Banco Votorantim Gerenciamento de Riscos 1º Tri. 2013



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Transcrição:

L,l 1º Tri. 2013

Conteúdo 1. Introdução... 5 1.1. Os Acordos de Basileia... 5 1.2. Candidatura para Modelos Internos... 6 2. Quem Somos... 7 3. Gestão Integrada de Riscos... 10 3.1. Atividades de Gerenciamento de Riscos... 10 3.2. Políticas, Normas, Manuais e Procedimentos... 11 3.3. Estruturas de Controle de Riscos... 11 3.4. Comitês de Gestão e Controle de Riscos... 13 3.5. Desenvolvimento de Novos Produtos... 17 4. Risco de Mercado... 18 4.1. Definições... 18 4.2. Princípios Básicos... 18 4.3. Áreas Envolvidas... 18 4.3.1. Controle de Risco de Mercado... 19 4.3.2. Tesouraria... 19 4.3.3. Operações... 19 4.3.4. Finanças... 19 4.4. Medidas e Limites de Risco para Gestão e Controle... 19 4.5. Segregação de Carteiras... 20 4.6. Carteira Trading Metodologia de Mensuração de Risco... 21 4.6.1. Composição da Carteira Trading... 21 4.7. Carteira Banking - Metodologia de Mensuração de Risco... 22 4.7.1. Valor do Patrimônio de Referência Exigido - Carteira Banking... 22 4.8. Sistemas de Mensuração e Processo de Comunicação... 22 4.8.1. Comunicação de Extrapolação de Limites e Desenquadramento de Operações... 23 4.9. Políticas e Estratégias de Hedge... 23 4.10. Perfil da Carteira de Instrumentos Derivativos... 25 5. Risco de Liquidez... 27 5.1. Definições... 27 5.2. Princípios Básicos... 27 5.3. Governança e Comissões de Gestão e Controle... 28 5.3.1. Conselho de Administração... 28 5.3.2. Comitê Executivo... 28 Página 2

5.3.3. Comitê de ALM, Riscos e Capital... 28 5.3.4. Comissão de Liquidez... 28 5.4. Áreas Envolvidas... 28 5.4.1. Risco de Mercado e Liquidez... 29 5.4.2. Tesouraria e Área de Captação... 29 5.4.3. Finanças... 29 5.5. Medidas e Limites de Risco para Gestão e Controle... 29 5.6. Sistemas de Mensuração e Processo de Comunicação... 30 5.6.1. Comunicação de Extrapolação de Limites e Plano de Contingência... 30 6. Risco de Crédito... 31 6.1. Definições... 31 6.2. Princípios Básicos... 31 6.3. Áreas Envolvidas... 32 6.3.1. Risco Integrado, Capital e Basileia... 33 6.3.1.1. Risco de Crédito... 33 6.3.1.2. Gestão de Risco de Crédito... 33 6.3.2. Crédito e Cobrança - Atacado... 33 6.3.2.1. Concessão de Crédito... 33 6.3.2.2. Reestruturação de Crédito... 33 6.3.3. Crédito e Cobrança - Varejo... 34 6.3.3.1. Concessão de Crédito... 34 6.3.3.2. Estratégias e Controles de Crédito... 34 6.3.3.3. Cobrança e Estratégia... 34 6.4. Sistemas de Mensuração e Processo de Comunicação... 34 6.5. Composição das Carteiras de Crédito... 35 6.5.1. Valor Total das Exposições... 35 6.5.2. Composição da carteira de Crédito Por Níveis de Risco... 36 6.5.3. Composição Consolidada das Maiores Exposições de Crédito... 37 6.6. Operações em Atraso... 37 6.7. Metodologia para Provisões de Crédito... 37 6.7.1. Evolução das Provisões para Perdas com Operações em Atraso... 38 6.8. Valor de Operações de Garantias... 38 6.9. Metodologias para Mensuração e Mitigação de Risco de Crédito... 39 6.9.1. Composição da Carteira - Mitigação de Risco de Crédito... 39 6.9.1.1. Carteira de CDC Veículos Exposição Varejo... 39 Página 3

6.10. Metodologia para Limites de Risco de Crédito de Contraparte... 40 6.10.1. Composição da Carteira - Câmaras de Liquidação... 40 6.10.2. Valor Positivo Bruto - Risco de Contraparte... 40 6.10.3. Valor da Exposição Global Líquida - Risco de Contraparte... 41 6.10.4. Valor Nocional Derivativos de Crédito... 41 6.11. Cessão, Venda, Transferência, Securitização... 41 6.11.1. Políticas de Cessão de Crédito... 41 6.11.2. Fluxo de Exposições Cedidas Com e Sem Transferência Substancial de Riscos... 42 6.11.3. Valor de Exposições Cedidas Com Retenção Substancial de Riscos... 42 6.11.4. Valor de Exposições Decorrentes de Securitização... 42 7. Risco Operacional... 43 7.1. Definições... 43 7.2. Princípios Básicos... 43 7.3. Áreas Envolvidas... 43 7.3.1. Área de Controles Internos... 43 7.3.2. Área de Risco Operacional... 44 7.3.3. Gestores e Colaboradores... 44 7.4. Sistema de Mensuração e Processo de Comunicação... 44 7.4.1. Perdas Operacionais por Categoria de Risco... 45 7.4.2. Gerenciamento de Continuidade de Negócios... 45 7.4.3. Metodologia de Cálculo da Parcela do Patrimônio Exigido - Risco Operacional (POPR)... 46 8. Alocação de Capital... 47 8.1. Composição do Patrimônio de Referência PR... 47 8.1.1. Composição da Dívida Subordinada... 48 8.1.2. Transferência de Recursos entre Instituições Consolidadas... 48 8.2. Patrimônio de Referência Exigido PRE... 48 8.2.1. Composição do Patrimônio de Referência Exigido PRE... 49 8.2.2. Adequação do Patrimônio de Referência... 49 9. Índice de Basileia... 50 10. Aprovação e Publicação de Informações... 51 11. Normativos... 52 Glossário... 56 Página 4

