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Transcrição:

NÓS E AMARRAS Os nós e ligações são úteis em pioneirismo e em muitas outras actividades, nomeadamente nos acampamentos. Um nó, para ser considerado bom deve reunir as seguintes condições: Ser simples na sua execução; Ficar cada vez mais apertado quanto maior for a tensão que sobre ele é feita; Ser facilmente desfeito quando deixar de ser necessário. Este documento é dedicado aos Nós e Amarras e apresenta sobre a forma de diagramas a forma como o nó ou amarra deve ser executado. Lembra-te que nada substitui a prática, pelo que aconselhamos vivamente a praticares a execução dos nós. NÓ SIMPLES O Nó Simples é o nó mais simples de todos os nós e é muito útil por diversos motivos. O nó faz-se dando uma volta sobre a corda, e passando o chicote através da argola que se forma. É usado para encabeçar uma corda, e para começar outros nós. É um nó que faz de falcassa no chicote de um cabo e que, no seio do mesmo, o impede de desgornir um olhal ou borne. O Nó Simples frequentemente é usado como componente de nós mais complexos, sendo usado na primeira fase de um grande número de trabalhos de Arte de Marinheiro. R. Acácio Paiva, 29, 1700-004 Lisboa 1

NÓ DE OITO (OU TREMPE) Este nó, tal como o nome indica, faz lembrar o número 8. É um nó de bloqueio que se executa nas pontas livres das cordas (cabos) por não poder passar através de orifícios, ou então para garantir que os nós não deslizam. Usa-se preferencialmente à laçada ou ao nó simples por ser um nó mais volumoso, evitando assim que a corda (o cabo) se escape em orifícios um pouco mais largos. É usado em marinharia para não deixar o cabo desgornir de um moitão, roldana ou olhal. É geralmente usado nas pontas das adriças, escotas, rizes e nós de correr. NÓ DE AZELHA O Nó de Azelha utiliza-se para fazer uma argola na ponta de uma espia, ou a meio. Depois de ser sujeito a grandes trações custa muito a desmanchar. Existem diversas versões diferentes do nó de azelha, sendo a mais simples o nó de azelha simples (à esquerda). Nesta versão, o cabo é R. Acácio Paiva, 29, 1700-004 Lisboa 2

dobrado ao meio dando-se um nó simples com a ponta que contém a alça da dobra. O nó de azelha em oito (á direita) é uma das muitas variações do nó de azelha que garante uma maior resistência da corda que o nó de azelha simples. NÓ DE CORRER O nó de correr é também chamado nó de laço ou laçada. Este é um dos nós que soca tanto mais quanto maior o esforço feito na corda. O nó de correr serve para fixar rapidamente uma corda a um tronco, por exemplo. Quando se utiliza para atar a um tronco longo ou a um ramo de árvore (ver acima), começa-se por dar uma volta pelo objecto e passar um chicote sobre o outro (A) fazendo-se depois um nó simples com o chicote (B), obtendo-se a laçada no final (C). Quando se pretende uma laçada livre (ver ao lado), por exemplo, para prender a um poste pequeno, começa-se por fazer um cote directo (A), e passa-se depois o chicote livre por dentro da argola, dobrado, formando um seio (B). R. Acácio Paiva, 29, 1700-004 Lisboa 3

Como o nó de correr, quanto mais puxarmos, mais apertado fica o laço em torno do objecto, nunca deverá ser utilizado como laçada para o salvamento de pessoas. NÓ DIREITO O nó direito pode ser utilizado para unir duas cordas ou cabos, desde que estes sejam da mesma espessura (bitola) e do mesmo material. Quando não se verifiquem estas duas condições, o nó direito não é adequado para unir os dois cabos, pois a terá tendência para recorrer e libertar-se, sendo nestas condições mais adequado utilizar o nó de escota (ou de tecelão). O nó direito é constituído por duas laçadas montadas em sentidos opostos de modo a que os chicotes do cabo fiquem do mesmo lado, paralelos ao seio do cabo e opostamente um ao outro. Originalmente o nó direito foi usado em marinharia para atar os rizes das velas de modo a reduzir a superfície. Este nó, que é simétrico e plano, pode ser posto em carga em ambas as extremidades. Para o desfazer basta empurrar as duas extremidades uma contra a outra ou puxando uma extremidade e virando o nó. R. Acácio Paiva, 29, 1700-004 Lisboa 4

