Edição IV - Ano II - Junho de 201 2



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Edição IV - Ano II - Junho de 201 2 Em busca de sincronia

EDITORIAL O boletim Paraíso em Foco está de volta para contar sobre os nossos projetos. O CDC e seus parceiros não pensam em parar. Para dar continuidade aos programas Infância Ideal e Escola Ideal, construímos parcerias que buscam melhorar a qualidade de vida da comunidade de Santana do Paraíso. O Escola da Gestante vem ampliando seu trabalho para atender um número maior de grávidas. O projeto de Rede vem sendo fortalecido com a capacitação do Conselho Tutelar. E agora um novo programa de formação vai capacitar jovens para atuarem como defensores dos direitos de crianças e adolescentes. Pelo programa Escola Ideal, instituições de ensino de Santana receberam bibliotecas móveis. O objetivo é proporcionar momentos de leitura para as crianças do ensino público e, com isso, aumentar as oportunidades de aprendizagem. Nosso município vem ampliando as discussões sobre as medidas socioeducativas aplicadas a adolescentes que cometerem atos infracionais. Os debates se inserem em um contexto muito importante, de aprovação da lei que institui o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase). E a mobilização pelos direitos de crianças e adolescentes não pode parar: 1 8 de maio é um marco na luta pelo combate à violência sexual contra crianças e adolescentes. Envolva-se também! PRIMEIRAS LETRAS Consciência negra Por Kátia Emanuele, 5º ano, da E. M. Maria Ivone Damasceno Não devemos criticar as pessoas por causa da sua cor porque a cor não mostra se a pessoa tem caráter; o que faz a pessoa são suas ações. Criticar as pessoas por causa da cor é racismo e racismo é crime. Em nossa escola foi desenvolvido um projeto sobre Consciência Negra e teve várias atividades envolvendo todas as turmas e essas atividades foram apresentadas para toda a escola. Esse projeto foi muito bom porque aprendemos que não devemos julgar as pessoas porque todos somos iguais. Minha história Por Tamara Cristina Freitas Soares, 4º ano, da E.M. Josefino Anício de Oliveira Hoje vou contar a história sobre a minha vida. Meu nome é Tamara, tenho 1 1 anos e moro em Santana do Paraíso, Minas Gerais. Tenho uma irmã que se chama Gleisiane, minha mãe se chama Efigênia e meu pai, Juarez. Tenho muitos coleguinhas e todos os dias jogo bola. A minha professora Simone Lacerda é super legal, nos ensina a fazer todas as atividades com capricho e atenção. Vou falar também de meus amigos, todos os dias brincamos de escolinha, é muito gostoso brincar de escolinha, a gente aprende mais e fazemos os deveres juntos. Aprendi que devemos dar valor às nossas professoras que nos ensinam a cada dia coisas novas e diferentes. Essa é minha história. *Textos das edições de dezembro do projeto Jornal Escolar Primeiras Letras, desenvolvido com a ONG Comunicação e Cultura EXPEDIENTE Este boletim faz parte do projeto CDC Comunica, realizado pelo Instituto Camargo Corrêa em parceria com a Oficina de Imagens Instituto Camargo Corrêa. Diretor executivo: Francisco de Assis Azevedo. Coordenadora de Comunicação: Clarissa Kowalski. Contato: instituto@institutocamargocorrea.org.br Comitê de Desenvolvimento Comunitário de Santana do Paraíso: Centro de Artes e Inclusão Social, Coletivo Jovem Boteco do Portuga, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), Conselho Tutelar, creches, Instituto Lumar, InterCement, Pastoral da Criança, Polícia Civil, Prefeitura Municipal de Santana do Paraíso. Contato: paraisoemfoco@gmail.com Oficina de Imagens. Coordenador Executivo: Adriano Guerra. Edição: Carolina Silveira, Filipe Motta e Júlia Marques Site: www.oficinadeimagens.org.br Projeto gráfico: Renato Kimo Diagramação: Júlia Marques Foto da capa: alunos do projeto Judô do Cejoc/Cejoc Impressão: Formato Tiragem: 1.200 exemplares 2