1. Introdução O objetivo deste relatório é apresentar informações relevantes sobre as estruturas e os processos de gerenciamento de riscos adotados pelo Consolidado Econômico Financeiro Votorantim (denominado Banco, para fins deste relatório), em consonância com as exigências do Banco Central do Brasil ( BACEN ), por meio da Circular 3.477, de 24.12.2009, e em aderência aos preceitos e recomendações do Comitê de Supervisão Bancária de Basileia, contidos no documento "Convergência Internacional de Mensuração e Padrões de Capital: Uma Estrutura Revisada" (Basileia II), Parte 4, Pilar 3 Disciplina de Mercado. O Relatório está organizado da seguinte forma: O Capítulo 3 apresenta a abordagem adotada para a gestão integrada de riscos, detalhando os conceitos fundamentais, o arcabouço normativo interno, os órgãos colegiados de gestão e controle e o processo para identificação de novos riscos e desenvolvimento de novos produtos; Os Capítulos 4, 5, 6 e 7 detalham aspectos qualitativos de gestão e apresentam informações quantitativas relacionadas a cada uma das seguintes categorias de riscos: mercado, liquidez, crédito e operacional; Os Capítulos 8 e 9 apresentam informações detalhadas quanto à composição do capital e de sua exigibilidade, Patrimônio de Referência e Patrimônio de Referência Exigido, bem como demonstram o cálculo do Índice de Basileia; e Os Capítulos 10 e 11 apresentam de forma sintética o normativo interno que disciplina e suporta o processo de divulgação destas informações, bem como referenciam os normativos legais, no âmbito do Conselho Monetário Nacional ( CMN ) e do BACEN que regem os processos de gestão de riscos e de apuração do Patrimônio de Referência e Patrimônio de Referência Exigido. Nota Critério de Consolidação: por questões de relevância e materialidade, não são apresentados de forma segregada os valores referentes ao Conglomerado Financeiro e ao Consolidado Econômico Financeiro. Todos os valores apresentados neste relatório referem-se ao Consolidado Econômico Financeiro. 1.1. Os Acordos de Basileia Os Acordos de Basileia compreendem um conjunto de recomendações desenvolvidas e publicadas pelo Bank of International Settlements ( BIS ) com o objetivo de fortalecer os processos de gestão de riscos e os requisitos de capital das instituições financeiras: Basileia 1: firmado em 1988, buscou estabelecer critérios mínimos para provisionamento de capital para risco de crédito. Foi complementado em 1995 para incorporar critérios básicos de provisionamento também para risco de mercado; Basileia 2: firmado em 2004, e atualizado em 2006, incorporou uma abordagem mais sistemática e abrangente, integrando os aspectos de gestão de risco em torno de três pilares básicos, com recomendações para o cálculo do requerimento mínimo de capital (Pilar 1), para fortalecer o processo de supervisão das instituições (Pilar 2) e para garantir maior disciplina de mercado por meio da divulgação e transparência de informações (Pilar 3); Basileia 3: conjunto de recomendações divulgadas desde 2008 para fazer frente à crise financeira internacional. Incorporando aprimoramentos à Basileia 2, em especial no estabelecimento de maior Página 5

exigência de capital e da natureza dos instrumentos que o compõem, e também na definição de abordagem padrão para controle e gestão do risco de liquidez. Estes acordos vêm sendo implementados gradualmente no Brasil, por determinação do BACEN, em observância a cronogramas previamente estabelecidos. No Banco o projeto de implementação dos preceitos de Basileia 2 e 3 é considerado prioritário, no âmbito do constante aperfeiçoamento de suas práticas internas de gestão e controle, e objeto de acompanhamento periódico e próximo de órgãos colegiados dedicados, com reporte ao Comitê Executivo e Conselho de Administração. 1.2. Candidatura para Modelos Internos Em consonância à faculdade estabelecida pelo BACEN, por meio da Circular 3.478, de 24.12.2009, o Banco está implementando um conjunto de iniciativas que visam o atendimento dos pré-requisitos mínimos para solicitação de autorização de uso de modelos internos de risco de mercado, para o cálculo do capital exigido. Em preparação ao cronograma estabelecido pelo BACEN, através do comunicado 19.028, de 29.10.2009, o Banco está implementando ações que visam a adoção de modelos avançados para risco de crédito, conforme a abordagem IRB (Internal Ratings-Based Approach) e de modelos avançados para risco operacional, de acordo com a abordagem AMA (Advanced Measurement Approach). Página 6

