Trauma Maxilo - Facial. Importância da Face - Funções vitais - Terminal de quatro sentidos - Expressão facial - Elo de expressão

Documentos relacionados
área acadêmica Anatomia Anatomia radiológica do crânio e face

área acadêmica Anatomia Anatomia radiológica do crânio e face

Fraturas do Terço Médio da Face

WALABONSO BENJAMIN GONÇALVES FERREIRA NETO FRATURA DA CABEÇA DA MANDÍBULA. CARACTERÍSTICAS, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO.

Odontologia Marinha 2016

Anatomia nasal: sustentação óssea

Radiologia do crânio e face

Ossos do. crânio e da face. Miguel A. Xavier de Lima

LESÕES DE CRÂNIO. traumatismos

ODONTOLOGIA/CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAL

Lesões Traumáticas dos Membros Inferiores

Radiologia médica - Anatomia I. Total de 7 páginas 1

forame parietal túber parietal Vista lateral do crânio (norma lateral) parte escamosa crista supramastóidea fossa temporal sutura escamo- sa

Traumatologia. Distúrbios do Aparelho Locomotor tendo como Etiologia Sempre o TRAUMA, não importando a sua Magnitude.

Universidade de São Paulo Instituto de Ciências Biomédicas Departamento de Anatomia Humana. Ossos do Crânio e da Face

Músculos da Face CINESIOTERAPIA

Traumatologia. Lesões Fundamentais do Trauma:

IX CURSO AO CRÂNIO-MAXILO-FACIAL BRASIL São Paulo, 22 a 25 de setembro de 2010

Lesões Traumáticas do Membro Superior. Lesões do Ombro e Braço Lesões do Cotovelo e Antebraço Lesões do Punho e Mão

FRATURA DO COMPLEXO ZIGOMÁTICO-ORBITÁRIO: RELATO DE CASO

TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO TCE

Tratamento das Fraturas Le Fort III

Prof. Sérvulo Luiz Borges. Profº da Disciplina Anatomia Aplicada à Medicina III e Disciplina Anatomia Aplicada à Medicina IV


Quanto à condição funcional do músculo temporal, todos apresentavam-se normais palpação, no pré-operatório.

radiologia do TCE

SISTEMA LOCOMOTOR 15/02/2011. Crânio. Composição óssea CABEÇA E PESCOÇO

Imagem no trauma de face. Imaging in facial trauma

TC e RM DOS SEIOS DA FACE

Fraturas do Anel Pélvico: Bacia Generalidades: Representam 3% das fraturas nas emergências Mais freqüentes nos jovens Politraumatizado: Traumas de

SIMPÓSIO DE CIRURGIA GERAL

Face e crânio e ATM ATM. Avaliação da função. Abertura Fechamento Lateralização/Volta da Lateralização Protrusão Retrusão

Lesões Traumáticas do Membro Superior. Lesões do Ombro e Braço Lesões do Cotovelo e Antebraço Lesões do Punho e Mão

OSSOS DO CRÂNIO. Prof. ROMMEL BARRETO

Nervo Trigêmeo. (V par) Miguel A. Xavier de Lima

TC e RM DOS SEIOS DA FACE

GABARITO DE CIRURGIA CRANIOMAXILOFACIAL. QUESTÃO 1 A foto abaixo é mais sugestiva de:

8 páginas 1. Formam a cavidade do crânio que. Repousa no topo da coluna vertebral. 22 ossos

NERVO TRIGÊMEO. Anatomia Aplicada à Odontologia. Prof. Peter Reher, CD, CD, MSc, MSc, PhD. PhD

COLEÇÃO MANUAIS DA ODONTOLOGIA ANATOMIA E COORDENADORA SANDRA DE QUADROS UZÊDA AUTORES SANDRA DE QUADROS UZÊDA MARCOS VIDAL RIVAS

Princípios do tratamento das fraturas

Estudo por imagem do trauma.

