REVISTA CIENTÍFICA ELETRÔNICA DE ENGENHARIA FLORESTAL - ISSN PERIODICIDADE SEMESTRAL EDIÇÃO NÚMERO 11 FEVEREIRO DE 2008

Documentos relacionados
ESTABELECIMENTO DA Tectona grandis L.f. (TECA) INTRODUZIDA EM ÁREA DE CERRADO SOB DIFERENTES ESPAÇAMENTOS

Experiências em Recuperação Ambiental. Código Florestal. Plantio de Enriquecimento em Linhas em Área de Cerradão, Assis, SP

Experiências em Recuperação Ambiental. Código Florestal. Recuperação de área degradada em encosta

PROGRAMA PLANTE BONITO

SOBREVIVÊNCIA E CRESCIMENTO INICIAL DE

Crescimento de quatro espécies florestais submetidas a diferentes formas de manejo de Urochloa spp. em área de restauração florestal

Resumo Expandido Título da Pesquisa (Português) Título da Pesquisa (Inglês) Palavras-chave Keywords:

PROGRAMA DE REFLORESTAMENTO

Experiências em Recuperação Ambiental. Código Florestal. Módulos demonstrativos de restauração ecológica para ambientes savânicos do bioma Cerrado

PROGRAMA PLANTE BONITO

CRESCIMENTO DA AROEIRA-VERMELHA NO REFLORESTAMENTO DA MATA CILIAR

ACOMPANHAMENTO DO CRESCIMENTO E SOBREVIVÊNCIA DE ESPÉCIES ARBÓREAS EM UM PLANTIO DE RECUPERAÇÃO DE NASCENTE NO MUNICÍPIO DE MUNDO NOVO - MS

2º RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DO PROJETO PLANTE BONITO

VIVEIRO ESCOLAR: LABORATÓRIO VIVO PARA O ESTUDO DA ECOLOGIA DA RESTAURAÇÃO. Cleiciane Antunes Duque* 1, Laura da Silva Ramos¹.

Estimativa de custos para restauração ecológica com espécies de Cerrado

Experiências em Recuperação Ambiental. Código Florestal. Recuperação de área degradada com o uso de lodo de esgoto

Recuperação da mata ciliar do Assentamento Vale do Lírio, São José de Mipibu, RN

RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DE FLORESTA

Termos para indexação: mortalidade, adubação orgânica, roçagem, Cerrado, recuperação.

Espécies florestais nativas promissoras e modelos de sistemas de produção. Daniel Piotto, Ph.D Laboratório de Dendrologia e Silvicultura Tropical

2º RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DO PROJETO PLANTE BONITO

Princípios básicos para o projeto de arborização urbana

AVALIAÇÃO DE ESPÉCIES FLORESTAIS DE MÚLTIPLO PROPÓSITO, EM WENCESLAU BRAZ, PR

PROGRAMA PLANTE BONITO

RELATÓRIO DO PROJETO PLANTE BONITO

Crescimento em altura em um povoamento clonal de Tectona grandis L.f. em sistema silvipastoril, Alta Floresta-MT

Introdução. Consultor REBRAF, Patricio Moya.

DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO DE MUDAS DE ESPÉCIES FLORESTAIS NATIVAS EM MG

RELATÓRIO DO PROJETO PLANTE BONITO

Palavras-chave: Nascentes, desenvolvimento de espécies, modelagem.

PROGRAMA DE REFLORESTAMENTO

Análise do balanço hídrico e nutricional em Cedrela fissilis Vell. em diferentes substratos e lâminas de água

Resumo Expandido Título da Pesquisa (Português)

PROJETO TÉCNICO PARA RECUPERAÇÃO DE UMA ÁREA DE PROTEÇÃO PERMANENTE (APP) NO CÓRREGO DA CRUZ EM GOIÂNIA, GOIÁS.