VIOLÊNCIA SEXUAL 1 8 de maio é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes Mobilização é fundamental para reduzir os casos de abuso e exploração Leonardo Oliveira Rodrigues, do CDC Santana do Paraíso, e Criziane Meireles, do Cejoc No dia 1 8 de maio de 1 973, a menina Araceli Sanches, de 8 anos, desapareceu. Ela foi violentada e morta por jovens de famílias tradicionais do município de Vitória, no Espírito Santo. O crime chocou a sociedade brasileira, chamando a atenção para a violência sexual contra meninos e meninas, mas os envolvidos ficaram impunes. Infelizmente, esse caso não era único e a frequência com que acontecimentos parecidos ocorriam levou grupos de combate à violência infantil a buscarem alternativas para coibir novos crimes. Em 2000, uma Lei Federal instituiu o 1 8 de maio como o Dia Nacional de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. De acordo com dados do Disque Denúncia Disque 1 00, no período entre 2005 e 201 0, foram registradas 25.1 75 casos de exploração sexual contra crianças e adolescentes no Brasil. Entre as capitais, o ranking de cidades que mais denunciaram é liderado por Salvador (BA), seguida pelo Rio de Janeiro (RJ), Fortaleza (CE), São Paulo (SP) e Natal (RN). Em muitos casos, a família não dá credibilidade ao que as crianças relatam, o que acaba contribuindo para que a criança ou o adolescente continue sofrendo o abuso. O abusador também pressiona as crianças para ficarem caladas. Vale lembrar que, na maioria das vezes, o abusador não é um psicopata, um estranho ou doente mental. É uma pessoa aparentemente normal, conhecida da família e incapaz de gerar desconfiança, por isso a dificuldade de se descobrir o crime. Como agir Por meio de alguns indícios, podemos identificar se a criança foi vítima de abuso sexual. Crianças que sofreram abuso demonstram perda de confiança nelas mesmas, no agressor e em pessoas do mesmo sexo do agressor, demonstram sentimentos de culpa, baixa auto-estima e vergonha. Há mudança súbita no comportamento, com aumento da agressividade. As crianças também podem apresentar dificuldades de aprendizagem e de concentração, isolamento, pesadelos, medo de estar sozinha ou de ficar sozinha com determinado adulto, e têm atitudes e conversas sobre temas sexuais incomuns para a idade. O abuso sexual também pode causar dificuldades de caminhar, sangramentos na região vaginal ou anal, doenças sexualmente transmissíveis e infecção urinária. Diante de um caso de abuso, a família ou quem tiver notícia deve imediatamente acionar as autoridades do município. Em Santana do Paraíso, as denúncias devem ser feitas por meio dos telefones do Disque Direitos Humanos, o Disque 1 00, e do Conselho Tutelar: (33) 3251-5478. Imagem: Faça Bonito No dia 1 8 de maio, a sociedade se mobiliza para combater a violência sexual 3

ARTIGO Foto: SXC Pais, escolas e professores precisam trabalhar de forma articulada para garantir bom desempenho escolar das crianças Algumas dicas ajudam a tornar o momento de estudo em casa mais prazeroso Por Josélia Climene, do Instituto Lumar Um dos principais pontos de conflito entre alunos, professores, escolas e famílias é o momento do estudo em casa. Os pais alegam não ter tempo e espaço adequado em casa; a criança alega não ter ninguém para ensinar ou ler para ela; e a escola alega que os pais são relapsos. Há um ponto de diálogo se todos se consientizarem da importância deste momento de estudo para o desenvolvimento da disciplina intelectual da criança. Mas o que fazer para que esta atividade não se torne uma bola de neve ou um pesadelo na vida da família, da criança e da escola? Fique por dentro de algumas dicas. Escola, mantenha a porta sempre aberta para um dialógo com os pais. Professor, procure conhecer a realidade das crianças de sua classe, da comunidade onde a escola está inserida e, se possível, conhecer um dos pais da criança. Procure trabalhar com dois tipos de deveres, o verbal e o escrito, e principalmente escute as críticas positivas e negativas provenientes dos conselhos de classe e reunião de pais. Reverta a crítica em favor do seu desenvolvimento profissional. Pais, não tenham vergonha de ensinar seus filhos. Você vai acompanhá-lo e fazê-lo sentir que o momento da tarefa não é somente dele. Crie um horário em que você possa acompanhar. Se não der, tente no final de semana e feriados e veja com seu filho o que foi passado em sala de aula. Crie um espaço para que ele estude todos os dias, pode ser sentado no chão com um banco ou uma cadeira servindo de mesa. Não faça a lição para ele, nem deixe o irmão mais velho fazê-la. Demonstre que você respeita este tempo dedicado ao estudo e que ele deve ter esta obrigação diária. Não deixe outra pessoa da família intervir neste momento. Se tiver difilculdades, recomece aos poucos. Não tenha vergonha de pedir ajuda a um vizinho, a um amigo ou à própria professora. A criança aos poucos vai entender que os estudos são de responsabilidade dela. Na educação de nossos filhos todo exagero é negativo. Instrua com sabedoria. Use a tática dos combinados, mas nunca quebre um. As crianças aprendem aquilo que vivenciam. Aos poucos você verá no seu filho um indivíduo comprometido, sociável, crítico e muito inteligente motivo de orgulho para todos. E você e a escola, com certeza, estarão com o sentimento de missão cumprida. 4

