Influência do aumento do desemprego na Política Fiscal em 2015 e 2016

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Transcrição:

Influência do aumento do desemprego na Política Fiscal em 2015 e 2016 Abril de 2016 José Ricardo Roriz Coelho Vice Presidente da FIESP Diretor Titular do DECOMTEC

Federação das Indústrias do Estado de São Paulo FIESP PRESIDENTE Paulo Skaf Departamento de Competitividade e Tecnologia DECOMTEC DIRETOR TITULAR José Ricardo Roriz Coelho DIRETORIA Diretor Titular Adjunto Pierangelo Rossetti EQUIPE TÉCNICA Gerente Renato Corona Fernandes Diretores Cassio Jordão Motta Vecchiatti Marco Aurélio Militelli Cláudio Grineberg Mario William Esper Cláudio Sidnei Moura Mauricio Marcondes Dias de Almeida Denis Perez Martins Olívio Manuel de Souza Ávila Eduardo Berkovitz Ferreira Paulo Henrique Rangel Teixeira Eduardo Camillo Pachikoski Rafael Cervone Netto Elias Miguel Haddad Robert Willian Velásquez Salvador Emerson Rocco (Representante do CJE) (Representante do CJE) Fernando Bueno Ronaldo da Rocha Francisco Florindo Sanz Esteban Tarsis Amoroso Jorge Eduardo Suplicy Funaro Walter Bartels Luiz Carlos Tripodo Manoel Canosa Miguez Marcelo José Medela Equipe Técnica Adriano Giacomini Morais Albino Fernando Colantuono André Kalup Vasconcelos Caio de Paiva Garzeri Célia Regina Murad Débora Bellucci Modolo Érica Marques Mendonça Fernando Momesso Pelai Juliana de Souza Luis Menon José Paulo Sergio Pereira da Rocha Silas Lozano Paz Estagiários Caio de Souza Pinto Paoliello Apoio Maria Cristina Bhering Monteiro Flores

Estrutura 1 Objetivos e Sumário Executivo 2 Desemprego: uma das principais consequências da crise 3 Comportamento do emprego formal - 2015 4 Impacto fiscal da perda de empregos em 2015 5 Efeito fiscal estimado da perda de empregos formais em 2016 6 Anexo 1: Cálculo de tributos sobre salários 7 Anexo 2: Cálculo de tributos sobre consumo

Objetivos deste trabalho 4

Objetivos Calcular os impactos do aumento do desemprego na Política Fiscal em 2015, e estimar os efeitos para 2016: o Gastos adicionais com benefícios do seguro desemprego o Redução de arrecadação de tributos sobre folha de salários o Redução de arrecadação de tributos sobre consumo das famílias

Sumário Executivo 6

Impactos fiscais do desemprego em 2015 e 2016 Impactos fiscais em 2015 e 2016 Em % do PIB 2015 2016 0,37% do PIB 0,47% do PIB + 0,10 p.p. Fonte: Elaboração DECOMTEC/FIESP Redução nas receitas com tributos sobre salários Adicional de Gasto do Seguro Desemprego Redução nas receitas de tributos sobre consumo 7

1,56 milhão de empregos formais foram perdidos em 2015: saldo entre admissões e desligamentos, exceto os desligamentos por morte e por aposentadoria. Desemprego em 2015 dados do CAGED: o 3 setores responderam por 79% do recuo do emprego formal: Indústria de Transformação: 36% de participação e redução de 567 mil empregos; Construção Civil: 28%, - 436 mil empregos; Comércio: 15%, -238 mil empregos. 8

Impacto Fiscal do desemprego em 2015 0,37% do PIB: R$ 21,9 bilhões de impacto nas contas públicas em 2015 1. R$ 5,9 bilhões de gastos adicionais com seguro desemprego 2. R$ 16,0 bilhões a menos em tributos, sendo: R$ 13,0 bilhões a menos em tributos sobre a folha de salários R$ 3,0 bilhões a menos em tributos sobre o consumo 9

