REC 2110 Microeconomia II exercícios sobre monopólio

Documentos relacionados
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto Departamento de Economia

Monopólio. Roberto Guena de Oliveira. 11 de outubro de 2013 USP. Roberto Guena de Oliveira (USP) Monopólio 11 de outubro de / 39

Monopólio - Gabarito

Microeconomia II. Prof. Elaine Toldo Pazello. Capítulo 25

TEORIA MICROECONÔMICA I N

Parte II Teoria da Firma

Microeconomia. UNIDADE 7 Aula 7.3. Prof - Isnard Martins

Microeconomia II. Resolução Lista 2 - Capítulos 22 e 23. Profa. Elaine Toldo Pazello

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto Departamento de Economia

Notas de Aula 5: MONOPÓLIO (Varian cap.23) Uma firma em uma indústria Não há substitutos próximos para o bem que a firma produz Barreiras à entrada

Professor: Carlos Eugênio da Costa Finanças Públicas Monitor: Alexandre Sollaci

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto Departamento de Economia

Equilíbrio de Mercado - Gabarito

ECONOMIA. Microeconomia. Estruturas de Mercado Parte 2. Prof.Alex Mendes

Teoria da Firma. Discriminação de preços tarifa em duas partes e concorrência monopolística. Roberto Guena de Oliveira USP. 28 de julho de 2014

2012 Copyright. Curso Agora Eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. Fiscal Economia do Trabalho Demanda e Oferta por Mão de Obra Fábio Lobo

Microeconomia II Lista de Exercícios 3

Concorrência Perfeita

Microeconomia. Prof.: Antonio Carlos Assumpção

Oligopólio. lio. Janaina da Silva Alves

PRO Introdução à Economia

Lista 2 - Apenas os ímpares para entrega dia 18/04/2006 CAPÍTULO 10 PODER DE MERCADO: MONOPÓLIO E MONOPSÔNIO

Monopólio. Varian cap. 24

Sumário. Discriminação de Preços Tarifas Compartilhadas Concorrência Monopolística Modelo de diferenciação de produtos por localização

ISCTE- INSTITUTO UNIVERSITÁRIO DE LISBOA MICROECONOMIA

Conteúdo Programático

Teoria Microeconômica I Prof. Salomão Neves 22/01/17

2 semestre, 2012 EPGE/FGV

2 semestre, 2012 EPGE/FGV

ECONOMIA DAS ORGANIZAÇÕES EXERCÍCIOS DE PROVAS ANTERIORES TMST L.

Teoria Microeconômica I Prof. Salomão Neves 05/02/17

Disciplina de Fundamentos de Economia Curso de Relações Internacionais Docente Responsável Marislei Nishijima

Monopólio Puro. Capítulo 24 (Varian) Monopólio Puro. Porque Monopólios? Monopólio

ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa MICROECONOMIA

Aula 8 de microeconomia Cap 10

Confirme por favor. Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa ECONOMIA I. Nome:

TP043 Microeconomia 28/10/2009 AULA 16 Bibliografia: PINDYCK CAPÍTULO 7 (final) e capítulo 8

Microeconomia II. Estratégias de Preço. Varian Cap: 25 Carlton Cap: 9 & 10

Oferta. Roberto Guena. 1 de outubro de 2013 USP. Roberto Guena (USP) Oferta 1 de outubro de / 29

[Ano] Estruturas de Mercado e Decisão. Campus Virtual Cruzeiro do Sul

Teoria da Firma. Discriminação de preços tarifa em duas partes e concorrência monopolística. Roberto Guena de Oliveira 31demaiode2017 USP

Teoria da Firma. Discriminação de preços tarifa em duas partes e concorrência monopolística. Roberto Guena de Oliveira 31demaiode2017 USP

Aula 8 de microeconomia Cap 10

A prova é constituída por duas partes, sendo a 1ª parte de questões de escolha múltipla e a

MICROECONOMIA TÓPICOS DE RESOLUÇÃO

Estrutura de mercado. Capítulo VII CONCORRÊNCIA PERFEITA CONCORRÊNCIA PERFEITA CONCORRÊNCIA PERFEITA. Características da concorrência perfeita

