 4 Meios Próprios 4.864,8 5 Linha de Transmi 1.125,5 Fonte: Secex. Elaboração: FIERGS/UEE. US$ Milhões 1 Rodoviária 1.224,2 2 Marítima 1.176,9 3 Aérea 265,4 4 Meios Próprios 5,5 5 Ferroviária 4,4 A crise financeira internacional de 2008 provocou uma redução significativa no quantum exportado, tanto pelo quanto. Nesse sentido, o aumento verificado em 2010 nas quantidades exportadas, no entanto, mostrou-se insuficiente para devolver o nível pré-crise. Hoje, a quantidade exportada de produtos do metal mecânico pelo RS está 12% abaixo do nível verificado em 2007. Estudos Técnicos Cadernos Setoriais: Metal Mecânico Unidade de Estudos Econômicos - UEE Sistema FIERGS 11

Figura 1.8: Evolução dos preços e quantidades exportadas pelo complexo metal mecânico Índice Quantum Índice Preço Índice Quantum Índice Preço 100 114,2 111,4 104,4 104,8 79,7 92,6 114,7 112,3 115,0 100 100,5 88,0 71,9 2007 2008 2009 2010 2007 2008 2009 2010 Fonte: Funcex. Elaboração: FIERGS/UEE. 1.5 Indicadores Conjunturais Os dados de produção, disponibilizados pelo IBGE, mostram que, entre os anos de 2002 e 2010, o complexo metal mecânico cresceu 53,7% (numa média de 5,5% a.a.) enquanto que no a expansão acumulada no período foi de 55% (média de 5,6% a.a.), o que evidencia uma pequena diferença de performance por parte deste setor no. Cabe destacar que, em ambos os casos, o setor que mais contribuiu para tal crescimento foi o de veículos automotores. 2,6 Figura 1.9: Produção física do complexo metal mecânico (var % em relação ao ano anterior) 15,7 17,0 21,0 21,8 26,1 10,5 5,4 4,4 6,0 12,2 5,8 7,1 24,7-2,4-13,5-17,1 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Fonte: IBGE/PIM. Elaboração FIERGS/UEE. -15,9 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Estudos Técnicos Cadernos Setoriais: Metal Mecânico Unidade de Estudos Econômicos - UEE Sistema FIERGS 12

Da análise dos dados mais recentes, observa-se que em 2009 a produção setorial apresentou uma queda mais acentuada no Estado em relação ao País. Entretanto, a retomada do crescimento foi mais expressiva no primeiro, de modo que, em ambos os casos, o macro-setor recuperou o nível de produção em que se encontrava em 2008. Segundo o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) calculado pela FIERGS um indicador mais abrangente, baseado em variáveis como emprego, horas trabalhadas, vendas e compras industriais, utilização da capacidade instalada e massa real de salários a queda do setor em 2009 foi ainda mais acentuada e a recuperação menos expressiva do que aquelas registradas pela produção. Figura 1.10: IDI/RS complexo metal mecânico (var % em relação ao ano anterior) 14,8 14,7 18,9 4,4 1,9 7,4-8,8-5,3-20,1 Fonte: FIERGS/UEE. 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Os dados desagregados segundo as variáveis que compõem este indicador mostram que as que apresentaram maior queda em 2009 foram as compras industriais e as horas trabalhadas. Destaca-se que a retração desta última variável em relação ao emprego, em um cenário de crise, (como pode ser observado na tabela 1.8) é esperado, dada a pouca flexibilidade do mercado de trabalho brasileiro. Em 2010, nota-se que apenas as compras industriais, as vendas industriais e a massa real de salários apresentaram expansão superior à queda sofrida em 2009. Entretanto, apenas nos casos das últimas duas variáveis, foi possível retomar o nível registrado em 2008. Estudos Técnicos Cadernos Setoriais: Metal Mecânico Unidade de Estudos Econômicos - UEE Sistema FIERGS 13

1.6 Competitividade A relação custos das operações industriais sobre receita total de vendas de produtos industriais releva-se uma importante medida de competitividade, no sentido de que, quanto maior for esta proporção, menos competitiva é a indústria em questão. A figura 1.11 mostra que, neste sentido, o complexo metal mecânico do Rio Grande do Sul está, em 2009, em melhor posição comparativamente ao. 56,8 57,4 56,4 Tabela 1.8: Componentes do IDI/RS complexo metal mecânico (var. % acumulada no ano 2002 a 2010) Pessoal Horas Vendas Compras Massa real UCI Empregado Trabalhadas Industriais Industriais de salário IDI 2002 2,0 4,7 12,5 2,8 0,0-4,4 2003 1,4 1,9-8,2 4,4-2,0-1,9 2004 7,9 3,4 3,7 13,6 3,0-7,4 2005-1,2-5,9-11,4-15,8-4,1 - -8,8 2006-1,4-1,5-4,9-13,4-1,9 - -5,3 2007 8,4 13,0 19,8 28,2 5,2 7,7 14,8 2008 13,7 15,3 9,3 20,0 5,4 15,9 14,7 2009-9,9-21,7-12,7-32,5-11,8-12,6-20,1 2010 9,4 16,2 15,0 40,9 8,8 15,6 18,9 Var.% acumulada 29,5 15,9 5,5 26,4 1,0 1,1 18,2 Var.% Média ao ano 3,3 1,9 0,7 3,0 0,1 6,0 2,1 Fonte: FIERGS/UEE. Figura 1.11: Relação custo/receita complexo metal mecânico (%) 58,6 59,2 60,0 59,1 59,5 59,2 56,0 53,8 55,5 57,8 58,4 58,9 58,9 58,3 60,9 60,6 51,8 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Fonte: IBGE. PIA. Elaboração FIERGS/UEE 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Estudos Técnicos Cadernos Setoriais: Metal Mecânico Unidade de Estudos Econômicos - UEE Sistema FIERGS 14

