governo do estado de são paulo Camareira



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governo do estado de são paulo Camareira 1

emprego Turismo e hospitalidade Camareira 1

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO Geraldo Alckmin Governador SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA Rodrigo Garcia Secretário Nelson Baeta Neves Filho Secretário-Adjunto Maria Cristina Lopes Victorino Chefe de Gabinete Ernesto Masselani Neto Coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante

Concepção do programa e elaboração de conteúdos Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia Coordenação do Projeto Juan Carlos Dans Sanchez Equipe Técnica Cibele Rodrigues Silva, João Mota Jr. e Raphael Lebsa do Prado Fundação do Desenvolvimento Administrativo Fundap Wanderley Messias da Costa Diretor Executivo Márgara Raquel Cunha Diretora de Políticas Sociais Coordenação Executiva do Projeto José Lucas Cordeiro Equipe Técnica Ana Paula Alves de Lavos, Emily Hozokawa Dias e Laís Schalch Textos de Referência Selma Venco, Clélia La Laina, Dilma Fabri Marão Pichoneri e Paula Marcia Ciacco da Silva Dias Gestão do processo de produção editorial Fundação Carlos Alberto Vanzolini Antonio Rafael Namur Muscat Presidente da Diretoria Executiva Alberto Wunderler Ramos Vice-presidente da Diretoria Executiva Gestão de Tecnologias aplicadas à Educação Direção da Área Guilherme Ary Plonski Coordenação Executiva do Projeto Angela Sprenger e Beatriz Scavazza Gestão do Portal Luiz Carlos Gonçalves, Sonia Akimoto e Wilder Rogério de Oliveira Gestão de Comunicação Ane do Valle Gestão Editorial Denise Blanes Equipe de Produção Assessoria pedagógica: Ghisleine Trigo Silveira Editorial: Adriana Ayami Takimoto, Airton Dantas de Araújo, Amanda Bonuccelli Voivodic, Beatriz Chaves, Beatriz Ramos Bevilacqua, Bruno de Pontes Barrio, Camila De Pieri Fernandes, Carolina Pedro Soares, Cláudia Letícia Vendrame Santos, Lívia Andersen França, Lucas Puntel Carrasco, Mainã Greeb Vicente, Patrícia Pinheiro de Sant Ana, Paulo Mendes e Tatiana Pavanelli Valsi Direitos autorais e iconografia: Aparecido Francisco, Beatriz Blay, Fernanda Catalão, Juliana Prado, Olívia Vieira da Silva Villa de Lima, Priscila Garofalo, Rita De Luca e Roberto Polacov Apoio à produção: Luiz Roberto Vital Pinto, Maria Regina Xavier de Brito, Valéria Aranha e Vanessa Leite Rios Diagramação e arte: Jairo Souza Design Gráfico CTP, Impressão e Acabamento Imprensa Oficial do Estado de São Paulo Agradecemos aos seguintes profissionais e instituições que colaboraram na produção deste material: Fabiana Zichia, Leticia Coscelli, Linson Hotel, Maristela de Souza Goto Sugiyama, Melissa Galdino de Souza, Quality Suites Imperial Hall, Robson Alexandre Divino, Roseli Mendes e Transamérica Prime The World

Caro(a) Trabalhador(a) Estamos felizes com a sua participação em um dos nossos cursos do Programa Via Rápida Emprego. Sabemos o quanto é importante a capacitação profissional para quem busca uma oportunidade de trabalho ou pretende abrir o seu próprio negócio. Hoje, a falta de qualificação é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo desempregado. Até os que estão trabalhando precisam de capacitação para se manter atualizados ou quem sabe exercer novas profissões com salários mais atraentes. Foi pensando em você que o Governo do Estado criou o Via Rápida Emprego. O Programa é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, em parceria com instituições conceituadas na área da educação profissional. Os nossos cursos contam com um material didático especialmente criado para facilitar o aprendizado de maneira rápida e eficiente. Com a ajuda de educadores experientes, pretendemos formar bons profissionais para o mercado de trabalho e excelentes cidadãos para a sociedade. Temos certeza de que iremos lhe proporcionar muito mais que uma formação profissional de qualidade. O curso, sem dúvida, será o seu passaporte para a realização de sonhos ainda maiores. Boa sorte e um ótimo curso! Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia

Caro(a) Trabalhador(a) Você está iniciando um curso que lhe proporcionará formação na ocupação de camareira, arrumadeira ou, ainda, camareiro ou arrumador, profissionais requisitados especialmente, mas não exclusivamente, por hotéis. Neste curso, vamos nos referir à camareira, devido à grande quantidade de mulheres que trabalham nessa função, ficando subentendidas as demais denominações. A área de trabalho é a de turismo e hospitalidade, em franco crescimento no País e com boas perspectivas de obtenção de emprego no presente e no futuro próximo. A proposta, neste curso, é que você possa aperfeiçoar seus conhecimentos prévios e adquirir algumas técnicas e determinados conhecimentos que um profissional precisa dominar para ter um bom desempenho nesse campo de atuação. Na Unidade 1, você fará uma viagem à história do turismo e da hospitalidade, em especial do surgimento da hotelaria no Brasil. Na Unidade 2, será apresentada a classificação dos hotéis em estrelas e suas características de acordo com os serviços prestados, segundo a legislação que rege o setor. O universo de trabalho das camareiras e as histórias reais de algumas delas, com suas trajetórias de vida pessoal e profissional, é o que você verá na Unidade 3. Na Unidade 4, o assunto será a comunicação e sua importância na área de turismo e hospitalidade, quando você terá a oportunidade de praticar a leitura e a escrita. Na Unidade 5, você estudará as características e as atribuições da ocupação descritas no documento oficial do Ministério do Trabalho e Emprego, a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Você também discutirá a importância do hóspede para o estabelecimento hoteleiro, as normas típicas do setor e outros procedimentos que devem ser seguidos para um bom convívio no ambiente profissional. Esperamos que você aproveite o curso, dedicando-se com interesse e compromisso, e, assim, possa prosseguir confiante e mais preparado na sua jornada em busca de um trabalho. Bons estudos!

Sumário Unidade 1 9 As viagens e a hotelaria Unidade 2 27 Classificação dos meios de hospedagem Unidade 3 35 A história da ocupação de camareira Unidade 4 53 A comunicação na ocupação de camareira Unidade 5 77 O campo de atuação da camareira

São Paulo (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia. Via Rápida Emprego: turismo e hospitalidade: camareira, v.1. São Paulo: SDECT, 2013. il. - - (Série Arco Ocupacional Turismo e Hospitalidade) ISBN: 978-85-65278-96-6 (Impresso) 978-85-8312-004-9 (Digital) 1. Ensino Profissionalizante 2. Turismo e Hospitalidade Qualificação Técnica 3. Camareira Mercado de Trabalho I. Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia II. Título III. Série. FICHA CATALOGRÁFICA Tatiane Silva Massucato Arias - CRB-8/7262 CDD: 647.941 CD

U n i da d e 1 As viagens e a hotelaria Giraudon/Bridgeman Art Library/Keystone Vincent van Gogh. O quarto em Arles, 1889. Óleo sobre tela, 57,5 cm x 74 cm. Museu d Orsay, Paris, França. Você é capaz de imaginar quando, pela primeira vez, um ser humano deixou a própria habitação e, deslocando-se no que seria sua primeira viagem, necessitou de condições favoráveis para descansar, alimentar-se, proteger-se ou apenas passar a noite, por exemplo, em outro lugar que não a sua casa? Ou, em lugar de casa, talvez fosse melhor falarmos em caverna? Para termos uma ideia de quando isso aconteceu, precisamos recuperar a história da humanidade, pois se acredita, atualmente, que o ser humano surgiu em um continente e, com o passar do tempo, foi migrando em várias direções até espalhar-se por todos os cantos do planeta. C a m a r e i r a 1 Arco Ocupacional T u r i s m o e Hospita l i d a d e 9