Parte II Teoria da Firma

Lista de exercícios 5 Microeconomia 1

Parte II Teoria da Firma

FICHA DE AVALIAÇÃO DE MICROECONOMIA

MICROECONOMIA II. Exame 1ª época 25/06/2007. Licenciatura em Economia LEC106

Conteúdo Programático

LISTA DE EXERCÍCIOS PARA A PRIMEIRA PROVA DE ECONOMIA DE EMPRESAS I 2016

Notas de Aula do Curso de Análise Macroeconômica VI - Ibmec. Professor Christiano Arrigoni Coelho

Microeconomia Discriminação de Preços

Teoria dos Jogos. Jogos simultâneos. Roberto Guena de Oliveira USP. 31 de outubro de 2013

Parte II Teoria da Firma

EXAME MODELO 11 DE JUNHO DE 2008 Duração: 2 horas. Grupo I [10 valores]

Lista 6 Gabarito. Capítulo 7. canto, onde L = 4 e K = 0. Nesse ponto, o custo total é $88. Isoquanta para Q = 1

Solução de exercícios selecionados Krugman e Wells capítulo 8

Aula 06 de Fundamentos de Microeconomia -Capítulo 8. Maximização de Lucros e Oferta Competitiva

Microeconomia II. Cursos de Economia e de Matemática Aplicada à Economia e Gestão. AULA 2.2 Oligopólio em Preços (Bertrand)

LES 101 Introdução à Economia

Especialização em Logística Integrada de Produção

Capítulo 14: Mercado para Fatores de Produção

Universidade Federal de Pelotas Disciplina de Direito e Economia Professor Rodrigo Nobre Fernandez. Regras

A Disneyland Dilemma: two-part tariffs for a Mickey Mouse

LISTA DE EXERCÍCIOS 1ª PARTE: Concorrência Perfeita, Concorrência Monopolística, Monopólio e Oligopólio.

PRO Introdução à Economia

Decisões da empresa com poder de mercado

Mercados Competitivos. Copyright 2004 South-Western

Unidade 6 Aplicações do estudo das derivadas

FICHA DE REVISÕES Micro 1

UNIVERSIDADE CATÓLICA PORTUGUESA Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais. Microeconomia

Microeconomia II. Prof. Elaine Toldo Pazello. Capítulo 24

Teoria da Regulação de Monopólios Naturais

ECONOMIA I. PARTE I: Fundamentos de análise económica (1,0 V)

SOLUÇÃO DO SEGUNDO SIMULADO DE MICROECONOMIA DE 2009

6, , , Equilíbrio 3, ,

Monopólio. Copyright 2004 South-Western

TP043 Microeconomia 11/11/2009 AULA 19 Bibliografia: PINDYCK capítulo 10

PARTE I Questões discursivas

Elasticidade e Análise Marginal

Microeconomia I Licenciatura em Economia Finanças - MAEG

Prova de Microeconomia

EXERCICIOS SOBRE: TEORIA DO CONSUMIDOR VII Rendimento total, médio e marginal e conceito de elasticidade aplicado á procura e á oferta

Microeconomia II. Laiz Barbosa de Carvalho

Parte III Mercados. Concorrência Perfeita. Roberto Guena de Oliveira 28 de abril de 2017 USP

Microeconomia I 2004/05

CMg Q P RT P = RMg CT CF = 100. CMg

DFB 2006 Economia para Advogados: Microeconomia. 1 a prova turma A

AULA 10 MERCADOS PERFEITAMENTE COMPETITIVOS

Correção do exame de microeconomia da ANPEC 2017

PRO INTRODUÇÃO A ECONOMIA. Aula 12 Mercados Perfeitamente Competitivos

Parte III Mercados. Concorrência Perfeita. Roberto Guena de Oliveira 28 de abril de 2017 USP

MODELO DE BERTRAND. 1. Modelo de Bertrand - Exposição Inicial

Microeconomia. Maximização de Lucros e Concorrência Perfeita. Prof.: Antonio Carlos Assumpção