Entre os anos de 2000 e 2009, no Estado, esta proporção caiu de 53,8% para 51,8%, enquanto que, no País, passou de 56,8% a 56%, acentuando, desta forma, o diferencial existente. Outra medida utilizada para mensurar competitividade é o Custo Unitário do Trabalho (ULC), que mede os custos de produção por trabalhador através da relação entre salários em US$ e produtividade 4. Nota-se que, de acordo com este indicador, o apresenta vantagens em comparação ao. No Estado, o custo unitário do trabalho aumentou 134% no acumulado entre 2001 e 2010 (média de 9,9% a.a.), frente a um crescimento bem menos expressivo observado para o no mesmo período, de 141,5% (média de 10,3% a.a.). Como pode ser visto na figura 1.12, embora a produtividade tenha crescido menos no Estado, os aumentos de salários mais moderados fizeram com que o custo unitário do trabalho se elevasse menos aqui. Figura 1.12: Custo unitário do trabalho (ULC) complexo metal mecânico (var % acumulada 2001 a 2010) 141,5 134 181,7 168,2 RS 15,1 14,6 Fonte: IBGE/PIMES. Elaboração FIERGS/UEE. ULC Salário em US$ Produtividade 4 A produtividade foi mensurada como a razão entre a produção e o número de trabalhadores. Estudos Técnicos Cadernos Setoriais: Metal Mecânico Unidade de Estudos Econômicos - UEE Sistema FIERGS 15

2 METALURGIA Dos aproximadamente 140 produtos comercializados pela indústria de metalurgia no, pelo menos 13 constam na lista dos 100 produtos e/ou serviços mais vendidos pela indústria brasileira no ano de 2009, como pode ser visualizado na tabela 2.1. Neste contexto, o se destaca nas vendas de chapas, bobinas, fitas e tiras de aço, relaminadas (com R$ 424,6 milhões, é o terceiro principal Estado neste produto) e de tubos, canos ou perfis ocos de aço com costura (com vendas de R$ 292,2 milhões, se colocando como o quarto principal Estado). Tabela 2.1: Principais produtos vendidos Ranking (Metalurgia/Indústria de transformação) Posição Produto Quantidade Valor (toneladas) (R$ mil) 29º Vergalhões de aços ao carbono 2.840.684 5.921.054 38º Bobinas a quente de aços ao carbono, não revestidos 3.668.315 5.136.893 49º Bobinas a frio de aços ao carbono, não revestidos 2.565.445 4.251.405 51º Lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono 5.289.305 4.240.928 52º Bobinas ou chapas de aços zincadas (galvanizadas) 1.996.657 4.165.139 55º Chapas, bobinas, fitas e tiras de aço, relaminadas 2.073.188 3.982.837 57º Alumínio não ligado em formas brutas (líquido, massa, lingotes, biletes, granalhas, etc.) 1.311.611 3.723.596 58º Fio-máquina de aços ao carbono 2.335.738 3.709.285 59º Barras, perfis ou vergalhões de cobre ou de ligas de cobre (latão, cuproníquel, maillechort, etc.) 442.579 3.673.835 69º Óxido de alumínio (alumina calcinada) 6.690.123 3.345.904 73º Tubos, canos ou perfis ocos de aço com costura, não especificados 1.243.938 3.240.679 81º Ferro-gusa 4.531.574 2.971.632 87º Ouro em barras, fios, perfis, chapas ou outras formas semimanufaturadas* 44.286 2.642.863 Fonte: IBGE/PIA 2009. Elaboração: FIERGS/UEE. *em Kg. A indústria metalúrgica gaúcha, com VTI de R$ 2,6 bilhões, representa 14,4% do complexo metal mecânico e 5,4% do total da indústria de transformação do Estado. No, a representatividade deste setor, em ambas as esferas, é menor em comparação ao, como pode ser observado na figura 2.1. Estudos Técnicos Cadernos Setoriais: Metal Mecânico Unidade de Estudos Econômicos - UEE Sistema FIERGS 16

