O hemograma com contagem diferencial de leucócitos é um dos exames mais requisitados para o diagnóstico de infecção aguda.



Documentos relacionados
Contagem total de leucócitos Contagem diferencial e absoluta Neutrófilos Linfócitos Monócitos Eosinófilos Basófilos Achados de esfregaço sanguíneo

DEFINIÇÃO. quantidade de plaquetas.

Descrição do esfregaço

17/03/2011. Marcos K. Fleury Laboratório de Hemoglobinas Faculdade de Farmácia - UFRJ mkfleury@ufrj.br

Departamento de Anatomia Patológica e Medicina Legal Disciplina : Imunologia. Leucograma. Prof.Dr. Manoel Barral-Netto

LEUCEMIAS. Profª Ms. Priscila Ferreira Silva

Tecnologia com Avançada Precisão, Especificidade e Produtividade

NEUTROPENIA CÍCLICA: COMO TRATAR?

AVALIAÇÃO LABORATORIAL

Perguntas e respostas sobre imunodeficiências primárias

Anemia: generalidades Conceito e prevalência Anemia mínima Sintomas e sinais Classificação

Raniê Ralph Semio de outubro de Professor Fernando Pretti. Hemograma Interpretação. O hemograma é um exame complementar muito importante.

A ANÁLISE DAS ANÁLISES

CONHECIMENTO GOTAS. neoplasias hematológicas: leucemia mieloide crônica

SÍNDROMES MIELODISPLÁSICAS. Hye, 2014

Biotecnologia e medicina. Denise Machado

Suspeita clínic a de doença celíaca. + IgA sérica POSITIVO 3? Anti-gliadina IgG POSITIVO?

O estudo laboratorial da série vermelha é composto de vários testes que serão comentados a seguir. Ele é chamado de eritrograma.

XE-5000 Sistema Automatizado para Hematologia. Sua escolha completa

Câncer de Próstata. Fernando Magioni Enfermeiro do Trabalho

TROMBOCITOPENIA NA GRAVIDEZ

PADRÕES DE DIFERENCIAÇÃO CELULAR EM MEDULA ÓSSEA NORMAL

Atualização do Congresso Americano de Oncologia Fabio Kater

QUESTÕES DE HEMATOLOGIA E SUAS RESPOSTAS

LEUCOGRAMA O que realmente precisamos saber?

Algoritmo de investigação Alterações do leucograma

Azul. Novembro. cosbem. Mergulhe nessa onda! A cor da coragem é azul. Mês de Conscientização, Preveção e Combate ao Câncer De Próstata.

Leucocitoses: o que há além dos processos inflamatórios

Introdução: Objetivo. Materiais e métodos:

Partes: CÉLIO FERREIRA DA CUNHA MUNICÍPIO DE COROMANDEL-MG

Patologia Geral AIDS

O QUE É? A LEUCEMIA MIELOBLÁSTICA AGUDA

Andrés Mello López Valquíria D. C. Antunes

Interpretação de exames laboratoriais Lactato desidrogenase (LDH)

ALTERAÇÕES NO SANGUE

CORRELAÇÃO ENTRE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO E PROTEÍNA C REATIVA EM UM GRUPO DE IDOSOS.

Linfomas. Claudia witzel

HEMATOLOGIA ºAno. 10ª Aula. Prof. Leonor Correia

RESPOSTA RÁPIDA 154/2014 Alfapoetina na IRC

Programa de Hematologia e Oncologia Pediátricos Diagnóstico Imunomolecular. Manual do sistema (Médico)

Informação pode ser o melhor remédio. Hepatite

Governador Geraldo Alckmin entrega o maior laboratório destinado a pesquisas sobre o câncer da América Latina

PARTE 2 SÉRIE BRANCA DESENVOLVIMENTO NORMAL DA LINHAGEM MIELÓIDE. Mieloblastos

MYCAMINE MYCAMINE. micafungina. micafungina. Guia de Prescrição. e Monitorização. de Prescrição. Guia e Monitorização

Leucemias Crônicas HEMATOLOGIA II 5/6/2010. Curso de Farmácia Prof. Christian LEUCEMIAS CRÔNICAS AGUDAS LINFÓIDES MIELÓIDES MIELÓIDES LINFÓIDES LLC

Registro Hospitalar de Câncer de São Paulo:

Este manual tem como objetivo fornecer informações aos pacientes e seus familiares a respeito do Traço Falcêmico

Diagnóstico Microbiológico

O Diagnóstico, seguimento e tratamento de todas estas complicações causam um enorme fardo econômico ao sistema de saúde.

