ADORAÇÃO EUCARISTICA. Código de Direito Canônico sobre o Tabernáculo

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Transcrição:

ADORAÇÃO EUCARISTICA Código de Direito Canônico sobre o Tabernáculo

CELEBRAÇÃO EUCARISTICA Na Eucaristia, o Filho de Deus vem ao nosso encontro e deseja unir-se conosco; a adoração eucarística é apenas o prolongamento visível da celebração eucarística, a qual, em si mesma, é o maior ato de adoração da Igreja: receber a Eucaristia significa colocar-se em atitude de adoração d'aquele que comungamos.

TABERNÁCULO Cân. 934 2. Nos lugares em que se conserva a santíssima Eucaristia deve sempre haver alguém que cuide dela e, na medida do possível, um sacerdote celebre missa aí, pelo menos duas vezes por mês.

ABERTA A DEVOÇÃO Cân. 937 - A não ser que obste motivo grave, a igreja em que se conserva a santíssima Eucaristia seja aberta todos os dias aos fiéis, ao menos durante algumas horas, a fim de que eles possam dedicar-se à oração diante do santíssimo Sacramento.

O culto prestado à Eucaristia fora da Missa é de um valor inestimável na vida da Igreja, e está ligado intimamente com a celebração do sacrifício eucarístico. A presença de Cristo nas hóstias consagradas que se conservam após a Missa presença essa que perdura enquanto subsistirem as espécies do pão do vinho resulta da celebração da Eucaristia e destina-se à comunhão, sacramental e espiritual. Compete aos Pastores, inclusive pelo testemunho pessoal, estimular o culto eucarístico, de modo particular as exposições do Santíssimo Sacramento e também as visitas de adoração a Cristo presente sob as espécies eucarísticas Adoração ao Santíssimo Sacramento

É bom demorar-se com Ele e, inclinado sobre o seu peito como o discípulo predileto (cf. Jo 13, 25), deixar-se tocar pelo amor infinito do seu coração. Se atualmente o cristianismo se deve caracterizar sobretudo pela «arte da oração», como não sentir de novo a necessidade de permanecer longamente, em diálogo espiritual, adoração silenciosa, atitude de amor, diante de Cristo presente no Santíssimo Sacramento?

Comentário sobre a localização do tabernáculo É dito que é mais conveniente que exista um outro lugar de honra no templo para que os fiéis possam adorar o Santíssimo Sacramento e também por razões de segurança.

Comentário sobre a localização do tabernáculo Não é dito que ele não pode ser colocado junto ao altar, definitivamente ; é, apenas, mais aconselhável por razões práticas. E se houver um altar velho, também pode ser utilizado. Essa questão não é dogmática!.

Comentário sobre a localização do tabernáculo Uma vez consagrada a espécie, ela tem um valor intrínseco que independe do contexto externo! O que importa é que ela fique na Igreja, no templo; sob os cuidados do pároco, com toda a honra merecida. O templo é a casa de Deus. O tabernáculo é como um segundo altar no mesmo Templo, merecendo igual reverência.

SACRIFÍCIO ETERNO Proclamou o Concílio Tridentino : «Trata-se realmente de uma única e mesma vítima, que o próprio Jesus oferece pelo ministério dos sacerdotes, Ele que um dia Se ofereceu a Si mesmo na cruz; somente o modo de oferecer-se é que é diverso»: Conc. Ecum. de Trento, Sess. XXII, Doctrina de ss. Missæ sacrificio, cap. 2: DS 1743.

SACRIFÍCIO ETERNO Diz o Conc. Ecum. Vat. II, na Const. sobre a sagrada Liturgia Sacrosanctum Concilium, 47: «O nosso Salvador instituiu [...] o sacrifício eucarístico do seu Corpo e do seu Sangue para perpetuar pelo decorrer dos séculos, até Ele voltar, o sacrifício da cruz».