UNIVERSIDADE PAULISTA FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE

Sala 02 TEMA LIVRE Odontologia Social e Preventiva e Saúde Coletiva

Traumatologia Infantil. O Esqueleto da Criança Não É O Esqueleto do Adulto em Miniatura

NEURORRADIOLOGIA DO TRAMA CRANIO- ENCEFÁLICO (TCE)

Anatomia Craniomandibular

Crescimento da Mandíbula. Cartilagem de Meckel e Mandíbula Óssea

A n a t o m i a. Cabeça

TABELA DE COPARTICIPAÇÃO - PLANO ODONTOLÓGICO OURO - ASPER

Fraturas: Prof.: Sabrina Cunha da Fonseca

Lesões Traumáticas da Cintura Escapular. Prof. Reinaldo Hashimoto

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Prof André Montillo

ANATOMOFISIOLOGIA GERAL NERVO TRIGÊMIO

Sistema Esquelético: Ossos. Prof a. Deise Maria Furtado de Mendonça

Nely Rocha de Figueiredo. 63a 11m. Atendimento: 2/5/2014. Dr Sergio Pinho

Atendimento Inicial ao Traumatizado

CRÂNIO. Dr. Peter Reher, CD, CD, MSc, PhD

Lesões Traumáticas do Membro Superior. Lesões do Ombro e Braço Lesões do Cotovelo e Antebraço Lesões do Punho e Mão

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Prof André Montillo

Não risque as peças, utilize os estiletes marcadores para apontar as estruturas. ESQUELETO AXIAL

AVALIAÇÃO DOS TRABALHOS III SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE TRAUMA DO NORDESTE DIA 23 DE MAIO DE 2019 HORÁRIO TELA CÓDIGO TÍTULO

Dr. Bruno Pinto Ribeiro Residente em Cirurgia de Cabeça e Pescoço Hospital Universitário Walter Cantídio

CIRURGIAS PERIODONTAIS

Técnicas de anestesia regional Cabeça

Índice e tratamento de Fraturas Faciais

Ortopedia e Traumatologia Cirúrgica

Tem uma forma semelhante a uma pirâmide. O bordo orbitário é espesso e arredondado na sua abertura anterior.

Fraturas de mandíbula: análise de 166 casos

Prof André Montillo

CINESIOLOGIA - ATM ATM 08/08/2016. Cinesiologia e Biomecânica


Aula 5: ANATOMIA RADIOGRÁFICA DENTO-MAXILOMANDIBULAR. O grau de absorção dos Rx depende da composição, espessura e

REDE CREDENCIADA ATHUS BRASIL TABELA ODONTOLÓGICA - V

O papel das próteses oculares e faciais no processo reabilitador das anomalias craniofaciais

IMAGENS DA ANATOMIA RADIOGRÁFICA DA MAXILA

Nariz e Laringe. Anatomia Aplicada à Medicina IV MOR 044 Prof. Sérvulo Luiz Borges

Trauma torácico ATLS A airway (vias aéreas pérvias) B breathing (avaliação manutenção resp e mecânica resp) C circulation D disability (avaliação esta

TRAUMA CERVICAL - IMPORTÂNCIA. área restrita. vários sistemas. experiência individual pequena FCMSCSP - AJG

PROIMPERIO - CURITIBA - IN SURGERY

MANOELA SEADI PEREIRA PACIENTES POLITRAUMATIZADOS: UMA REVISÃO DE LITERATURA EM TRAUMA DE TERÇO MÉDIO DE FACE

Anatomia e dinâmica da Articulação Temporomandibular. Instituto de Ciências Biomédicas da USP Departamento de Anatomia

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

TABELA PLANO PRÉ-PAGAMENTO UNIODONTO VALE DO SINOS 2016/2017

HEMORRAGIAS. Não deve tentar retirar corpos estranhos dos ferimentos; Não deve aplicar substâncias como pó de café ou qualquer outro produto.

SUMÁRIO ANATOMIA DA MAXILA PLANEJAMENTO PREPARO DO LEITO RECEPTOR capítulo 01. capítulo 02. capítulo 03

Supera todas as outras causas de doenças combinadas. Anatomia, fisiologia e mecanismos produzem distintos

PACIENTES ACOMETIDOS POR TRAUMA GRAVE DE FACE: ABORDAGEM, ETIOLOGIA, PROGNÓSTICO E CARACTERÍSTICAS

Face e cavidade bucal

ARTICULAÇÃO TÊMPORO-MANDIBULAR

Artroplastia de Ombro TRATAMENTO POR ARTROPLASTIA NAS FRATURAS DO ÚMERO PROXIMAL INDICAÇÃO. partes? rachadura da

Molares Decíduos Decíduos

Transcrição:

Trauma Maxilo - Facial Importância da Face - Funções vitais - Terminal de quatro sentidos - Expressão facial - Elo de expressão

