Viver: isso a gente curte

Documentos relacionados
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A CRIANÇA E O ADOLESCENTE

COPAPI POLÍTICA DE GÊNERO VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES E GÊNERO NA UNIVERSIDADE. Profª Drª ANA CLAUDIA FIGUEIREDO 1REBOLHO

Prevenção e Enfrentamento ao Abuso Sexual para Adolescentes. Elaborado por Viviane Vaz

VIOLÊNCIA SEXUAL. Entenda e ajude a combater SECRETARIA NACIONAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES SECRETARIA DE GOVERNO

União Popular de Mulheres de Campo Limpo e Adjacências.

Dados da Violência contra a mulher no Brasil

O QUE É? O canal funciona 24 horas por dia, nos 7 dias da semana.

É DEVER DE TODOS PREVENIR A AMEAÇA OU VIOLAÇÃO DOS DIREITOS DO IDOSO! DENUNCIE! VOCÊ TAMBÉM É RESPONSÁVEL.

Dra. EVELYN EISENSTEIN BRASÍLIA, 17 DE NOVEMBRO DE 2017

Seminário Trabalho Social com Famílias: Trabalho com famílias em situação de violência doméstica Marcia Cristina Machado de Oliveira

Capacitação para Prevenção e Enfrentamento ao Abuso Sexual Infantil. Por Viviane Vaz

GÊNERO E VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA AS MULHERES

A construção da rede de atendimento às pessoas em situação de violência

Módulo ABORDAGEM EM SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIA. Unidade: 3 Violência contra o idoso

Direito Penal. Lei nº /2006. Violência doméstica e Familiar contra a Mulher. Parte 1. Prof.ª Maria Cristina

Suicídio. Saber, agir e prevenir.

Ministério do Desenvolvimento Social MDS Secretaria Nacional de Assistência Social SNAS

Saiba mais sobre o principal serviço de informações e orientações para mulheres

3. Roteiro de perguntas para serem aplicadas na tomada de declarações ou oitivas dasvítimas indiretas e testemunhas

DISCUTINDO VIOLÊNCIA DE GÊNERO NA ESCOLA: REFLEXÕES E EXPERIÊNCIAS

Gabinete do Deputado Samuel Malafaia

VIOLÊNCIA SEXUAL. Capacitação Coordenadores municipais

Pelo fim dos castigos corporais e tratamento cruel e degradante contra crianças

Módulo ABORDAGEM EM SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIA. Unidade: 2 - Violência doméstica

Conceito e definição

Bullying. Psiquilíbrios

PROJETO DE LEI Nº de de 2015.

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA GERAL E ANÁLISE DO COMPORTAMENTO PSICOLOGIA CLÍNICA NA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

Violência Moral e Psicológica no Trabalho: uma violência organizacional

ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTE

Violência contra menor

Depressão: o que você precisa saber

CARTILHA DE PREVENÇÃO AO ASSÉDIO SEXUAL E MORAL NO ESPORTE

Ficha Técnica. Ecônomo Geral Ir. José Augusto Alves. Superintendente de Organismos Provinciais Ir. Humberto Lima Gondim

Adolescência e Drogas-FEBRACT. Maria de Fátima Rato Padin

DEVISA_VE_DANT_ VIGILÂNCIA VIOLÊNCIA

TITLE Bullying preconceito e inclusão. ÁREA DE ENFOQUE: Paz e Prevenção e Resolução de Conflitos! Projeto da Coordenadoria Distrital

PROJETO DE LEI Nº DE 2015.

PROJETO DE COMBATE AO BULLYING DA EDUCAÇÃO INFANTIL AO ENSINO MÉDIO. Introdução

PROJETO DE LEI Nº DE 2015.

Programa Prefeito Amigo da Criança

ADOLESCENTE INFRATOR-UM OLHAR PARA COMPORTAMENTOS NA INFÂNCIA

coleção Conversas ESPECIAL Respostas que podem estar passando para algumas perguntas pela sua cabeça.

