INSTRUMENTOS E PARÂMETROS DOS LEILÕES DE A-3 E A-5 DE Instrumentos e Parâmetros da Licitação

Documentos relacionados
ESTUDOS PARA A EXPANSÃO DA GERAÇÃO

ESTUDOS PARA LICITAÇÃO DA EXPANSÃO DA GERAÇÃO

ESTUDOS PARA A EXPANSÃO DA GERAÇÃO

Leilões de Energia Nova 45

Sistemáticas dos Leilões

Ministério de Minas e Energia Consultoria Jurídica

CICLO DE PALESTRAS. PALESTRA DE SERGIO MATHIAS ELETRONUCLEAR

23º Leilão de Energia Nova

Ministério de Minas e Energia Consultoria Jurídica

Leilão de Energia Nova A-4

Hélvio Neves Guerra. Seminário Agro em Questão Energias Renováveis: tornando a agropecuária mais sustentável e econômica

Leilão de Energia Nova A-6

Leilão de Energia Nova A-4

2 Novo Modelo do Setor Elétrico Brasileiro

Ricardo Savoia Gerente de Regulação e Tarifas ANDRADE & CANELLAS 25/10/2011

20º Leilão de Energia Nova

Panorama dos leilões do 2º semestre de 2013

21º Leilão de Energia Nova

A ANEEL e o Marco Regulatório do Brasil. Ivan Camargo Assessor da Diretoria

Ministério de Minas e Energia Gabinete do Ministro

Tema: Oportunidades no Ambiente de Contratação Regulada - ACR

Atendimento à Região Metropolitana de Manaus Solução de Curto Prazo

Reestruturação do Setor Elétrico Brasileiro Desafios e Perspectivas

Reestruturação do Setor Elétrico Brasileiro Desafios e Perspectivas

EPE PETRÓLEO, GÁS E BIOCOMBUSTÍVEIS. Workshop: Desafios e Perspectivas do Setor Sucroenergético no Nordeste. José Mauro Coelho

Eng. JOSIAS MATOS DE ARAÚJO Diretor-Presidente da Eletrobras Eletronorte 11 de novembro de 2013

VOTO. INTERESSADO: Ministério de Minas e Energia e Agentes do Setor Elétrico.

DECRETO Nº 5.163, DE 30 DE JULHO DE 2004

Os Desafios e Oportunidades dos Leilões de Energia

XX Simpósio Jurídico da ABCE. Os 10 anos da Lei /2004, reflexões e perspectivas.

GABINETE DO MINISTRO PORTARIA Nº 444, DE 25 DE AGOSTO DE 2016

Reunião Plenária da ABRAGE. Medidas anunciadas pelo Governo para alívio do caixa das distribuidoras

2 O setor elétrico brasileiro

18º Leilão de Energia Nova

CAPÍTULO II DO PLANEJAMENTO DO ATENDIMENTO AO MERCADO CONSUMIDOR E DA CONTRATAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

POLÍTICA ENERGÉTICA. Mauricio T. Tolmasquim Presidente

Peculiaridades do setor elétrico brasileiro

A CONTRA-REFORMA DA INDÚSTRIA ELÉTRICA BRASILEIRA E A NOVA PERSPECTIVA DE MERCADO

AULA 2 SISTEMA ELÉTRICO BRASILEIRO RAFAEL DE OLIVEIRA RIBEIRO 1

JOSÉ CARLOS DE MIRANDA FARIAS Empresa de Pesquisa Energética EXPANSÃO DA OFERTA DE ENERGIA PLANEJAMENTO E LEILÕES

Os Desafios da Comercialização de Energia nos Mercados Regulado e Livre no Sistema Brasileiro

