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JORJÃO - DIÁLOGO Início: - É Paulo filmar é mole..., quero ver... Entra título - Samba é um troço muito melindroso... muito melindroso... muita covardia... mas aquele negócio, é tudo respeito..., ritmista tu pode ver, ritmista é tudo quanto é tipo de elemento, mas quando eu entro na quadra, os caras já entendem o meu olhar, quando eu estou legal quando não estou, eu olho entro na quadra se eu fizer assim olhar pra cara deles, eles já sabe, não preciso nem mandar repete..., eles mesmo faz assim, bota no chão e sai. Só de olhar pra eles! // Mas por que? Por que eles tudo me acompanha? Porque?... eu defendo eles também... protejo eles. Lá... se acontecer alguma coisa com ritmista têm que falar comigo. Num... num pega não mete o pau no cara não. Porque aí vai ter o bicho... O cara fez um erro ali: Ô Jorjão, houve isso, isso.. Chama o cara, conversa com o cara, aí sim, quando não tiver jeito vou levar pra diretoria (DA ESCOLA DE SAMBA) vou falar não quero que saia mais, tá fora da escola,... mas primeiro conversa comigo, vou chamar o cara, vou conversar com o cara. Num pega e vai dando tapa na cara, aí eu vou virar bicho... Tinha um monte de ritmista rebelde aí, que hoje em dia é um dos grandes ritmistas que existem por aí, por que? É tudo no papo. Têm um diretor lá em São Paulo que não conversa, dá baquetada na cabeça dos caras. Tá lá ameaçado de morte lá. Têm um lá que ficou quase paralítico, tomou cinco tiro... por causa de marra de cão, não conversa. Chegô na avenida formei a bateria, primeiro ano meu lá, cheguei na avenida formei a bateria...: Aí Jorjão, pode ir lá pra frente, que aqui atrás quem vacilá fica, é com agente merrmo, é nós na fita! e a bateria passou tranqüila. Por que? É o modo de tratar eles. Nunca joguei a baqueta em ninguém. - Eu chamo o ritmista de bobo da corte, o ritmista é bobo da corte, porque o ritmista tem gostar muito do que ele faz, então ele vai pra avenida sem ganhar nada, estora a mão, ele bate pro povo, ele não brinca carnaval. Ele só ganha calo e cansaço. Isso tem uma avalia. Durante o... quando começa o ensaio... porque tem ritmista que fala assim: Eu sou antigo não preciso ensaiar. Então o ensaio começa em Agosto, é chuva é frio..., então tem aquele ritmista que está desde Agosto ali... ralando... Porque...lá em casa era o seguinte: ia nascendo, o meu pai botava no colo levava pro samba. Tanto que é que a família toda... tinha uma época do carnaval a casa era fechada que todo mundo saía pra desfilar. A minha mãe foi a primeira, primeiro destaque da Mocidade, meu pai foi o segundo

presidente da escola, então agente somos treze irmão e meu pai trabalhava sozinho pra sustentar os treze. Aquele porrada de crioulinhos... chegava dia de pagamento...essa hora todo mundo já tinha tomado banho, todo mundo tomava banho que meu pai ia receber, vinha com os embrulho, todo mundo na janela, uns dançando, minha mãe improvisava um negócio de um show lá, tinha passista, tinha cantor, cada um fazia um troço, tinha cortina, tinha palco e o caramba, quando o ônibus parava, falava: Chegou papai!, a crioulada descia pra pegar os embrulhos Pralellelele!! Pegava o embrulho, quando chegava dentro de casa que abria o embrulho, acabava com tudo de uma vez só: Pralellelel!! Cabou!!! Aí depois no outro dia todo mundo: Mais um mês pra esperar a mesma merda de novo!!!. (Risos) Aí... era o maior barato rapá! Dia de pagamento tinha show e tudo. DEPOIMENTO DA ESPOSA: O Jorge foi casado com outra pessoa e eu também. Eu fui criada praticamente na casa dele. Quando eu comecei a gostar do Jorge, eu tinha de oito pra nove anos. Eu sonhava em me casar com ele. Eu ia pra Mocidade pequenininha, tinha ensaio à tarde de domingo, eu ficava assim babando, aí eu imaginava, ia pra casa dormir e