CÓDIGO DE CONDUTA FERBASA CARTILHA ILUSTRADA. Versão resumida e ilustrada do Código de Conduta da Ferbasa


Bullying e Cyberbullying

MASCULINIDADE X FEMINILIDADE

3.15 As psicoses na criança e no adolescente

Módulo ABORDAGEM EM SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIA. Unidades: 1 - Violência infanto-juvenil 2 - Violência doméstica 3 Violência contra o idoso

SPEC - Sistema de Proteção Escolar. ROE Registro de Ocorrência Escolar

Você já ouviu falar sobre a IGUALDADE DE GÊNERO? Saiba do que se trata e entenda o problema para as crianças, jovens e adultos se essa igualdade não

LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL

ANEXO 1 INSTRUMENTO USADO PARA FAZER A PESQUISA COM OS PAIS OU RESPONSÁVEIS

ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO Violência Moral e Psicológica

O QUE É O STRESS? Stress é não ser capaz de lidar com a situação.

O que a lei define como bullying

Lei Maria da Penha completa 8 anos

Trégua Olímpica. Aula 2 Uma trégua pelos meninos e meninas do mundo. Rio 2016 Versão 1.0

1. Questões Prova - Escrivão PC PR

3.8 Tristeza e depressão na criança e no adolescente

A EXPLORAÇÃO SEXUAL. Vamos entender como juntos podemos proteger crianças e adolescentes dessa grave violação de direitos.

16º CONEX - Encontro Conversando sobre Extensão na UEPG Resumo Expandido Modalidade B Apresentação de resultados de ações e/ou atividades

Pessoas autistas enfrentam as barreiras sociais do preconceito, da discriminação, da falta de apoios e de adaptações que as impedem de viver e

PROTEÇÃODAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO PERÍODO DO EVENTO COPA DOMUNDOBRASÍLIA/2014.

Promoção e Proteção de Direitos de Crianças e Adolescentes

O tráfico de pessoas para fins de exploração sexual

DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) Paulo Sérgio Lauretto titular da DEPCA Campo Grande/MS

VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇA E ADOLESCENTE

Violência de Género: Violência sobre os idosos e as idosas

IDENTIFICAÇÃO DE SINAIS DE ABUSO E EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

3º Fórum de Pediatria/CFM

O que a lei define como bullying

O QUE A GENTE QUER MURAL P(R)O(F)ÉTICO. Estudantes do 3º EJA MÉDIO

V i o lê nci a Se xua l

Conheça esses direitos com a Defensoria Pública

BULLYING: DOENÇA SOCIAL REMÉDIO: DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA ÉTICA E MORAL

COMO AJUDAR ALGUÉM COM RISCO DE SUICÍDIO

Direitos da Criança. Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Vizela. Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Vizela 1

PARECER CREMEC Nº 27/ /09/2010

III contra a criança e o adolescente; IV contra a pessoa com deficiência; VI contra o portador do vírus HIV;

BULLYING NA ESCOLA: UM OLHAR DA PSICOLOGIA 1. Jaqueline Tatiane Welke Hasper 2.

Circular CBCa 043/2018 Curitiba, 21 de maio de Assunto: COB Cartilha de prevenção ao assédio sexual e moral no esporte

2 Ansiedade / Insegurança Comportamento de busca de atenção, medo / ansiedade, roer unhas, fala excessiva

PROGRAMA DE ERRADICAÇÃO E COMBATE AO TRABALHO INFANTIL. Araucária 2016

S E D S. Secretaria de Estado da Família e Desenvolvimento Social

Aspectos jurídicos da Violência intra e extra familiar contra crianças. as e adolescentes INSTITUTO WCF LAÇOS DA REDE

VIOLENCIA DOMESTICA CONTRA A MULHER: NÃO SE CALE! A INDIFERENÇA MATA!

Cartilha de Prevenção às Violências Sexistas, Homofóbicas e Racistas nos Trotes Universitários

QUERIDO(A) ALUNO(A),

A prevenção da violência contra crianças e adolescentes: o papel do lar

Suicídio: informando para prevenir.