A Inserção da Energia Eólica no Brasil Mesa Redonda: Energia Eólica

11º FIIEE Minas Gerais. Inventário do Potencial Hidrelétrico Do País

Visão Geral do Novo Modelo e Mudanças Institucionais

Ministério de Minas e Energia Consultoria Jurídica

Leilão de Energia Nova A-4

O papel da EPE nos Leilões de Geração de Energia

CEC de usinas eólicas

VI Conferência de PCHs Mercado & Meio-Ambiente Comercialização de Energia Elétrica Proveniente de PCHs no Brasil

Perspectivas e o papel da fonte solar fotovoltaica no Brasil

CICLO DE PALESTRAS. PALESTRA DE AMÍLCAR GUERREIRO DIRETOR DA EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA (EPE)

FÓRUM DA MATRIZ ENERGÉTICA Tendências Dificuldades Investimentos Política para Energias Alternativas: Biomassa, Solar, Eólica, Nuclear, Gás, PCH

Leilão A-6 de 2017 Preços de Referência dos Combustíveis para as Usinas Termelétricas

Current Scenario and Future Perspectives of the Brazilian Electrical System

Setor Elétrico: perspectivas do mercado, legislação, comercialização de energia e estratégia de precificação. Luiz Fernando Leone Vianna

Perspectiva da Gestão Técnica do Sistema Elétrico TEMA Resultados do Leilão de Expansão de Energia Eólica no Brasil

6 Expansão Energética: custos a longo prazo

TÉRMINO DOS CONTRATOS DE CONCESSÃO DE GERAÇÃO Impacto Econômico das Alternativas

Ministério de Minas e Energia Consultoria Jurídica

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

11 de abril de Paulo Born Conselho de Administração

Art. 1º O Decreto nº 7.246, de 28 de julho de 2010, passa a vigorar com as seguintes alterações:

EDP Investor Day. 5 Anos de IPO EDP no Brasil

Alternativas de Venda de Energia para CGH

Visão Geral do Modelo de Comercialização de Energia no Brasil ABINEE TEC 2007

2 Sistema Elétrico Brasileiro

SNPTEE SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Mecanismo de Leilões e Eficiência Energética

Otimização de Portfólio de Novos Empreendimentos de Energia Através de Leilões Combinatórios

ESTRUTURA DO SEP BRASILEIRO. Profa. Patricia Romeiro da Silva Jota

Projetos fotovoltaicos nos leilões de energia

O COMERCIALIZADOR E A GERAÇÃO DISTRIBUÍDA NO NOVO PANORAMA DO SETOR ELÉTRICO. Walfrido Avila - 06/2002

Gestão da Comercialização na CEMIG. Bernardo Afonso Salomão de Alvarenga Diretor Comercial

ER - TRATAMENTO DA ENERGIA DE RESERVA NA CCEE

A Energia na Cidade do Futuro

Planejamento nacional e Integração elétrica regional. Amilcar Guerreiro Diretor de Estudos de Energia Elétrica

XIII Fórum Nacional de Energia e Meio Ambiente no Brasil. A atuação da CCEE como operadora do mercado brasileiro. 15 de agosto de 2012

ANEXO I: EMENTA DA QUINTA PROVA DE CERTIFICAÇÃO ABRACEEL DE HABILITAÇÃO PARA EXERCÍCIO DE ATIVIDADE DE OPERADOR DO MERCADO DE ENERGIA ELÉTRICA (2016)

SNPTEE SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA GRUPO VII GRUPO DE ESTUDO DE PLANEJAMENTO DE SISTEMAS ELÉTRICOS

Perspectives on the main benefits and opportunities associated with the development of large hydropower projects

Perspectivas do Setor de Energia Elétrica

Comercialização de Energia ACL e ACR

PORTARIA Nº564, DE 17 DE OUTUBRO DE 2014

Figura 2 Participação dos Subsistemas na Garantia Física agregada ao Sistema. Fonte: CCEE

Reflexões sobre a proposta de Separação Lastro Energia. Reunião Técnica na SRG/ANEEL