Impacto Fiscal estimado do desemprego em 2016 0,47% do PIB: R$ 28,6 bilhões de impacto nas contas públicas em 2016 1. R$ 7,7 bilhões de gastos adicionais com seguro desemprego 2. R$ 20,9 bilhões a menos em tributos, sendo: R$ 17,0 bilhões a menos em tributos sobre a folha de salários R$ 3,9 bilhões a menos em tributos sobre o consumo dos trabalhadores 10

Estrutura 1 Objetivos e Sumário Executivo 2 Desemprego: uma das principais consequências da crise 3 Comportamento do emprego formal - 2015 4 Impacto fiscal da perda de empregos em 2015 5 Efeito fiscal estimado da perda de empregos formais em 2016 6 Anexo 1: Cálculo de tributos sobre salários 7 Anexo 2: Cálculo de tributos sobre consumo

Desemprego Uma das principais consequências da crise Uma das consequências mais graves e dramáticas da atual crise econômica é o aumento do desemprego. A taxa de desocupação chegou a 9,0% no último trimestre de 2015. E, já alcançou 9,5% no início de 2016, segundo dados da PNAD mensal. O desemprego está reduzindo a renda familiar, especialmente das pessoas mais pobres integrantes das Classes C, D e E. Especialistas* apontam que, além de reduzir a renda e o poder de compra das famílias, o desemprego: Eleva os problemas de saúde física e mental dos trabalhadores. Aumenta os problemas de violência e criminalidade. Provoca instabilidades políticas e desorganizações sociais e familiares. REINERT, José Nilson. Desemprego: causas, consequências e possíveis soluções. Revista de Ciências da Administração, v. 3, n. 5, p. 45-48, 2001. José Pastore. Desemprego acudir antes que se alastre. Correio Brasiliense. 15/02/2015. 12

Desemprego Uma das principais consequências da crise Com o aumento do desemprego, os mais jovens, que estavam fora do mercado de trabalho, passaram a buscar emprego para complementar a renda familiar, intensificando ainda mais os índices de desemprego. A taxa anual média de desocupação dos jovens de 18 a 24 anos de idade passou de 15,1% em 2014 para 18,8% em 2015. E, no último trimestre de 2015, a taxa de desocupação dos jovens de 18 a 24 anos de idade chegou a 19,4%, patamar elevado em relação à taxa total de 9,0% no mesmo período. O problema fiscal é uma das principais causas da crise econômica, que tem como resultado nefasto o aumento do desemprego. O desemprego, por sua vez, piora a situação fiscal do Governo ao reduzir a arrecadação de tributos e elevar os gastos com o seguro desemprego, ou seja, o desemprego realimenta a crise fiscal. O país precisa fazer um esforço de ajuste, que inclua todas as reformas necessárias, que são condições importantes para a criação e manutenção de um ambiente de negócios favorável, para assim retomar de forma sustentável o crescimento econômico e a geração de empregos. 13

Desemprego Uma das principais consequências da crise Com a crise econômica, fiscal e política, a taxa de desemprego passou de 6,8% em 2014 para 8,5% em 2015. São cerca de 9 milhões de desempregados. Gráfico 4 - Taxa de desocupação das pessoas de 14 anos ou mais de idade, na semana de referência (em %) - Brasil Em razão da sazonalidade, o último trimestre do ano era o de menor taxa de desemprego. No entanto, o último trimestre de 2015 exibiu a maior taxa de desemprego, o que demonstra a gravidade da crise. Fonte: IBGE-PNAD Contínua - Trimestral: Elaboração DECOMTEC/FIESP 14

Estrutura 1 Objetivos e Sumário Executivo 2 Desemprego: uma das principais consequências da crise 3 Comportamento do emprego formal - 2015 4 Impacto fiscal da perda de empregos em 2015 5 Efeito fiscal estimado da perda de empregos formais em 2016 6 Anexo 1: Cálculo de tributos sobre salários 7 Anexo 2: Cálculo de tributos sobre consumo