NÓ DE ESCOTA O nó de escota é um nó muito útil que serve para unir espias ou cordas de espessura diferente, podendo ser usado para prender uma espia a uma argola. Em marinharia diz-se que serve para unir cabos de bitolas diferentes ou para unir uma alça a um chicote. Existem diversas variantes do nó de escota, nomeadamente o nó de escota duplo e o nó de escota pronto a disparar. Note-se que é o cabo mais fino que deve ser usado para fazer as voltas em torno da alça, que deve ser formada com o cabo mais grosso e nunca o contrário. NÓ DE ESCOTA DUPLO O nó de escota duplo desempenha as mesmas funções que o nó de escota, mas é mais firme e fiável devido à volta adicional que impede ainda mais que o cabo mais fino recorra e o nó se desfaça. NÓ DE ESCOTA PRONTO A DISPARAR O nó de escota pronto a disparar é muito semelhante ao nó de escota, mas é deixada uma ponta que puxada desfaz o nó com grande facilidade. É usado quando se quer fazer um nó de escota para uma utilização muito reduzida no tempo e se pretende depois recuperar os cabos rapidamente. R. Acácio Paiva, 29, 1700-004 Lisboa 5

NÓ DE TECELÃO O que diferencia este nó do nó de escota é o modo como ele é feito e as cordas em que se utilizam. Este nó, como o próprio nome indica, é utilizado em cordas muito finas, em particular em fios da espessura dos de tecer. Note-se que no nó de tecelão os fios usados são, na maior parte das vezes, da mesma espessura. outra espia Cruzam-se as duas espias ficando a da direita por baixo. De seguida o seu seio vai dar uma volta em torno do chicote, formando, assim, uma argola por onde vai passar o chicote da NÓ DE BARQUEIRO (NÓ DE PORCO) O Nó de Barqueiro, também é conhecido por Nó de Porco, Nó de Ajuste ou, em marinharia, por Volta de Fiel é muito util para fixar qualquer parte de uma espia a uma vara. O nó pode ser aplicado em varas ou barrotes nas diversas construções do pioneirismo. Existem duas formas fáceis de fazer e aplicar este nó, a saber: 1. Aplicação do nó em torno da vara, como se pode ver na imagem seguinte: 2. Aplicação do nó na ponta de uma vara, preparando o nó fora da mesma, como se pode ver na imagem seguinte: R. Acácio Paiva, 29, 1700-004 Lisboa 6

O nó de porco é um dos mais usados em pioneirismo, sobretudo pela facilidade de execução e por ser fácil de desfazer mais tarde, para além da sua funcionalidade. É usado em muitas ligações de larga aplicação no pioneirismo como o botão em cruz e o botão em esquadria. É contra-indicado em casos em que a ponta fixa não tenha tração exercida sobre ela permanentemente, devendo nesse caso ser rematado. Nesse caso, o nó deve ser sempre verificado, pois com demasiados movimentos pode desfazer-se. Nesses casos, use o Lais de Guia ou faça uma finalização no nó de porco com outro nó para garantir que ele não se desfaça. NÓ DE PEDREIRO O Nó de Pedreiro, Volta da Ribeira ou Nó de Lenhador é um nó utilizado para prender uma espia a uma estrutura sólida de formato aproximadamente cilíndrico (tronco, feixe de galhos, etc.) depois mantêla sob tensão. É um nó que quanto mais se puxa, mais aperta, sendo ideal para realizar trabalhos de tração em que o objecto a transportar tenha tendência para se soltar. O nó pode ser feito criando uma alça em torno da estrutura a agarrar e depois enrolando a ponta do cabo em torno da ponta da alça do seu lado após passar em volta do lado do cabo que servirá para a tração (figura em cima à direita), ou pode fazer-se uma alça e enrolar R. Acácio Paiva, 29, 1700-004 Lisboa 7