CUSTOS E TARIFAS DE TRANSMISSÃO

REFORMA DO ESTADO NO BRASIL: REGULAÇÃO E CONCORRÊNCIA

TÉRMINO DOS CONTRATOS DE CONCESSÃO DE GERAÇÃO Impacto Econômico das Alternativas

Encontro Nacional sobre o Futuro das PCHs. Cenário e tarifas do mercado livre e regulado

Módulo 7 Energia de Reserva. Submódulo 7.1 Apurações da energia de reserva

Leilão de Energia de Reserva 1 LER/2016

Roteiro. I. Apresentação da ABRAGE. II. O Novo Modelo do Setor Elétrico. III. Leilões de Energia. IV. Expansão da Oferta

Reflexos nos contratos de financiamento (existentes e novos) e perspectivas dos investidores

Novas do Mercado de Energia

ABINEE TEC Tecnologia e Financiamento do Setor Elétrico. Painel - Financiamento e Perspectivas do Setor Elétrico. Luiz Fernando Leone Vianna

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA ANEEL RESOLUÇÃO N 22, DE 1º DE FEVEREIRO DE 2001

Administrando Contratos e Formando Preços em um Mercado Competitivo 5º Encontro Nacional dos Agentes do Setor Elétrico ENASE 2008

2 DESCRIÇÃO DA REGULAMENTAÇÃO BRASILEIRA

Edição Número 51 de 16/03/2004. Autoriza a criação da Empresa de Pesquisa Energética - EPE e dá outras providências.

Transcrição:

INSTRUMENTOS E PARÂMETROS DOS LEILÕES DE A-3 E A-5 DE 2007 Instrumentos e Parâmetros da Licitação

GOVERNO FEDERAL MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA MME/SPE ESTUDOS PARA A LICITAÇÃO DA EXPANSÃO DA GERAÇÃO Ministério de Minas e Energia Ministro Nelson José Hubner Moreira (Interino) Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético Márcio Pereira Zimmermann INSTRUMENTOS E PARÂMETROS DOS LEILÕES DE A-3 E A-5 DE 2007 Instrumentos e Parâmetros da Licitação Empresa pública, vinculada ao Ministério de Minas e Energia, instituída nos termos da Lei n 10.847, de 15 de março de 2004, a EPE tem por finalidade prestar serviços na área de estudos e pesquisas destinadas a subsidiar o planejamento do setor energético, tais como energia elétrica, petróleo e gás natural e seus derivados, carvão mineral, fontes energéticas renováveis e eficiência energética, dentre outras. Presidente Mauricio Tiomno Tolmasquim Diretor de Estudos Econômicos e Energéticos Amilcar Guerreiro Diretor de Estudos de Energia Elétrica José Carlos de Miranda Farias Diretor de Estudos de Petróleo, Gás e Biocombustível Mauricio Tiomno Tolmasquim (Interino) Diretor de Gestão Corporativa Ibanês César Cássel Coordenação Geral Mauricio Tiomno Tolmasquim José Carlos de Miranda Farias Coordenação Executiva José Carlos de Miranda Farias Equipe Técnica Sergio Henrique Ferreira da Cunha URL: http://www.epe.gov.br Sede SAN Quadra 1 Bloco B 1º andar 70051-903 - Brasília DF Escritório Central Av. Rio Branco, 01 11º Andar 20090-003 - Rio de Janeiro RJ N o EPE-DEE-RE-054/2007-r0 Data: 28 de Maio de 2007

SUMÁRIO 1. OBJETIVO...4 2. FATOR DE ATENUAÇÃO VARIÁVEL (FATOR A)...5 2.1. VALOR MÁXIMO DA FRAÇÃO x... 6 2.2. DEFINIÇÃO DO VALOR DO FATOR a... 7 2.3. EXEMPLO DE CÁLCULO DA FRAÇÃO x... 8 3. PERCENTUAL MÍNIMO DE EA PARA O ACR...9 4. CALCULO DO PAGAMENTO PELO UBP...10 EPE-DEE-RE-054/2007-r0 Instrumentos e Parâmetros da Licitação 3 / 12