Matemática Aplicada à Economia I Lista 3 Cálculo a Várias Variáveis. 1) Use o método das fatias para esboçar os gráficos das seguintes funções:

Custos de produção. Roberto Guena. 18dejunhode2010 USP. Roberto Guena (USP) Custos 18 de junho de / 1

Universidade Federal de Roraima Departamento de Economia

Transcrição:

REC 21 Microeconomia II exercícios sobre monopólio Prof. Dr. Roberto Guena de Oliveira 24 de novembro de 2011 1. A função de custo de uma empresa monopolista é dada por C T(q)=0,5q 2, sendo C T o custo total da empresa e q a quantidade por ela produzida. A função de demanda dessa empresa é p=120 2q na qual p é o preço de demanda. (a) Determine a produção e o preço que maximizam o lucro da empresa. (b) Caso uma agência reguladora queira fazer com que essa empresa produza a quantidade eficiente, qual é o preço máximo que ela (agência) deve impor à empresa? (a) Sabemos que a empresa monopolista maximiza seu lucro ao igualar o custo marginal à receita marginal. O custo marginal é CMg(q)= d dq C T(q)=q. Como a receita total da empresa é RT(q)=q p(q)=120q q 2, a receita marginal é Logo, o monopolista maximiza seu lucro fazendo RMg= d dq RT(q)=120 2q. q=120 2q q=40. O preço que ele irá cobrar é o preço de demanda para esse nível de produção: p=120 40=80. (b) De modo a garantir que o monopolista oferte a quantidade eficiente, a agência reguladora deve estabelecer o preço máximo igual ao preço correspondente ao ponto de cruzamento entre as curvas de demanda e de custo marginal: CMg= p(q) q=120 q q=60. Calculando o preço de demanda para essa quantidade, obtemos o preço a ser fixado pelo regulador: p = 120 60=60. Note que o custo médio do monopolista ao produzir 60 unidades é CM(60)= CT(60) 60 = 0,5 602 60 = 30. Esse valor é inferior ao preço máximo fixado pelo regulador, o que garante que a atividade do monopolista continue viável após a introdução do preço máximo p = 60.

2. Com relação à questão anterior, imagine que o preço do monopolista não seja regulado e que o governo imponha um imposto de R$20,00 por unidade de produto vendida pela empresa. O que ocorrerá com a quantidade vendida pelo monopolista? E com o preço ao consumidor? A introdução desse imposto equivale a reduzir a receita marginal do monopolista em R$ 20,00, isto é, com o imposto, sua receita marginal líquida fica igual à receita marginal bruta, calculada no exercício anterior, menos o imposto: RMg(q)=120 2q 20=0 2q. Obtemos a quantidade a ser produzida pelo monopolista igualando seu custo marginal a essa nova receita marginal: q=0 2q q= 0 3. O preço do monopolista subirá para p=120= 0 3 = 200 3. 2

3. Um monopolista tem uma função de custo de produção dada por c(y)= y 2 na qual c(y) é o custo total associado a produção de y unidades do produto. A função de demanda pelo produto desse monopolista é dada pela expressão p=a b y. Quanto esse monopolista deverá produzir? Qual será o preço por ele praticado? Novamente, tudo o que precisamos fazer é igualar o custo marginal do monopolista à sua receita marginal. O custo marginal é CMg(y)= d d y c(y)=2y. Como a receita total é RT(y)= p y= a y b y 2, a receita marginal será: RMg= d RT=a 2b y. d y Desse modo, a condiçõa de lucro máximo do monopolista é CMg(y)=RMg(y) 2y= a 2b y. Resolvendo para y, obtemos a quatidade a ser produzida pelo monopolista: y m = a 2+2b. Para encontrarmos o preço, substituímos essa quantidade na função de demanda: a p m = a b y m = a b 2+2b = a 1 b 2+2b b 2+ b = a = a 2+2b 2+2b 2+2b 3