antes de colocar no pau, passando então a parte do cabo que servira para a tração pela alça na ponta do enrolamento (figura à direita). É usado pelos lenhadores para puxar troncos, sendo necessário por vezes reforçá-lo com laçadas suplementares ao nó que reforcem a tração ao longo do tronco. NÓ DE PESCADOR O Nó de Pescador, Nó de Cabeça de Cotovia ou Nó de Burro, é um nó que permite unir cabos de espessuras diferentes ou iguais e que é relativamente fácil de desfazer. É particularmente útil com espias molhadas ou escorregadias, daí o seu muito uso pelos pescadores. Pode também ser usado em cabos rígidos ou feitos de materiais que apresentem entre si baixos coeficientes de atrito. Na versão mais normal (ver acima) os chicotes de cada cabo são colocados lado a lado em sentidos opostos. Cada um deles é atado então com um nó simples em torno do seio do outro cabo. Os nós são socados e corridos simultaneamente para apertar o nó. Numa outra versão muito usada em marinharia podem usar-se nós de oito em vez dos nós simples. Para desfazer o nó, em qualquer das versões, puxam-se os chicotes de modo a correr os nós em sentido opostos afastando-os e desfazendo os nós de seguida. R. Acácio Paiva, 29, 1700-004 Lisboa 8

NÓ DE ENCAPELADURA O nó de encapeladura (de dois) ou nó de tripé pode ser usado para descer ou guindar uma pessoa, fazer correias para puxar uma carroça ou para fazer uma dupla arreata para animais, podendo ser facilmente transformado no nó de cadeira de bombeiro. Pode ser usado como nó para formar um tripé (ver ao lado). Unindo as pontas soltas e prendendo um mastro na intersecção da encapeladura, podem aplicar-se estacas nas três alças formadas para espiar um mastro. NÓ DE ENCAPELADURA DE 3 O nó de encapeladura de 3pode ser usado para diversos fins decorativos, nomeadamente para produzir coxins. Uma aplicação usual do nó de encapeladura de 3 no escutismo é para fazer a cabeça e braços de Cristo nos crucifixos de corda. NÓ DE ENCAPELADURA DE 4 O Nó de encapeladura de 4 é essencialmente utilizado para fazer coxins (ver abaixo). R. Acácio Paiva, 29, 1700-004 Lisboa 9

CADEIRA DE BOMBEIRO Nó cadeira de bombeiro é um tipo de nó que forma uma trama em torno dos quadris adequada para descer ou guindar pela corda pessoas sentadas. Pode também ser usado para prender simultaneamente o pescoço de dois animais que puxam uma carroça. Este nó inicia-se com o nó de encapeladura do qual resultam duas argolas e duas pontas uma para cada lado, com uma das pontas faz-se uma argola e por dentro dessa argola passa-se a que já estava feita, e para terminar faz-se o mesmo com a outra ponta. Ficam assim dois laços que podem passar-se um por cada perna de uma pessoa que queiramos suspender, ou pelo pescoço de dois animais. LAIS DE GUIA O Lais de Guia é um nó que não corre. É fácil de fazer pois tem poucas voltas, é estável e resistente, sendo normalmente feito de forma que fique um laço fixo em uma das extremidades da corda. É igualmente fácil de desmanchar depois de sujeito a um grande esforço. Quando o cabo é de fibra sintética deve ser bem socado para não correr e em cordas muito rijas de qualquer tipo não tem utilidade pois as voltas não se acomodam e não se consegue apertar bem, pelo que não oferece grande segurança. Há várias maneiras de fazer um Lais de Guia e o chicote poderá ficar dentro ou fora da volta final. O modo mais fácil de o fazer num cabo leve é fixar um dos extremos e trabalhar com o chicote solto, como representado abaixo. R. Acácio Paiva, 29, 1700-004 Lisboa 10

