17º CONCURSO NACIONAL MUSEU DA IMPRENSA

Documentos relacionados
EXPOSIÇÃO DE LONGA DURAÇÃO DO ACERVO DA PINACOTECA

Aula 5 _ A historicidade do Fenômeno Museal: do surgimento dos museus e do colecionismo.

Universidade de São Paulo Escola de Comunicações e Artes Departamento de Biblioteconomia e Documentação

Produção de Conhecimento - ação-reflexão constantes permitiram avançar no campo museológico. Organização e Participação dos Profissionais

Tópicos Especiais em Museologia I 60 4

Museus Brasileiros. Outubro de Departamento de Museus e Centros Culturais

IPHAN. Educação Patrimonial: histórico, conceitos e processos. Brasília: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 2014.

CURSO PREPARATÓRIO. PARA O CONCURSO PÚBLICO DO IPHAN e IBRAM Autarquias do Ministério da Cultura

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

AS ESPECIFICIDADES DA EDUCAÇÃO EM MUSEUS: O DISCURSO EXPOSITIVO. Martha Marandino GEENF/FE

Ação Educativa em Museus de Arte: uma proposta para o MUnA

NÚCLEO EDUCATIVO. (Foto: Sala de uso educativo MESC).

POLITICA NACIONAL DE MUSEUS

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO MUSEÓLOGO DOS OBJETIVOS

CONCEPÇÕES DE EDUCADORES SOBRE O PARQUE ZOOLÓGICO MUNICIPAL DE BAURU COMO ESPAÇO NÃO FORMAL DE ENSINO E APRENDIZAGEM

O QUE É CONVERSACIONES?

RESUMO. Palavras chave: Educação, Preservação do patrimônio.

A cidade e as crianças

PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO G A B A R I T O PÓS RECURSO

MUSEUS DE CIÊNCIAS NATURAIS: Importância na educação ambiental, segundo a percepção de docentes de Machado - MG RESUMO

POSSIBILIDADES EDUCATIVAS PRESENTES NO MUSEU CENTRO DE ARTE POPULAR CEMIG NA CIDADE DE BELO HORIZONTE, MINAS GERAIS

MUSEU DA ESCOLA PARANAENSE - MEP

I Edital para Propostas de Minicursos de Formação e Capacitação de Profissionais de Museus MM Gerdau - Museu das Minas e do Metal

Patrimônio, museus e arqueologia

A PERSONAGEM FEMININA NA LITERATURA INFANTIL. Palavras-chave: Literatura infantil. Personagem feminina. Anos Iniciais do Ensino Fundamental

2ª RETIFICAÇÃO ONDE SE LÊ: 20. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

EDUCAÇÃO E TURISMO ENTRE AS DISPUTAS DE MEMÓRIA NA FORTALEZA DE ANHATOMIRIM (SC)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO PRÓ REITORIA DE GRADUAÇÃO PROGRAMA DE DISCIPLINA. N o de Créditos 04. Carga Horária Semestral 60

segunda-feira 14/05 terça-feira 15/05

Relatório da IX Ação Nacional FEBRAC. 17 de setembro de 2016 Lagoa do Araçá Imbiribeira Recife/PE

Museu Vivo de São Bento: espaço de produção de memória na Baixada Fluminense

Ação Educativa. Museu 2/62

GESTÃO DA MEMÓRIA E POLÍTICAS DE INFORMAÇÃO. Prof. Elmira Simeão Universidade de Brasília Faculdade de Ciência da Informação

DEPARTAMENTO DE EXPRESSÕES

A INFRAESTRUTURA DO BOSQUE DA CIÊNCIA: possibilidades para o ensino de ciências

EDUCAÇÃO EM SAÚDE BUCAL NA ESCOLA: EDUCAR E TRANSFORMAR

ANEXO REGULAMENTO INTERNO DO MUSEU DE MARINHA. CAPÍTULO I Disposições gerais

Bem público-valor público A educação para os valores ambientais no Museu da Água da EPAL. Margarida Filipe Ramos

TV SEM CONTROLE parte 2

Ficha de Actividade. Conteúdos: Os diferentes processos e serviços do Arquivo Municipal.