1. OBJETIVO Os editais dos Leilões de Energia Nova (LEN), elaborados pela ANEEL, observadas as diretrizes do MME e as normas gerais de licitações e concessões, conterão não só a relação de novos empreendimentos de geração hidrelétrica habilitados tecnicamente pela EPE a participar dos leilões, como também a definição dos seguintes itens, aqui denominados parâmetros da licitação: 1. Estimativa de preço máximo inicial de cada empreendimento hidrelétrico; 2. Fator de atenuação variável (Fator a) para modicidade tarifária do ACR; 3. Percentual mínimo da energia assegurada de cada empreendimento a ser destinada ao mercado regulado (ACR); 4. Cálculo do Pagamento pelo Uso de Bem Público (UBP) 5. Custo marginal de referência (CMR) estabelecido para o leilão; 6. Garantia física estabelecida para cada empreendimento, correspondente à sua Energia Assegurada; A presente Nota Técnica tem por objetivo apresentar a conceituação, a metodologia de cálculo e as justificativas para o estabelecimento dos valores referentes aos itens 2, 3 e 4 acima citados, referentes ao próximo Leilão de Energia Nova, a se realizar em Junho de 2007 LEN A-5/2007. Os demais parâmetros da licitação são objetos de outras Notas Técnicas da EPE. EPE-DEE-RE-054/2007-r0 Instrumentos e Parâmetros da Licitação 4 / 12

2. FATOR DE ATENUAÇÃO VARIÁVEL (FATOR A) Consoante o Art. 21 do Decreto nº. 5.163, de 30 de julho de 2004, para os aproveitamentos hidrelétricos em que eventual parcela da energia assegurada possa ser comercializada no Ambiente de Contratação Livre (ACL) ou utilizada para consumo próprio, o edital de leilão de energia elétrica proveniente de novos empreendimentos deverá prever que parte da receita do empreendimento será destinada a favorecer a modicidade tarifária no? Ambiente de Contratação Regulada (ACR), conforme a fórmula abaixo: onde: V = x. EA. a. (P M P O ) (1) V = valor a ser auferido para favorecer a modicidade tarifária (R$/ano); x = fração da Energia Assegurada da usina destinada ao consumo próprio e à venda no ACL; EA = garantia física da usina em MWh/ano; a = Fator de Atenuação Variável, estabelecido em função dos preços ou quantidades da energia destinada à venda no ACL, ao consumo próprio e ao ACR, cuja forma de cálculo será definida no edital; P M = menor valor entre o custo marginal de referência (CMR) previsto no edital e o custo marginal resultante do leilão (em R$/MWh); P O = valor ofertado (em R$/MWh) para a energia da usina destinada ao ACR. De acordo com o 1º deste mesmo artigo, o valor V assim obtido será então deduzido do montante pago pelos agentes de distribuição ao vendedor, de forma proporcional à quantidade de energia objeto de cada Contrato de Comercialização de Energia no Ambiente Regulado CCEAR. Desta forma, o decreto estabelece que a compensação para a modicidade tarifária (V) será devida por todo e qualquer empreendimento hidrelétrico participante do leilão, que apresente fração x > 0. O decreto estabelece ainda, em seu Art. 27, que todos os vencedores do leilão deverão formalizar os respectivos contratos bilaterais (CCEAR). Note-se, entretanto, que dependendo dos valores de V e do montante pago pelos agentes pela energia vendida, a receita bruta decorrente dos CCEAR pode resultar negativa, conforme ilustra o gráfico da função R(1-x, P O ) abaixo, para uma situação hipotética. EPE-DEE-RE-054/2007-r0 Instrumentos e Parâmetros da Licitação 5 / 12