2. Quem Somos O Banco Votorantim é atualmente um dos maiores bancos privados brasileiros em ativos e conta com uma base de acionistas robusta, formada por uma parceria estratégica entre o Banco do Brasil (BB), maior instituição financeira do País, e o Grupo Votorantim um dos maiores conglomerados privados da América Latina. Fundado em 1988 como uma distribuidora de valores mobiliários (D.T.V.M.), o Banco Votorantim S.A. passou a operar como banco múltiplo a partir de 1991. Historicamente, atuava principalmente nos segmentos de atacado, tesouraria e investimentos. Nos últimos anos, o Banco Votorantim tem crescido e ampliado seu escopo de atuação, buscando aumentar sua base de receitas e ativos por meio de um portfólio diversificado de negócios, internamente classificados em Atacado e Varejo. O Atacado é composto por três negócios principais, com objetivos bem definidos: Corporate & Investment Banking (CIB): ser um dos principais bancos parceiros para seus clientes, com foco em relacionamentos de longo prazo. O CIB busca oferecer soluções financeiras integradas de crédito, produtos estruturados e serviços de banco de investimento, sempre adequadas às necessidades dos seus clientes. Posicionado entre os líderes de mercado no crédito a grandes empresas (i.e. com faturamento anual acima de R$ 600 milhões), o CIB vem ampliando sua relevância junto aos clientes por meio do fortalecimento da sua plataforma de produtos de alto valor agregado produtos estruturados, derivativos (hedge), serviços de banco de investimento (ECM Equity Capital Market, DCM Debt Capital Market e M&A Mergers & Acquisitions) e distribuição local e internacional. BV Empresas: crescer com qualidade no segmento de médias empresas (i.e. com faturamento anual entre R$ 50 milhões e R$ 600 milhões), com ganhos de escala, eficiência e rentabilidade. O BV Empresas foca em relacionamento e agilidade operacional para melhor servir seus clientes. Também tem ampliado sua oferta de produtos e serviços, inclusive alavancando a plataforma de produtos e distribuição do segmento CIB. Wealth Management (VWM&S): desenvolver e prover de maneira sustentável as melhores soluções em gestão patrimonial faz parte da missão da VWM&S, que possui objetivos bem traçados para os dois mercados distintos em que atua: Asset Management: ser reconhecida pela consistência na performance e pelo desenvolvimento de soluções apropriadas às necessidades dos clientes por meio de sua capacidade inovadora e diferenciada de estruturação e gestão de produtos de alto valor agregado. A Votorantim Asset Management (VAM) ocupa posição de destaque dentro do seu peer group (Assets sem estrutura de varejo) e vem ampliando a sua parceria com o BB no desenvolvimento, administração, gestão e distribuição de fundos de investimento inovadores e customizados; e Private Bank: consolidar-se entre os cinco melhores private banks do mercado, expandindo sua atuação em gestão patrimonial integrada por meio de soluções diferenciadas. No Varejo, o Banco Votorantim é um dos líderes de mercado no crédito ao consumo, com foco nos segmentos de financiamento de veículos e crédito consignado. Os objetivos dos negócios de Varejo são: Página 7

Financiamento de Veículos: manter-se entre os líderes no financiamento de veículos por meio da controlada BV Financeira, que atua como extensão do BB no financiamento de veículos fora da rede de agências. No caso de financiamentos voltados à carteira própria, a BV Financeira concentra sua atuação em revendas multimarcas (veículos usados), em que possui histórico de liderança e reconhecida expertise. Para originação voltada ao BB, por sua vez, deve ser implantado em 2013 um modelo de originação direta de ativos de crédito ao BB, denominado internamente de BV Originadora BVO, o qual terá foco em concessionárias (veículos novos) e clientes do BB; Crédito Consignado: manter posição relevante no mercado de empréstimos consignados, com foco na modalidade INSS (i.e. aposentados e pensionistas), que apresenta melhor perfil de risco. Nas modalidades de consignado Público e Privado, a estratégia é atuar em convênios com rentabilidade atrativa; e Outros negócios: continuar a crescer de forma orgânica em cartões de crédito e ampliar as receitas com corretagem de seguros (ex: seguros auto e prestamista). Ao longo dos próximos anos, o portfólio de negócios do Banco Votorantim deve atingir plena maturidade, com o fortalecimento do Corporate & Investment Banking, a expansão e consolidação do BV Empresas, o contínuo crescimento do Wealth Management e a transição para um novo modelo de financiamento ao consumo, sempre aprofundando a parceria com o BB. As operações são conduzidas no contexto de um conjunto de instituições controladas pelo Banco Votorantim, que atuam integradamente no mercado financeiro, inclusive em relação ao gerenciamento de riscos. Entre essas empresas controladas estão a BV Financeira, BV Leasing, Votorantim Asset Management e Votorantim Corretora de Títulos e Valores Mobiliários. Para apoiar suas operações e trazer capilaridade estratégica, o Banco Votorantim possui sede em São Paulo e pontos de atendimento localizados nas principais cidades do Brasil, além de subsidiária e agência em Nassau (Bahamas), e corretoras em Nova York e Londres. Em 2009, o BB e a Votorantim Finanças S.A. anunciaram um acordo de parceria estratégica, pelo qual o BB passou a deter participação equivalente a 50% do capital social total do Banco Votorantim. Esta parceria possui forte racional estratégico e visão de longo prazo, tendo permitido a exploração de oportunidades de negócio em diversos segmentos, dentre os quais se destacam: Desenvolvimento do modelo de originação de ativos de crédito ( BV Originadora BVO ): o Banco Votorantim e o BB avançaram na estruturação de um modelo de originação direta de ativos de crédito ao BB, o BVO, o qual terá foco em concessionárias (veículos novos) e clientes do BB. Com base nesse novo modelo, que será implantado em 2013, o Banco Votorantim será responsável pela força de vendas nas concessionárias, enquanto o BB será responsável pelo portal web de entrada de propostas, política e análise de crédito, funding e precificação, assim como atividades de pós-venda e cobrança; Oferta de produtos de investimento: a BB DTVM e a VWM&S têm atuado conjuntamente no desenvolvimento, administração, gestão e distribuição de fundos de investimento inovadores e customizados de Direitos Creditórios (FIDCs), Imobiliários (FIIs), de Investimentos em Participações (FIPs) e Crédito Privado; Ampliação dos negócios do CIB: aprofundamento da parceria com BB nos negócios do segmento CIB, com foco em originação de crédito, produtos estruturados, derivativos (hedge), mandatos de emissões de ações e bonds no mercado internacional; e Página 8