UNIVERSIDADE CEUMA São Luís MA 2018

Código de Conduta Empresarial. The Binding Site Group Limited. Março de 2017

VIOLÊNCIA SEXUAL DE CRIANÇAS EM IDADE ESCOLAR: EDUCAÇÃO BÁSICA

3.4 A criança que não vai à escola (Recusa escolar e Gazeta às aulas)

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

FEDERATION INTERNATIONALE DES FEMMES DES CARRIERES JURIDIQUES

MISSÃO. de famílias e indivíduos em situação de risco e. Coordenar e implementar a política de assistência social no município para a proteção

RELATÓRIO: - e toxicômanos Encaminhamento de crianças/adolescentes para tratamento à

Transcrição:

Viver: isso a gente curte NÃO À VIOLÊNCIA! AF Cartilha Defenda o Adolescente.indd 1 20/07/16 17:26

Nós pedimos com insistência Não digam nunca: Isso é natural! Diante dos acontecimentos de cada dia. Numa época em que reina a confusão. Em que corre o sangue, Em que se ordena a desordem, Em que o arbitrário tem força de lei, Em que a humanidade se desumaniza, Nada deve parecer natural Nada deve parecer impossível de mudar. (Bertolt Brecht) AF Cartilha Defenda o Adolescente.indd 2 20/07/16 17:26

A violência é um grave problema social. Suas causas são variadas, mas sabemos que dificuldades econômicas, o uso de álcool e drogas, a ideia de que é normal agredir e apanhar, a falta de diálogo, cuidado e carinho e a impunidade produzem a violência. Embora todas as pessoas possam agredir ou serem agredidas, as crianças e os adolescentes são as maiores vítimas. Por isso, vamos entender, afinal, o que é a violência e vamos combatê-la. Esse compromisso deve ser assumido por todos nós. Esta cartilha foi construída para você, adolescente, que pode transformar a realidade. AF Cartilha Defenda o Adolescente.indd 3 20/07/16 17:26

QUAIS SÃO OS PRINCI- PAIS TIPOS DE VIOLÊN- CIA? Existem vários. Lembre-se de que ela vai além das marcas no corpo. Palavras ofensivas, preconceito e brincadeiras de mau gosto também são violência. Que tal conhecer um pouco mais sobre isso? Violência Física: ação ou omissão que coloque em risco ou cause dano ao nosso corpo. Alguns exemplos: beliscões, cintadas, chineladas, puxões de orelhas, exposição ao perigo etc. Violência Psicológica: ação de intimidar, manipular, ameaçar direta ou indiretamente, humilhar, isolar ou qualquer outra conduta que prejudique a saúde psicológica e o desenvolvimento pessoal. O bullying é um exemplo dessa violência. AF Cartilha Defenda o Adolescente.indd 4 20/07/16 17:27

Violência Moral: qualquer conduta que rebaixe a imagem de alguém, xingamentos, discriminação. Ofender alguém referindo-se à etnia, religião, deficiência etc., é um crime chamado de injúria discriminatória e um exemplo de violência moral. Violência Sexual: ação que obriga uma pessoa a manter contato sexual, físico ou verbal com uso de força, intimidação, constrangimento, chantagem, suborno, manipulação, ameaça ou qualquer outro mecanismo que anule ou limite a vontade pessoal. A violência sexual pode ser caracterizada de forma física, psicológica ou com ameaça, compreendendo o estupro, a tentativa de estupro e o ato obsceno. Tortura: atos intencionalmente praticados para causar lesões físicas ou mentais, ou ambas, com finalidade de obter determinada vantagem, informação, aplicar castigo, entre outros. Atenção: em um trote escolar ou em uma festa qualquer, obrigar um adolescente a tomar bebida alcoólica e/ou se drogar configura crime de tortura. Negligência/Abandono: abandono, descuido e falta de comprometimento e responsabilidade. A negligência não se resume apenas no desprezo em garantir alimentação, condições de saúde, roupas adequadas ao clima, higiene, acesso à escola. Não ter tempo para os filhos, não acompanhar seu desenvolvimento e sua rotina e falta de afeto também são exemplos de negligência. AF Cartilha Defenda o Adolescente.indd 5 20/07/16 17:27