Tecnologia no mundo, tecnologia na escola. Currículo e inovação pedagógica

Fundamental I 1º ano Comunicado 30 /2019

O Workshop. Facilitador. A Outliers! Investimento. Inscrições. Workshop de Vendas

Município de Vieira do Minho

BRINCANDO COM O FOLCLORE SERGIPANO: AÇÕES EDUCATIVAS E INVENTÁRIOS EDUCATIVOS

Cultura, Turismo e Patrimônio Cultural

O desafio da construção e o uso de indicadores culturais

Museu Farmaco Hospitalar do Imperial Hospital de Caridade

DISCIPLINA DE CIÊNCIAS SOCIAIS (FILOSOFIA) OBJETIVOS: 1º Ano

ACORDO ENTRE O GOVERNO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL E O GOVERNO DA REPÚBLICA DA POLÔNIA SOBRE COOPERAÇÃO CULTURAL

museus e políticas públicas o contexto brasileiro

Projeto de Prática como Componente Curricular PCC 2018 Formação leitora em literaturas africanas de língua portuguesa: proposta e realização

Plano de Ensino. Identificação. Câmpus de São Paulo. Curso null - null. Ênfase. Disciplina LAV5730TU - Estado, Sociedade e Educação

A CASA DA CIÊNCIA DO INPA COMO ESPAÇO DE CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO E DIVULGAÇÃO DA CIÊNCIA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM METODOLOGIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA. Relato de Experiência do Projeto de Trabalho

DESAFIOS DA INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E DULTOS: Uma reflexão sobre a inclusão de alunos com deficiência na modalidade da EJA.

PROGRAMA AMIGOS DO MUSEU

A EDUCAÇÃO E SEUS DESAFIOS. A Geografia Levada a Sério

PROGRAMA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO FISCAL. PROJETO: CIDADANIA: APRENDENDO PARA A VIDA Profª Medianeira Garcia Geografia

Promovendo a Educação e a Divulgação em Ciências entre os Estudantes de Lavras por Meio de Ações no Museu de História Natural da UFLA 1

Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG Escola de Belas Artes - Escola de Ciência da Informação Curso de Museologia PROGRAMA DA DISCIPLINA

Educação Não-Formal: Qual a sua importância?

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 1º CICLO. Ano Letivo 2018 / º ano de escolaridade

APRESENTAÇÃO DO NÚCLEO DE TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

1 o Concurso Cultural de Fotografia do MAST

APRESENTAÇÃO. Sugestões e críticas serão bem aceitas para o fortalecimento do nosso trabalho. Serviço de Biblioteca e Informação Científica (SBIC)

BRINCANDO COM O PATRIMÔNIO: EDUCAÇÃO PATRIMONIAL NAS PRAÇAS DE SÃO CRISTÓVÃO. Orientadora: Prof.Me.Sura Souza Carmo (UFS)²

PROJETO DE EXTENSÃO E ENSINO DO MZFAP NO DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL NÃO-FORMAL

Luciana Cressoni, Rita Prates e Sueli Araujo

CURRÍCULO DO CURSO. Mínimo: 8 semestres. Profª. Luciana Silveira Cardoso

Ficha de Inscrição Após o preenchimento da ficha enviar para o

Roteiro de Atividades Museu Luiz de Queiroz Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - ESALQ/USP

Concurso Público Osasco PEB I SLIDES Prof. Amarildo Vieira

A EDUCAÇÃO DE TEMPO INTEGRAL NO BRASIL: ASPECTOS HISTÓRICOS

Existem diferentes tipos de entrevista, entre os quais a entrevista de emprego, a entrevista médica, a entrevista jornalística, etc.

12º FÓRUM DE EXTENSÃO E CULTURA DA UEM

PALAVRAS-CHAVE: Currículo escolar. Desafios e potencialidades. Formação dos jovens.