TEMA: Sementes e mudas florestais

SELO VERDE PORTFÓLIO

PROJETO: Estudo da viabilidade técnica do interplantio de florestas de Eucalyptus em segunda rotação

A qualidade de mudas clonais de Eucalyptus urophylla x E. grandis impacta o aproveitamento final de mudas, a sobrevivência e o crescimento inicial

RELATÓRIO DE RESTAURAÇÃO FLORESTAL

I Simpósio de Silvicultura de Nativas

ACOMPANHAMENTO DO CRESCIMENTO DE ESPÉCIES ARBÓREAS EM UM PLANTIO DE RECUPERAÇÃO DE NASCENTE NO MUNICÍPIO DE MUNDO NOVO MS

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ

Produção de mudas de Hymenaea courbaril L. em sementeira e semeadura direta

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ

Estratégias de controle de plantas daninhas na restauração florestal

Analysis of Initial Growth of Some Native Species of the Cerrado in Aquidauana MS

Efeitos da calagem e gessagem sobre o desenvolvimento do cedro australiano (Toona ciliata var. australis)

RELATÓRIO DO PROJETO PLANTE BONITO

Comportamento de espécies arbóreas na recuperação da mata ciliar da nascente do Rio Pitimbu, Macaíba, RN

madeireiras com o objetivo de reduzir os danos causados pela exploração madeireira futura.

Relatório Plante Bonito Patrocinador: Wetiga Hotel Área: Lagoa Misteriosa

SOBREVIVÊNCIA DE ESPÉCIES NATIVAS UTILIZADAS PARA RECOMPOSIÇÃO DE MATAS CILIARES

015 - Avaliação de espécies arbóreas em um sistema agroflorestal em Itaquiraí, Mato Grosso do Sul

Anais do II Seminário de Atualização Florestal e XI Semana de Estudos Florestais

Análise Comparativa do Crescimento Inicial de Eucalyptus grandis Hill ex Maiden (MYRTACEAE) e Guazuma ulmifolia Lam. (Malvaceae)

Introdução.

RECUPERAÇÃO DE NASCENTES EM ÁREA DE CERRADO, EMBRAPA GADO DE CORTE, CAMPO GRANDE, BRASIL.

Avaliação da altura do Cedro Australiano (Toona ciliata var. australis) após diferentes níveis de adubação de plantio

Unidade Terras Quentes, Acidentadas, do vale do Itapemirim

Experiências em Recuperação Ambiental. Código Florestal. Desempenho de Espécies Arbóreas Implantadas por Semeadura Direta em Sistemas Agroflorestais

COMPORTAMENTO SILVICULTURAL DE 6 ESPÉCIES NATIVAS NA REVEGETAÇÃO DA MATA CILIAR DO CÓRREGO BARREIRO EM GARÇA-SP

Estratégias para recuperação de nascentes e cursos d água no estado de Sergipe

INFORMAÇÕES GERAIS DO TRABALHO

DESEMPENHO INICIAL NO CAMPO DE MOGNO AFRICANO IMPLANTADO EM ÁREA DE PASTAGEM NA REGIÃO SEMI-ÁRIDA DO MÉDIO VALE DO JEQUITINHONHA RESUMO

V Reunião do CONSELHO GESTOR PROJETO. Nós do Pisca: Articulação Social e Restauração Florestal na Bacia do Piracicamirim

Efeitos de prioridade como ferramenta potencial de metodologias de restauração de ecossistemas brasileiros

Abril O VERDE NO CAMPUS

SOBREVIVÊNCIA DE ESTACAS DE ESPÉCIES ARBÓREAS EM SUBSTRATOS COM DIFERENTES DOSES DE AIB PLANTADAS EM TUBETE

DESENVOLVIMENTO DE ESPÉCIES ARBÓREAS NATIVAS EM NASCENTES DEGRADADAS NO MUNICÍPIO DE INCONFIDENTES/MG

AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DE CEDRO ROSA EM RESPOSTA A DIFERENTES DOSES DE ADUBAÇÃO DE PLANTIO

CRESCIMENTO VEGETAL E DE PRODUÇÃO DE MELANCIA EM FUNÇÃO DE DIFERENTES ESPAÇAMENTOS

SILAZ ZEN CIA. SUZANO DE PAPEL E CELULOSE RUA GENERAL FRANCISCO GLICÉRIO, SUZANO-SP

Enriquecimento de substrato com adubação NPK para produção de mudas de tomate

RECOMENDAÇÃO DA DOSE DE BORO, EM SOLO HIDROMÓRFICO, PARA A CULTURA DO RABANETE.

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Código Florestal. Experiências em Recuperação Ambiental

Avaliação do Cedro Australiano (Toona ciliata var. australis) consorciado com Guandu (Cajanus cajun L. Millsp.) no sistema de aléias.

Instituto de Florestas Departamento de Silvicultura. Prof. Paulo Sérgio dos S. Leles

Arborização do Instituto Federal de Minas Gerais Campus Bambuí

CRESCIMENTO DA CULTURA DO PINHÃO MANSO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTAS.