Receita Bruta do CCEAR 15000 10000 5000 0 Receita do investidor -5000 Po - Preço ofertado S13 S9 S5 S1-10000 -15000 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 Fração (1-x) para o ACR Assim, caso o empreendedor resolva reservar para seu consumo próprio ou para venda no ACL uma fração igual, por exemplo, a 100% da Energia Assegurada da usina (fração de 0% para o ACR), a receita bruta do CCEAR seria negativa, igual a V, o que, além de fugir ao espírito do Art. 21, também não é desejável do ponto de vista operacional. A presente Nota Técnica tem por objetivo indicar, em função dos parâmetros da fórmula (1), como chegar ao valor da fração x que leva a uma receita nula, assim como, propor um valor para o fator a que será utilizado no LEN A-5/2007. 2.1. VALOR MÁXIMO DA FRAÇÃO x Matematicamente, a Receita Bruta auferida pelo empreendedor através dos respectivos CCEAR pode ser calculada da seguinte forma: R = P O. (1-x). EA V (2) Substituindo V, na fórmula acima, por sua expressão (1) tem-se, R = P O. (1-x). EA a. (P M - P O ). x. EA (3) EPE-DEE-RE-054/2007-r0 Instrumentos e Parâmetros da Licitação 6 / 12

Ou ainda, de forma equivalente, R = P O. EA [P O + a. (P M - P O ) ]. x. EA (4) Pela expressão (4) pode-se determinar facilmente o valor da fração x que torna a receita do empreendedor no ACR nula, R = 0. Este valor se constitui em um limite superior para o valor da fração x, a partir do qual a receita R se tornaria negativa. Com base neste critério, pode-se estabelecer então que, x max = P O / [P O + a. (P M - P O ) ] (5) Esta expressão permite determinar o valor máximo da fração x, uma vez fixado o valor do Fator de Atenuação Variável (ou fator a) e conhecido o resultado do leilão, ou seja, os valores finais de P M. e P O. Vale lembrar que, embora os valores finais de P M e P O só sejam conhecidos ex-post, a expressão (5) com o parâmetro a fixado permite que cada empreendedor determine seu valor máximo de x no decorrer do leilão, ou seja, a cada nova rodada do leilão. 2.2. DEFINIÇÃO DO VALOR DO FATOR a Para o próximo Leilão de Energia Nova a se realizar em Junho de 2007 - LEN A-5/2007, considerando que: existe um conjunto de empreendimentos hidrelétricos e termelétricos a serem habilitados pela EPE cuja garantia física total é mais que suficiente para atender à demanda do Ambiente de Contratação Regulada (ACR); a participação relativa da demanda do Ambiente de Contratação Livre (ACL) na demanda total do sistema interligado nacional vem crescendo significativamente, tendo passado de cerca de 6% em 2004 para cerca de 26% em 2006; existe necessidade de se garantir uma oferta de energia também de fontes hidrelétricas para o atendimento da demanda do ACL; decidiu-se desonerar a concessão de empreendimentos hidrelétricos direcionados ao ACL, reduzindo-se o valor (V) da compensação para a modicidade tarifária do ACR por meio da redução do fator a. Desta forma, para este leilão, optou-se por estabelecer um valor do fator a = 0,01 para todos os empreendimentos hidrelétricos. EPE-DEE-RE-054/2007-r0 Instrumentos e Parâmetros da Licitação 7 / 12

2.3. EXEMPLO DE CÁLCULO DA FRAÇÃO x A título de exemplo, considere, por hipótese, que o resultado do leilão forneça os valores P M = 134 e P O = 124 (para um determinado empreendimento hidrelétrico). Neste caso, o valor máximo da fração de EA que poderia ser reservada para consumo próprio ou para venda ao ACL sem acarretar uma receita negativa no CCEAR seria dado por, x max = 124 / [124 + 0,01. (134 124)] = 124/124,1 = 0, 9992 = 99,92% Pode-se verificar também que, para este valor de x max, a receita bruta dos CCEAR deste empreendimento, dada pela expressão (4), seria nula, ou seja, R = [124 (124 + 0,01. (134 124)). (124 / 124,1)]. EA R = [124 124]. EA = 0 EPE-DEE-RE-054/2007-r0 Instrumentos e Parâmetros da Licitação 8 / 12