EDITAL Nº 063/2018 DE/PROEN, de 28 de maio de 2018 SELEÇÃO DE BOLSISTAS MONITORES

SANTA BÁRBARA ENGENHARIA

A PARTICIPAÇÃO ACADÊMICA EM PROJETOS DE EXTENSÃO E SUA IMPORTÂNCIA PARA O PROCESSO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Prêmio Atitude Ambiental 2014 TEMA: TODOS CONTRA O DESPERDÍCIO

8º Encontro Ibero-Americano de Cultura. Museu Nacional de Etnologia. 13 de Outubro Ângelo Oswaldo de Araújo Santos, Presidente do Ibermuseus,

DOCENCIA E TECNOLOGIA: FORMAÇÃO EM SERVIÇO DE PROFESSORES E TRAJETÓRIAS CONVERGENTES

Regulamento Prémio Inspirados Pela Coragem Politécnico de Coimbra

PLANEJAMENTO DAS AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE

A LENTE FOTOGRÁFICA COMO INSTRUMENTO PARA ENSINAR CIÊNCIAS: A PARTIR DO ESTUDANTE DA ESCOLA MUNICIPAL SÃO PEDRO PARINTINS/AM. Resultado de Pesquisa

ATIVIDADES LÚDICAS COMO FACILITADORAS PARA SENSIBILIZAÇÃO AMBIENTAL POR DOCENTES NO SEMIÁRIDO PARAIBANO.

OS JOVENS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS EM BUSCA DA SUPERAÇÃO NO PROCESSO DE ESCOLARIZAÇÃO

A Exposição. Equipes, Elaboração, Etapas do Trabalho

NOME DA ESCOLA: Escola Municipal de Ensino Fundamental Corina de Azevedo Barbosa. GESTORA: Érica Carla de Vasconcelos Rodrigues

Cartaz para Campanha Publicitária 1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Cada um de nós tem peculiaridades em seu modo de ser, pensar, agir, que fazem com que, embora nos assemelhemos a muitas outras pessoas, em muitos

Green ideas to preserve the planet: Environmental Literacy?

Tabela 25 Matriz Curricular do Curso de História - Licenciatura

AÇÕES CULTURAIS E EDUCATIVAS EM INSTITUIÇÕES ARQUIVÍSTICAS ESTADUAIS BRASILEIRAS. Keyla Santos Jussara Borges

PROGRAMA CRIANÇAS E JOVENS DO RIO GRANDE ESCREVENDO HISTÓRIAS: conectados com o Rio Grande, com o Brasil e o Mundo

APRESENTAÇÃO. Sugestões e críticas serão bem aceitas para o fortalecimento do nosso trabalho. Serviço de Biblioteca e Informação Científica (SBIC)

A avaliação no ensino religioso escolar: perspectiva processual

Transcrição:

Ficha de inscrição 17º CONCURSO NACIONAL MUSEU DA IMPRENSA 2014/2015 Categoria Artigo Jornalístico Nível superior Tema: A importância dos museus na formação cultural do país Aluna: Janaina Bárbara Bolonezi Curso: Comunicação Social Jornalismo Instituição: Universidade de Brasília (UnB) Faculdade de Comunicação (FAC)

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA A IMPORTÂNCIA DE ENTENDER MUSEUS COMO CENTROS DE FORMAÇÃO NO PAÍS JANAINA BÁRBARA BOLONEZI Brasília - DF 2015

JANAINA BÁRBARA BOLONEZI A IMPORTÂNCIA DE ENTENDER MUSEUS COMO CENTROS DE FORMAÇÃO NO PAÍS Artigo jornalístico apresentado para o XVII Concurso Nacional Museu da Imprensa, na categoria ensino superior. Brasília - DF 2015

A IMPORTÂNCIA DE ENTENDER MUSEUS COMO CENTROS DE FORMAÇÃO NO PAÍS Janaina Bolonezi 1. Introdução Encontrar uma pessoa que nunca tenha visitado um museu em toda sua vida no Brasil não é uma tarefa difícil. Segundo pesquisas do IBGE, 96% dos brasileiros não frequentam museus. Muitas vezes interpretados como uma espécie de depósito, visitar museus em busca de conhecimento não é um hábito comum e dificilmente esses ambientes são vistos pela população brasileira como um local de construção do saber. Responsáveis pela preservação da cultura e história da humanidade, os museus possuem grande papel na identificação do homem com sua história e na conscientização da preservação de seu patrimônio cultural. Seus acervos podem ser considerados uma fonte quase inesgotável de conhecimento em diversas áreas. Como grandes espaços de formação que são, é extremamente importante que os museus sejam valorizados no Brasil como patrimônio cultural e educativo. 2. Breve histórico sobre a concepção dos museus na sociedade e no Brasil Para entender o atual papel dos museus na sociedade é importante remeter ao passado. Ao longo do tempo, a concepção dos museus foi se transformando e mudando de foco. Inicialmente, na Grécia Antiga e Roma Antiga, os museus eram grandes centros de conhecimento, na época eram neles onde aconteciam as discussões filosóficas.