Comportamento do emprego formal - 2015 Em 2015, foram perdidos 1,56 milhão de empregos formais, considerando o saldo entre admissões e desligamentos, exceto por mortes e aposentarias. Declínio de 3,8% em relação ao estoque de empregos do ano anterior. Gráfico 5 Comportamento do emprego formal celetista sem ajustes* - 2015 Em milhares de postos de trabalho Fonte: MTE/CAGED, Brasil - comportamento do emprego formal celetista sem ajustes janeiro a dezembro de 2015. Elaboração: DECOMTEC/FIESP Saldo entre Admissões (Admissão por primeiro emprego e Admissão por reemprego, reintegração, e Contrato de trabalho por prazo determinado) e Desligamentos (Demissão sem justa causa, término de contrato prazo determinado e término contrato. Demissão com justa causa e Desligamento a pedido). Exceto desligamentos por aposentaria e por morte. *Não inclui declarações entregues fora do prazo. 16

Comportamento do emprego formal por setor 79% da perda de 1,56 milhão de postos de trabalho, em 2015, provêm de três setores: 36% da Indústria de Transformação: 567 mil empregos 28% da Construção Civil: 436 mil empregos 15% do Comércio: 238 mil empregos Gráfico 6 - Comportamento do emprego formal celetista*, 2015 Em milhares de pessoas Fonte: CAGED, Brasil - comportamento do emprego formal sem ajustes janeiro a dezembro de 2015. Elaboração: DECOMTEC/FIESP. * Não inclui declarações entregues fora do prazo, e não inclui desligamentos por aposentadoria e desligamentos por morte. ** Serviços: Administração pública, defesa e seguridade social; Alojamento e alimentação; Artes, cultura, esporte e recreação; Atividades administrativas e serviços complementares; Atividades imobiliárias; Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados; Atividades profissionais, científicas e técnicas; Educação; Informação e comunicação; Saúde humana e serviços sociais; Serviços domésticos; Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais e Outras atividades de serviços. 17 *** SIUP: Serviços industriais de utilidade pública - eletricidade, gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação

Estrutura 1 Objetivos e Sumário Executivo 2 Desemprego: uma das principais consequências da crise 3 Comportamento do emprego formal - 2015 4 Impacto fiscal da perda de empregos em 2015 5 Efeito fiscal estimado da perda de empregos formais em 2016 6 Anexo 1: Cálculo de tributos sobre salários 7 Anexo 2: Cálculo de tributos sobre consumo

4.1 Seguro Desemprego 19

Normas gerais do Seguro desemprego Seguro Desemprego: Assistência financeira temporária para o trabalhador desempregado Pagamento ocorre de 3 a 5 parcelas. o Em 2015, os valores das parcelas eram de R$ 788,00 a R$ 1.385,91. o Em 2016, os valores das parcelas estão entre R$ 880,00 e R$ 1.542,24 Quem tem direito: o Trabalhador formal e doméstico, em virtude da dispensa sem justa causa, inclusive dispensa indireta o Trabalhador formal com contrato de trabalho suspenso em virtude de participação em curso ou programa de qualificação profissional oferecido pelo empregador; o Pescador profissional durante o período do defeso; o Trabalhador resgatado da condição semelhante à de escravo. 20

Seguro desemprego em 2015 Neste trabalho foram considerados os benefícios destinados ao trabalhadores desligados sem justa causa. R$ 35,2 bilhões de gastos com benefícios do seguro desemprego para os trabalhadores dispensados sem justa em 2015. Tabela 1 Benefícios do Seguro Desemprego, 2015 Em R$ bilhões correntes Descrição Benefício R$ bilhões Seguro Desemprego 35,17 Seguro Desemprego Pescador Artesanal 2,75 Seguro Desemprego Bolsa Qualificação 0,15 Seguro Desemprego Trabalhador Doméstico 0,05 Seguro Desemprego Proteção ao Emprego 0,01 Seguro Desemprego Trabalhador Resgatado 0,00 Total 38,13 Fonte: Siga/Brasil. Elaboração DECOMTEC/FIESP. 21