Trabalho Infantil: é todo o trabalho realizado por pessoas que tenham menos da idade mínima permitida para trabalhar. No Brasil, o trabalho não é autorizado, sob qualquer condição, para crianças e adolescentes de até 14 anos. Adolescentes de 14 a 16 podem trabalhar, mas na condição de aprendizes. Dos 16 aos 18 anos, o trabalho é permitido, desde que não aconteça das 22h às 5h e não seja perigoso ou prejudicial à saúde. Tráfico de Seres Humanos: é o comércio de pessoas para fins de escravização, abuso e exploração sexual, trabalho forçado, tráfico de drogas ou outros produtos, retirada de órgãos ou tecidos. Para isso, empregam-se ameaça ou força, mentiras, abuso de poder, pagamentos ou benefícios em troca de poder sobre a vítima. Violência Estrutural: abrange a violência socioeconômica, de gênero e étnica. Caracteriza-se pelo destaque na atuação das classes, grupos ou nações econômica ou politicamente dominantes, que se utilizam de leis e instituições para manter privilégios. Quando crianças e adolescentes, em qualquer governo, não têm acesso pleno aos Direitos Humanos, estamos nos referindo a esse tipo de violência. Fontes: Conselho Nacional de Justiça, Jusbrasil, Ministério do Trabalho e Emprego, Unicef Brasil e Minayo, 2004. AF Cartilha Defenda o Adolescente.indd 6 20/07/16 17:27

AF Cartilha Defenda o Adolescente.indd 7 20/07/16 17:27

Você sabia? A negligência é responsável por mais de 40% dos casos de maus-tratos na infância (Manual de Atendimento às Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência - Conselho Federal de Medicina); De acordo com o Mapa da Violência 2015, 59% das mortes por armas de fogo registradas (24.882) foram de pessoas na adolescência (e jovens na faixa de 15 a 29 anos, principalmente negros); De janeiro a março de 2015, o canal de denúncias Disque 100 registrou mais de 20 mil denúncias de violações de direitos de crianças e adolescentes. A maioria dos casos referia-se à negligência e à violência física, psicológica e sexual. As principais vítimas foram meninas e, em mais da metade dos casos (58%), o pai e a mãe foram os principais suspeitos das agressões (BRASIL. Secretaria de Direitos Humanos, 2015). Fonte: Manual de Atendimento às Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência - Conselho Federal de Medicina. AF Cartilha Defenda o Adolescente.indd 8 20/07/16 17:27

FIQUEM DE OLHO NOS SINAIS DE ALERTA! ELES PODEM INDICAR QUE A VIOLÊNCIA ESTÁ OCORRENDO. Sinais físicos: Manchas no corpo Hematomas Marcas de corda, cinto, mordidas Fraturas Roupas rasgadas ou manchadas de sangue Dificuldade para caminhar ou sentar Sangue que sai da vagina ou do ânus Dor ao urinar Doenças sexualmente transmissíveis Gravidez precoce Roupas inadequadas ao clima Falta de higiene Sinais psicológicos: Dificuldade para dormir ou sono demais Comer demais ou de menos Cansaço Agitação Pesadelos Agressividade ou passividade Depressão Choro sem motivo Desconfiança Medo de ficar só ou em companhia de determinadas pessoas Preferência pela escola à casa Não querer ir para a escola Fugas de casa Faltas na escola Notas baixas na escola Dificuldades para se concentrar Uso de drogas ou álcool Prática de pequenos furtos AF Cartilha Defenda o Adolescente.indd 9 20/07/16 17:27

Cuidado, a violência tem sérias consequências. Prejuízos à saúde física: Desnutrição Anemia Obesidade Maior sensibilidade às doenças Dificuldade no crescimento Agressividade Transtornos mentais Delinquência Alcoolismo e uso de drogas Autoagressão Suicídio Prejuízos à saúde psicológica: Atraso no desenvolvimento psicomotor Baixa autoestima Isolamento Dificuldades para namorar Comportamento agitado ou passivo Prejuízos à educação: Dificuldades para aprender Constantes reprovações Redução das possibilidades de sucesso profissional Fontes: Manual de Atendimento às Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência Conselho Federal de Medicina. AF Cartilha Defenda o Adolescente.indd 10 20/07/16 17:27