Ampliação dos negócios da Votorantim Corretora: participação da Votorantim Corretora na distribuição de operações de mercado de capitais estruturadas pelo BB. Adicionalmente, o BB utiliza a Votorantim Corretora para realizar transações de posições proprietárias, dos fundos de investimentos e do seu segmento varejo (via home broker do BB). Com a parceria, a governança passou a ser compartilhada entre os dois acionistas, com um modelo em contínuo aperfeiçoamento para alcançar mais robustez e transparência, além de assegurar a agilidade nos processos decisórios forte característica do Banco Votorantim. O Conselho de Administração (CA), por exemplo, é paritário, com três membros indicados por cada instituição. Todas as decisões estratégicas são tomadas de forma conjunta, incluindo decisões específicas relacionadas à gestão de riscos de competência do CA, como a aprovação de limites globais encaminhados pelo Comitê de ALM, Riscos e Capital. Mais informações sobre a estrutura de governança do Banco Votorantim podem ser encontradas no item 3.4 a seguir. Página 9

3. Gestão Integrada de Riscos A abordagem integrada para gestão de riscos compreende a adoção de instrumentos que permitem a consolidação e controle dos riscos relevantes incorridos pelo Banco. Esta abordagem tem por objetivo organizar o processo decisório e definir os mecanismos de controle dos níveis de risco aceitáveis e compatíveis com o volume de capital disponível, em linha com a estratégia de negócio adotada. A consolidação dos riscos abrange todas as exposições relevantes inerentes às linhas de negócio do Banco, agrupados nas seguintes categorias de riscos: de mercado, de liquidez, de crédito e operacional. Esta consolidação é feita através de processo estruturado que compreende o mapeamento, a apuração e a totalização dos valores em risco. Os níveis de exposição a riscos são monitorados por meio de uma estrutura de limites de risco, que são incorporados nas atividades diárias do Banco, através de um processo organizado de gestão e de controle, que atribui responsabilidades funcionais às áreas envolvidas. O envolvimento da Alta Administração se dá no acompanhamento e na execução das ações necessárias à gestão dos riscos. O retorno financeiro é apurado através de processos que permitem o acompanhamento da rentabilidade gerencial das várias linhas de negócio, consistentemente com a programação orçamentária e de forma aderente aos resultados contábeis realizados. Em síntese, o Banco adota os seguintes fundamentos na prática da gestão integrada de riscos: Visão consolidada de riscos; Compatibilização entre níveis de exposição a riscos, limites autorizados e retorno financeiro pretendido; Segregação funcional entre áreas de negócio, controle de riscos, auditoria e processamento operacional; Adoção de metodologias de cálculo de riscos em função das melhores práticas de mercado; Envolvimento da Alta Administração. 3.1. Atividades de Gerenciamento de Riscos O Banco utiliza um enfoque estruturado para a padronização das atividades de gerenciamento de riscos. Estas atividades compreendem as seguintes etapas: Identificação de riscos e controles; Avaliação e mensuração de riscos e controles; Análise de vulnerabilidades de controles; Definição do nível de exposição a riscos; Implantação de respostas aos riscos; Definição de indicadores de desempenho; Monitoramento de histórico destes indicadores; e Reporte das informações para a estrutura de governança. Página 10