17,2 Figura 2.1: Participação da indústria de metalurgia (valor da transformação industrial) 14,4 6,1 5,4 No complexo metal mecânico Na indústria de transformação Fonte: IBGE/PIA 2009. Elaboração: FIERGS/UEE. No complexo metal mecânico Na indústria de transformação 2.1 Estabelecimentos No, existem cerca de 4,6 mil estabelecimentos pertencentes à indústria de metalurgia, o que equivale a 1,5% do total de estabelecimentos da indústria de transformação nacional e, como pode ser visualizado na figura 2.2, as regiões Sudeste e Sul concentram mais de 85% destes. Figura 2.2: Distribuição dos estabelecimentos da indústria metalúrgica (%) Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE. Estudos Técnicos Cadernos Setoriais: Metal Mecânico Unidade de Estudos Econômicos - UEE Sistema FIERGS 17

Na região Sudeste, destacam-se os estados de São Paulo e Minas Gerais, com 1,7 mil e 697 estabelecimentos, respectivamente. Na região Sul, o destaque é o Rio Grande do Sul, que conta com 521 estabelecimentos no setor, o que equivale 43,3% de todos os estabelecimentos desta indústria situados no Sul do País. Ainda, a importância da indústria metalúrgica gaúcha fica evidente quando se observa que é a terceira em termos de concentração de estabelecimentos industriais deste setor, representando 11,4% do total nacional. A distribuição espacial destes estabelecimentos no pode ser observada na figura 2.2. É bastante evidente a concentração desta indústria na região Metropolitana de Porto Alegre (55,3%) e, em menor escala, nas regiões Nordeste (23,8%) e Noroeste (10,4%). Tabela 2.2: Número de estabelecimentos da indústria metalúrgica no, na Região Sul e no Região Sul RS Número % Número % Número % Produção de ferrogusa e de ferroligas 272 0,1 22 0,0 6 0,0 Siderurgia 615 0,2 122 0,1 52 0,1 Produção de tubos de aço, exceto tubos sem costura 273 0,1 57 0,1 30 0,1 Metalurgia dos metais não ferrosos 1.374 0,4 395 0,4 166 0,5 Fundição 2.041 0,7 607 0,6 267 0,8 Metalurgia 4.575 1,5 1.203 1,3 521 1,5 Total Metal-Mecânico 78.345 25,0 23.995 25,2 9.779 27,9 Total Indústria de Transformação 313.763 100 95.077 100 35.090 100 Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE. Cabe mencionar que, tanto no quanto no, quase a totalidade dos estabelecimentos do setor de metalurgia é de porte micro e pequeno. A desagregação dos dados pelos subsetores que compõem esta indústria mostra que a maior parte dos estabelecimentos pertence à fundição, seguida pela metalurgia dos metais não ferrosos e pela siderurgia. 2.2 Emprego No, a indústria metalúrgica emprega 254 mil trabalhadores formais. Como esperado, a distribuição espacial do emprego segue a tendência daquela observada para os estabelecimentos. Entretanto, nota-se uma maior concentração na região Estudos Técnicos Cadernos Setoriais: Metal Mecânico Unidade de Estudos Econômicos - UEE Sistema FIERGS 18

Sudeste, que, como visto, concentra 59,3% dos estabelecimentos, é responsável por 72,3% do total de postos de trabalho formal. A maior concentração do emprego em relação ao número de estabelecimentos se deve, em grande parte, à elevada presença de empresas de grande porte na região. A região Sul, por sua vez, concentra menos empregos do que estabelecimentos. No, há 14,4 mil indivíduos empregados no setor e, como pode ser visto na figura 2.3, estes estão fortemente concentrados nas regiões Metropolitana de Porto Alegre e Nordeste. Chama atenção o elevado percentual de trabalhadores do setor situados no Nordeste do Estado, o que ocorre devido ao fato de que 14,6% dos estabelecimentos de grande porte sedimentados no estão localizados nesta região. Figura 2.3: Distribuição dos trabalhadores formais da indústria metalúrgica (%) Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE. A abertura dos dados para os subsetores que compõem a indústria metalúrgica mostra que a maior parte dos empregados está vinculada à fundição e à siderurgia, que juntas concentram 78,8% da mão-de-obra formal do setor. Estudos Técnicos Cadernos Setoriais: Metal Mecânico Unidade de Estudos Econômicos - UEE Sistema FIERGS 19