Sobrevivência e Crescimento Inicial de Jurema-Preta (Mimosa tenuiflora) em Plantios Homogêneos

AVALIAÇÃO DO CAFEEIRO EM MONOCULTIVO E EM SISTEMA AGROFLORESTAL COM AÇAÍ E ANDIROBA

RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DO PROJETO PLANTE BONITO

A obtenção de sementes é feita de forma consciente e obtida através de matrizes avaliadas e catalogadas da região de todo o Distrito Federal

Efeito da adubação potássica em plantios de E. grandis conduzidos em segunda rotação em solos com diferentes teores de potássio trocável

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO EM SOLO COM MULCHING DE DIFERENTES CORES E LARGURAS

INFLUÊNCIA DO ESPAÇAMENTO NA DENSIDADE DA MADEIRA DE Bagassa guinnensis Aubl. (Tatajuba) NO PLANALTO DE BELTERRA PARÁ

INFORMAÇÕES GERAIS DO TRABALHO

DESENVOLVIMENTO INICIAL DE ESPÉCIES ARBÓREAS NATIVAS PLANTADAS EM DUAS NASCENTES NO MUNICÍPIO DE INCONFIDENTES\MG

Produção de milho (Zea mays) sob três arranjos estruturais do eucalipto (Eucalyptus spp.) no Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

ESPÉCIES ARBÓREAS NATIVAS: SILVICULTURA E USOS

RELATÓRIO DE PLANTIO DO PROJETO PLANTE BONITO

Avaliação de espécies madeireiras em sistemas agroflorestais familiares. Avaliação de espécies madeireiras em sistemas agroflorestais familiares

V Encontro Amazônico de Agrárias

Fitossociologia do componente arbóreo de um sistema agroflorestal no Município de Ponta Porã, MS

Germinação a campo de arbóreas nativas com o uso de hidrogel

Avaliação de acessos do BAG jenipapo: ano 2015

Relatório Plante Bonito Área: RPPN Cabeceira do Prata

AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DO BOTÃO DE OURO (TITHONIA DIVERSIFOLIA) EM DIFERENTES IDADES DE CORTE NO PRIMEIRO ANO DE IMPLANTAÇÃO

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

Transcrição:

REVISTA CIENTÍFICA ELETRÔNICA DE ENGENHARIA FLORESTAL - ISSN 1678-3867 PERIODICIDADE SEMESTRAL EDIÇÃO NÚMERO 11 FEVEREIRO DE 2008 ANÁLISE DO POTENCIAL DE CRESCIMENTO INICIAL DE ESPÉCIES ARBÓREAS FLORESTAIS, IMPLANTADAS EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE, PRÓXIMO A UM CÓRREGO NO MUNICÍPIO DE GARÇA SP. FERREIRA, Renato de Araújo. renato_tree@hotmail.com BLAZIZA, Antonio Augusto Bueno. SOUZA, Micheli Trombin. MENOI, André. GOMES, Jozébio Esteves. Docente do curso de Engenharia Florestal da FAEF - Garça/SP COUTO, Eduardo Brasil. Docente do curso de Engenharia Florestal da FAEF - Garça/SP RESUMO Este trabalho tem como objetivo apresentar uma análise do potencial de crescimento inicial de 32 espécies arbóreas florestais aos 3 meses após o plantio em área de preservação permanente, próximo a um córrego no município de Garça SP. Para tanto foi coletado dados de Dac (Diâmetro na altura do coleto), com auxílio de um paquímetro de precisão e Altura, utilizando régua topográfica dimilimetrada (4 metros). Os dados foram submetidos à análise de variância e ao teste de Scott & Knott. Ao nível de 5% de probabilidade a análise de variância não detectou diferença significativa em relação à fonte de variância Espécie, sobre o DAC e sim para a fonte de variância Repetições, contudo o teste Scott & Knott não revelou diferença significativa para os dados analisados. Em relação às fontes de variância Espécie e Repetições, sobre a variável altura, a análise de variância não detectou diferença significativa ao nível de 5% de probabilidade, porém o teste de Scott & Knott revelou diferença significativa para a fonte de variância Repetições, cujo bloco2 apresentou uma média de 29.235806 cm e o bloco1 de 37.218125 cm. Palavras Chaves: Espécies nativas e crescimento Tema Central: Engenharia Florestal