ESTA PALESTRA NÃO PODERÁ SER REPRODUZIDA SEM A REFERÊNCIA DO AUTOR.

Alterações citogenéticas na leucemia linfocítica crônica

Mato Grosso do Sul conta com pessoas cadastradas (até 2010) como doadoras de

Por outro lado, na avaliação citológica e tecidual, o câncer tem seis fases, conhecidas por fases biológicas do câncer, conforme se segue:

DIAGNÓSTICO DAS LOMBALGIAS. Luiza Helena Ribeiro Disciplina de Reumatologia UNIFESP- EPM

Disfunção plaquetária em situações especiais

INTERPRETAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS

Alexandre de Lima Farah

ANEXO VIII - EDITAL Nº. 15/2011 PERÍODO: INTENSIVO INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - ICS MONITORIA PRESENCIAL NA MODALIDADE REMUNERADA FARMÁCIA

Manual do Doador Voluntário de Medula Óssea

PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES DE DROGAS IMUNOBIOLÓGICAS EM UTILIZAÇÃO NO BRASIL

Componente Curricular: Patologia e Profilaxia Módulo I Profª Mônica I. Wingert Turma 101E TUMORES

PERFIL HEPATITE. Segurança para o diagnóstico e acompanhamento clínico.

Avaliação por Imagem do Pâncreas. Aula Prá8ca Abdome 4

Escolha o nível de contagem de plaquetas considerado seguro para a realização de uma cirurgia de grande porte:

Vitamina D: é preciso dosar e repor no pré-natal? Angélica Amorim Amato 2013

Rejeição de Transplantes Doenças Auto-Imunes

Qual é a função dos pulmões?

CAMPANHA PELA INCLUSÃO DA ANÁLISE MOLECULAR DO GENE RET EM PACIENTES COM CARCINOMA MEDULAR E SEUS FAMILIARES PELO SUS.

LÍDER NO DESENVOLVIMENTO DA CRIOPRESERVAÇÃO. Garantir o futuro do seu filho com SEGURANÇA e INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

células Vários tipos de

Prof a Dr a Camila Souza Lemos IMUNOLOGIA. Prof a. Dr a. Camila Souza Lemos. camila.souzabiomedica@gmail.com AULA 4

O QUE É? O HEPATOBLASTOMA

Transplante de rim. Perguntas frequentes. Avitum

Hemoglobinopatias. Dra. Débora Silva Carmo

COAGULOPATIAS NO PACIENTE ONCOLÓGICO. Dra Carmen Helena Vasconcellos Hospital Veterinário Botafogo - RJ

CFU - E CFU - G CFU - GM. CFU - Meg

TEMA: Uso de filgrastim (Granulokine ) em oncologia: indicações e riscos

Do nascimento até 28 dias de vida.

Leucograma: Avaliação normal e alterações quantitativas

ANEXO II. 1 HEPATITE B VÍRUS DA HEPATITE B (Hepatitis B Vírus HBV)

TEMA: 6 Mercaptopurina e 6 tioguanina para tratamento da Leucemia Linfóide Aguda (LLA)

Aféreses Transfusionais Uso de Plaquetas de Doadores Múltiplos ou de Plaquetas por Aféreses

Actualizado em * Definição de caso, de contacto próximo e de grupos de risco para complicações

Febre Reumática Sociedade Brasileira de Reumatologia

HIV no período neonatal prevenção e conduta

ÇÃO O DE EXAMES LABORATORIAIS

Hemoglobina / Glóbulos Vermelhos são as células responsáveis por carregar o oxigênio para todos os tecidos.

Diagnóstico diferencial da trombocitopenia em cães e gatos. Leonardo P. Brandão, MV, Msc, PhD

ATLAS VIRTUAL DE LEUCÓCITOS

1. CANDIDATURA A UM DESEJO

Disciplina de Imunologia. Curso de Biomedicina. Imunidade aos Microbios Bactéria extracelular

O QUE É? O TUMOR DE WILMS

avaliar : como Prof Simone Maia Presidente ANACITO presidente@anacito.org.br

Prof. Dr. José O Medina Pestana. Hospital do Rim e Hipertensão Disciplina de Nefrologia, Universidade Federal de São Paulo

André Salazar e Marcelo Mamede CANCER PATIENTS: CORRELATION WITH PATHOLOGY. Instituto Mário Penna e HC-UFMG. Belo Horizonte-MG, Brasil.

GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS

TEMA: RITUXIMABE PARA A LEUCEMIA LINFOCÍTICA. Data: 05/03/2014 NOTA TÉCNICA /2014. Medicamento x Material Procedimento Cobertura

Mini-conferência Detecção de agentes infecciosos em hemocomponentes não plasmáticos. Discussão

Transcrição:

Granulócitos Imaturos (IG) - Revendo conceitos Profa. Dra. Helena Z. W. Grotto Consultora médica Sysmex América Latina e Caribe helena_grotto@sysmex.com.br www.sysmex.com/la O hemograma com contagem diferencial de leucócitos é um dos exames mais requisitados para o diagnóstico de infecção aguda. O que você espera encontrar para confirmar sua suspeita clínica de infecção aguda? Leucocitose? Neutrofilia? Aumento de formas imaturas de granulócitos? Alterações morfológicas de neutrófilos? Na verdade, todas essas alterações são compatíveis com um quadro infeccioso agudo. Essa mini-revisão tem como objetivo rever alguns conceitos e apresentar novas alternativas à interpretação do hemograma no reconhecimento de algumas condições clínicas, em especial nos estados infecciosos. A leucocitose Definição: Contagem de leucócitos > 11,0 x 10 9 /L no adulto. Pode ser resultado do aumento de qualquer uma das linhagens celulares, sendo a neutrofilia a causa mais frequente, seguida pela linfocitose. São vários os mecanismos que levam à leucocitose, como pode ser visto no quadro abaixo: Quadro 1. Mecanismos envolvendo a cinética das células que podem causar a leucocitose produção Mobilização de estoque adesão ao endotélio vascular migração para tecidos periféricos da sobrevida das células Combinação desses processos

Falando mais especificamente da leucocitose causada pela neutrofilia, é importante lembrar que, além da infecção, a neutrofilia pode estar presente em diversas situações, de origem reacional ou não (Quadro 2). Quadro 2. Causas de neutrofilia, além da infecção (adaptado de Cerry & Rosmarin, Hematol Oncol Clin N Am 2012; 26:303-319) Inflamação crônica: doenças reumáticas, doença inflamatória intestinal, doença granulomatosa, hepatite crônica Tabagismo Stress: exercício físico, emocional, cirurgia Uso de drogas: corticoide, lítio, citocinas recombinantes (G-CSF, GM-CSF) Doenças malignas não hematológicas: tumores secretores de citocinas (G- CSF), como pulmão, língua, rim, metástases medulares Estimulação da medula óssea: Anemia hemolítica, trombocitopenia imune Pós-esplenectomia Etiologia hematológica primária: Neutrofilia congênita, neutrofilia hereditária, neutrofilia idiopática hereditária, síndrome de Down Neoplasias hematológicas adquiridas: Leucemia mielóide aguda Doenças mieloproliferativas: leucemia mielóide crônica, policitemia vera Lembrar que: Algumas infecções cursam com leucopenia e não leucocitose! Exemplos: febre tifoide, brucelose, doenças por rickettsia, erliquiose, leishmaniose, algumas infecções pelo Staphylococcus aureus. Reação leucemoide: leucocitose exagerada (50,0 a 100,0 x 10 9 /L), caracterizada pela presença de células imaturas (mieloblastos, promielócitos e mielócitos) além das formas mais maduras. Pode estar associada a infecções graves ou crônicas, hemólise grave ou metástases. O aparecimento de granulações tóxicas e corpúsculos de Döhle auxiliam no diagnóstico diferencial com a leucemia mieloide crônica. Aumento de formas imaturas: também conhecido como desvio à esquerda, indica um aumento da atividade medular, com liberação de formas imaturas da medula óssea para o sangue periférico. A primeira questão sobre desvio à esquerda é se devemos ou não considerar a contagem de bastonetes como indicativa de uma neutrofilia reacional. Dificuldades técnicas na identificação e qualificação dessas células, assim como a falta de consenso quanto aos valores de referência, têm