É útil quando queremos uma laçada que não corra e é utilizado, por exemplo, para içar animais, pessoas ou objectos de modo que não aperte os mesmo quando é exercida a tracção e fica sob tensão. Em marinharia é provavelmente o nó mais útil a bordo, sendo usado também para prender os barcos aos locais de amarração dos cais. LAIS DE GUIA DUPLO O lais de guia duplo também é chamado de nó de salvação duplo ou nó lais de guia singelo pelo seio. Aplica-se em vez do anterior quando a corda utilizada é pouco resistente em relação ao esforço que irá fazer. Como o lais de guia duplo fica com duas alças pode ser utilizado para suspender uma pessoa passando uma perna por cada alça, à semelhança do nó cadeira de bombeiro. NÓ DE CATAU O nó de catau, nó de encurtar ou nó perna de cão é um nó que serve para encurtar um cabo ou reforçar um cabo puído, retirando a tensão da parte danificada. A sua preparação pode fazer-se de duas maneiras. 1 - Dobrando o cabo em forma de Z e fazendo um cote directo em torno de cada dobra. R. Acácio Paiva, 29, 1700-004 Lisboa 11

2 - Sobrepondo três argolas feitas com o cabo e passando o cabo da do meio pelas outras e esticando. NÓ DE ABOÇO O nó de aboço é também conhecido como nó de Carrick, nó de espia, calabrote dobrado ou nó de Brandais, havendo variações entre diferentes áreas profissionais que utilizam o nó. Pode ser usado para diversos fins, nomeadamente para fins decorativos sendo muito utilizado em arte escutista. No entanto, a aplicação mais normal é para unir dois cabos da mesma bitola de modo que que não corram. Começa-se por fazer uma alça com uma das pontas de corda a ser unidas e depois com a outra ponta de corda fecha os nó seguindo o percurso representado na figura 1. O nó final fica como representado na figura 2. R. Acácio Paiva, 29, 1700-004 Lisboa 12

NÓ DE BOTIJA O nó de botija para além de servir como nó de amarração, é também utilizado para suspender garrafas pelo gargalo (dai a origem do seu nome). Muitos escuteiros que fazem as suas anilhas para os lenços usando o nó cabeça de turco ou outro rematam o nó com um nó de botija. Na marinha também é usado como adorno no fiador das espadas, daí designar-se também por nó de Espada. Para fazer o nó, depois de se fazerem duas voltas redondas, de sentidos contrários e ligeiramente sobrepostas, obrigase o seio a seguir o percurso indicado pelas setas na figura acima. LAIS DE GUIA ESPANHOL O lais de guia espanhol permite obter duas alças que são fixas e que por isso podem ser usadas para içar pessoas, seja usando uma alça em cada perna seja usando uma alça por baixo das duas pernas e outra atrás das costas. Para realizar este nó, começa por dar-se ao cabo a configuração da figura A. Depois sobrepõem-se ligeiramente as partes internas das voltas V1 e V2, como R. Acácio Paiva, 29, 1700-004 Lisboa 13

apresentado em B, e rodando o cruzamento P1 à volta do eixo E, de modo a levá-lo ao ponto P2, obtém-se o que está apresentado em C. Finalmente, com V1 e V2 a seguirem as setas como mostra C, obtém-se o Lais de Guia Espanhol, como apresentado em D. VOLTA DE CAMIONISTA A volta de camionista é muito usada para içar ou prender cargas em camiões ou vagões de comboio, pois pode ser usado como aparelho de força com um factor de desmultiplicação de 2:1. É fácil de fazer e desfaz-se facilmente quando se alivia a tensão. Começa por passar por baixo de um olhal fixo ou de um gancho fixo abaixo (A na Figura abaixo) e depois dobra-se em três partes. Com a parte que irá para cima faz-se um estrangulamento na dobra superior e torce-se como no lais de guia deixando-se uma dobra (B). Passa-se então o chicote por dentro do chicote e puxa-se aplicando-se tensão. Quanto maior for a tensão aplicada mais forte é o nó. R. Acácio Paiva, 29, 1700-004 Lisboa 14