sonhava... eu entrando na igreja com ele, ele abraçado comigo. Eu vivia a minha vida em função desse amor. Ele passava por mim dizia assim: Minha bonequinha quando você crescer eu vou casar com você. Um belo dia, eu vi ele com uma namorada, depois vim saber que era noiva dele. Eu arrumei um namorado... Aí me entreguei foi onde tive a minha filha. Fui mãe aos dez anos. Um olhava pro outro assim era aquela coisa assim, mas ele nunca me faltou com respeito, nunca me namorou, nunca me deu um cantada, nada, nada, aconteceu. A irmã dele um belo dia foi na minha casa, pediu pra eu fazer o cabelo dela, e agente conversando de primeiro amor e tal, já tinham se passado 20 anos. Eu falei: A paixão da minha vida sempre foi teu irmão, ela falou: O que Regilaine?!, aí contei e tal...ela falou mim: E Jorge tá se separando. Isso foi no dia 23 de dezembro, Amanhã quando der meia-noite eu vou trazer ele aqui na tua casa.. Eu falei: É ruim, não vai vir mesmo.... Parece um troço, quando deu quinze pra meia-noite, tô escutando a campainha, a irmã dele gritou: Pode abrir a porta que eu sei que vc está aí dentro, aí abri, Eu trouxe um presente pra você!, era ele, entrou não saiu mais até hoje. (FIM DO DEPOIMENTO DA ESPOSA) Eu quando comecei a tocar com André tava com seis anos de idade. Era o menor da bateria. Ele tinha um apito de madeira que ele tinha o maior ciúme daquele apito Toma. Guarda esse apito pra você. Quando eu cheguei em casa, fui saber... veio a notícia que ele tinha falecido. O Mestre André foi o homem que lançou a paradinha. Inclusive essa Paradinha foi até um troço muito interessante. O André lançou a Paradinha num escorregão que ele levou. Foi fazer um show uma vez ele tomou um escorregão, tinha uma poça d água ele foi faz...ele costumava sambar, então ele tomou um escorregão e caiu, quando ele caiu, a bateria parou, e na época tinha um ritmista que se chamava João Branco, quando viu que ele caiu começou a repicar o repique até ele levantar, ele levantou, João Branco deu a entrada a

bateria subiu. Foi muito aplaudida. Foi onde foi lançada a Paradinha da Mocidade, foi num tombo, num escorregão do Mestre André. Esse aqui foi um troféu na inauguração da Sapucaí. Eu que ganhei, mas só teve esse ano também. Estandarte de Ouro que nós ganhamos em 92 e ganhamos em 91. Esses são os principais, né? Tá ali em cima. Um dois três quatro, cinco, tem um tá lá dentro... são seis anos que existe o troféu Babadinho, que é os melhores do ano pro jornal O Povo. Eu ganhei seis anos consecutivos. Aqui foi troféu Mestre André, foi entregue em 98, : Destaque do Carnaval 1988 (Voz do puxador do samba-enredo na Sapucaí: ) Vamos lá Mestre Jorjão! Está liiiindo lindo lindo lindo lindo lindo lindo lindo...!!! Queira ou não queira eu já prendo a arquibancada. A arquibancada quer ver a bateria do Jorjão passar. Por causa das minhas maluquices, então ninguém sai. Como a imprensa fala: Vem o maluco aí! Não quero saber que escola que é, a escola que eu estiver, é a escola que eu vou lutar, é a escola que eu vou lutar. Só que não tenho medo, não tem aquele negócio um medo de fazer. Eu vou e faço. Eu falo pro ritmista, vamos fazer, se errar a responsabilidade é minha. O samba, funk, como esse ano que tem o Villa-Lobos com a orquestra, tudo é a mesma coisa; é só se ensaiar, se combinar. Tudo é a mesma coisa. Isso aqui é Brasil! No ano do Funk lá na Viradouro botei um Funk na gravação, todo mundo foi contra. Porque naquele ano o Funk estava sendo muito criticado pelas violência que existia. REPÓRTER DA REDE GLOBO: Eu tô aqui entrando no meio da bateria...pra bater um papo com Mestre Jorjão....Mestre! Que história é essa que vai ter uma Parada funk no meio do desfile? MESTRE JORJÃO: É inovação, né?! Eu acho que a bateria pra renovar tem que inovar! Então vamos meter o funk!