levado a uma valorização cada vez menor desse parâmetro como indicativo de inflamação e/ou infecção. Além da limitação técnica, a utilização da presença de bastonetes como indicativa de infecção também é questionada. Vejamos alguns exemplos da literatura: 1. Ardron MJ et al. Band neutrophil counts are unnecessary for the diagnosis of infection in patients with normal total leukocyte counts. Am J Clin Pathol. 1994 Nov; 102(5):646-9. Foram estudados 33 pacientes com infecção bacteriana (cultura +) e contagem normal de leucócitos, comparados com 30 indivíduos normais. Foram analisadas 500 células por microscopia. A presença de neutrófilos mais imaturos que os bastonetes e a contagem absoluta de neutrófilos foram os melhores parâmetros para separar os pacientes infectados dos normais. 2. Kuppermann N, Walton EA. Immature neutrophils in the blood smears of young febrile children. Arch Pediatr Adolesc Med. 1999 Mar; 153(3):261-6. Com o objetivo de verificar se as contagens de neutrófilos e bastonetes poderiam indicar a causa (bacteriana ou viral), foram estudadas 100 crianças febris de até 2 anos de idade com infecção bacteriana ou viral documentadas, de 3 departamentos pediátricos de emergência. Foram determinadas as contagens de neutrófilos, bastonetes e a relação bastonetes/neutrófilos. A contagem de neutrófilos foi maior nas crianças com infecção bacteriana, mas o número de bastonetes e a relação bastonetes/neutrófilos não auxiliaram na diferenciação entre os 2 tipos de infecção. Os autores concluíram que A contagem de bastões no sangue periférico não auxilia na distinção entre infecção bacteriana e infecção respiratória viral em crianças febris. 3. Gombos MM, Bienkowski RD, Gochman RF, Billett HH. The absolute neutrophil count: is it the best indicator for occult bacteremia in infants? Am J Clin Pathol. 1998 Feb; 109(2):221-5. Os autores tiveram como objetivo determinar se a contagem absoluta de neutrófilos é melhor indicador diagnóstico do que a contagem de leucócitos e se a contagem diferencial manual, que inclui a contagem de bastonetes é necessária ou útil. Estudaram 109 crianças entre 2 e 36 meses de vida com febre e infecção comprovada ou não, e 61 crianças não febris. O estudo demonstrou que: (1) a contagem de leucócitos é um bom indicador de infecção oculta; (2) a contagem absoluta de neutrófilos é tão sensível quanto a contagem de leucócitos e parece ser mais específica; (3) as contagens automatizada e manual são comparáveis; (4) a contagem de bastonetes não é sensível como um indicador e não adiciona nenhum valor preditivo. 4. Ward MJ, Fertel BS, Bonomo JB, Smith CL, Hart KW, Lindsell CJ, Wright SW. The degree of bandemia in septic ED patients does not predict impatient mortality. Am J Emerg Med. 2012 Jan;30(1):181-3. doi: 10.1016/j.ajem.2010.08.018. Foram analisados os dados de 96 pacientes com sepsis e a contagem de bastonetes foi comparada entre o grupo de pacientes que sobreviveram com o grupo que foi à óbito devido à sepsis. Não houve diferença significativa entre as contagens dos dois grupos e os autores concluíram que o nível de bastonetes observado durante o processo não foi associado com a mortalidade ou com a sobrevivência dos pacientes com sepsis.

Granulócitos imaturos ou IG: os analisadores hematológicos da Sysmex (Série-XT, XE-2100, XE-5000 e da Série-XN) contam e reportam os granulócitos imaturos, que compreende a somatória dos metamielócitos, mielócitos e promielócitos. Os bastonetes são contabilizados junto com os neutrófilos maduros. O número de IG pode estar elevado na circulação sanguínea em diversas situações, como pode ser visto no quadro abaixo. Quadro 3. Condições em que pode haver uma elevação dos IGs. Nesses casos a neutrofilia é frequente (adaptado de Buttarello & Plebani. Am J Clin Pathol 2008; 130:104-116). Infecções bacterianas Doenças inflamatórias agudas Câncer, particularmente com metástase medular Necrose tecidual Rejeição aguda de transplante Trauma cirúrgico Trauma ortopédico Doenças mieloproliferativas Uso de esteroides Gravidez (em especial no 3º trimestre) ATENÇÃO: em idoso, neonatos ou em indivíduos imunossuprimidos, uma contagem de IG > 2% pode ser indicativa de infecção aguda, mesmo que o paciente não tenha neutrofilia ou tenha neutropenia, como acontece na sepsis (Briggs C et al. Lab Hematol 2003; 9:117-124). Granulócitos imaturos e sepsis