SOBRE A SANTÍSSIMA EUCARISTIA Do Código de Direito Canônico da Igreja O Sacrifício eucarístico, memorial da morte e ressurreição do Senhor, em que se perpetua pelos séculos o Sacrifício da cruz, é o ápice e a fonte de todo o culto e da vida cristã, por ele é significada e se realiza a unidade do povo de Deus, e se completa a construção do Corpo de Cristo. Os outros sacramentos e todas as obras de apostolado da Igreja se relacionam intimamente com a santíssima Eucaristia e a ela se ordenam.. Cân. 897

SOBRE A SANTÍSSIMA EUCARISTIA Cân. 899 A celebração da Eucaristia é ação do próprio Cristo e da Igreja, na qual, pelo mistério do sacerdote, o Cristo Senhor, presente sob as espécies de pão e de vinho, se oferece a Deus Pai e se dá como alimento espiritual aos fiéis unidos à sua oblação.

SOBRE A SANTÍSSIMA EUCARISTIA Cân. 917 A Quem já recebeu a santíssima Eucaristia pode recebê-la no mesmo dia, somente dentro da celebração eucarística em que participa

SOBRE A SANTÍSSIMA EUCARISTIA Cân. 918 Recomenda-se sumamente que os fiéis recebam a sagrada comunhão na própria celebração eucarística; seja-lhes, contudo, administrada fora da missa quando a pedem por causa justa, observando-se os ritos litúrgicos.

SOBRE A SANTÍSSIMA EUCARISTIA Cân. 919 Quem vai receber a sagrada Eucaristia abstenha-se de qualquer comida ou bebida, excetuando-se somente água e remédio, no espaço de ao menos uma hora antes da sagrada comunhão. (exceção para pessoas idosas e enfermas e quem cuida delas, 3)

SOBRE A SANTÍSSIMA EUCARISTIA Cân. 924 1. O sacrossanto Sacrifício eucarístico deve ser oferecido com pão e vinho, e a este se deve misturar um pouco de água. 2. O pão deve ser só de trigo e feito recentemente, de modo que não haja perigo algum de deterioração. 3. O vinho deve ser natural, do fruto da videira e não deteriorado.

SOBRE A SANTÍSSIMA EUCARISTIA Cân. 925 Distribua-se a sagrada comunhão só sob a espécie de pão ou, de acordo com as leis litúrgicas, sob ambas as espécies; mas, em caso de necessidade, também apenas sob a espécie de vinho..

SOBRE A SANTÍSSIMA EUCARISTIA Cân. 935 A ninguém é licito conservar a Eucaristia na própria casa ou levá-la consigo em viagens, a não ser urgindo uma necessidade pastoral e observando-se as prescrições do Bispo diocesano.

SOBRE A SANTÍSSIMA EUCARISTIA Cân. 943 Ministro da exposição do santíssimo Sacramento e da bênção eucarística é o sacerdote ou diácono; em circunstâncias especiais, apenas da exposição e remoção, mas não da bênção, é o acólito, um ministro extraordinário da comunhão eucarística, ou outra pessoa delegada pelo Ordinário local, observando-se as prescrições do Bispo diocesano

Culto Eucarístico Fora da Missa É muito recomendada a devoção, tanto pública como privada, para com a Santíssima Eucaristia, também fora da Missa.

Culto Eucarístico Fora da Missa O sacrário (tabernáculo), onde se conserva a Santíssima Eucaristia, pode ser colocado num altar, ou também fora dele, num lugar da Igreja bem visível, verdadeiramente nobre e devidamente ornamentado, ou então numa capela adaptada para a oração privada para a adoração dos fiéis.

UM ÚNICO TABERNÁCULO Cân. 938-1. Conservese a santíssima Eucaristia habitualmente em um só tabernáculo da igreja ou oratório. 2. O tabernáculo em que se encontra a santíssima Eucaristia esteja colocado em alguma parte da igreja ou oratório que seja insigne, visível, ornada com dignidade e própria para a oração.