3. PERCENTUAL MÍNIMO DE EA PARA O ACR O estabelecimento de um valor para o Percentual Mínimo de energia hidrelétrica a ser destinado ao mercado regulado (ACR) é feito analisando-se as características do conjunto de novos empreendimentos hidrelétricos habilitados a participar do LEN A-5/2007 e com base nas seguintes considerações, feitas para este leilão: O suprimento à demanda do ACR está praticamente assegurado tendo em conta a garantia física total do conjunto de empreendimentos hidrelétricos e termelétricos que solicitaram habilitação técnica à EPE para participar do leilão; É necessário incentivar uma participação crescente do investimento privado na expansão do sistema de geração de energia elétrica de forma a suprir a demanda adicional conjunta do ACR e ACL; Por outro lado, considerando também que os empreendimentos hidrelétricos devem contemplar o interesse nacional e contribuir para a modicidade tarifária do ACR, posto que os potenciais hidrelétricos são bens da União, recomenda-se que seja destinado ao suprimento do mercado regulado (ACR) um Percentual Mínimo de energia hidrelétrica equivalente a 10% (dez por cento) da Energia Assegurada dos novos empreendimentos de geração hidrelétrica. Equivalentemente, pode-se dizer que o Percentual Máximo da Energia Assegurada que poderá ser reservado neste leilão pelos empreendedores para uso próprio ou comercialização no ACL será igual a 90% (noventa por cento). Este valor se superpõe ao valor calculado no item anterior pela expressão (5), prevalecendo o que for menor para o empreendimento considerado. EPE-DEE-RE-054/2007-r0 Instrumentos e Parâmetros da Licitação 9 / 12

4. CALCULO DO PAGAMENTO PELO UBP O art. 20, IX, do Decreto nº. 5.163, de 30 de julho de 2004, que regulamentou dispositivos da Lei nº. 10.848, de 15 de março de 2004, estabelece que os editais dos leilões para compra de energia elétrica conterão o valor anual do pagamento pelo Uso do Bem Público (UBP), a ser definido pelo poder concedente. Cumpre ressaltar que este pagamento pelo Uso do Bem Público constitui um custo para o projeto de geração hidrelétrica que se reflete, portanto, nos correspondentes preços da energia elétrica ofertados para o ACR no leilão de energia nova. Ademais, este encargo sobre os projetos hidrelétricos pode comprometer também a sua viabilização na medida em que tais projetos têm como competidores os novos projetos de geração termelétrica que, por não fazerem uso de nenhum bem público, não são onerados por este tipo de pagamento. Por esta razão, o poder concedente, ao definir o valor de pagamento pelo UBP de cada empreendimento licitado, deve buscar uma solução de compromisso entre a maximização dos pagamentos devidos à União pelo uso de um bem público e a minimização do impacto sobre o preço da energia elétrica para os consumidores regulados. Nesse contexto, a ANEEL utilizava uma metodologia, por ela mesma desenvolvida, que se baseava em dois parâmetros fundamentais: (1) o custo marginal de expansão do sistema elétrico, e (2) o custo de produção de energia do projeto. Este método se aproxima da aplicação da metodologia de avaliação de empresas ou negócios com base em projeções de resultados futuros, uma vez que o valor do negócio exploração do potencial hidrelétrico pode ser expresso pela diferença entre a receita de venda de energia (balizada pelo custo marginal de expansão) e a despesa operacional, incluindo o retorno do investimento (balizada pelo custo do projeto). A metodologia proposta preserva a mesma conceituação e filosofia da metodologia da ANEEL. Apresenta-se a seguir as premissas e a metodologia de cálculo do valor de pagamento pelo Uso de Bem Público para novos empreendimentos de geração hidrelétrica, assim como, para aqueles que já possuam concessões, abrangidos pelo art. 17 da Lei nº. 10.848/04 e art. 22 do Decreto nº. 5.163/04, também denominados OUTRO EMPREENDIMENTO na Sistemática para os Leilões de Energia proveniente de Novos Empreendimentos de Geração. METODOLOGIA DE CÁLCULO DO VALOR DE REFERÊNCIA DO UBP O critério proposto para o cálculo do valor de pagamento pelo Uso de Bem Público (UBPref) busca atender aos seguintes objetivos básicos: 1. Não onerar demasiadamente o consumidor, uma vez que o pagamento do UBP será repassado para os preços da energia elétrica; EPE-DEE-RE-054/2007-r0 Instrumentos e Parâmetros da Licitação 10 / 12