3.2. Políticas, Normas, Manuais e Procedimentos O processo de gerenciamento de riscos conta com um conjunto de documentos que estabelece as principais diretrizes que devem ser observadas nas atividades de gerenciamento de riscos. O nível de detalhamento destes normativos está estruturado em função do objetivo de cada documento e organizado conforme a hierarquia apresentada a seguir: Políticas Corporativas: princípios e diretrizes fundamentais estabelecidas pelo nível máximo da hierarquia e aplicadas para toda a organização e que norteiam as demais normas, procedimentos e manuais de produtos e serviços; Normas: regras estabelecidas para definir as atividades e a forma como os procedimentos são organizados, aprofundando os aspectos abordados nas políticas corporativas; Procedimentos: regras operacionais estabelecidas para descrever as atividades e as etapas de sua execução, detalhando os aspectos abordados nas normas; e Manuais de Produtos, Serviços, Sistemas e de Modelagens de Cálculo: conjunto de documentos que compilam as principais características sobre a estruturação dos produtos, serviços, sistemas e metodologias de cálculos utilizados. Estes normativos estão publicados para consulta interna ao Banco, no Portal Corporativo (intranet), e são revistos e atualizados com periodicidade mínima anual, ou quando houver mudanças significativas nos objetivos e estratégias do negócio ou mudanças significativas no enfoque e na metodologia de gestão do risco. 3.3. Estruturas de Controle de Riscos Para a execução das atividades de gestão de riscos, o Banco conta com áreas dedicadas que são responsáveis pelos controles consolidados de riscos de mercado, de liquidez, de crédito e operacional, além do risco integrado. A área de Controle de Riscos está organizada conforme demonstrado a seguir: Chief Risk Officer Risco Integrado, Capital e Basileia Risco de Mercado e Liquidez Risco Integrado Risco de Crédito Risco Operacional Página 11

As atribuições das estruturas especializadas para o gerenciamento destes riscos são detalhadas nos capítulos subsequentes, quando da apresentação da abordagem utilizada pelo Banco para gestão e controle de cada tipo de risco. Além destas, no âmbito do gerenciamento de risco, existem funções complementares, que abrangem todos os riscos: Tecnologia da Informação Produtos Compliance Responsável pela infraestrutura tecnológica e pelo desenvolvimento e atualização dos aplicativos sistêmicos utilizados, em conformidade aos padrões corporativos estabelecidos e em conformidade com as necessidades funcionais definidas pelos usuários. Responsável pela coordenação de todas as áreas no desenvolvimento e aprovação de novos produtos, incluindo para tanto o tratamento de novos riscos, e pelo acompanhamento de sua implementação operacional; Responsável pela manutenção dos produtos existentes e pela revisão periódica dos processos e da documentação necessária aos produtos; Funcionalmente segregada em Produtos Caixa e Produtos Derivativos. Tem a função de monitorar e assegurar que a instituição esteja em conformidade com as regras e regulamentações internas e externas e princípios corporativos aplicáveis a cada linha de negócios, prevenindo e controlando os riscos envolvidos na administração de sua estrutura; Controles Internos Validação Responsável pela avaliação da efetividade e aderência dos processos de controles internos e da integridade e suficiência dos processos sistêmicos utilizados; Responsável pela validação independente de modelos de cálculo, do entorno tecnológico e dos processos e controles internos utilizados nas atividades de gerenciamento de riscos. Auditoria Interna Responsável pela avaliação e verificação de todas as atividades e atribuições apresentadas acima e da efetividade no cumprimento das diretrizes estabelecidas; Responsável pela avaliação e verificação de integridade dos sistemas, da suficiência da capacitação técnica, da efetividade e do envolvimento da Alta Administração no processo de gerenciamento de riscos. Página 12

3.4. Comitês de Gestão e Controle de Riscos O Banco possui uma estrutura de Governança Corporativa que estabelece fóruns colegiados, formalmente organizados e com delegação de alçadas, para o acompanhamento e tomada de decisões dos vários aspectos inerentes à gestão e controle do Banco para assuntos relacionados ao gerenciamento de riscos. A governança está organizada em dois níveis complementares de alçada: a primeira é composta pelo Conselho de Administração e seus Comitês de Assessoramento, e envolve os acionistas; a segunda é composta pelo Comitê Executivo e seus Comitês, Comissões e Subcomissões Operacionais e envolve as lideranças executivas do Banco. Órgãos de governança corporativa paritária (acionista VF e BB) Fiscalização Conselho Fiscal (independente) Comitê de Auditoria (regulamentar) Conselho de Administração Comitê Executivo Assessoramento Comitê de Finanças Comitê de Produtos e Marketing Comitê de Remuneração e RH Crédito Recursos Humanos ALM, Riscos e Capital Conduta Risco de Crédito Investimentos Sociais Risco Operacional Tecnologia Órgãos de governança interna (executivos BV) Risco de Mercado Gestão de Capital Segurança da Informação e Controles Internos de TI Projetos Liquidez Produtos Banking Controles Internos Sustentabilidade Prevenção a Lavagem de Dinheiro Ouvidoria Análise e Aprovação de Despesas Tributário Eficiência Operacional Comunicação Negócios Legenda: Comitê Operacional Comissão Página 13