ABSTRACT This work has as objective presents an analysis of the potential of initial growth of 32 forest arboreal species to the 3 months after the planting in area of permanent preservation, close to a stream in the municipal district of Garça - SP. For so much it was collected data of Dac (Diameter in the height of the lap), with aid of a paquímetro of precision and Height, using instrument divided in units of lineal measure topographical dimilimetrada (4 meters). The data were submitted to the variance analysis and Scott's test & Knott. At the level of 5% of probability the variance analysis didn't detect significant difference in relation to the source of variance Species, on DAC and yes for the source of variance Repetitions; however the test Scott & Knott didn't reveal significant difference for the analyzed data. In relation to the sources of variance Species and Repetitions, on the variable height, the variance analysis didn't detect significant difference to the level of 5% of probability; however Scott's test & Knott revealed significant difference for the source of variance Repetitions, whose bloco2 presented an average of 29.235806 cm and the bloco1 of 37.218125 cm. Keywords: Native species and growth 1.INTRODUÇÃO Conforme Macedo et al, (1999a), a análise do potencial de estabelecimento e crescimento inicial de mudas de espécies arbóreas podem ser um bom indicativo da adaptação de uma espécie a um determinado sítio e região. Segundo (Macedo, 1991), para que o plantio de espécies nativas tenha êxito é necessário que exista uma coincidência ecológica entre o lugar de origem e o de destino. O princípio ideal que deve sustentar o plantio das espécies é colocar cada uma nos lugares mais apropriados. Por isto é necessário trabalhar com muita cautela, evitando colocá-las em situações marginais ou inadequadas Golfari et al., (1975). Referindo-se a implantação de espécies para a recuperação de matas ciliares; Botelho, S. A (1995) afirma que a seleção das espécies deve ser baseada nas condições dos sítios, devido à interação entre as espécies e o ambiente. As faixas próximas ao curso da água, devido à baixa declividade, sofrem com o aumento do nível da água, sendo necessário a escolha de espécies de habitats alagáveis e úmidos. As espécies de habitats mésicos deverão ser plantadas em solos bem drenados, não sujeitos as inundações.

Contudo o objetivo do trabalho foi apresentar o potencial de crescimento inicial de espécies arbóreas florestais aos 3 meses após o plantio em uma área de preservação permanente próximo a um córrego no município de Garça SP. 2. MATERIAIS E MÉTODOS O Presente trabalho foi desenvolvido em uma área de 0,4 ha, no Campo Experimental Vulcano II, pertencente à faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal (FAEF), que está localizada no município de Garça, região oeste do estado de São Paulo, cujas coordenadas geográficas são: 22º 13 95 S e 49º 40 05 W, e altitude de aproximadamente 600 metros. A vegetação original era caracterizada por floresta de transição entre cerrado e mata atlântica, sendo o tipo predominante a floresta Estacional Semidecidual. O solo na área é do tipo Podzólico vermelho amarelo - textura arenosa, onde o terreno tem declividade acentuada, cerca de 30%. O clima da região segundo classificação de Köppen é do tipo Cwa, mesotérmico tropical úmido. A temperatura anual é de 21,5 C, tendo média mensal de 18,5 C no mês mais frio e de 25 C no mais quente, com precipitação média anual de 1.390 mm (SAAE, 2007). Para o experimento realizou-se no local a gradeação, sulcamento e métodos corretivos como à calagem. Aproximadamente em Abril/2007 efetuou-se o plantio de 792 mudas florestais, nativas e exóticas, provenientes do viveiro da faculdade e as quais são representadas pelas seguintes espécies: Jacarandá roxo (Macherium scleroxylon), Angico vermelho (Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenam), Pau - viola (Citharexyllum myrianthum cham), Flamboyant mirim (Caesalpinia pulcherrima (L.) Sw), Jatobá (Hymenaea courbaril var. stilbocarpa (Hayne) Y.T. Lee & Langenh), Cedro rosa (Cedrela fissilis Vell.), Seringueira (Hevea brasiliensis (Willd. Ex A. Juss.) Müll. Arg.), Guarantã (Esenbeckia leiocarpa Engl.), Ypê amarelo (Tabebuia Alba), Ypê roxo (Tabebuia heptaphylla (Vell.) Tol.), Canafístula (Cassia ferruginea (Schrad.) Schrad.ex DC), Sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides Benth.), Jenipapo (Genipa americana L.), Pata de vaca (Bauhinia variegata L.), Ingá de folha lisa (Inga sessilis (Vell.) Mart), Ypê branco (Tabebuia rosea-alba (Ridl. Sandwith), Mutambo (Guazuma ulmifolia Lam.), Amendoim bravo (Pterogyne nitens Tul.), Dedaleiro (Lafoensia pacari St. Hil.), Coração de negro (Poecilanthe parviflora