4. Um monopolista tem uma função de custo de produção dada por c(y)= y 2 na qual c(y) é o custo total associado a produção de y unidades do produto. A função de demanda pelo produto desse monopolista é dada pela expressão y= ap α. Quanto esse monopolista deverá produzir? Qual será o preço por ele praticado? Para resolver esse exercício, poderíamos igualar, como fizemos no exercício anterior, receita e custo marginais. Todavia, há um caminho um pouco menos árduo. Note que a curva de demanda apresenta elasticidade preço constante igual a ε = α. Lembre-se também que, ao maximizar seu lucro, o monopólio estabelece a seguinte relação entre preço e custo marginal, conhecida como regra do markup: p=cmg 1 1 1 ε Como, ε=α e, conforme vimos no exercício anterior para a mesma função de custo do presente exercício, CMg=2y, obtemos que o preço do monopolista deve ser:. p=2y 1 1 1 α = y 2α α 1 Substituindo nessa equação a condição y= ap α, dada pela função de demanda, obtemos, enfim o preço de equilíbrio do monopolista: 2α α p=ap α 1 p1+α = 2aα 1 2aα α 1 p α+1 m= α 1 A quantidade a ser produzida é obtida substituindo esse preço na função de demanda: α 2aα 1 α 1 y m = a = a 1+α α 1 α 1 2α α 1+α 4

5. Em sala de aula, vimos que, quando há a introdução de um imposto sobre a venda do produto de um monopolista,o resultado sobre o preço praticada por esse monopolista depende do formato da curva de demanda. Se a demanda for linear e o custo marginal constante, por exemplo, vimos que, com a adoção do imposto, o preço cresce 50% do valor desse imposto. Se a demanda apresentar elasticidade-preço constante, por outro lado, vimos que o preço sobe acima do valor do imposto cobrado. O formato da curva de custo marginal também altera a forma pela qual o preço de monopólio é afetado pela introdução de um imposto sobre a venda do produto. Para ver isso, considere novamente o caso de uma demanda linear com fórmula p=a b y. Suponha que a função de custo do monopolista seja dada por c(y)= y 2 na qual c(y) é o custo total associado a produção de y unidades do produto. Quanto o monopolista deve produzir caso seja introduzida uma cobrança de um imposto t sobre a venda de cada unidade do produto? Compare sua resposta com a resposta dada ao exercício 3. De quanto cresce o preço praticado pelo monopolista em consequência da introdução do imposto? Vimos no exercício 3 que, para um monopolista com essa função de custo e essa função de demanda, a receita marginal é RMg=a 2b y e o custo marginal é CMg=2y. Do ponto de vista do monopolista a introdução do imposto gera uma aumento de t em seu custo marginal ou, equivalentemente, uma redução de t em sua receita marginal. Assim, a nova condição de equilíbrio passa a ser CMg+ t = RMg, ou, equivalentemente, RMg t = Cmg. Assim, após a introdução do imposto, o monopolista deve escolher y de modo a fazer CMg+ t= RMg 2y+t= a 2b y y m = a t 2+2b. Substituindo essa quantidade na função de demanda, encontramos o preço a ser praticado com o imposto: p m = a b a t 2+2b a(2+ b)+ bt =. 2+2b A diferença entre o preço com imposto e o preço sem imposto (quando t= 0) é a(2+ b)+ bt 2+2b a(2+ b) 2+2b = bt 2+2b. 5