Qual o gasto adicional com o Seguro Desemprego em 2015? 22

Gasto adicional do Seguro Desemprego em 2015 No cálculo do gasto adicional com os benefícios do seguro desemprego, em 2015, foi considerado como parâmetro a taxa média de desemprego do triênio 2012/13/14: 8,5% taxa média de desemprego de 2015 7,1% taxa média de desemprego do triênio 2012, 2013 e 2014. Logo, o gasto adicional do seguro desemprego pode ser expresso pela diferença entre o que se gastaria com a taxa média de desemprego do triênio 2012/13/14 com o que foi efetivamente gasto com a taxa de desemprego de 2015. Fonte: PNAD/IBGE. Elaboração: DECOMTEC/FIESP. 23

Gasto adicional do Seguro Desemprego em 2015 R$ 5,9 bilhões de gasto adicional com benefícios do seguro desemprego em 2015, 0,10% do PIB. O aumento do desemprego, além de gerar problemas socioeconômicos, impacta as contas públicas com elevação dos gastos com seguro desemprego. Gráfico 7 Gasto adicional do Seguro Desemprego - 2015 R$ 5,9 bilhões (0,10% do PIB) foram gastos adicionalmente com benefícios do seguro desemprego em razão da crise econômica. Seguro desemprego Taxa de desemprego Fonte: PNAD/IBGE. SIGA-Brasil. Elaboração: DECOMTEC/FIESP. 24

4.2 Redução da arrecadação de tributos sobre folha de pagamentos 25

Redução da receita de tributos sobre folha de pagamentos A queda do estoque de empregos reduziu a massa de salários, impactando diretamente à arrecadação de tributos sobre folha de pagamentos: Previdência Social (empregado e empregador); Contribuição ao Salário Educação, Riscos de Acidentes de Trabalho, Contribuição a terceiros, FGTS e Imposto de Renda Retido na Fonte rendimentos do trabalho. O valor dos tributos que deixaram de ser arrecadados sobre folha de pagamentos foi estimado por meio das movimentações mensais de admissões e desligamentos, e calculado sobre seus respectivos salários médios mensais. A metodologia está exemplificada no Anexo 1. 26

Redução da receita de tributos sobre folha de pagamentos R$ 13 bilhões (0,22% do PIB) a menos em tributos sobre folha de pagamentos em razão da perda de 1,56 milhão de postos de trabalho. Gráfico 8 Redução de arrecadação de tributos sobre a folha de pagamentos por setor, 2015 Em R$ bilhões R$ 3,9 bilhões (30% do total) provêm da Indústria de transformação, que teve perda de 567 mil empregos em 2015. Fonte: DECOMTEC/FIESP. * Serviços: Administração pública, defesa e seguridade social; Alojamento e alimentação; Artes, cultura, esporte e recreação; Atividades administrativas e serviços complementares; Atividades imobiliárias; Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados; Atividades profissionais, científicas e técnicas; Educação; Informação e comunicação; Saúde humana e serviços sociais; Serviços domésticos; Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais e Outras atividades de serviços. ** SIUP: Serviços industriais de utilidade pública - eletricidade, gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação 27

4.3 Redução da arrecadação de tributos sobre o consumo 28

Redução da receita de tributos sobre o consumo R$ 3,0 bilhões (0,05% do PIB) de redução de receitas de tributos sobre o consumo das famílias (ICMS, IPI, ISS, PIS e COFINS). Gráfico 9 Redução de arrecadação de tributos sobre consumo, 2015 Em R$ bilhões R$ 3,0 bilhões de redução de receitas de tributos sobre o consumo das famílias. Fonte: CAGED/MTE. IBGE. As porcentagens de tributos na renda do trabalhador foram extraídas de PAYERAS, J. A. P. A carga tributária no Brasil e sua distribuição. Elaboração DECOMTEC/FIESP. 29