Benth.), Peroba rosa (Aspidosperma polyneuron M. Arg.), Aroeira pimenteira (Schinus terebinthifolia Raddi), Ypê mirim (Cybistax antisyphilitica (Mart.) Mart), Ypê felpudo (Zeyheria tuberculosa (Vell.)Bur.), Pitanga (Eugenia uniflora L.), Peroba poca (Aspidosperma cilyndrocarpon Müll. Srg.), Sabão de soldado (Sapindus saponaria L.), Pau formiga (Triplaris americana L.), Abricó de macau (Couroupita guianensis Aubl.), Angico branco (Anadenanthera peregrina (L.) Speg), Barú (Dipteryx alata Vogel), Babosa branca (Cordia superba Cham.), Jequetibá (Cariniana legalis), Magnólia branca (Talauma ovata A. St. - Hul.), Grevilha (Grevillea robusta A. cunn. Ex. R. Br.), Jaca (Artocarpus heterophyllus Lam), Timburi (Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong), Pau ferro (Caesalpinia ferrea Mart. ex Tul. Var. leiostachya Benth.), Sangra d água (Croton urucurana Baill.), Aroeira vermelha (Astronium fraxinifolium Schott & Spreng), Munguba (Pachira aquatica Aubl.), Aldrago (Pterocarpus violaceus Vogel) e Jacarandá (Jacaranda cuspidifolia). O plantio das mudas foi aleatório, dividido em dois blocos, evitando apenas o posicionamento próximo de indivíduos da mesma espécie. O espaçamento utilizado foi 2X2 m e o plantio em covas cúbicas com a adubação lateral de 100 gramas de NPK na proporção 8-28-16. No início de Maio/2007, foram replantadas 97 mudas e posteriormente em Junho/2007, foi efetuado outro replantio com 213 mudas e visando o aproveitamento total da área foram plantadas 47 novas mudas; somadas as já existentes, totalizou-se 43 espécies e 839 indivíduos. Nesse mesmo mês decorreram as operações silviculturais como: coroamento manual, combate a formigas, reforma das estacas, aceiro e adubação de cobertura com NPK na proporção 8-28-16. Posteriormente foi confeccionado um croqui para o levantamento das espécies e avaliação de sobrevivência (morta, falha e viva). Aos 3 meses após o plantio (final de Junho/2007), foi realizado a coleta das alturas dos indivíduos com uso de régua topográfica dimilimetrada (4 metros) e medição de DAC (diâmetro na altura do coleto) com uso de paquímetro de precisão. Objetivando em analisar um modelo com espécies e repetições, as espécies encontradas apenas em um dos dois blocos foram excluídas do experimento. Os dados obtidos para as variáveis foram submetidos á um programa estatístico de sistema de análise de variância (SISVAR) (Ferreira, 2000), utilizou-se para as médias de DAC e Altura dos fatores de variação o teste de Scott & Knott, a 5% de probabilidade para os efeitos significativos.

3. RESULTADOS E DISCUSSÂO Os valores de DAC (mm) e Altura (cm) aos 3 meses após o plantio foram submetidos á um programa estatístico, obtendo-se o relatório da analise de variância. O resumo da analise de variância para a variável referente ao diâmetro à altura do coleto (DAC), é representado na tabela 1. Tabela 1 Relatório da Analise de variância para a variável DAC (mm), aos 3 meses após o plantio. FV GL SQ QM Fc Pr>Fc Espécie 31 204.155494 6.585661 2.454 0.0079 Repetições 1 10.390973 10.390973 3.873 0.0584 Erro 30 80.492927 2.683098 CV (%) 27.5 Média geral 5.9574603 Em relação a analise de variância nota-se que não existe diferença significativa para o fator de variação espécie, sobre a variável DAC, ao nível de 5% de probabilidade e sim para o fator de variação repetições. Todavia, o teste Scott & Knott não revelou diferença significativa para os dados estudados. O resumo da analise de variância para a variável altura (cm) aos 3 meses após o plantio, é representado na tabela 2. Tabela 2 Relatório da Analise de variância para a variável altura (cm), aos 3 meses após o plantio. FV GL SQ QM Fc Pr>Fc Espécie 31 9.012.444944 290.724030 2.045 0.0266 Repetições 1 1.003.296351 1.003.296351 7.056 0.0125 Erro 30 4.265.818699 142.193957 CV (%) 35.82 Média geral 33.2903175 Em relação a analise de variância nota-se que não existe diferença significativa para os fatores de variação espécie e repetições, sobre a variável altura, ao nível de 5% de probabilidade. Por outro lado, o teste Scott & Knott revelou diferença significativa para a variável repetições. Os valores médios em cm da variável altura, para as repetições entre os dois blocos, são demonstradas a seguir: Bloco2 29.235806 a1 e Bloco1 37.218125 a2. Esse resultado deve-se principalmente pela troca de operador na coleta das alturas.

