Revista Contabilidade, Ciência da Gestão e Finanças V. 1, N. 1, 2013 ISSN

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Transcrição:

Revista Contabilidade, Ciência da Gestão e Finanças V. 1, N. 1, 2013 ISSN 2317-5001 http://ojs.fsg.br/index.php/rccgf DA DESCOBERTA DE ANOMALIAS À EMERGÊNCIA DE REVOLUÇÕES CIENTÍFICAS Kadígia Faccin kadigia@gmail.com Doutoranda em Administração UNISINOS. Mestre em Administração UCS. Economista. Faculdade da Serra Gaúcha FSG Fábio Beltrami fabio.beltrami@hotmail.com Mestrando em Filosofia UCS. Especialista em Direito Empresarial UNISINOS. Advogado. Universidade de Caxias do Sul UCS RESENHA Esta resenha tem por objetivo sumarizar as principais ideias sobre o que é ciência normal e a sua relação com os paradigmas, o problema da anomalia e crise, bem como apresentar as idéias de Thomás S. Kuhn sobre a revolução científica, propostas na obra entitulada A estrutura das revoluções científicas publicada em 1962. O ensaio de Kuhn foi motivado pela sua participação em um curso experimental da Universidade de Harvard, durante seus estudos de pós-graduação, quando teve a primeira exposição à história da ciência. As exposições feitas neste curso fizeram com que Kuhn passasse a se dedicar aos estudos de história e filosofia da ciência apesar de sua formação inicial ser Física. Desde então se dedicou ao estudo do processo de desenvolvimento científico, e especialmente na obra citada, o autor apresenta uma visão evolucionária da ciência. O desenvolvimento deste ensaio se deu em 12 capítulos e todos os seus exemplos estão direcionados aos nomes de Copérnico, Newton, Lavoisier e Einstein. Dentre as motivações à dedicação dos estudos, estavam os desacordos expressos entre os cientistas sociais no que diz respeito a natureza dos métodos e problemas científicos legítimos. Conforme relato de Kuhn os primeiros estágios do desenvolvimento da maioria das ciências caracterizaram-se pela continua competição entre diversas concepções de 217

natureza distintas. Para o autor, essa competição deveria ser entendida como a incomensurabilidade de visões de mundo e da prática científica. Desta forma, destacava-se a necessidade de estudar a hibridez de expectativas que atraiam a comunidade científica e comprometiam-na com determinadas visões e práticas. À esta atração e comprometimento, Kuhn reconheceu como paradigma. Um paradigma pode ser entendido como uma visão geralmente aceita desencadeada por realizações científicas que, durante algum tempo fornecem problemas e soluções modelares para uma comunidade de praticantes de uma ciência. A aquisição de um paradigma é um sinal de maturidade no desenvolvimento de um campo científico. Logo, pesquisas baseadas em paradigmas compartilhados estão comprometidas com as mesmas regras e padrões para a prática científica. Como exemplo deste comprometimento e aceitação primeira de um paradigma compartilhado, Kuhn destacou a criação de jornais especializados, a fundação de sociedades de especialistas e a reivindicação de um lugar especial nos currículos de estudo. Além destas práticas, destacou ainda que a aceitação de um paradigma faz com que os relatórios de pesquisa do cientista mudem. Seus escritos aparecerão sob a forma de artigos breves, dirigidos apenas aos colegas de profissão, que conhecem o paradigma partilhado e que demonstram serem os únicos capazes de ler os escritos e compartilhar os saberes ali contidos. Este consenso criado em face da existência da partilha de ideias é pré-requisito para a continuação de uma tradição de pesquisa determinada, denominada nesta obra de ciência normal. Ciência normal significa a pesquisa firmemente baseada em uma ou mais realizações científicas passadas, é um empreendimento que visa refinar, ampliar e articular um paradigma que já existe. Para Kuhn os paradigmas estão estreitamente relacionados com a ciência normal e, ela não pode existir sem um compromisso com eles. Alguns paradigmas são reconhecidos pela comunidade científica porque tem melhores explicações para a resolução de alguns problemas que o grupo de cientistas reconhece como graves. Como a ciência normal não tem como objetivo trazer à tona as novas espécies de fenômenos que não se ajustam aos limites do paradigma, estes frequentemente nem são analisados, ou seja, a maioria dos cientistas ocupa-se com o que Kuhn chama de operações de limpeza. Ou seja, a articulação dos fenômenos já fornecidos pelo paradigma. Logo, desencadeia tal estrita relação: o paradigma força a ciência normal a investigar alguma coisa com profundidade e riqueza de detalhe. A ciência normal orientada por um paradigma apresenta então, apenas três 218