Tabela 2.3: Número de trabalhadores formais da indústria metalúrgica no, na Região Sul e no (em mil) Região Sul RS Número % Número % Número % Produção de ferrogusa e de ferroligas 20,8 0,3 0,3 0,0 0,0 0,0 Siderurgia 88,0 1,2 5,6 0,3 3,4 0,5 Produção de tubos de aço, exceto tubos sem costura 17,8 0,2 3,5 0,2 1,4 0,2 Metalurgia dos metais não ferrosos 49,8 0,7 5,6 0,3 1,7 0,2 Fundição 77,7 1,0 27,2 1,4 7,9 1,1 Metalurgia 254,0 3,4 42,1 2,2 14,4 2,1 Total Metal-Mecânico 2.268,7 30,2 532,7 27,4 223,4 32,2 Total Indústria de Transformação 7.517,1 100 1.942,1 100 692,8 100 Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE. 2.2.1 Perfil do trabalhador Em relação ao total da indústria de transformação, este segmento é o quarto em termos de duração média do contrato de trabalho. O trabalhador permanece empregado, em média, por 62 meses. Os estabelecimentos de grande porte oferecem maior estabilidade (78 meses) e são nas microempresas que os contratos duram menos (41 meses). Tabela 2.4: Distribuição do Emprego, Estabelecimentos e Características do Trabalhador por Porte das Empresas da Indústria de Metalurgia Nº de Estabelecimentos 439 54 21 7 521 Nº de Trabalhadores 2.227 2.263 4.215 5.667 14.372 Homem 1.849 1.938 3.387 5.069 12.243 Mulher 378 325 828 598 2.129 Média de Idade 35,6 35,3 35,3 33,6 34,6 Tempo no Emprego¹ 41 47 60 78 62 Remuneração Média² 2,6 2,8 4,2 4,7 3,9 Horas Trabalhadas ³ 43,6 43,5 43,3 43,5 43,4 1 em meses 2 em salários mínimos 3 por semana em horas contratuais Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE Micro Pequena Média Grande Total Aproximadamente 85% dos trabalhadores desta indústria são do sexo masculino. Este percentual é maior nas empresas de grande porte (89,4%) e menor nas de porte médio (80,3%). A idade média do trabalhador é de 34,6 anos, sendo que 89,0% têm menos de 49 anos. A distribuição percentual dos trabalhadores de acordo com a idade Estudos Técnicos Cadernos Setoriais: Metal Mecânico Unidade de Estudos Econômicos - UEE Sistema FIERGS 20

está caracterizada na figura 2.4. Uma vez que existem apenas 73 trabalhadores nesta indústria com 65 anos ou mais, o que representa 0,51%, os mesmos foram excluídos do gráfico. Figura 2.4: Distribuição dos Trabalhadores da Indústria de Metalurgia de Acordo com a Idade (em %) Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE Como mostra a figura 2.5, apenas 8,1% dos trabalhadores possuem educação em nível superior completo e 6,4% em nível superior incompleto. A maior parte dos empregados (36,5%) possui ensino médio completo e é possível observar que grande parte dos funcionários não concluiu o ensino fundamental (20,9%). Cabe destacar que existem 51 trabalhadores nesta indústria com grau de instrução em nível de pósgraduação (mestrado e/ou doutorado). Figura 2.5: Distribuição Percentual dos Trabalhadores da Indústria de Metalurgia de Acordo com o Grau de Instrução (em anos de estudo) 36,5 20,9 17,6 10,0 6,4 8,1 0,2 0,4 Analfabeto Entre 1 e 8 anos 9 anos Entre 10 e 11 anos 12 anos Entre 13 e 16 anos 17 anos Mais de 17 anos Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE Estudos Técnicos Cadernos Setoriais: Metal Mecânico Unidade de Estudos Econômicos - UEE Sistema FIERGS 21

A tabela 2.5 traz as principais ocupações, em termos de número de trabalhadores. A maior parte das vagas nesta indústria é ocupada por trabalhadores de conformação de metais e de compósitos (17,1%), por trabalhadores de usinagem de metais e de compósitos (9,5%) e por embaladores e alimentadores de produção, com 8,7% do total. Tabela 2.5: Principais Ocupações dos Trabalhadores da Indústria de Metalurgia Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE Empregados Trabalhadores de conformação de metais e de compósitos 2.464 Trabalhadores de usinagem de metais e de compósitos 1.365 Embaladores e alimentadores de produção 1.248 Operadores de instalações e equipamentos de produção de metais e ligas (primeira fusão) 1.125 Técnicos em metalmecânica 712 Trab de montagem de tubulações, estruturas metálicas e de compósitos 698 Técnicos de nivel médio em operações industriais 676 Operadores de utilidades 581 Mecânicos de manutenção de máq. e equip.tos industriais, comerciais e residenciais 504 Escriturários em geral, agentes, assistentes e auxiliares administrativos 494 Condutores de veículos e operadores de equipamentos de elevação e de mov. de cargas 402 Profissionais de organização e administração de empresas e afins 363 Escriturários de controle de materiais e de apoio À produção 359 Operadores de instalações e equipamentos de produção de metais e ligas (segunda fusão) 232 Técnicos de nivel médio em operações comerciais 193 Trab de tratamento térmico e de superfícies de metais e de compósitos 187 Supervisores da transformação de metais e de compósitos 176 Montadores de máquinas e aparelhos mecânicos 166 Gerentes de áreas de apoio 147 Eletricistas eletrônicos de manutenção industrial, comercial e residencial 134 Outras ocupações 2.146 Total 14.372 2.3 PIB Em termos de Valor da Transformação Industrial (VTI), utilizado como proxy para o PIB setorial, nota-se que, no, o segmento da indústria metalúrgica de maior relevância é o de siderurgia, que representa 12,1% do complexo metal mecânico e 4,6% do total da indústria de transformação gaúcha. No que tange à representação do segmento gaúcho no total do mesmo em termos nacionais, destacam-se a siderurgia (11,5%) e a fundição (9,5%). Estudos Técnicos Cadernos Setoriais: Metal Mecânico Unidade de Estudos Econômicos - UEE Sistema FIERGS 22