REPÓRTER DA REDE GLOBO: Vamos meter o funk mesmo? JORJÃO NO CELULAR: Alô. Oi, já tô indo pra casa já. Ham... tá o carro com a bunda pro alto aqui // Tava sem freio, estourou o burrinho da roda de trás... // Vamos descer, quando eu chegar vou pegar a noite toda! Tem que acabar com isso hoje! Só tá faltando isso aí e as pluma, o esplendor, né, os plumados! JORJÃO: Fala garoto! Tá foda! ENTREVISTADOR - Tá foda hoje, é? Como é que tá aí? JORJÃO - Tô cansado à pampa! Andando que nem um condenado... // Já tamos desde de sexta-feira da semana passada sem ir em casa, dormindo direto, ficando direto na quadra sem dormir, tá fogo! DENTRO DO CARRO JORJÃO - Vou em cinco lugar ainda... MECÂNICO - Se Deus quiser. JORJÃO -...vou em São Gonçalo, perto de São Gonçalo, vou pro Centro de Niterói, vou pro barracão da Viradouro, barracão da Mocidade, Madureira, Cascadura, tô fudido... ó a hora que é! ÁUDIO DO RÁDIO DO CARRO LOCUTOR 1: É o carnaval de amanhã já desfilando na abertura do Carnaval de 1999 na Marquês de Sapucaí à partir das oito da noite. A Tropical estará presente, porque a Tropical está em todas! LOCUTOR 2: Tropical meio-dia e vinte! GRITO DO PUXADOR: A hora é essa!! Lá vem a bateria da Mocidade Independente, não existe mais quente, não existe mais quente, é o festival do povo é a alegria da cidade, salve a Mocidade, salve a Mocidade, salve a Mocidade, salve a Mocidade. O Mestre André sempre dizia: Ninguém segura esta bateria! Padre Miguel é a capital da escola de samba que bate melhor no carnaval FOLIÃO GORDINHO DE CABELOS VERDES

FOLIÃO: Salve Mestre Jorjão! É o homem que comanda a bateria da Mocidade! Tá lindo ele! Escolha de fantasia tem que ver primeiro, porque se eu não gostar eu rasgo...bateria não pode carregar peso nas costas. Essa fantasia nossa aí eu experimentei ela toda; é leve não atrapalha em nada, porque se atrapalhasse eu falava: Não quero!, que a responsabilidade é nossa. O carnavalesco não pode fazer o que ele qué não, ele tem que respeitar o ritmista...! O carnaval hoje em dia, pessoal fala assim: O carnaval é do povo!, onde é que o carnaval é do povo? O carnaval do povo não põe o povo pra desfilar! Hoje o povo não desfila. O povo não tem 450 mirréis, 350 mirréis pra pagar uma fantasia! O povo não tem dinheiro pra comprar um ingresso, porque eles botam os ingressos logo os tubos! Se o povo não tiver televisão em casa pra ver mulher pelada, porque a televisão em casa não mostra a porra do desfile, mostra mulher pelada, artista da televisão! O verdadeiro povo do carnaval não aparece na televisão. Mas infelizmente agente pediu uma reunião pra se conversar isso, agente não é ouvido. Então agente vai acompanhando a barca, porque eu não vou nadar contra a maré, que eu não sou maluco. RITMISTA 1: Chegou a hora! RITMISTA 2 PARA JORJÃO: É agora! RITMISTA 3: Conto com vocês, porra!