4. CONCLUSÕES A recuperação da área até o momento mostra-se vigorosamente bem sucedida, ao fato de apresentar valores expressivos de crescimento. O bloco1, apresentou uma média em relação à altura de 37.218125 cm e o bloco2 29.235806 cm, essa diferença pode ser explicada especificamente ao fato da mudança de operador na coleta de dados e também seguramente pela maior compactação e exposição do solo pertencente ao bloco 2, tendo em vista que o solo do bloco1 mostra-se mais descompactado e periodicamente mais drenado. Em se tratando do diâmetro a altura do coleto, não existe diferenças significativas para o fator de variação espécie e repetições, em relação ao teste Scott & Knott, a 5% de probabilidade para os efeitos significativos. A média de DAC pertencente ao bloco1 foi de 6.357187 mm e do bloco2 5.544839 mm, sabendo-se da correlação dessa variável com a altura, não se pode notar diferença ao DAC, pelo fato de se utilizar uma metodologia e instrumento mais preciso, como o paquímetro. As espécies que se destacaram foram: Sangra d água (Croton urucurana Baill.), com valores médios de Dac: 8,5 mm e Altura: 44,25 cm, o Pau-viola (Citharexyllum myrianthum cham), com valores médios de Dac: 11,43 mm e Altura: 76,71 cm, ambas de ocorrência natural em terrenos úmidos e/ou matas ciliares (LORENZI, 2002). Até o momento ainda ocorre mortalidade de indivíduos, isso pode ser motivado, da maior para a menor possibilidade: pelo plantio ter ocorrido no início da época de seca, escassa irrigação manual, mato competição, ataque de formigas cortadeiras, e em último caso pela presença de espécies clímax. As próximas operações silviculturais, sugerem a continuidade de capinas e a introdução de espécies leguminosas rasteiras ou arbustivas, para controlar a Brachiaria (Brachiaria spp), auxiliar descompactação do solo e efetivar a fixação de nitrogênio; controle de formigas cortadeiras; replantio de espécies pioneiras e secundárias na estação das chuvas e observação do comportamento das espécies exóticas (Jaca (Artocarpus heterophyllus Lam (3 unidades); Pata de vaca (Bauhinia variegata L) (3 unidades); Flamboyant mirim (Caesalpinia pulcherrima (L.) Sw ) (13 unidades) e Grevilha (Grevillea robusta A. cunn. Ex. R. Br) (1 unidade), com as demais espécies nativas.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LORENZI, H. et al. Árvores Exóticas no Brasil. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2003. 368 p. LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil, vol.1. Nova Odessa, SP; 4º Edição; Editora Platarum, 2002. 368p. LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil, vol.2. Nova Odessa, SP; 4º Edição; Editora Platarum, 2002. 368p. MACEDO, R.L.G.; TSUKAMOTO FILHO, A. de A.; SCOLFORO, J.R.; RONDON NETO, R.M. Efeito do Tempo de Embebição em Água e da Profundidde de Plantio no Estabelecimento de Mudas de Toco de Raiz Nua de Tectona grandis L.f. (TECA) introduzida na Região Noroeste do Estado de Minas Gerais In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE ECOSSISTEMAS FLORESTAIS, 5, Curitiba, 1999. Anais... Rio de Janeiro, Biosfera, 1999b. 4p. (CD ROM-BIO 1225). BOTELHO, SORAYA ALVARENGA. Implantação de matas ciliares. Companhia Energética de Minas Gerais: CEMIG; Lavras; UFLA, 1995. 289p. SAAE Serviço Autônomo de Água e Esgoto. Disponível em: <http://www.saae.gov.br/>. Acesso em: 10 de Abril 2007.