6. Um monopolista se depara com uma curva de demanda de mercado dada por Q=70 p (a) Se o monopolista pode produzir a custos médio e marginal constantes de CMe=CMg=6, qual o nível de produção que o monopolista escolherá a fim de maximizar os lucros? Qual o preço neste nível de produção? Quais os lucros do monopolista? (b) Assuma, por outro lado, que o monopolista tem uma estrutura de custos em que os custos totais são dados por C(Q)=0,25Q 2 5Q+300. Se o monopolista se depara com a mesma demanda de mercado e receita marginal, qual a combinação preço-quantidade que escolherá agora para maximizar os lucros? Quais serão os lucros? (c) Assuma agora que uma terceira estrutura de custos explique a posição do monopolista, com custos totais dados por C(Q)=0,0133Q 3 5Q+250 Novamente, calcule a combinação preço-quantidade do monopolista que maximiza os lucros. Qual será o lucro? (Dica: faça CMg = RMg como normalmente se faz e use a fórmula quadrática para resolver a equação de segunda ordem para Q.) (d) Faça os gráficos da curva de demanda do mercado, da curva de receita marginal, e das três curvas de custo marginal dos itens (a), (b) e (c). Note que a habilidade de obter lucros do monopolista é restringida por (1) a curva de demanda do mercado (com a qual está associada a curva de receita marginal) e (2) a estrutura de custos subjacente à produção. Para todos os itens, a curva de demanda é a mesma: Q=70 p ou, na forma inversa, p=70 Q. A receita total será, portanto, RT(Q)= pq=70q Q 2 e a receita marginal será a derivada da receita total, isto é, RMg = 70 2Q. Nos itens (a) a (c), para encontrarmos a quantidade produzida, iremos igualar essa receita marginal ao custo marginal. (a) Como o custo marginal é constante igual a 6, o monopolista deverá fazer Substituindo na função de demanda,encontramos O lucro do monopolista será (b) O custo marginal de nosso monopolista será 70 2Q=6 Q=32. P= 70 32=38 π=38 32 6 32=24. CMg= dc(q) dq = 0,5Q 5. 1 Para encontrar a quantidade produzida igualamos esse custo marginal à receita marginal: 0,5Q 5=70 2Q Q=30. O preço cobrado será e o lucro do monopolista será p=70 30=40 π=40 30 C(30)=40 30 0,25 30 2 5 30+300 = 825 1 Observe que se trata de uma função de custo esquisita, pois há valores de Q para os quais o custo marginal é negativo. 6

(c) Para não nos perdermos com números, assumamos que o número 0,0133 que aparece na função de custo seja um arredondamento de 0,0133...=1/75. O custo marginal da empresa é CMg=0,04Q 2 5. 2 Igualando-o à receita marginal, encontramos a quantidade de equilíbrio de nosso monopolista: 0,04Q 2 5=70 2Q 0,04Q 2 + 2Q 75=0 Q=25. O preço será então E o lucro será p=70 2 25=20. 1 π=20 25 75 253 5 25+250 = 00 3. (d) 70 70 CM 60 60 50 RMg 50 40 30 20 0 p(q) π CM=CMg 0 5 15 20 25 30 35 40 (a) Q 40 30 20 0 p(q) π CMg RMg 0 5 15 20 25 30 35 40 (b) Q 70 60 CMg 50 40 30 20 0 p(q) CM π RMg 0 5 15 20 25 30 35 40 (c) Q 2 Essa função de custo marginal também é estranha, pois, para Q pequeno, o custo marginal fica negativo. 7

7. Uma empresa é a única compradora do único insumo que emprega em seu processo de produção. Sua função de produção é y= 5x na qual x é a quantidade empregada desse insumo e y é o produto obtido. O preço de por unidade de seu produto é R$ 50,00 e o preço do insumo é determinado pela função de oferta inversa w = 5x. Determine: (a) A quantidade que a empresa emprega do insumo (b) O preço desse insumo. (c) A quantidade que a empresa deveria empregar do insumo, caso produzisse em condições de eficiência. (d) O peso morto do monopsônio. (a) Encontramos a quantidade empregada do insumo pelo monopsônio ao igualar o custo marginal da contratação desse insumo ao valor de seu produto marginal. Como y= 5x, o produto marginal de x é PMg=5, e, sendo p=50, o valor do produto marginal é 5 50=250. O custo de contratação do insumo é C x = 5x x= 5x 2. Logo, o custo marginal de contratação é CMg x = x. Desse modo, para maximizar seu lucro, o monopsônico deve fazer x= 250 x m = 25. (b) Substituindo x= 25 na função de oferta do insumo, encontramos a que preço ele será contratado: w m = 5 25=125. (c) O nível eficiente (x ) de contratação do insumo é aquele que iguala o preço desse insumo ao valor de seu produto marginal: 5x= 250 x= 50. (d) A perda de peso morto do monopsônio PPM<++> é a área abaixo da curva do valor do produto marginal do insumo (250) e acima da curva de oferta desse insumo (w=5x) calculada entre a contratação do monopsônio, x m, e a contratação ótima, x : PPM= 50 25 (250 5x)d x= 250x 2,5x 2 50 25 = 1562,5 8