compromissos de investigação científica: determinação do fato significativo, harmonização dos fatos com a teoria e a articulação da teoria, contribuindo para aumentar o alcance e a precisão com os quais o paradigma pode ser aplicado. No que tange aos compromissos que derivam de paradigmas, surgem às regras. A existência de convenções conceituais, teóricas, metodológicas e instrumentais é uma das fontes principais da metáfora que relaciona à ciência normal à resolução de quebra-cabeças. Porém, essas regras não podem especificar tudo aquilo que a prática científica tem em comum. Para Kuhn as regras derivam de paradigmas, mas os paradigmas podem existir sem as regras. Destarte, parece então possível dizer que quando os cientistas não estão de acordo sobre a existência ou não de soluções para os problemas fundamentais de sua área de estudos, então a busca de regras adquire uma função que não possui normalmente. Assim, o período que antecipa a consolidação do paradigma é marcado por debates frequentes e profundos a respeito de métodos, problemas e padrões de solução legítimos. Conforme destacou Kuhn, a ciência normal prepara o caminho para a sua própria mudança. Isso que dizer que por vezes a própria natureza viola as expectativas paradigmáticas que governam a ciência normal e, então desenvolvem-se teorias especulativas e desarticuladas, que indicam o caminho para novas descobertas, emergindo uma anomalia. E, este trabalho só se encerra quando a teoria do paradigma for ajustada, de tal forma que o anômalo se tenha convertido no esperado. Assim a proliferação de versões de uma teoria é um sintoma usual de crise. Crise esta entendida por Kuhn, como a insuficiência do paradigma em explicar os resultados anômalos da pesquisa. Desta forma, ao provocar uma proliferação de versões do paradigma, as regras de resolução do quebra-cabeças da ciência normal torna-se enfraquecida, e acaba permitindo a emergência de um novo paradigma. A transição de um paradigma para outro é antes de tudo uma reconstrução da área de estudos a partir de novos princípios, que por sua vez alteram algumas das generalizações teóricas mais elementares do paradigma, bem como muitos de seus métodos e aplicações. A transição para um novo paradigma é designada no ensaio de revolução científica. Essa ciência que causa revoluções, e é percebida como extraordinária, é concebida por Kuhn como a ciência não-normal. Aqui é importante destacar que a tradição científica normal que emerge de uma revolução é não somente incompatível, mas muitas vezes verdadeiramente incomensurável com aquela que a precedeu. Contudo, a nova teoria não precisa entrar em conflito com qualquer de seus predecessores, dado que o desenvolvimento da teoria defendido por Kuhn 219

não se dá de forma cumulativa e sim evolutiva, isso porque a ciência, para o autor, inclui um conjunto de crenças incompatíveis. Dessa evolução cientifica, emerge uma nova visão de mundo. A percepção que o cientista tem do seu meio ambiente deve ser reeducada, mudam as interpretações que os cientistas dão às observações e as tradições antigas tornam-se irrelevantes e são substituídas por outras. Nesta fase, segundo o ensaio de Kuhn emergem os manuais. Eles são uma forma de comunicar o vocabulário e a sintaxe de uma linguagem científica contemporânea e são produzidos somente a partir dos resultados de uma revolução científica. Eles servem de base para uma nova tradição de ciência normal. O ensaio aborda ainda, a comumente discussão entre quais estudos podem ser considerados ciência, enfatizando que o termo ciência vem sendo reservado para aquelas áreas que progridem mais rapidamente. Kuhn defende que o progresso científico não difere entre as diversas áreas, mas a ausência, na maior parte dos casos, de escolas competidoras que questionem mutuamente seus objetivos e critérios, faz com que a percepção do progresso de uma comunidade cientifica normal seja mais facilmente identificado. Assim, a comunidade científica é um instrumento extremamente eficaz para maximizar o número e a precisão dos problemas resolvidos por intermédio da mudança de paradigma. No decorrer do seu ensaio Kuhn fala que o papel que Popper atribui a falsificação de teoria assemelha-se ao surgimento das anomalias, porém a anomalia não é vista como uma tentativa de falseabilidade. Critica dizendo que a experiência anômala de Popper é importante para a ciência porque gera competidores para um paradigma existente, mas a falsificação trata-se ao contrario, de um processo subsequente e separado, que bem poderia ser chamado de verificação, visto consistir no triunfo de um novo paradigma sobre o anterior. Por fim, o ensaio enfatiza que as revoluções científicas são episódios extraordinários nos quais ocorre alteração de compromissos profissionais. São complementos desintegradores da tradição à qual a atividade da ciência normal está ligada. Ou seja, as revoluções científicas forçam a comunidade a rejeitar a teoria científica anteriormente aceita em favor de outra incompatível com aquela. É por isso que uma nova teoria, nunca ou quase nunca é um mero incremento ao que já é conhecido. Logo, o processo de desenvolvimento científico depende das características da comunidade científica. No desenvolvimento do ensaio, Kuhn proporciona aos leitores a visão de que as transformações de paradigmas são revoluções científicas e as transições sucessivas de um 220

paradigma a outro é o padrão usual de desenvolvimento da ciência amadurecida, caracterizada por estágios sucessivos e por uma compreensão sempre mais refinada e detalhada da natureza. 221