Fonte: IBGE. PIA 2009. Elaboração: FIERGS/UEE. Tabela 2.6: Valor da transformação Industrial (R$ bilhões) Região Sul RS VTI % VTI % VTI % Produção de ferro-gusa e de ferroligas 3,3 0,5 0,0 0,0 - - Siderurgia 19,2 3,2 2,7 2,1 2,2 4,6 Produção de tubos de aço, exceto tubos sem costura 2,2 0,4 0,3 0,2 0,1 0,3 Metalurgia dos metais não-ferrosos 9,8 1,6 0,2 0,2 - - Fundição 2,5 0,4 0,8 0,6 0,2 0,5 Metalurgia 36,9 6,1 4,0 3,2 2,6 5,4 Total Metal-Mecânico 213,9 35,2 43,0 33,8 18,2 37,6 Total da Indústria de Transformação 607,7 100 127,1 100 48,3 100 2.4 Exportações Em nível nacional, a metalurgia é o setor do metal mecânico que possui a maior representatividade nas exportações, sendo que, em 2010, esse número correspondeu a 31,7%. No, contudo, o cenário é outro: a fatia da metalurgia na pauta do segmento só não é menor que outros equipamentos de transporte (apenas 2,94% no ano passado). Considerando toda a pauta exportadora gaúcha, a metalurgia ganhou espaço no ano passado em relação a 2009, mas os números ainda são modestos (0,3% em 2009 e 0,53% em 2010). No, houve uma pequena queda de participação da categoria (8,77% em 2009 e 8,11% em 2010). Figura 2.6: Evolução do valor exportado pela indústria metalúrgica (em US$ milhões) 16.391 17.323 13.672 11.123 8.211 5.9786.631 20.746 13.357 16.312 50,4 37,2 46,4 44,7 70,7 64,1 94,8 86,1 44,3 80,1 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Fonte: MDIC/Aliceweb. Elaboração: FIERGS/UEE. Estudos Técnicos Cadernos Setoriais: Metal Mecânico Unidade de Estudos Econômicos - UEE Sistema FIERGS 23

A volatilidade das exportações gaúchas de metalurgia foi maior do que a verificada em nível nacional entre 2001 e 2010. Um exemplo disso são as mudanças ocorridas em 2009 com relação a 2008, bem como 2010 tendo por base 2009. Esses períodos correspondem, respectivamente, a recessão e a recuperação da economia diante da crise financeira internacional. No primeiro, a queda das exportações de metalurgia para o foi de -35,62%, enquanto que a variação entre 2009 e 2010 foi de 22,13%. Já para o, esses valores foram de -48,49% e 80,72%. O quantum e os preços dos produtos da categoria ainda estão abaixo do patamar verificado para o no pré-crise. Com relação ao, houve um descasamento notável entre preços e quantidades a partir de 2008 que, em parte, foi reduzido em 2010. Porém, a quantidade exportada pelo RS ainda está 26% abaixo do verificado em 2007. Figura 2.7: Evolução dos preços e quantidades exportadas pela metalurgia Índice Quantum Índice Preço Índice Quantum Índice Preço 100 127,0 94,3 92,0 103,9 84,1 90,5 100 138,1 70,8 122,6 116,4 74,0 40,3 2007 2008 2009 2010 2007 2008 2009 2010 Fonte: Funcex. Elaboração: FIERGS/UEE. Os países do continente americano concentraram praticamente todo o conjunto das exportações gaúchas de metalurgia em 2010, com destaques para a Argentina, Estados Unidos e Paraguai. Quando somados, essas nações correspondem a mais de 3/4 desse total. Estudos Técnicos Cadernos Setoriais: Metal Mecânico Unidade de Estudos Econômicos - UEE Sistema FIERGS 24