NORMATIVAS Seminário no município discutiu a relação entre a rede e o cumprimento de medidas socioeducativas por adolescentes Lei que institui o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) foi base para discussões O cumprimento de medidas socioeducativas por adolescentes que cometem ato infracional foi tema de um seminário realizado em Santana do Paraíso em março. A base das discussões foi a lei do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (1 2.594/ 201 2), mais conhecida pela sigla Sinase, promulgada pela presidente Dilma Rousseff em janeiro deste ano e em vigor desde abril. O Sinase prevê uma série de normas para padronizar os procedimentos jurídicos e de atendimento psicossocial aos meninos e meninas em conflito com a lei. Para isso, ele estabelece uma série de responsabilidades que são de obrigação dos governos federal, estaduais e municipais. O objetivo do documento é que, com a aplicação das medidas socioeducativas corretas e de maneira adequada, esses adolescentes tenham uma reinserção adequada no convívio familiar e comunitário. Esse ponto é tão importante para o documento que uma de suas principais diretrizes é privilegiar o cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto quando o acompanhamento do adolescente não exige reclusão numa unidade de cumprimento de medida. Para que as medidas socioeducativas sejam aplicadas de maneira eficaz é essencial que a rede de proteção à criança e ao adolescente do município tenha infraestrutura adequada para seu funcionamento e esteja bem articulada ou seja, com os órgãos e atores conversando entre si e conhecendo o papel e o trabalho do outro. É preciso que Conselho Tutelar, polícias, Ministério Público, juizado da infância, secretariais de Educação e Assistência Social falem a mesma linguagem. Esses temas foram trabalhados durante o seminário. No segundo dia de evento, após uma rodada de discussão seguindo os eixos do Sinase, os mais de cinquenta participantes do seminário definiram diretrizes para a futura elaboração de um plano de medidas socioeducativas no município de Santana do Paraíso. >>Acesse a lei na internet: is.gd/sinase Foto: Filipe Motta/Oficina de Imagens Foto: Arquivo Secretaria Mun. de Assistência Social Aplicação das medidas socioeducativas previstas pelo Sinase depende da articulação entre os atores da rede 5

SAÚDE Santana do Paraíso realiza capacitações com profissionais para o combate e prevenção à dengue Cuidado da população é importante para evitar a proliferação do mosquito Por Karine de Paula Loures e Liliane Santos Silva, enfermeiras da Estratégia de Saúde da Família A dengue é um dos principais problemas de saúde mundial. A doença é transmitida ao homem pela picada de mosquitos do gênero Aedes infectados. A população deve ficar alerta, pois onde vive uma pessoa contaminada pode existir o foco e mosquitos infectados contribuindo para o aumento de casos. Os primeiros sintomas são febre dor de cabeça, fraqueza, dor muscular e nas articulações, além de dores ao redor dos olhos. A pessoa ainda pode sentir falta de apetite, náuseas, vômitos e diarreia. Se a doença se complicar, pode haver hemorragia. Para combater a doença, as caixas d água devem ser vedadas e as garrafas acondicionadas com a abertura voltada para baixo. Também é importante colocar areia nos pratos de plantas e evitar o acúmulo de lixo nos quintais e ambientes domésticos. Segundo o Secretário Municipal de Saúde de Santana do Paraíso, Waldemar Dias Araújo, o município efetua medidas como capacitação dos profissionais responsáveis pelo setor de epidemiologia e Vigilância Sanitária, dos agentes de Endemia e de demais profissionais que lidam diretamente no acompanhamento da saúde da população. A Secretaria de Saúde também realiza levantamento de dados, implementa ações, fiscaliza e alimenta o Sistema de Informações referentes à Dengue. De acordo com ao funcionário do Ministério da Saúde que participa dos trabalhos da dengue no município, Sebastião Santana, o manejo da doença é feito durante todo o ano: no primeiro dia de janeiro tem início o trabalho com levantamento de índices larváreos em cada bairro de Santana do Paraíso e do total do município. É feito também um tratamento químico com larvicida e tratamento mecânico/físico, que é o recolhimento casa a casa dos recipientes que acumulam água. Esses profissionais trabalham também com pesquisa de foco, busca ativa de casos de dengue, boletim de pesquisa e boletim de tratamento diário. Desta forma, mantém-se o registro de informações. É feito também um trabalho de educação para saúde com o morador no sentido de que se torne um multiplicador no controle da doença. Foto: Secretaria de Saúde de Santana do Paraíso Combate à dengue é uma preocupação do município de Santana do Paraíso 6

