DA ESSÊNCIA DA LIBERTAÇÃO

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Transcrição:

António de Macedo A 366875 DA ESSÊNCIA DA LIBERTAÇÃO ENSAIO ANTROPOLÓGICO A PARTIR DA POESIA DE FÈLIX CUCURULL IMPRENSA NACIONAL-CASA DA MOEDA LISBOA 2002

ÍNDICE Prefácio à 2." edição DA ESSÊNCIA DA LIBERTAÇÃO ENSAIO ANTROPOLÓGICO A PARTIR DA POESIA DE FÈLIX CUCURULL Introdução 17 PRIMEIRA PARTE APRESTAMENTO PARA A DEMANDA DA LIBERTAÇÃO 1.O conceito de libertação segundo o senso-comum 21 2. Análise do conceito corrente de libertação 22 3. O significado dos exemplos mundanos 24 4. Um exemplo radical: o dialelo providência-liberdade 25 5. Liberdade e livre-arbítrio 27 6. A recusa («liberdade») e a entrega («invocação providencial») na sua concretização de estados afectivos 28 7. Identificação ôntica de invocação e liberdade 30 8. Identificação estanciai de mundo e dialelo, justificada na libertação 32 9. Necessidade de uma analítica racional para o estudo da libertação, e seus limites 34 10. Crítica da radicalidade do dialelo 36 292

SEGUNDA PARTE A ESTRUTURA MUNDANA DA LIBERTAÇÃO I PROVIDÊNCIA 41 11. Posição ontológica da invocação dialélica 41 12. A invocação pagã: Pronoia 42 13. Fenomenização possessiva da Pronoia 44 14. A invocação providencial de Plotino 44 15. A providência cristã 45 16. A providência simbólica 46 II FADA 55 17. Raízes tradicionais da intimidade entre a mulher como símbolo de sexualidade e a providência 55 18. Desessencialização privilegiada da mulher 57 19. O mito de Alcitoé: a mulher varonil 59 20. O mito de Tirésias: a mulher circunscrita ao nível de sexo carnal 60 21. O mito de Eurídice: a mulher dominada pelo amor varonil 61 22. A criação cristã da serva resgatada 62 23. Companheira e medianeira: esboço de cumplicidade estanciai entre a mulher e o varão 63 24. Equívocos da correlação entre a mulher e a providência 65 III DESTINO 71 25. Emergência do nível psico-lógico do dialelo para o nível ontológico e interpretação da providência como fatum 71 26. O fatum como autoconsciencialização do Mundo 73 27. O «sentimento» de liberdade e a esperança 74 28. O «sentimento» de liberdade e a razão 75 29. A transfiguração do dialelo providência-liberdade em dialelo destino-razão : 76 30. A génese da razão 77 31. Fatum e antivontade 78 32. O desfasamento racional homem-cosmos como evidência de fatum 79 33. Transcrição poética do desfasamento racional homem-cosmos: desde a tragédia grega à novelística contemporânea 80 34. Certeza da não-invencibilidade do fatum 82 35. Um descaminho dessa certeza: a racionalização do fatum 82 36. Por que é que a racionalização do fatum é um descaminho? 83 IV SILÊNCIO 87 37. Destino individual e destino colectivo 87 38. A radicalidade do gesto para o trânsito entre os dois destinos (individual e colectivo) 88 39. As duas concreções primárias do gesto: a arte e a palavra 89 292

40. A palavra como «voz significável» cujos limites poéticos são o oráculo e a fábula 90 41. O ser da poesia 91 42. O abismo oracular 94 43. A cumplicidade ôntica do homem com a terra é evidência de vitória sobre o fatum 96 44. A descoberta da infinitude pela restituição poética da palavra ao silêncio 98 V ETERNIDADE 100 45. A finitude essencial 101 46. Os trans-cortes da finitude 102 47. O medo perante a infinitude 103 48. O divino como temporal prolongamento, para o infinito, da infinitude 105 49. Tradição civilizacional e tradição pessoal 108 50. Uma transcrição poético-estilística do ser da tradição 109 51. A tradição como conceito de infinitude 110 52. A tradição vocal: as cifras da etimologia 111 53. Primeiro método de decifração étimo-tradicional: da conceitualização da vivência à vivencialização no conceito 112 54. Segundo método de decifração étimo-tradicional: da conceitualização da vivência à desconceitualização pela vivência 114 55. Crítica dos métodos 115 56. Penhor mundano da finitude temporal: a fuga e o medo 118 57. Supremação da infinitude: a eternidade 119 VI MORTE 121 58. A fuga como evidência da existência não-análoga de outrem... 121 59. A existência de outrem como condição de morte no isolamento 124 60. O materialismo mortal 125 61. O significado dos rituais funerários, pagãos e cristãos 127 62. O impasse hinduísta 129 63. A tentativa de solução cristã 130 64. O eterno silêncio como evidência de intransmissibilidade do morrer monopessoal 131 65. A poética concreta do eterno silêncio e a estrutura da libertação 133 TERCEIRA PARTE AS COORDENADAS TENSIONAIS DA LIBERTAÇÃO 66. Recapitulação das fases estruturais do processo libertante 139 67. Recapitulação dos exemplos de transcrição poético-estilística 143 68. O dilema gerado pela essência livre-ou-finita do homem 147 69. As aporias da liberdade-finitude 148 70. Condições psico-onto-lógicas de surgimento da antilibertação... 150 71.Conjúgio 152 293

% 72. Trabalho 154 73. Suicídio 155 74. Transcrição poética da estrutura da antilibertação: exemplificação no suicídio, no trabalho-punição e no adultério 157 75. Insuficiência da psicologia, da lógica e da ontologia para se apreender a libertação-em-si 159 76. Homem-plenitude como limite de libertação não-escatológica do homem-finitude 160 77. O «ser» da libertação segundo as assumpções do entendimento analítico 162 78. O equívoco radical do «ser» da libertação 163 79. Distinção linguística entre o «ser» e o «estar» como primeira evidência da respectiva distinção ôntico-ontológica 164 80. Os limites do ser segundo Heidegger 166 81. Os equívocos do ser de Sartre 168 82. Ser e estar como coordenadas tensionais da libertação 171 83. A temporalidade não é evidência mundana da libertação 172 84. A temporalidade como evidência tensional de liberdade 173 85. A unidade estanciai da libertação 175 86. A libertação como tensão coordenada-coordenante 177 87. Os limites ante-escatológicos da libertação; a significação da angústia existentiva e da morte pré-essencial 177 88. As vias técnicas da libertação 182 Bibliografia 187 294