Figura 2.8: Principais destinos das exportações de Metalurgia do em 2010 Fonte: Secex. Elaboração: FIERGS/UEE. Entre os principais produtos do setor exportados pelo no ano passado, destacaram-se a produção de laminados longos de aço (US$ 49,8 milhões), tubos de aço com costura (US$ 9 milhões) e laminados planos de aço (US$ 7,6 milhões). Essas mercadorias representaram 82% da pauta exportadora de metalurgia do Estado. Em nível nacional, os bens mais importantes foram alumínio e suas ligas (US$ 3,34 bilhões), semi-acabados de aço (US$ 2,59 bilhões) e ferroligas (US$ 2,08 bilhões). Participação % do Total 1º ARGENTINA 55% 2º EUA 15% 3º PARAGUAI 6% 4º CHILE 5% 5º MEXICO 3% 6º URUGUAI 2% 7º BOLIVIA 2% 8º COLOMBIA 2% 9º ILHAS CAYMAN 1% 10º EQUADOR 1% Demais 7% Total 100% 2.5 Indicadores Conjunturais Os dados de produção, disponibilizados pelo IBGE, mostram que, entre os anos de 2002 e 2010, a indústria metalúrgica gaúcha cresceu 31,3% (numa média de 3,5% a.a.) enquanto que no a expansão acumulada no período foi de 18% (média de 2,1% a.a.), o que evidencia um maior dinamismo por parte deste setor no Rio Grande do Sul. Da análise dos dados mais recentes, observa-se que em 2009 a produção setorial apresentou uma queda mais acentuada no Estado em relação ao País. Entretanto, a recuperação em 2010 foi consideravelmente mais intensa no primeiro. Estudos Técnicos Cadernos Setoriais: Metal Mecânico Unidade de Estudos Econômicos - UEE Sistema FIERGS 25

Figura 2.9: Produção física da indústria metalúrgica (var % em relação ao ano anterior) 17,6 30,0 3,6 6,0 3,4 2,8 6,8 3,3 5,2 1,3 14,6 7,9 2,3-2,0-17,6 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010-2,9-0,4-18,5 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Fonte: IBGE/PIM. Elaboração FIERGS/UEE. Segundo o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) um indicador mais abrangente, baseado em variáveis como emprego, horas trabalhadas, vendas e compras industriais, utilização da capacidade instalada e massa real de salários a queda do setor em 2009 foi ainda mais acentuada e a recuperação menos expressiva do que aquelas registradas pela produção. Figura 2.10: IDI/RS indústria metalúrgica (var % em relação ao ano anterior) 12,6 12,5 19,4 0,2 3,9 1,4-1,0-0,5-28,7 Fonte: FIERGS/UEE. 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Os dados desagregados segundo as variáveis que compõem este indicador mostram que as que apresentaram maior queda em 2009 foram as compras, a utilização da capacidade instalada e as vendas industriais. O crescimento observado Estudos Técnicos Cadernos Setoriais: Metal Mecânico Unidade de Estudos Econômicos - UEE Sistema FIERGS 26

em 2010 mostra que apenas a variável massa real de salários (que não apresentou queda em 2009) estava acima do nível registrado em 2008. Fonte: FIERGS/UEE. Tabela 2.7: Componentes do IDI/RS indústria metalúrgica (var. % acumulada no ano 2002 a 2010) Pessoal Horas Vendas Compras Massa real de UCI Empregado Trabalhadas Industriais Industriais salário IDI 2002-1,8-2,1 5,8-2,7 0,9-0,2 2003 1,9 4,4 4,0 17,2-10,1-3,9 2004 8,4 10,2 13,4 15,0 14,0-12,6 2005 6,2 1,2 0,9-9,8 1,7 - -1,0 2006 0,1-1,7-1,4 4,3-4,3 - -0,5 2007 5,8 3,4 12,3 29,9 5,5 11,1 12,5 2008 5,1 0,1 1,0-1,3 0,4 12,1 1,4 2009-17,1-18,4-30,1-44,5-41,8 7,9-28,7 2010 5,0 14,5 4,9 41,6 13,3 38,4 19,4 Var.% acumulada Var.% Média ao ano 13,6 10,7-2,5 27,8-30,4 86,1 11,9 1,6 1,3-0,3 3,1-4,4 16,8 1,4 2.6 Competitividade A relação custos das operações industriais sobre receita total de vendas de produtos industriais revela-se uma importante medida de competitividade, no sentido de que, quanto maior for esta proporção, menos competitiva é a indústria em questão. A figura 2.11 mostra que, neste sentido, o segmento de metalurgia do está em melhor posição comparativamente ao. Nos anos de 2000 e 2009, esta proporção foi de 43,5%. No País, passou de 54,8% a 60,5%, acentuando, desta forma, o diferencial existente. Outra medida utilizada para mensurar competitividade é o Custo Unitário do Trabalho (ULC), que mede os custos de produção por trabalhador através da relação entre salários em US$ e produtividade. Nota-se que, de acordo com este indicador, o apresenta vantagens em comparação ao. Estudos Técnicos Cadernos Setoriais: Metal Mecânico Unidade de Estudos Econômicos - UEE Sistema FIERGS 27

Figura 2.11: Relação custo/receita indústria metalúrgica (%) 54,8 56,7 55,9 56,7 54,8 57,9 59,3 60,2 61,1 60,5 49,6 56,5 52,8 49,4 47,9 51,9 62,5 60,8 43,5 43,5 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Fonte: IBGE. PIA. Elaboração FIERGS/UEE 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 No Estado, o custo unitário do trabalho aumentou 1163,1% no acumulado entre 2001 e 2010 (média de 11,3% a.a.), frente a um crescimento bem menos expressivo observado para o no mesmo período, de 110,3% (média de 8,6% a.a.). Este movimento é explicado por duas vias. Primeiramente, pelo aumento de salários, que foram menos expressivos no. Em segundo lugar, a produtividade. Enquanto que no esta caiu 6,6% no acumulado do período, no Estado ela caiu 1,4%. Figura 2.12: Custo unitário do trabalho (ULC) indústria metalúrgica (var % acumulada 2001 a 2010) 163,1 145,2 110,3 102,0 RS Fonte: IBGE/PIMES. Elaboração FIERGS/UEE. -6,6-1,4 ULC Salário em US$ Produtividade Estudos Técnicos Cadernos Setoriais: Metal Mecânico Unidade de Estudos Econômicos - UEE Sistema FIERGS 28