Os Comitês, Comissões e Subcomissões estão formalmente constituídos em normativos internos, que estabelecem seus respectivos objetivos e atribuições, composição e membros votantes, e regras para deliberações. As obrigações do Conselho de Administração estão formalizadas no Estatuto Social do Banco Votorantim S.A. A estruturação destes fóruns colegiados segue a seguinte hierarquia: Comitês: fóruns de decisão em esfera macro e de ratificação de decisões estabelecidas nas comissões. São compostos pelo presidente, vice-presidentes e diretores das áreas envolvidas; Comissões: fóruns de análise de um determinado grupo de assuntos e de ratificação das decisões das subcomissões, com reporte ao respectivo comitê. São compostos por diretores, superintendentes e gerentes das áreas envolvidas; Subcomissões: fóruns de tratamento de assuntos especificamente técnicos, e com reporte à respectiva comissão. São compostos por diretores, superintendentes e gerentes das áreas envolvidas. Nesse contexto, o gerenciamento de riscos do Banco é realizado por decisões colegiadas, apoiando-se nas diversas comissões e comitês, conforme sua atribuição. Esse processo conta com a participação de todas as instâncias decisórias de Governança Corporativa, que compreende desde a Alta Administração até as diversas áreas de negócios, operacionais, produtos e serviços. Os fóruns envolvidos na gestão de risco estão detalhados a seguir: Conselho de Administração Atribuições: entre outras responsabilidades registradas no Estatuto, destacam-se a aprovação de desenvolvimento de novos negócios, a aprovação de políticas de concessão de crédito e de risco de mercado, e a avaliação de determinadas operações, em razão de sua natureza e valor financeiro envolvido; Periodicidade: mensal. Comitê de Assessoramento - Finanças Atribuições: assessoramento técnico ao Conselho de Administração e suporte no estudo prévio de quaisquer matérias que este julgar necessárias; Periodicidade: mensal. Comitê de Produtos e Marketing Atribuições: assessoramento técnico ao Conselho de Administração em assuntos relativos a produtos e marketing, incluindo o plano de negócios, estratégias e novas oportunidades de negócio; Periodicidade: trimestral. Comitê de Auditoria Atribuições: aprovação do planejamento anual e acompanhamento dos trabalhos de auditoria interna, de avaliação de aderência aos normativos internos e aos dispositivos legais, de Página 14

verificação da integridade das demonstrações contábeis e da efetividade das atividades de gerenciamento de risco e acompanhamento dos trabalhos realizados pela auditoria externa; Periodicidade: mensal. Comitê Executivo Atribuições: acompanhamento do desempenho geral do Banco, do contexto do mercado e de temas abordados nos comitês e comissões operacionais, e deliberação sobre questões que exigem a participação da Alta Administração; Periodicidade: semanal. Comitê de Crédito Atribuições: avaliação da viabilidade de aprovação dos limites e/ou operações de crédito encaminhadas pelas áreas comerciais, avaliação das negociações ou acordos para regularização de créditos problemáticos e baixa das restrições de crédito (temporárias ou definitivas) a pessoas, grupos e setores da economia; Periodicidade: semanal. Comitê de ALM, Riscos e Capital Atribuições: encaminhamento ao Conselho de Administração e ao Comitê Executivo de propostas relativas a gerenciamento e controle de riscos e gestão de capital, avaliação de operações estratégicas que possam gerar impactos relevantes ao consumo ou à base de capital, análise das propostas de limites, metas e estrutura ótima para gestão do capital, gerir a reserva de segurança para garantir que o capital se mantenha em níveis regulatórios adequados e análise e ratificação das decisões das Comissões subordinadas (Risco Mercado, Risco de Liquidez, Risco de Crédito, Risco Operacional, Gestão de Capital e Banking); Periodicidade: quinzenal Comissão de Risco de Crédito Atribuições: avaliação de ações que viabilizem o gerenciamento da carteira de crédito, acompanhamento e avaliação dos limites de exposição da carteira de risco de crédito, avaliação dos resultados de stress testing, acompanhamento do nível de provisionamento das operações de crédito frente à inadimplência, avaliação das metodologias de mensuração do risco de crédito, avaliação dos planos de contingência relacionados à gestão do risco de crédito e emissão de pareceres ao Comitê de ALM, Riscos e Capital e/ou ao Comitê Executivo, sobre novas estratégias e regras para operações e gestão da carteira de crédito; Periodicidade: mensal. Comissão de Risco Operacional Atribuições: análise e validação de ações para a correção de fragilidades ou para o aprimoramento do sistema de gerenciamento de riscos, acompanhamento dos processos relacionados ao gerenciamento de risco operacional e de controles internos, de prevenção à lavagem de dinheiro e dos planos de continuidade do negócio e acompanhamento da implantação dos planos de ação de melhorias; Periodicidade: mensal. Página 15