BOAS PRÁTICAS Cejoc completa 1 5 anos oferecendo atividades esportivas, culturais e de lazer para crianças, adolescentes e adultos Instituição recebe preferencialmente famílias atendidas pelo Bolsa Família Por Criziane Meireles, do Cejoc Foto: Cejoc 1 20 crianças e adolescentes são atendidos pelo projeto de judô do Cejoc Este ano, o Centro de Assistência Social e Educacional João Matias de Oliveira e Célia (Cejoc) tem um motivo a mais para comemorar. A instituição completa, em junho, 1 5 anos de história no município de Santana do Paraíso. Há uma década e meia, o Cejoc atua em Santana oferecendo cursos diversos, destinados a crianças, adolescentes e adultos. Todas as atividades são desenvolvidas no local para cerca de 300 pessoas. As atividades são diversas, atendendo a públicos distintos, e hoje o Cejoc oferece cursos na área de música (violão, guitarra, contrabaixo, bateria, teclado), informática básica, pintura em tecido, bordado, artesanato, iniciação teatral, dança, e o projeto Judô Cidadão. As pessoas que participam das atividades promovidas pelo Cejoc são todas moradoras de Santana do Paraíso, mais especificamente da região central, onde a instituição está localizada. Para participar, os interessados devem procurar a secretaria do Cejoc para realizar sua inscrição. Preferencialmente, são atendidas as famílias que são beneficiárias do programa Bolsa Família. O objetivo é priorizar atividades esportivas, culturais e de lazer para aqueles que têm mais dificuldade de acessá-las. Judô Cidadão O projeto que hoje atende maior número de pessoas no Cejoc é o judô. O Instituto Brasil Igualdade Social (Ibis) em parceria com o Centro de Assistência Social e Educacional João Matias de Oliveira e Célia (Cejoc) oferece gratuitamente aulas de Judô pelo projeto Esporte + Educação = Cidadania. Desenvolvido por meio da Lei Federal de Incentivo ao Esporte, o projeto conta com patrocínio incentivado da operadora de telefonia Oi, através de seu braço social a Oi Futuro. Contamos com o apoio de empresários para mantermos o projeto em funcionamento. No segundo ano de projeto, a indústria mecânica Emalto se tornou patrocinadora do projeto. O projeto Esporte + Educação = Cidadania oferece gratuitamente 1 20 vagas da modalidade esportiva judô com atividades regulares, duas vezes por semana, além de atividades complementares nas áreas da assistência social e acompanhamento escolar, participação de intercâmbios com outras agremiações em treinamento conjunto. Vale destacar a participação em eventos tradicionais da modalidade, como o Circuito Vale do Aço de judô, organizado pela Usipa. 7

ANOTE AÍ >> Infância na cidade O Unicef lançou em fevereiro o relatório Situação Mundial da Infância 201 2, que traz um retrato da condição de vida de crianças em meio ao intenso processo de urbanização vivido pelo mundo. O documento apresenta os principais desafios para garantir os direitos de crianças que vivem em cidades médias e grandes. Acesse o relatório pelo site: is.gd/infanciaurbana UM CLIQUE Em maio, o CDC Santana se reuniu para planejar novas ações para 201 2 Foto: Arquivo CDC >>Plano Decenal O Plano Decenal dos Direitos da Criança e do Adolescente prevê diretrizes da Política Nacional para o assunto até 2020. A principal finalidade do Plano é articular políticas setoriais voltadas ao público infanto-juvenil e orientar a implementação de políticas que garantam direitos de meninos e meninas. O Plano será tema de debate na Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, que será realizada em julho. Para consultá-lo, acesse: is.gd/planodecenal FIQUE LIGADO >>Dengue Em caso de detecção de foco de dengue, a população deve procurar o serviço de Vigilância Sanitária e Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Santana do Paraíso, que dispõe de uma equipe capacitada de agentes de endemia que efetuam bloqueios, busca ativa de focos, investigação epidemiológica. Para contatar este setor, ligue (33) 3251-6759. Já no caso de suspeita de dengue, a população deve procurar os serviços de saúde como a Unidade Básica de Saúde, Estratégias de Saúde da Família, onde será feita a avaliação, diagnóstico, notificação e o acompanhamento dos casos. >> Mapeando direitos A Oficina de Imagens, por meio do programa Novas Alianças, em parceria com o Instituto C&A, lançou o MapaDCA, plataforma online gratuita criada para facilitar o levantamento de informações sobre crianças e adolescentes nos municípios e orientar a formulação de políticas públicas. Por meio do MapaDCA, é possível avaliar indicadores sobre a infância e a adolescência. Para saber mais e utilizar a plataforma, acesse: www.mapadca.org. Realização: Parceria: Coletivo Jovem Buteco do Portuga 8 Este boletim é parte do projeto CDC Comunica, realizado pelo Instituto Camargo Corrêa (ICC) em parceria com a Oficina de Imagens. O CDC de Santana do Paraíso faz parte da estratégia de implantação dos programas sociais do ICC. Informações: www.institutocamargocorrea.org.br