3 PRODUTOS DE METAL Dos mais de 200 produtos comercializados pela indústria de produtos de metal no, dois constam na lista dos 100 produtos e/ou serviços mais vendidos pela indústria brasileira no ano de 2009, como pode ser visualizado na tabela 3.1. Quanto aos artefatos diversos de ferro e aço, o, com vendas de R$ 191,4 milhões, ocupa a 3ª posição nacional. No que se refere às estruturas de ferro, aço em chapas ou em outras formas, o Estado ocupa a 4ª colocação no ranking nacional, com vendas de R$ 264,8 milhões. Tabela 3.1: Principais produtos vendidos Ranking (Produtos de metal/indústria de transformação) Quantidade Valor Posição Produto (toneladas) (R$ mil) 71º Artefatos diversos de ferro e aço 2.445.398 3.320.381 94º Estruturas de ferro e aço, em chapas ou em outras formas 638.897 2.432.085 Fonte: IBGE/PIA 2009. Elaboração: FIERGS/UEE. A indústria de produtos de metal gaúcha, com VTI de R$ 3,27 bilhões, representa 17,5% do complexo metal mecânico e 6,6% do total da indústria de transformação do Estado. No, a representatividade deste setor, em ambas as esferas, é maior em comparação ao, como pode ser observado na figura 3.1. 13,0 Figura 3.1: Participação da indústria de produtos de metal (valor da transformação industrial) 17,5 4,6 6,6 No complexo metal mecânico Na indústria de transformação Fonte: IBGE/PIA 2009. Elaboração: FIERGS/UEE. No complexo metal mecânico Na indústria de transformação Estudos Técnicos Cadernos Setoriais: Metal Mecânico Unidade de Estudos Econômicos - UEE Sistema FIERGS 29

3.1 Estabelecimentos No, existem cerca de 34,3 mil estabelecimentos pertencentes à indústria de produtos de metal, o que equivale a 10,9% do total de estabelecimentos da indústria de transformação nacional e, como pode ser visualizado na figura 3.2, as regiões Sudeste e Sul concentram mais de 80% destes. Na região Sudeste, destacam-se os estados de São Paulo e Minas Gerais, com 11,14 mil e 4,27 mil estabelecimentos, respectivamente. Na região Sul, o destaque é o, que conta com 4,71 mil estabelecimentos no setor, o que equivale a 41% de todos os estabelecimentos desta indústria situados no Sul do País. Ainda, a importância da indústria de produtos de metal gaúcha fica evidente quando se observa que é a segunda em termos de concentração de estabelecimentos industriais deste setor, representando 13,7% do total nacional. Figura 3.2: Distribuição dos estabelecimentos da indústria de produtos de metal (%) Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE. Cabe destacar que, no, a indústria de produtos de metal é a mais numerosa em termos de número de estabelecimentos dentre todos os setores que compõem o complexo metal mecânico. A distribuição espacial destes estabelecimentos pode ser observada na figura 3.2. É bastante evidente a concentração desta indústria na região Metropolitana de Porto Alegre (42,7%) e, em menor escala, nas regiões Nordeste (27,4%) e Noroeste (16,1%). Estudos Técnicos Cadernos Setoriais: Metal Mecânico Unidade de Estudos Econômicos - UEE Sistema FIERGS 30