2. Dar sinal econômico adequado, em função da atratividade (ou valor) de cada empreendimento de geração hidrelétrica, ou seja, cobrando-se proporcionalmente mais dos empreendimentos mais atrativos. Desta forma, o valor do pagamento pelo UBP relativo a um novo empreendimento (UBPref) será calculado através do seguinte procedimento. Inicialmente, a EPE deverá calcular o valor do Custo Marginal de Referência (CMR) (em R$/MWh) para efeito do leilão. Além disso, a EPE calculará também um Preço de Referência (PR), em R$/MWh, para cada empreendimento habilitado a participar do leilão com base na análise técnica dos dados do empreendimento e de sua garantia física. Em seguida, será estabelecido o Valor Percentual (VP) a ser aplicado sobre a Receita Anual do Empreendimento para se calcular seu UBPref. Este valor será função da atratividade relativa do empreendimento, tendo como limites inferior e superior os valores de 0,5% e de 1,0% respectivamente. A Receita Anual será estimada admitindo-se a venda de toda a Garantia Física do empreendimento para o ACR, ao preço de arremate da energia ao final do leilão. Assim, convencionou-se inicialmente que, para empreendimentos muito atrativos, com um Preço de Referência (PR) inferior ou igual a 1/3 do CMR, deve-se adotar o limite superior, ou seja, VP = 1,0%; inversamente, para empreendimentos pouco atrativos, com PR superior ou igual ao Custo Marginal de Referência (CMR), adota-se o limite inferior, ou seja, VP = 0,5%. Para os demais empreendimentos adota-se um valor proporcional intermediário. Em termos matemáticos, o Valor Percentual (VP) é uma função dada pela seguinte expressão: 1,0, para x < 1/3 VP (x) = (5 3 x) / 4, para 1/3 = x = 1 (1) 0,5, para x > 1 onde, x = PR = CMR = PR / CMR Preço de Referência do empreendimento (R$/MWh) Custo Marginal de Referência (R$/MWh), calculado pela EPE e aprovado pelo MME para efeito do presente leilão. EPE-DEE-RE-054/2007-r0 Instrumentos e Parâmetros da Licitação 11 / 12

A figura abaixo ilustra o gráfico desta função: 1,0 VP (%) 0,5 0 1/3 1 X Desta forma, o valor do pagamento anual do UBP de Referência (em R$/ano), relativo a um empreendimento de geração hidrelétrica qualquer, pode ser calculado durante e ao término do leilão multiplicando se o valor de seu VP (%) pela sua Garantia Física e pelo respectivo PR final, ou seja, UBPref = (NHA/100) VP. GF. PR (2) onde, VP = Valor Percentual a ser aplicado sobre a receita bruta anual do empreendimento; GF = Garantia Física do empreendimento de geração (MWmédio); PR = PREÇO DE REFERÊNCIA para venda da energia no ACR (R$/MWh); NHA = Número de Horas do Ano (adota-se valor igual a 8760). Cabe destacar ainda que o valor do pagamento anual pelo UBPref (R$/ano) assim definido independe da fração de energia assegurada da usina destinada eventualmente ao ACR (f ACR ). EPE-DEE-RE-054/2007-r0 Instrumentos e Parâmetros da Licitação 12 / 12