DÁ PARA PREVENIR? Quando chegar o momento de vocês deixarem o mundo, não tenham a preocupação de terem sido bons, isto não é o bastante! Deixem um mundo bom! Onde reina a violência, o único recurso é a violência. Onde vivem os homens, o auxílio só pode vir dos homens. (Bertolt Brecht) A violência pode ser prevenida, sim. Estudos científicos mostram que há uma íntima relação entre ela e a vulnerabilidade social. Apesar disso, vamos lembrar que a violência acontece também nos grandes e luxuosos apartamentos e mansões. Outros fatores que têm colaborado para que a violência ocorra são o individualismo e a competitividade excessivos. Em muitos casos, as pessoas não têm mais tempo para ficar juntas, brincar com seus filhos e acompanhar suas rotinas. Essa forma de funcionamento de sociedade atual também produz violência. Então, como podemos evitá-la? 1. Vamos nos preocupar com o coletivo e com os bens públicos, afinal muitas pessoas necessitam deles. 2. Estimular o diálogo e o afeto entre as pessoas. Cuidar faz bem! 3. Que tal superarmos as desigualdades sociais? Não podemos aceitar que crianças e adolescentes estejam fora da escola porque têm de ajudar no sustento da família. 4. Para que os pais possam cuidar com qualidade de seus filhos, eles precisam ter um tempo para isso. 5. Incentivar o cuidado protetor das famílias, orientando e acompanhando. 6. Os serviços públicos precisam trabalhar juntos na prevenção e atendimento a crianças e adolescentes vítimas de violência. AF Cartilha Defenda o Adolescente.indd 11 20/07/16 17:27

ONDE BUSCAR AJUDA? Se você está sendo vítima de violência ou conhece alguma criança ou adolescente que está passando por essa situação, ligue 181 e denuncie. O 181 é o canal de denúncias de violência contra crianças e adolescentes no Paraná. As ligações são gratuitas, sigilosas e podem ser feitas 24 horas por dia e de qualquer telefone. Caso você prefira conversar com alguém pessoalmente, procure o Conselho Tutelar mais próximo de sua casa. Os professores ou os profissionais que trabalham nas Unidades Básicas de Saúde, nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e nos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas) também estão à disposição para ouvir você. No mapa, apresentamos a localização dos Conselhos Tutelares, dos Cras e Creas do nosso Estado. Lembre-se que podemos dar um basta à violência e que existem profissionais preparados para ajudá-lo. AF Cartilha Defenda o Adolescente.indd 12 20/07/16 17:27

Mãos Dadas [...] Estou preso à vida e olho meus companheiros. Estão taciturnos, mas nutrem grandes esperanças. Entre eles, considero a enorme realidade. O presente é tão grande, não nos afastemos. Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas. [...] O tempo presente é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente. (DRUMMOND, 2002) Esperamos que esta cartilha tenha ajudado você a compreender o que é a violência, suas manifestações e consequências. E que, acima de tudo, tenha despertado o desejo de lutar contra ela. Todas as crianças e adolescentes merecem uma vida digna e livre de violência. Finalizamos com um poema de autoria de crianças e adolescentes que foram vítimas de violência e esperamos que elas e toda a população de crianças e adolescentes do Brasil possam ter motivos para amar a vida. Nós também queremos viver Para vocês vida bela. Para nós favela. Para vocês carro do ano. Para nós resto de pano. Para vocês luxo. Para nós lixo Para vocês escola. Para nós pedir esmola. Para você ir à lua. Para nós morar na rua. Para vocês coca-cola. Para nós cheirar cola. Para vocês avião. Para nós camburão. Para vocês academia. Para nós delegacia. Para vocês apartamento. Para nós acampamento. Para vocês imobiliária. Para nós reforma-agrária. Para vocês compaixão. Para nós organização. Está bem para vocês felicidades. Para nós somente IGUALDADE!!!. Nós também amamos a VIDA!! (Meninos de 4 Pinheiros Mandirituba - Paraná) AF Cartilha Defenda o Adolescente.indd 13 20/07/16 17:27

Instruções Esta cartilha foi elaborada pela Secretaria de Estado da Família e Desenvolvimento Social com o objetivo de apresentar aos adolescentes informações sobre os tipos de violência, sinais de identificação, consequências, estratégias para enfrentá-las e como buscar ajuda. AF Cartilha Defenda o Adolescente.indd 14 20/07/16 17:27

Com uma linguagem voltada para o público jovem, será encaminhada também aos equipamentos públicos e organizações da sociedade civil que prestam atendimento ao adolescente. Sugerimos que os profissionais a utilizem como ponto de partida para discutir o enfrentamento à violência. A produção deste material tem aprovação do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente do Estado do Paraná (Cedca-PR) e foi produzido com recursos do Fundo Estadual para a Infância e Adolescência (FIA). AF Cartilha Defenda o Adolescente.indd 15 20/07/16 17:27

AF Cartilha Defenda o Adolescente.indd 16 20/07/16 17:27