Cabe mencionar que, tanto no quanto no, quase a totalidade dos estabelecimentos do setor de produtos de metal é de porte micro e pequeno. A desagregação dos dados pelos subsetores que compõem esta indústria mostra que a maior parte dos estabelecimentos pertence à fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada, seguida pela fabricação de artigos de cutelaria, de serralheria e ferramentas e pela forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais. Tabela 3.2: Número de estabelecimentos da indústria de produtos de metal no, na Região Sul e no Região Sul RS Número % Número % Número % Fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada 11.138 3,5 3.915 4,1 1.543 4,4 Fabricação de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras 614 0,2 161 0,2 73 0,2 Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais 6.365 2,0 2.025 2,1 767 2,2 Fabricação de artigos de cutelaria, de serralheria e ferramentas 6.638 2,1 1.996 2,1 885 2,5 Fabricação de equipamento bélico pesado, armas e munições 27 0,0 11 0,0 9 0,0 Fabricação de produtos de metal não especificados anteriormente 9.545 3,0 3.265 3,4 1.438 4,1 Produtos de metal 34.327 10,9 11.373 12,0 4.715 13,4 Total Metal-Mecânico 78.345 25,0 23.995 25,2 9.779 27,9 Total Indústria de Transformação 313.763 100 95.077 100 35.090 100 Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE. Embora a indústria de fabricação de equipamento bélico pesado, armas e munições seja de pouca relevância em termos de número de estabelecimentos no setor de produtos de metal, cabe destacar que o tem considerável representatividade neste segmento, concentrando cerca de 82% dos estabelecimentos situados na região Sul e mais de 30% em relação ao total do. 3.2 Emprego No, a indústria de produtos de metal emprega cerca de 526 mil trabalhadores formais. Como esperado, a distribuição espacial do emprego segue a tendência daquela observada para os estabelecimentos. A região Sudeste, que, como visto, concentra 51,2% dos estabelecimentos, é responsável por 62% do total de postos de trabalho formal. A maior concentração do emprego em relação ao número de estabelecimentos se deve, em grande parte, à elevada presença de empresas de grande porte na região. A região Sul, por sua vez, concentra menos empregos do que estabelecimentos. Estudos Técnicos Cadernos Setoriais: Metal Mecânico Unidade de Estudos Econômicos - UEE Sistema FIERGS 31

Figura 3.3: Distribuição dos trabalhadores formais da ind. de produtos de metal (%) Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE. No, há 59,7 mil indivíduos empregados no setor e, como pode ser visto na figura 3.3, estes estão fortemente concentrados nas regiões Metropolitana de Porto Alegre e Nordeste. Chama atenção o elevado percentual de trabalhadores do setor situados no Nordeste do Estado, o que ocorre devido ao fato de que 36% dos estabelecimentos de médio e grande porte sedimentados no estão localizados nesta região. Tabela 3.3: Número de trabalhadores formais da indústria de produtos de metal no, na Região Sul e no (em mil) Região Sul RS Número % Número % Número % Fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada 137,8 1,8 29,1 1,5 10,9 1,6 Fabricação de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras 15,3 0,2 3,1 0,2 1,3 0,2 Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais 111,2 1,5 23,8 1,2 9,9 1,4 Fabricação de artigos de cutelaria, de serralheria e ferramentas 64,9 0,9 20,7 1,1 13,0 1,9 Fabricação de equipamento bélico pesado, armas e munições 7,9 0,1 4,0 0,2 4,0 0,6 Fabricação de produtos de metal não especificados anteriormente 189,1 2,5 50,9 2,6 20,6 3,0 Produtos de metal 526,2 7,0 131,6 6,8 59,7 8,6 Total Metal-Mecânico 2.268,7 30,2 532,7 27,4 223,4 32,2 Total Indústria de Transformação 7.517,1 100 1.942,1 100 692,8 100 Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE. A abertura dos dados para os subsetores que compõem a indústria de produtos de metal mostra que a maior parte dos empregados está vinculada à fabricação de artigos de cutelaria, da serralheria e ferramentas e à fabricação de estruturas metálicas Estudos Técnicos Cadernos Setoriais: Metal Mecânico Unidade de Estudos Econômicos - UEE Sistema FIERGS 32

e obras de caldeiraria pesada, que juntas concentram 40% da mão-de-obra formal do setor. 3.2.1 Perfil do trabalhador Em média, o trabalhador permanece empregado nesta indústria por um período de 4,2 anos (50 meses). As empresas de grande porte oferecem maior estabilidade, visto que seus contratos de trabalho têm duração média de 7,75 anos. Por outro lado, nas microempresas onde a estabilidade é menor os contratos duram em média 2,7 anos. Tabela 3.4: Distribuição do Emprego, Estabelecimentos e Características do Trabalhador por Porte das Empresas da Indústria de Produtos de Metal 1 em meses 2 em salários mínimos 3 por semana em horas contratuais Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE Micro Pequena Média Grande Total Nº de Estabelecimentos 4.251 378 72 14 4.715 Nº de Trabalhadores 17.611 15.431 14.253 12.373 59.668 Homem 14.834 12.278 10.857 9.476 47.445 Mulher 2.777 3.153 3.396 2.897 12.223 Média de Idade 33,9 33,5 33,4 33,3 33,6 Tempo no Emprego¹ 32 37 50 93 50 Remuneração Média² 2,2 2,8 3,4 3,7 2,9 Horas Trabalhadas ³ 43,5 43,5 43,4 43,5 43,5 Os trabalhadores são majoritariamente do sexo masculino (79,5%). Este percentual é maior nas microempresas (84,2%) e menor nas de porte médio (76,2%). A idade média do trabalhador é de 33,6 anos, sendo que 89,8% têm menos de 49 anos. A distribuição percentual dos trabalhadores de acordo com a idade está caracterizada na figura 3.4. Uma vez que existem apenas 216 trabalhadores nesta indústria com 65 anos ou mais, o que representa 0,36%, os mesmos foram excluídos do gráfico. Estudos Técnicos Cadernos Setoriais: Metal Mecânico Unidade de Estudos Econômicos - UEE Sistema FIERGS 33