Culto Eucarístico Fora da Missa O sacrário deve ser sólido, inviolável e não transparente Diante dele... deve arder perenemente uma lâmpada, como sinal de honra prestada ao Senhor O sacrário deve ser sólido, inviolável e não transparente

Culto Eucarístico Fora da Missa Diante do Santíssimo Sacramento, fechado no sacrário ou quando está publicamente exposto, mantenha-se a veneranda praxe de genuflectir, em sinal de adoração. (Rituale Romanum, De sacra..., n. 84). Tal ato se lhe exige que lhe dê uma alma. Para que o coração se incline diante de Deus, em profunda reverência, a genuflexão não seja apressada nem desajeitada.

A espiritualidade eucarística a Eucaristia é culmen et fons da vida espiritual em quanto tal, para além das múltiplas vias da espiritualidade; o regular alimento eucarístico sustenta a correspondência à graça de cada uma das vocações e estados de vida (ministros ordenados, esposos e pais; pessoas consagradas...) e ilumina as diversas situações da existência (alegrias e tristezas, problemas e projetos, doenças e provas...);

A espiritualidade eucarística a caridade, a concórdia, o amor fraterno são frutos da Eucaristia e tornam visível a união com Cristo realizada no sacramento; ao mesmo tempo, a prática da caridade em estado de graça é condição para que se possa celebrar em plenitude a Eucaristia: ela é fonte, mas também epifania da comunhão (cf. Mane nobiscum Domine, cap. III); a presença de Cristo em nós e entre nós suscita o testemunho do viver quotidiano, fermenta a construção da cidade terrena: a Eucaristia é princípio e projecto de missão (cf. Mane nobiscum Domine, cap. IV).

O Domingo O Domingo é o principal dia de festa, o fundamento e centro de todo o ano litúrgico (SC 106). Tomado na totalidade dos seus significados e das suas implicações, é de certa forma, a síntese da vida cristã e a condição para vivê-la bem (Dies Domini, 81).

O Domingo O Domingo é, com efeito, o dia de Cristo ressuscitado e contém a memória daquilo que é o próprio fundamento da fé cristã (cf. 1 Cor 15, 14-19). Sendo o Domingo o dia da ressurreição, não é apenas a memória de um acontecimento passado, mas é a celebração da presença viva do Ressuscitado no meio aos seus. Para que essa presença seja anunciada e vivida de modo adequado, não basta que os discípulos de Cristo rezem individualmente e recordem interiormente, no segredo do coração, a morte e ressurreição de Cristo. (...) Daí, a importância de se reunirem para exprimir de forma plena a identidade da Igreja, a ekklesía, a assembleia convocada pelo Senhor ressuscitado (Dies Domini, 31). A celebração eucarística é, com efeito, o coração do Domingo.

O Domingo A relação entre a manifestação do Ressuscitado e a Eucaristia é particularmente insinuada no episódio dos discípulos de Emaús (cf. Lc 24, 13-35), guiados pelo próprio Cristo para entrarem intimamente no seu mistério através da escuta da sua Palavra e da comunhão do Pão partido (cf. Mane nobiscum Domine). Os gestos que Jesus realizou: tomou o pão, abençoou-o e deu-lhos (Lc 24, 30), são os mesmos da Última Ceia e que Ele continuamente realiza, através dos sacerdotes, nas nossas Eucaristias

O Domingo O próprio caráter da Missa dominical e a importância desta para a vida cristã exigem que a mesma seja preparada com especial cuidado, de forma a ser sentida como uma epifania da Igreja (cf. Dies Domini, 34-36; Ecclesia de Eucharistia, 41; Novo Millennio ineunte, 36) e a distinguir-se como celebração alegre e canora, envolvente e participada (cf. Dies Domini, 50-51).

O Domingo O primeiro empenho deste Ano especial deveria ser o de reavivar em todas as comunidades a celebração da Eucaristia. Se ao menos isso se conseguir, com o complemento da adoração eucarística fora da Missa, o Ano da Eucaristia já teria obtido um importante resultado (cf. Mane nobiscum Domine, 23 e 29).

A solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo Esta festa, estendida pelo papa Urbano IV, em 1264 a toda a Igreja Latina, constitui, por um lado, uma resposta de fé e de culto às doutrinas heréticas acerca do mistério da presença real de Cristo na Eucaristia e, por outro, foi a coroação de um movimento de grande devoção ao augusto Sacramento do altar (Directório, 160).

A solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo A festa do Corpus Christi inspirou novas formas de piedade eucarística no povo de Deus, que se transmitiram até aos nossos dias (cf. Directório, 160-163). Entre elas, temos a procissão, que representa a forma típica das procissões eucarísticas: prolonga a celebração da Eucaristia de modo que o povo cristão preste um público testemunho de fé e de veneração ao Santíssimo Sacramento.

A solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo Portanto, viva-se este ano com particular fervor a solenidade do Corpus Christi com a tradicional procissão. A fé em Deus que, ao encarnar-se, fez-se nosso companheiro de viagem, seja proclamada por toda a parte, de modo especial nas nossas estradas e no meio das nossas casas, qual expressão do nosso amor agradecido e fonte de inesgotável bênção.

A adoração eucarística A reserva do Corpo de Cristo para a Comunhão dos enfermos criou entre os fiéis o louvável costume de se recolherem em oração para adorar Cristo realmente presente no Sacramento conservado no sacrário. Recomendada pela Igreja aos Pastores e fiéis, a adoração do Santíssimo é uma alta expressão da relação existente entre a celebração do sacrifício do Senhor e a sua presença permanente na Hóstia consagrada (cf. De

A adoração eucarística A permanecer em oração diante do Senhor vivo e verdadeiro no santo Sacramento amadurece a união com ele: dispõe para a frutuosa celebração da Eucaristia e prolonga as atitudes de culto por ela suscitadas. Segundo a tradição da Igreja, exprime-se de diversas modalidades:

A adoração eucarística a simples visita ao Santíssimo Sacramento, conservado no sacrário: breve encontro com Cristo, sugerido pela fé na sua presença e caracterizado pela oração silenciosa; a adoração diante do Santíssimo Sacramento exposto, segundo as normas litúrgicas, na custódia ou na píxide, de forma prolongada ou breve; a adoração perpétua, a das Quarenta Horas ou noutras formas, que empenham toda a comunidade religiosa, uma associação eucarística ou uma comunidade paroquial, e que são ocasião de numerosas expressões de piedade eucarística (cf. Directório, 165).

Adoração e sagrada Escritura Durante a exposição, ordenem-se de tal modo as orações, os cânticos e as leituras, que os fiéis, entregues à oração, estejam unidos a Cristo Senhor. A fim de alimentar uma oração mais íntima, façam-se leituras da sagrada Escritura com homilia, ou exortações breves, que levem a uma melhor estima do mistério eucarístico. Convém igualmente que os fiéis respondam à Palavra de Deus com cânticos. É bom que em certos momentos, se guarde o silêncio sagrado

Adoração e Rosário A Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae veio dar uma nova ajuda para ultrapassar uma visão do Rosário como oração meramente mariana, convidando a valorizar o seu cunho eminentemente cristológico, a contemplar os mistérios de Cristo com os olhos e o coração de Maria, em comunhão com ela e a seu exemplo.

Adoração e Rosário Se é verdade que, durante a exposição do Santíssimo Sacramento, não devem ser feitas outras práticas devocionais em honra de Nossa Senhora e dos Santos (cf. Diretório, 165), compreende-se, todavia, a razão pela qual o Magistério não exclui dela o Rosário: precisamente por causa desse seu cunho que deve ser sublinhado e acrescido. Exatamente em vista do Ano da Eucaristia, o Santo Padre assim se exprimiu: O próprio Rosário, compreendido no seu sentido profundo, bíblico e cristocêntrico, por mim recomendado na Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, poderá ser uma via extremamente apta à contemplação eucarística, feita em companhia e na escola de Maria (Mane nobiscum Domine, 18; cf. Redemptionis Sacramentum, 137; Directório, 165).

