Marcelo Freixo (PSOL) vai realizar concurso público e implantar PCCS na saúde O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) apresentou ao médicos, nesta 5ª feira (13/9), as suas propostas de governo para a área da saúde pública. O candidato a prefeito destacou as ações do seu governo. Como fez com os demais candidatos, o Presidente do SinMed/RJ, Jorge Darze, abriu o encontro apresentando um resumo da crise enfrentada pelo setor. Darze lançou a ideia de substituir o caríssimo modelo estrutural adotado pelo Programa de Saúde da Família (PSF) por módulos de concreto armado como os usados nos Cieps, projetados por Oscar Niemeyer. O presidente do SinMed repassou a Marcelo Freixo a denúncia sobre uma espécie de manual de normas operacionais da Secretaria Municipal dirigido aos profissionais do setor de atenção básica, que determina que, no relacionamento com os pacientes, eles tenham o cuidado de não usar frases negativas, tais como não atendemos emergência, não fazemos este exame, etc. Nenhuma instituição pública pode mentir ou deixar de ser transparente com a população, reagiu Darze. Freixo salientou que o debate da saúde está por trás da disputa de concepção do que é cidade e poder público. Ele lembrou que em diversos ocasiões esteve ao lado do SinMed/RJ e dos médicos em atos públicos para defender a saúde pública. 'Estou aqui hoje para reafirmar as nossas estratégias de campanha e construir o programa para a saúde junto com vocês, frisou. Lamentando que o Jornal O Globo tenha considerado inviável a sua proposta de triplicar os leitos de CTI dos hospitais da rede pública municipal, Freixo afirmou que triplicar ainda é pouco, diante do reduzido número de leitos em funcionamento. Segundo ele, é possível atingir este objetivo, garantindo-se o quadro necessário de intensivistas através da realização de concurso público e da criação de plano de cargos e carreiras para os profissionais. O candidato do PSOL salientou que a Saúde tem dinheiro para isso, mas que os recursos são repassados para as OSs. A sua plataforma de campanha prevê a suspensão progressiva da privatização das unidades públicas de saúde feita através das organizações sociais. O candidato salientou que a Prefeitura do Rio deixou de investir R$ 1,5 bilhão e meio nos seus servidores, pois embora a Lei de Responsabilidade Fiscal autorize gastos de até 51% como limite prudencial da receita, o município gastou apenas 41%. Os 10% de diferença correspondem ao valor acima. Ele destacou que a saúde virou instrumento de propaganda e de marketing para o governo tentar mostrar resultados em termos de política pública, mesmo que ao lado de uma UPA esteja um esgoto aberto, como acontece na Rocinha. Eu não sou contra as Clínicas de Saúde da Família, mas o orçamento da Saúde é de R$4 bilhões. Para onde vai esse dinheiro? Que controle existe sobre ele? Quanto é gasto com medicamentos? O parlamentar criticou duramente a privatização do setor. O dinheiro é público, o servidor é público, a unidade é pública, mas a competência é privada?, questionou. Esse debate deve ser público, pois interessa ao conjunto da sociedade. Ele afirmou que é fundamental garantir o PCCS para os servidores. O alto índice de amputações no município, recorde nacional, é provocado pela falta de atendimento básico. É um sinal claro de que o discurso é só propaganda. Estou aqui para construir uma resistência! A cidade precisa do 2º turno para ampliar o debate e
verdadeiramente pode escolher o candidato que quer!. Candidato do PSOL ouve denúncias e sugestões Na avaliação do diretor do SinMed, José Romano, a Secretaria de Saúde adota um modelo que entrega à população plano mínimo de saúde que garante pequenos atendimentos básicos. É uma cópia fiel do sistema americano, mostrado no documentário Sicko - SOS Saúde. Até a classe média está enfrentando dificuldades para marcar consultas, salientou. A falta de controle sobre a coleta dos exames laboratoriais, em consequência da privatização do setor, foi outro problema apresentado ao candidato pelo diretor do sindicato, Ronaldo Alves da Costa. Eraldo Bulhões, também diretor do SinMed, destacou a importância da fiscalização sobre as moradias, principalmente as lajes, onde se formam criadouros de mosquitos. Ele calcula que novas mortes por dengue ocorrerão até o mês de outubro e que isso forçará os candidatos a falar sobre o assunto. Além de médicos, servidores de outras áreas apresentaram sugestões ao candidato do PSOL. Em seu programa de campanha, o candidato do PSOL afirma que uma das prioridades do seu governo será, antes de qualquer nova obra ou inauguração, suprir as necessidades de recursos humanos nas unidades e discutir o modelo de gestão daquelas já existentes, e afirma que para que isso aconteça, se faz necessária a realização de um concurso público que selecione profissionais de qualidade com salários compatíveis à realidade de mercado, e com a obrigação de cumprir metas programadas no SUS. Ao final do encontro, Freixo assinou a carta compromisso com as propostas dos médicos para sanar os problemas da área.