Comissão de Risco de Mercado Atribuições: avaliação das exposições a riscos de mercado e acompanhamento de limites de exposição dos principais riscos de mercado da carteira trading; Periodicidade: mensal. Subcomissão de Precificação de Ativos Atribuições: avaliação técnica de metodologias de construção de curvas de juros, marcação a mercado e de marcação a modelo de produtos, deliberação sobre os modelos de apreçamento e sobre a padronização de cálculos e metodologias adotadas; Periodicidade: mínima mensal; Subordinada à Comissão de Risco de Mercado. Subcomissão de Cenários Atribuições: criação e atualização de cenários macroeconômicos para risco de mercado e para fins de limites operacionais e alocação de capital, avaliação da consistência teórica e empírica das premissas adotadas; Periodicidade: mensal ou extraordinária; Subordinada à Comissão de Risco de Mercado. Comissão de Gestão de Capital Atribuições: definição de estratégias para gestão, monitoramento e controle de capital, análise das simulações e projeções de capital, proposição de limites e de planos de contingência de capital e planejamento de metas de capital; Periodicidade: mensal. Comissão de Liquidez Atribuições: avaliação a exposições a riscos de liquidez e dos cenários de estratégias de caixa, acompanhamento e revisão dos limites mínimos de caixa e monitoramento e atualização do plano de contingência de captação; Periodicidade: quinzenal. Comissão de Banking Atribuições: avaliação da estrutura de balanço, deliberação de estratégias, definição e acompanhamento de métricas relacionadas ao risco de taxa de juros e proposição de limites para as carteiras; Periodicidade: quinzenal. Comitê de Produtos Atribuições: avaliação e aprovação para o desenvolvimento de novos produtos, acompanhamento da implementação de novos produtos, acompanhamento da implementação de melhorias e da manutenção dos produtos existentes; Periodicidade: semanal. Página 16

3.5. Desenvolvimento de Novos Produtos A efetividade do gerenciamento integrado de riscos está condicionada à adoção de processo estruturado para a identificação e análise prévia de novos riscos, independente de sua natureza (se mercado, liquidez, crédito ou operacional). Este processo visa estabelecer, de forma organizada, os pré-requisitos que devem ser considerados previamente quando do desenvolvimento de novos produtos (ou estruturas), no lançamento de novas linhas de negócios, no atendimento de novas segmentações de cliente. Complementarmente, são consideradas verificações periódicas da efetividade dos controles e procedimentos existentes, de tal forma que estes sejam confirmados ou que seja identificada necessidade potencial de melhorias, em decorrência de alteração nas condições previamente estabelecidas ou de alteração nos riscos incorridos. Estas atividades são condicionantes para a tomada de decisão na assunção de novos riscos e sua verificação periódica atesta a adequação da efetividade dos controles utilizados. Todo este processo fornece o apoio necessário ao desenvolvimento de novos produtos (ou estruturas), que é suportado por uma metodologia implantada pelo Banco que tem como objetivo organizar e padronizar o processo de desenvolvimento e o controle dos riscos envolvidos, garantindo ao mesmo tempo o envolvimento da Alta Administração e a adequação dos processos operacionais e sistêmicos utilizados, em função das características intrínsecas de cada risco identificado. Os principais aspectos desta metodologia são: Parecer formal, de todas as áreas envolvidas, por meio de formulário padrão, para configurar a análise prévia dos aspectos conceituais, técnicos e operacionais que são condicionantes à aprovação do novo produto, incluindo aqueles relacionados à avaliação gerencial de rentabilidade e do tratamento dos riscos de mercado, crédito, liquidez e operacional; Processo estruturado e documentado de implementação de novos produtos, a fim de garantir a efetividade dos controles e procedimentos necessários; Operação piloto, quando aplicável, para atestar previamente a adequação dos sistemas, controles e procedimentos implementados; Fórum colegiado ( Comitê de Produtos ), formalmente constituído e documentado, do qual participam as áreas envolvidas, para avaliação e deliberação da aprovação do novo produto e para o acompanhamento periódico dos produtos existentes; Manuais e procedimentos de produtos, com atualização periódica, para servir de referência documental do produto e suportar a execução das atividades diárias. Página 17

4. Risco de Mercado É objetivo do controle de risco de mercado apoiar a gestão do negócio, estabelecer os processos e implementar as ferramentas necessárias para avaliação e controle dos riscos de mercado, possibilitando a mensuração e acompanhamento dos níveis de tolerância ao risco definidos pela Alta Administração. 4.1. Definições O risco de mercado é definido como a possibilidade de ocorrência de perdas financeiras decorrentes da flutuação nos valores de mercado de exposições detidas pelo Banco. Estas perdas financeiras podem ser incorridas em função do impacto produzido pela variação das taxas de juros, das paridades cambiais, dos preços de ações e de commodities. A principal ferramenta utilizada para a mensuração de riscos de mercado é o VaR (Valor em Risco). 4.2. Princípios Básicos Os princípios básicos que são observados pelo Banco na gestão e controle de riscos de mercado estão em conformidade com a Resolução 3.464 do CMN e as melhores práticas de mercado: Envolvimento da Alta Administração: os comitês e comissões existentes estão estruturados com o objetivo de envolver a Alta Administração na supervisão global da tomada de riscos; Segregação de carteiras: para efeito da gestão e do controle consolidado do risco de mercado das exposições, as operações são segregadas em dois tipos de carteiras, conforme a sua estratégia de negócio: carteira trading (negociação) ou carteira banking (não-negociação); Independência de funções: segregação de funções entre as áreas responsáveis pela execução de operações e a definição de estratégias de negócio, e as áreas encarregadas pela sua contabilização, pelo controle de riscos, compliance e controles internos e auditoria, está estruturada com o objetivo de garantir independência e autonomia na condução das atribuições inerentes a cada função; Definição de atribuições: definição clara dos processos e do leque de atividades de cada função envolvida na gestão e controle de riscos de mercado está estruturada com o objetivo de possibilitar uma gestão operacional organizada e eficiente; Definição de metodologias de precificação e cálculo de riscos: para efeito do controle de riscos são adotadas metodologias estruturadas, de utilização corporativa mandatória, baseadas em melhores práticas de mercado; Estabelecimento de limites: definição clara e objetiva dos limites autorizados de risco, com base nas medidas de riscos, está estruturada com o objetivo de inserir nas atividades diárias os níveis de tolerância a risco definidos pela instituição; Monitoramento de limites: definição do processo de acompanhamento e reporte do nível de utilização dos limites autorizados. 4.3. Áreas Envolvidas As funções de gerenciamento de risco de mercado compreendem um conjunto de atividades funcionais que permeiam toda a cadeia de negócio, desde o desenvolvimento de produtos, a negociação de Página 18