Foi na Idade Média, com a criação dos gabinetes de curiosidade (antecessores diretos dos museus atuais), que, pela primeira vez, esse objetivo começou a se transformar. O museu perdeu seu papel de centro de conhecimento e começou a ser entendido como local de visita e observação até a chegada do século XIX. No século XIX, antes do advento das universidades, o museu muda novamente e passa a ser compreendido como centro de ciências. Eram nos museus onde as pesquisas eram realizadas e publicadas. Nessa época, no Brasil e em várias partes do mundo, o museu era muito mais que somente um local para exposição de acervo. Passado algum tempo, já na década de 20, no Brasil, a criação do Museu Histórico Nacional, os movimentos modernistas e a semana de arte moderna repercutiram na concepção dos museus. Como o Museu Histórico Nacional foi por muito tempo referência para criação de novos museus, foram criados, nesse período, os museus de história oficial, de exaltação da nação e de nacionalismo. Nos anos 50 e 60, alguns movimentos folcloristas começam a eclodir no Brasil e é chegado o momento de repensar a concepção dos museus novamente. Na década de 80 são abertos os primeiros museus privados, uma vez que até aquele momento eram todos museus públicos. Enfim, nos anos 90 e 2000, temos a repercussão da nova museologia, que impera hoje. A nova museologia começa a criar uma diferente forma de se pensar museus. A preocupação passa a não ser só com o acervo, mas também com o público visitante e o acesso. Atualmente, a nova museologia (unida à criação de museus a céu aberto, eco

museus, museus comunitários, museus sem acervo, entre outros) significa uma grande mudança no foco dos museus brasileiros e de como são entendidos pela população. 3. O desafio dos museus no Brasil na atualidade Após as transformações significativas ao longo do tempo, o século XXI apresenta grandes desafios para os museus brasileiros. Como deixaram de ser entendidos como centros educativos e de aprendizagem cultural, existe o desafio de potencializar o papel dessas instituições no desenvolvimento da sociedade e enfatizar seu valor social. O grande desafio atual é que os museus sejam entendidos como locais de observação, interação e reflexão pela população. Entender museus como lugares capazes de oferecer uma experiência ao mesmo tempo educativa e divertida é essencial para que os museus sejam vistos atualmente como os grandes centros de formação que são. 4. Considerações finais Investigando a historia dos museus no Brasil entendemos um pouco melhor os motivos desses não serem interpretados como centros de formação no país. Para que a população possa praticar o olhar crítico diante das peças existentes nos museus, devemos pensar, primeiramente, na valorização dos museus como patrimônio cultural. Essa valorização pode acontecer por meio de divulgação, apoio governamental e, sobretudo, pela escola. Na escola, o indivíduo pode compreender desde muito cedo as relações existentes entre o patrimônio cultural dos museus e a sua própria trajetória.

Entender e valorizar museus como centros de formação é considerá-los como locais de aprendizado contínuo. Locais que promovem aprendizado para todos, em diferentes ocasiões, independentemente de idade e grau de conhecimento. O aprendizado nos museus tem um caráter único, sempre condicionado à experiência individual do visitante e das circunstâncias em que ocorreu a visita. Cada visita a um museu pode ser vista como uma grande aula, interpretada de diversas formas por cada um dos visitantes. No fim, percebemos que museus são, e sempre foram, importantes centros de conhecimento no Brasil e merecem ser valorizados como tal.

Referências bibliográficas: ARRUDA DA COSTA, Rila. Museus do Amazonas - evolução das unidades museológicas e da política de patrimônio no Brasil. EDUA, 2012. SUANO, Marlene. O que é museu. São Paulo: Brasiliense, 1986. RODRIGUES, Ana Ramos. O museu e o ensino de história. Disponível em: http://www.revistamuseu.com.br. Acesso em: 02/02/2015. CHAGAS, Mario. Museu: coisa velha, coisa antiga. Rio de Janeiro, UNIRIO, 1987.