8. Refaça o exercício anterior supondo agora que a função de oferta do insumo de produção seja x= w. (a) Como não mudaram os dados referentes à função de produção e ao preço do protuo, o valor do produto marginal segue sendo p PMg=250. Para determinarmos o custo de contratação do insumo em função de x, invertemos a curva de oferta, obtendo w=x 2 e, portano C x = x 2 x=x 3. Logo, o custo marginal de contratação é CMg x = 3x 2. Desse modo, para maximizar seu lucro, o monopsônico deve fazer 3x 2 = 250 x m = 5 3. (b) Substituindo x= 25 na função de oferta do insumo, encontramos a que preço ele será contratado: 2 w m = 5 = 250 3 3. (c) O nível eficiente (x ) de contratação do insumo é aquele que iguala o preço desse insumo ao valor de seu produto marginal: x 2 = 250 x= 5. (d) A perda de peso morto do monopsônio PPM<++> é a área abaixo da curva do valor do produto marginal do insumo (250) e acima da curva de oferta desse insumo (w=5x) calculada entre a contratação do monopsônio, x m, e a contratação ótima, x : PPM= 5 (250 x 2 )d x= 5 3 250x x3 3 = 2500 5 3 3. 3 5 9

9. As empresas Gargantuan possuem o monopólio na produção de antimacassares. Sua fábrica está localizada na cidade de Pantagruel. Não há outra empresa em Pantagruel e a oferta de trabalho lá é dada por W= +0,1L na qual W é o salário diário e L é o número de pessoas-dia de trabalho. Antimacassares são produzidos com uma função de produção Q=L na qual L é a provisão diária de trabalho e Q é o produto diário. A demanda por antimacassares é P= 41 Q na qual P é o preço e Q a quantidade 1.000 vendida diariamente. Econtre: (a) O produto que maximiza o lucro da empresa e o preço a ser cobrado pelo antimacassar. (b) A quantidade contratada de trabalho e o salário diário. Este é um caso diferente do analisado em sala de aula, pois temos uma empresa que é, ao mesmo tempo, monopolista no mercado de seu produto e monopsonista no mercado de seu insumo. Sejam RT(Q) a função que descreve a relação entre a receita dessa empresa com a quantidade produzida, f(l), a função de produção e C L (L) a função que relaciona o custo de contratação do fator à quantidade contratada do mesmo. A empresa deseja maximizar RT(Q) C L (L), sabendo que Q= f(l). Assim o problema dela é encontra L que maximize RT f(l) C L (L). A condição de primeiro ordem requer que f (L) d dq RT= d d L C L isto é, o produto marginal vezes a receita marginal (a receita do produto marginal) deve igualar-se ao custo marginal de contratação do fator de produção L: Vamos usar esse resultado para resolver o exercício. (a) A receita total da empresa é. Então sua receita marginal é O produto marginal do fator L é portanto, a receita do produto marginal é PMg L RMg=CMg L. RT(Q)= P Q=41Q Q2 RMg=41 Q 500. PMg L = d L= d L 00 RMg PMg=4 Q 50. O custo total de contratação do insumo de produção é C L =(+0,1L)L= L+ 0,1L 2

e, portanto, o custo marginal de contratação desse insumo é CMg L = + L 5. Assim, a condição de lucro máximo do monopsonista é 4 Q 50 = + L 5. Para encontrarmos Q, substituímos L= Q/ (função de produção inversa) obtendo 4 Q 50 = + Q 50 Q=.000 Substituindo essa quantidade na função de demanda, obtemos o preço a ser cobrado pelo antimassacar: P= 41 000 00 = 31. (b) Em equilíbrio Q =.000 e, sendo que Q = L, L =.000/ = 1.000. Substituindo na função de oferta de trabalho, ficamos com W= +0,1 1.000=1. 11