Total do Impacto Fiscal em 2015 30

Total do Impacto fiscal em 2015 0,37% do PIB, equivalente a R$ 21,9 bilhões de impacto fiscal com a perda de 1,56 milhão de empregos formais no ano de 2015 Gráfico 10 R$ 21,9 bilhões de Impacto Fiscal da perda de 1,56 milhão de empregos formais em 2015 Em R$ bilhões R$ 21,9 bilhões de impacto fiscal: 1. R$ 5,9 bilhões com gastos adicionais com os benefícios do seguro desemprego 2. R$ 16 bilhões a menos em tributos o o R$ 13,0 bilhões a menos em tributos sobre salários R$ 3,0 bilhões a menos em tributos sobre o consumo Fonte: DECOMTEC/FIESP 31

Estrutura 1 Objetivos e Sumário Executivo 2 Desemprego: uma das principais consequências da crise 3 Comportamento do emprego formal - 2015 4 Impacto fiscal da perda de empregos em 2015 5 Efeito fiscal estimado da perda de empregos formais em 2016 6 Anexo 1: Cálculo de tributos sobre salários 7 Anexo 2: Cálculo de tributos sobre consumo

Projeção de aumento do desemprego em 2016 No início de 2016, a taxa de desemprego atingiu 9,5%, segundo a PNAD mensal. 10,1% é a taxa média de desemprego projetada para o ano de 2016. O estoque de postos de trabalho perdidos deverá passar de 1,56 milhão para 1,85 milhão. O aumento do desemprego pressionará ainda mais as contas do Governo Gráfico 11 Projeção do desemprego para 2016 Fonte: PNAD/IBGE. Elaboração Decomtec/FIESP. 33

5.1 Gasto adicional com o Seguro Desemprego em 2016 34

Gasto adicional com o Seguro Desemprego Previsão de R$ 7,7 bilhões de gasto adicional com o seguro desemprego em 2016. 0,13% do PIB poderão ser consumidos com os gastos adicionais com o seguro desemprego. Gráfico 12 Gasto adicional com Seguro Desemprego 2016 Fonte: PNAD/IBGE. SIGA-Brasil. Elaboração: DECOMTEC/FIESP. 35

5.2 Impacto total na arrecadação de tributos 36

Impacto total na arrecadação de tributos R$ 20,9 bilhões de redução de arrecadação de tributos em 2016, equivalente a 0,34% do PIB: R$ 17,0 bi de redução de arrecadação de tributos sobre folha de pagamentos R$ 3,9 bi de redução de arrecadação de tributos sobre consumo Gráfico 13 Frustração de receitas de tributos sobre o consumo e salários R$ bilhões Fonte: PNAD/IBGE. Siga-Brasil. PAYERAS, J. A. P. Elaboração: DECOMTEC/FIESP. 37

Total do Impacto Fiscal em 2016 38

Total estimado do impacto fiscal em 2016 0,47% do PIB, equivalente a R$ 28,6 bilhões, de impacto fiscal estimado em razão do aumento do desemprego em 2016. Gráfico 14 R$ 28,6 bilhões de Impacto Fiscal do desemprego em 2016 Em R$ bilhões R$ 28,6 bilhões correspondem a: 1. R$ 7,7 bilhões de gastos adicionais com o seguro desemprego 2. R$ 20,9 bilhões a menos em tributos R$ 17,0 bilhões a menos em tributos sobre salários R$ 3,9 bilhões a menos em tributos sobre o consumo Fonte: DECOMTEC/FIESP Obs.: O valor estimado dos gastos com seguro desemprego, no ano competência 2016, considera o reajuste da variação do INPC de 11,28%. 39