Trauma Maxilo - Facial Etiologia - Acidentes automobilísticos - Acidentes de motocicleta - Agressões - Acidentes industriais - Esportes - Mordedura de animais - Ferimento por arma de fogo

Trauma Maxilo - Facial Cuidados iniciais Vias aéreas Atenção às lesões associadas da coluna cervical Cricotireoidostomia Traqueostomia Hemorragia Grave Compressão direta Elevação da cabeça Ligadura direta dos vasos Tamponamentos nasais anteriores e posteriores Ligadura da carótida externa ou maxilar interna

Avaliação Diagnóstico 1) História 2) Avaliação da coluna cervical 3) Avaliação da consciência 4) Presença de equimoses, hematomas, assimetrias e creptações 5) Oclusão dentária 6) Avaliação ocular 7) Pares cranianos 8) Avaliação dos canais auditivos - sangue e liquor 9) Exame radiológico e TC 10) Palpação dos pontos chave

Avaliação Diagnóstico PONTOS CHAVE: 1) Borda orbitária, 2) Arco zigomático, 3) Ponte nasal, 4) Bordo inferior da mandíbula, 5) Bimanual da mandíbula e fixação da cabeça - incisivos centrais superiores

Ferimentos dos Tecidos Moles da Face 1) Importância do aspecto estético 2) Atenção as lesões do nervo facial, ducto pancreático, aparelho lacrimal, ligamentos cantais e músculos palpebrais CUIDADOS NO TRATAMENTO INICIAL - anestesia local, geral ou bloqueios regionais - limpeza copiosa com SF e em jatos para retirar partículas - evitar partículas incrustadas - alinhar feridas labiais - usar fios inabsorvíveis em ferimentos profundos da língua - desbridamento de lesões auriculares - vascularização pobre - sutura palpebral em camadas - cuidados com exposição do globo ocular - tarsorrafia

Fraturas Faciais (Importância do aparelho mastigados) Fratura da mandíbula - osso da face mais atingido pela situação anatômica CLASSIFICAÇÃO Sinfisárias Classe I Parassinfisárias Oblíqua Classe II Ângulo Transversa Fechadas Classe III Ramo Condilo Coronóide Processos Alveolares Ramo verde Cominutiva Expostas - De acordo com a presença de dentes

Diagnóstico 1) Achados clínicos - função mandibular alterada - dor e limitação da mobilidade - desvio mandibular na abertura da boca - creptação - edema - equimose e hematoma no local da fratura - má oclusão dentária 2) Radiologia - incidências planas - Panorâmica dentária

Tratamento OBJETIVOS 1) Restaurar: a) função mandibular b) continuidade da mandíbula c) oclusão intermaxilar 2) Imobilização por 4 a 6 semanas

Tratamento MÉTODOS DE FIXAÇÃO - Intermaxilar - Interarcada - Interóssea - Externa - com pinos extra-esqueléticos ou crânio-mandibular REDUÇÃO ABERTA FRATURA DO DESDENTADO - Redução aberta - Fixação com pino extra-esquelético - Imobilização

Tratamento FRATURA DO CONDILO - Fixação intermaxilar - Redução aberta (fraturas subcondilares bilaterais) EM CRIANÇAS - Redução fechada - Fratura de condilos - acompanhamento para monitorar o crescimento - Uso dos centros de crescimento costo-condrais

Fraturas do Maxilar - Resultam de forças extremamente violentas na face média, mais freqüentes em acidentes automobilísticos CLASSIFICAÇÃO DE LE FORT I - Fratura horizontal II - Fratura horizontal + pirâmide nasal III - Disjunção crânio-facial DIAGNÓSTICO Dor Má oclusão Mobilidade Radiologia

Tratamento - Órbita: Redução aberta e fios transósseos - Fraturas com mínimo deslocamento: fixação intermaxilar - Palatais e alvéolos maxilares: Tala palatal de acrílico - Face média com deslocamento grave: Fixação crâniomandibular, extra-esquelética, especialmente quando associadas a fraturas dos condilos mandibulares para evitar o encurtamento da face - Processos alveolares: Manipulação digital, imobilização e fixação

Complicações das Fraturas da Mandíbula e Maxilar - Não consolidação - Má consolidação - Necrose avascular - Infecção aguda - Osteomielite - Perda de dentes - Anquilose temporo-mandibular - Má oclusão - Problemas nutricionais pela imbolização da boca