BOTÃO EM CRUZ Esta ligação serve para unir varas ou troncos que formem entre si ângulos diferentes de 90º. Inicia-se com o nó de Pedreiro de modo a abraçar os dois paus, na junção (a). Depois dão-se três voltas no sentido vertical abraçando as duas varas e depois mais três voltas no sentido horizontal (b). Depois esganam-se as voltas dadas, dando voltas entre as duas varas à volta da corda já aplicada para ligar as varas (c). Termina-se a ligação com o nó de Barqueiro numa das varas (d). BOTÃO EM ESQUADRIA O botão em esquadria é uma ligação que serve para ligar duas varas perpendicularmente. Quando é bem feito, é extremamente resistente. É muito importante que as cordas estejam sempre bem esticadas e unidas (na volta seguinte a R. Acácio Paiva, 29, 1700-004 Lisboa 15

corda segue unida à da volta anterior), não devendo haver sobreposição da corda nas várias voltas em torno das varas. Faz-se o nó de barqueiro numa das varas e coloca-se a segunda, perpendicularmente, sobre a primeira (a). Passar a corda pela frente da vara que está em cima enrolando a ponta (b) e por detrás da vara que está em baixo e repetir este procedimento várias vezes, apertando muito bem a cada volta (c). De seguida deve-se esganar, ou seja, dar algumas voltas no local de junção entre as duas varas, apertando bem a cada volta (c e d). Terminar com um nó de barqueiro na vara onde não foi feito o primeiro (e). PEITO DE MORTE O Peito de Morte é uma ligação que serve para unir duas varas ou estacas paralelamente, de forma a prolongá-las ou reforçá-las. É muito útil quando queremos, por exemplo, unir duas varas para fazer um mastro de bandeira mais longo. Existem duas formas comuns de o fazer: 1- Inicia-se com o nó de barqueiro numa das varas. De seguida, dão-se voltas redondas em torno das duas varas. Depois de se esganarem estas voltas, termina-se a ligação com o nó de barqueiro numas das varas. R. Acácio Paiva, 29, 1700-004 Lisboa 16

2 - Inicia-se da mesma forma como se faz uma falcaça simples formando um "S". Depois dão-se umas voltas em torno das varas passando sobre o "S". Após algumas voltas passar a ponta da corda pela "argola" formada pelo "S". Por fim, puxa-se a outra ponta da corda (da mesma forma como se finaliza a falcaça) e dá-se um nó direito com as duas pontas. O peito de morte é uma ligação que aguenta bem as tensões que são exercidas sobre ele. No entanto, se for para ser submetido a tensões constantes é conveniente que a união entre varas se faça usando duas ou mais ligações. TRIPÉ A ligação de tripé, ou simplesmente tripé, é normalmente usada para construção de tripés em acampamentos para servir de apoio a estruturas. Esta ligação inicia-se colocando três varas de madeira paralelamente, e ata-se o cabo a uma delas com o nó de porco. O cabo então é passado alternadamente por cima e por baixo de cada uma das três hastes. O estrangulamento (o esganar a ligação) não é essencial, pois o próprio ajuste do tripé, que se dá girando a haste do meio, já prende a amarra satisfatoriamente, no entanto quando se pretende um aspecto mais acabado deve ser feito. R. Acácio Paiva, 29, 1700-004 Lisboa 17