Segundo o Surviving Sepsis Campaign: International Guidelines for Management of Severe Sepsis and Septic Shock: 2012 (Critical Care Medicine 2013;41(2): 580-637), as variáveis inflamatórias abaixo fazem parte dos critérios diagnósticos de sepsis: 1. Leucocitose (leucócitos > 12 x 10³/ L) 2. Leucopenia (leucócitos < 4,0 x 10³/ L) 3. Contagem normal de leucócitos e granulócitos imaturos > 10% 1. Nierhaus A et al. Revisiting the white blood cell count: immature granulocytes count as a diagnostic marker to discriminate between SIRS and sepsis - a prospective, observational study. BMC Immunology 2013; 14:1-8. IG como marcador que discrimina a sepsis da síndrome de resposta inflamatória sistêmica (SIRS), com sensibilidade de 89,2% e especificidade de 76,4%, com melhor performance do que a Proteína C Reativa, a Proteína ligada a lipopolissacáride (LBP) e a IL-6. 2. Cimeti C et al. The predictive value of immature granulocyte count and immature myeloid information in the diagnosis of neonatal sepsis. Clin Chem Lab Med 2012;50(8). DOI 10.1515/cclm-2011-0656. IG tem valor preditivo para sepsis em neonatos. 3. Ansari-Lari et al. Immature Granulocyte Measurement Using the Sysmex XE-2100. Relationship to Infection and Sepsis. Am J Clin Pathol. 2003;120:795-799. IG significativamente mais elevado nos pacientes infectados dos não infectados, além de ser melhor preditor de infecção do que a contagem de leucócitos ou neutrófilos. IG > 3% é um preditor específico de sepsis. 4. Iddles et al. Evaluation of the immature granulocyte count in the diagnostic of sepsis using the Sysmex XE-2100 analyser. Sysmex J Int 2007;17:20-29. Razão IT (Total de IG/Total de neutrófilos x 100) é um indicador mais sensível e mais específico para a sepsis do que a razão IG (Total de IG/Total de leucócitos x 100) ou a dosagem de Proteína C reativa. O que já foi relatado 1. A precisão da contagem de IG pelo Sysmex XE-2100: CV das contagens é menor do que as contagens manuais (Briggs C et al. Lab Hematol 2003;9:117-124; Fernandes & Hamaguchi. Am J Clin Pathol 2007; 128:454-63). 2. Acurácia: boa correlação com as contagens à microscopia e com o uso de anticorpos monoclonais em citômetro de fluxo (Field D et al. Lab Hematol 2006;12:11-14)

3. Valores de referência de IG na literatura: Autores Valores População estudada Bernsteins & Rucinski (Clin Chem Lab Med Epub 2011 Sep.21) Roehrl MH et al (Arch Pathol Lab Med 2011;135:471-477) Bruegel M et al (Sysmex J Int 2004; 14:5-7) IG# mediana 0,63 x 10³/ L (0,1-2,4) IG% até 0,30% IG# até 0,40 x 10³/ L IG% até 0,90% IG# até 0,70 x 10³/ L IG# 0-0,30 x 10³/ L IG% 0-0,4% Adultos Crianças < 10 anos Crianças > 10 anos e adultos n = 2400 n = 153 adultos Pekelharing et al (Sysmex J Int 2010; 20:1-11) Fernandes & Hamaguchi (Am J Clin Pathol 2007; 128:454-463) IG# 0-0,60 x 10³/ L IG% 0-0,6% IG# 0-0,1 ± 0,02 IG% 0,22 ± 0,20 n = 309 adultos n = 60 adultos Na prática A contagem das células imaturas pela automação é mais rápida e mais precisa, e é determinada no mesmo momento em que os outros parâmetros do hemograma são liberados. Isso significa agilidade no conhecimento das hipóteses diagnósticas e no atendimento do paciente. A ausência ou um número abaixo do indicativo de anormalidade evita que análises microscópicas desnecessárias sejam feitas, otimizando o tempo do observador. Perspectivas e desafios 1. Padronização dos valores de referência da população normal. 2. Padronização dos valores de IG indicativos da necessidade de revisão de lâmina 3. Ampliar as possibilidades do uso do IG como indicativo de atividade medular reacional (ou não) em diversar patologias. Sysmex América Latina e Caribe Rua do Paraíso, 148 - Paraíso/SP - 04103-000, Tel. +55 (11) 3145-4300 www.sysmex.com/la