Fratura do Zigoma e Órbita O malar é comprometido em 1/4 de todas as fraturas maxilo-faciais. O zigoma é raramente fraturado, mas seus ligamentos com o maxilar, frontal e temporal são vulneráveis. Na fratura trípoda, as três linhas são fraturadas. CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS MALARES - Fraturas sem deslocamento - Fratura do arco zigomático - Fratura do corpo zigomático sem rotação (mais comum) - Fratura do corpo com rotação medial - Fratura do corpo com rotação lateral - Fraturas cominutivas O deslocamento do zigoma resulta na ruptura do soalho e parede lateral da órbita. As fraturas complexas da face média afetam a cúpula orbitária.

Diagnóstico ACHADOS CLÍNICOS: - Equimose periorbitária - Hemorragia conjuntival - Proptose ou enoftalmia - Achatamento malar - Epistaxe unilarel - Hipoestesia labial superior - Irregularidade da órbita - Diplopia RADIOLOGIA

Tratamento - As fraturas zigomáticas e orbitárias sem desvio não requerem tratamento. INDICAÇÕES CIRÚRGICAS: - Deslocamento clínico ou radiológico do zigoma e assoalho da órbita - Enoftalmia - Diplopia precoce - Corpo zigomático INDICAÇÕES CIRÚRGICAS - Incisões na pálpebra e sombrancelha - Fixação com fio, pinos ou dispositivos externos

Tratamento - Assoalho da órbita INDICAÇÕES CIRÚRGICAS - através do antro maxilar - enxertos ósseos obs: Cirurgia precoce ou em até 4 dias. Além de 2 semanas há rigidez COMPLICAÇÕES - Diplopia - Enoftalmia - Epífora - Cegueira - Deformidade - Hipoestesia

Fratura do Nariz - Os ossos do nariz são delgados e como têm pouca sustentação, se quebram freqüentemente. DIAGNÓSTICO 1) Exame clínico: - Distorção do perfil nasal - Obstrução nasal - Epistaxe - Exame intranasal com frontolux - Exame do septo 2) Radiologia

Tratamento - Fraturas sem deslocamento ou patologia septal- conservador - Tamponamento nasal - Compressas de gelo - Analgésicos - Redução fechada com anestesia local - imobilização - Fraturas cominutivas - redução aberta e fixação com fio - Fratura do septo deslocadas- reposicionamento - Fratura do septo instável - redução e fixação com fios ou moldes - Hematomas septais - drenagem, sutura mucosa e tamponamento nasal - Exame minucioso na criança para evitar complicações

Fraturas Naso Etmoidais - Resultam de impactos severos afetando ossos nasais, frontal, maxilar, etmóide e base do crânio. Há retração característica da base nasal, deslocamento das inserções cantais. Pode haver rinorréia e lesão do aparelho lacrimal. São as lesões de mais difícil tratamento. É obrigatório parecer neurocirúrgico e TC.

Tratamento - Restauração da parede medial da órbita - Reposicionamento e estabilização dos ligamentos cantais mediais - Correção das lesões do aparelho lacrimal - Restauração do contorno nasal - Ocasionalmente há necessidade de acesso combinado intra e extra craniano para corrigir lacerações durais - ATB

Complicações Meningite Anosmia Dacriocistite com epífura Deformidade nasal

Fraturas do Seio Frontal DIAGNÓSTICO - Evidência radiológica de deslocamento ou obstrução do ducto naso-frontal - Exame da permeabilidade do ducto naso-frontal TRATAMENTO - Fratura da tábua externa - Redução aberta e fixação interna - Fratura da tábua interna - Associadas a lesões intracranianas e durais - Redução, sutura da duramater, drenagem pelo ducto nasofrontal e ATB

Ferimentos de Face por Projétil de Alta Velocidade - VIAS AÉREAS PERMEÁVEIS - REPOSIÇÃO DE VOLUME - HEMOSTASIA, LIMPEZA E DESBRIDAMENTO - NÃO FECHAR OS FERIMENTOS COM REEXPLORAÇÃO EM 24-48H - ATB - PRIORIDADE PARA O RESTABELECIMENTO DAS RELAÇÕES ÓSSEAS, SEGUIDAS DE COBERTURA COM PARTES MOLES - TRATAMENTO MULTIDICIPLINAR