Comparação 2015 / 2016 40

Impactos fiscais do desemprego em 2015 e 2016 Gráfico 15 Impactos fiscais em 2015 e 2016 Em % do PIB 2015 2016 0,37% do PIB 0,47% do PIB + 0,10 p.p. Fonte: Elaboração DECOMTEC/FIESP Redução nas receitas com tributos sobre salários Adicional de Gasto do Seguro Desemprego Redução nas receitas de tributos sobre consumo 41

José Ricardo Roriz Coelho Vice Presidente da FIESP Diretor Titular do DECOMTEC 42

Estrutura 1 Objetivos e Sumário Executivo 2 Desemprego: uma das principais consequências da crise 3 Comportamento do emprego formal - 2015 4 Impacto fiscal da perda de empregos em 2015 5 Efeito fiscal estimado da perda de empregos formais em 2016 6 Anexo 1: Cálculo de tributos sobre salários 7 Anexo 2: Cálculo de tributos sobre consumo

Exemplo cálculo de tributos sobre salários O Saldo de tributos sobre folha de pagamentos foi calculado por meio dos fluxos mensais de admissões e desligamentos: Exemplo: em Janeiro ocorreram uma (01) Admissão com salário de R$ 1.800, 00 por mês e um (01) Desligamento com salário de R$ 2.500,00. o Saldo de Janeiro: 13 salários no ano (12 meses de salários + 13º salário): fluxo de tributos sobre os salários dos admitidos e dos desligados, abaixo estão calculados os tributos devidos no ano sobre a folha de pagamentos: 01 Admissão: R$ 10.600,20 em tributos sobre folha: Previdência empregador: R$ 4.680,00 Previdência empregado: R$ 2.106,00 Contribuição ao Salário Educação: R$ 585,00 Riscos de Acidente de Trabalho: R$ 468,00 Contribuição a Terceiros: R$ 772,20 FGTS: R$ 1.989,00 IRRF-rendimentos do trabalho: isento 01 Desligamento: R$ 15.685,48 em tributos sobre folha: Previdência empregador: R$ 6.500,00 Previdência empregado: R$ 3.575,00 Contribuição ao Salário Educação: R$ 812,50 Riscos de Acidente de Trabalho: R$ 650,00 Contribuição a Terceiros: R$ 1.072,50 FGTS: R$ 2.762,50 IRRF-Rendimentos do Trabalho: R$ 312,98. Saldo Janeiro R$ 5.085,28 44

Exemplo cálculo de tributos sobre salários Para as admissões e desligamentos dos meses subsequentes, o cálculo compreende tributos sobre os salários do mês do evento (admissão ou desligamento) até o final do ano, acrescidos dos tributos calculados sobre o 13º salário proporcional. O saldo anual de tributos sobre folha de pagamentos das admissões e desligamentos é igual à soma dos fluxos mensais. Total anual de tributos sobre folha de pagamentos = Soma dos saldos mensais Saldo Janeiro Saldo Fevereiro... Saldo Novembro Saldo Dezembro 45

Estrutura 1 Objetivos e Sumário Executivo 2 Desemprego: uma das principais consequências da crise 3 Comportamento do emprego formal - 2015 4 Impacto fiscal da perda de empregos em 2015 5 Efeito fiscal estimado da perda de empregos formais em 2016 6 Anexo 1: Cálculo de tributos sobre salários 7 Anexo 2: Cálculo de tributos sobre consumo

Cálculo de tributos sobre consumo A redução do estoque de 1,56 milhão de postos de trabalho tem efeitos na renda líquida disponível dos trabalhadores. Renda Líquida = Massa de salários dos gastos com o Seguro desemprego A perda de renda reduz o poder de compra das famílias e impacta também sobre a arrecadação de tributos sobre consumo. empregos renda consumo das famílias arrecadação de ICMS, IPI, ISS, PIS e COFINS Sobre o valor da variação da renda líquida foram aplicados os percentuais de tributos que constam na tese de doutorado A carga tributária no Brasil e sua distribuição, de José A. P. Payeras. ESALQ/USP. 2008. 47