operações, a modelagem e o controle de risco de mercado e de resultado e a formalização, contabilização e liquidação de operações, bem como o acompanhamento da efetividade dos processos e controles utilizados. Tais funções são desempenhadas por unidades funcionais formalmente constituídas, com equipes tecnicamente capacitadas, sob gestão segregada, e com atribuições claramente definidas, conforme apresentado a seguir: 4.3.1. Controle de Risco de Mercado Responsável pelas metodologias e modelagem de precificação e de cálculo de risco de mercado e pela captura independente dos preços utilizados; Responsável pela apuração dos valores em risco e do capital alocado e pelo monitoramento de limites autorizados. 4.3.2. Tesouraria Responsável pela execução da negociação de operações com o mercado, buscando sempre o preço justo e a conformidade destas operações; Responsável pelo acompanhamento das oportunidades e tendências de mercado, a gestão das exposições em risco, observando as estratégias definidas e os limites autorizados. 4.3.3. Operações Responsável pela confirmação independente, pela formalização, pelo registro e contabilização, pela liquidação de operações e pela garantia da abrangência, consistência, integridade e confiabilidade das bases de dados. 4.3.4. Finanças Responsável pela operacionalização da segregação gerencial de carteiras e pela apuração e acompanhamento do resultado contábil e gerencial a mercado das operações. 4.4. Medidas e Limites de Risco para Gestão e Controle O Banco adota um conjunto de medidas objetivas para gestão e controle de riscos de mercado: VaR (Valor em Risco): compreende a apuração, com base em técnicas estatísticas, da perda máxima em valor de mercado, em condições normais, de uma determinada posição ou carteira, dado um grau de certeza estatística (nível de confiança) e um determinado horizonte de tempo; Cenários de estresse: compreendem simulações do impacto nas posições ou carteiras decorrente de condições extremas de mercado, que possam produzir perdas ou ganhos extraordinários; Capital Regulatório de Risco de Mercado: compreende o capital regulatório apurado em decorrência das exposições das carteiras de negociação e não-negociação; Página 19

Análises de Sensibilidade: compreendem simulações de sensibilidade nos resultados das carteiras em função da alteração de posições e/ou pequenas oscilações nas condições de mercado; e Posições e Carteiras: compreendem o acompanhamento de volume de exposições brutas ou líquidas. As medidas de risco são utilizadas em conjunto com limites para a gestão do risco de mercado. Estes limites compreendem a definição dos valores máximos autorizados, em aderência às estratégias adotadas, ao leque de operações e produtos com negociação autorizada e consistentemente às premissas e metas orçamentárias. Existem dois tipos de limites, conforme alçada de decisão: Limites Superiores: limites máximos autorizados na alçada do Conselho de Administração; Limites Operacionais: limites internos autorizados na alçada do Comitê de ALM, Riscos e Capital e da Comissão de Risco de Mercado, sempre observando os limites Superiores. O estabelecimento de limites tem por base o apetite de risco e é definido de tal forma a possibilitar, de forma pragmática, o cumprimento das metas de performance financeira pretendidas. Os limites e as metas são compatibilizados por ocasião da programação orçamentária. Os valores estabelecidos nos limites são atualizados e revistos, com periodicidade mínima anual, juntamente com programação orçamentária. 4.5. Segregação de Carteiras Para fins da gestão e o controle consolidado do risco de mercado das exposições, as operações são segregadas em dois tipos de carteiras, de acordo com a sua estratégia de negócio: carteira trading (negociação) ou carteira banking (não-negociação). A carteira trading abrange todas as operações, instrumentos financeiros, mercadorias ou derivativos, detidas com a intenção de negociação, ou giro, ou destinadas a hedging de outras operações integrantes da carteira trading, e que não estejam sujeitas à limitação da sua negociabilidade. Os principais mecanismos que são adotados pelo Banco para a segregação de carteiras são: segregação de operações é feita com base na intenção das estratégias de negócio, capturadas no momento da negociação, refletindo a gestão pró-ativa da tesouraria, podendo estas ser classificadas como trading ou banking; condições para classificação trading: intenção de negociação no curto prazo, precisam ter liquidez, serem marcadas a mercado diariamente e observar enquadramento aos prazos de giro e de carregamento definidos; e composição da carteira banking: inclui demais operações, instrumentos financeiros, mercadorias ou derivativos, que, por exclusão, não são detidas com a intenção exclusiva de negociação no curto prazo. Página 20