Adoração e Rosário Portanto, redescubram-se e promovam-se na prática pastoral os elementos oferecidos pela Rosarium Virginis Mariae, cap. III. A escuta de um texto bíblico, o silêncio de meditação, a frase cristológica depois do nome de Jesus no centro da Ave Maria, o Glória cantado, uma adequada oração conclusiva dirigida a Cristo, mesmo em forma de ladainha, favorecem a índole contemplativa que qualifica a oração diante do Santíssimo Sacramento conservado no sacrário ou exposto. Recitar o Rosário à pressa, sem espaço para a meditação e com insuficiente orientação cristológica não ajuda ao encontro com Cristo presente no Sacramento do altar.

Adoração e Rosário No que diz respeito às ladainhas de Nossa Senhora, que constituem um ato de culto por si não necessariamente ligado ao Rosário (cf. Diretório, 203), podem ser oportunamente substituídas por ladainhas endereçadas diretamente a Cristo, como, por exemplo, a do Coração de Jesus e a do Sangue de Cristo.

As procissões eucarísticas procissão eucarística pelas ruas da cidade terrena ajuda os fiéis a sentirem-se povo de Deus que caminha com o seu Senhor, proclamando a fé no Deus que está conosco e para nós (cf. Redemptionis Sacramentum, 142-144; Directório, 162-163). Isto vale sobretudo para a procissão eucarística por excelência, que é a de Corpus Christi.

As procissões eucarísticas É necessário que nas procissões se observem as normas aptas a garantir a dignidade e a reverência para com o Santíssimo e a regular o seu desenrolarse, por forma que os enfeites das ruas, a homenagem floral, os cantos e as orações sejam uma manifestação de fé no Senhor e de louvor a Ele (cf. De sacra Communione, 101-108).

Adoração A posição em que nos colocamos diante da celebração da Eucaristia de pé, sentados, de joelhos leva-nos às disposições do coração. É toda uma série de vibrações que se dá na comunidade orante.

Adoração Se o estar em pé manifesta a liberdade filial dada pelo Cristo pascal, que nos libertou da escravidão do pecado, o estar sentado exprime a receptividade cordial de Maria que, sentada aos pés de Jesus, escutava a sua palavra; o estar de joelhos ou profundamente inclinado mostra que devemos tornar-nos pequenos diante do Altíssimo, diante do Senhor (cf. Fil 2, 10).

Adoração A genuflexão diante da Eucaristia, como fazem o sacerdote e os fiéis (cf. IGMR, 43), exprime a fé na presença real do Senhor Jesus no Sacramento do altar (cf. CIC, 1387). Refletindo aqui na Terra, nos santos sinais, a liturgia celebrada no santuário do céu, imitamos os anciãos que se prostravam diante d Aquele que vive pelos séculos dos séculos (Ap 4,10).

Adoração Se na celebração da Eucaristia adoramos o Deus que é connosco e para nós, uma tal experiência do espírito deve prolongar-se e reflectir-se também em tudo o que fazemos, pensamos e operamos. A tentação, sempre insidiosa, de preocupar-se com as coisas deste mundo pode levar-nos a dobrar os joelhos diante dos ídolos, não já diante de Deus apenas.

Adoração As palavras com que Jesus, no deserto, rejeita as idólatras sugestões do demônio devem encontrar eco no nosso falar, pensar e agir quotidianos: Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a Ele servirás (Mt 4, 10).

Adoração Dobrar os joelhos diante da Eucaristia, adorando o Cordeiro que nos permite celebrar a Páscoa com Ele, educa-nos a não nos prostrar diante de ídolos construídos por mãos de homem; e estimula-nos a obedecer, com fidelidade, docilidade e veneração, a Quem reconhecemos como único Senhor da Igreja e do mundo.