Science & Society Picture Library/Getty Images Os primeiros homens eram nômades, isto é, não tinham moradia fixa, deslocando-se sempre de um lugar para outro em busca de alimento. Se focalizarmos apenas o continente americano, por exemplo, a teoria mais difundida é a de que o homem primeiro ocupou o norte da América, continuou seu movimento migratório em direção ao sul, atingiu a América Central e, por fim, a América do Sul, chegando até o extremo sul do continente. Tribos nômades: homem puxa animal capturado. Ao fundo, um grupo no lago remando numa canoa. Anônimo. Diorama da Children s Gallery, c. 1993. Museu de Ciência de Londres, Inglaterra. Ilustrações: Encyclopaedia Britannica/UIG/Bridgeman Art Library/Keystone Homo erectus. Homo sapiens. Há evidências de que o Homo erectus viveu na atual África, sendo depois suplantado pelo Homo sapiens. Este, há cerca de 100 mil anos, teria se disseminado pelo resto do planeta, com exceção da Antártida. Alguns antropólogos defendem que, nas Américas, essa colonização ocorreu entre 18 e 20 mil anos atrás: o homem, de origem mongol, oriundo da Ásia, teria atingido as Américas pela Beríngia, região que hoje é o Estreito de Bering, e as Ilhas Aleutas, entre o noroeste da América do Norte e o nordeste da Ásia, e que, à época, não estava submersa pelo oceano. Entretanto, Niède Guidon (1933- ), renomada arqueóloga brasileira, encontrou no Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí, evidências de que a presença humana nessa região remonta a 60 mil anos, o que contraria outras teorias sobre a colonização do continente. Nesse sítio, há vestígios do que ela acredita terem sido fogueiras e pedras trabalhadas por seres humanos, mas opositores de Niède afirmam que as peças apontadas por ela apenas sofreram ação de fenômenos naturais. 10 Arco Ocupacional T u r i s m o e Hospita l i d a d e C a m a r e i r a 1

Durante essa trajetória, o homem foi hospedando-se por certo tempo em locais que lhe permitissem garantir segurança, alimentação e repouso, buscando, possivelmente, condições mais confortáveis. Milhares de anos mais tarde, ele percebeu que era possível preestabelecer locais e instalações, assim como serviços que garantissem essas condições em seus deslocamentos. Tais motivações, portanto, eram diferentes daquelas da primeira viagem humana. As primeiras hospedarias Quando se fala em viagem, associam-se, quase involuntariamente, as ideias de turismo e de hospitalidade. Para alguns historiadores, a hospedagem, como atividade econômica do setor terciário de comércio e serviços, teria se iniciado no século VII (7) a.c. (antes de Cristo), em razão de um evento que hoje ocorre a cada quatro anos: as Olimpíadas. IBGE Você sabia? O termo hospitalidade surgiu no Império Romano. Hospitium era o lugar (hospedagem ou pousada) em que viajantes poderiam encontrar abrigo e alimentação deriva de hospes (hóspede). O stabulum (estábulo) acomodava também as montarias e as tabernae (tabernas) vendiam produtos locais, comidas, bebidas e em geral situavam-se à beira das estradas, fora dos povoados. Fonte: Confederação Nacional do Comércio (CNC). Breve história do turismo e da hotelaria. Rio de Janeiro: CNC, 2005. Disponível em: <http://www.cnc.org.br/sites/ default/files/arquivos/breve historicodoturismoedahotelaria. pdf>. Acesso em: 28 jun. 2013. Mapa de parte da Europa com destaque para a Grécia, país onde nasceram as Olimpíadas. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Atlas geográfico escolar. 5. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2009. p. 43. [Mantida a grafia original.] Naturalmente, essas pessoas necessitavam de hospedagem, de alimentação e de outros serviços na cidade e também em outros locais ao longo do percurso, e os que viajavam com o objetivo de assistir aos jogos estavam, sem dúvida, praticando turismo. C a m a r e i r a 1 Arco Ocupacional T u r i s m o e Hospita l i d a d e 11

Em Olímpia, na época, teriam sido edificados balneários e uma enorme estalagem, com área em torno de 10 mil metros quadrados. Ruínas de Olímpia, Grécia Antiga. Com a realização dos jogos, foram sendo criadas estruturas próprias para atender àquelas demandas, e o mesmo ocorreria séculos depois, já no Império Romano do Ocidente (27 a.c. [antes de Cristo]-476 d.c. [depois de Cristo]). Outro exemplo para compreendermos formas mais antigas e rudimentares de abrigar os viajantes e as mercadorias que transportavam, apesar de não ser da região da Itália, são os caravançarás, do Oriente Médio. Bridgeman Art Library/Keystone Walter Zerla/Easypix Richard Dadd. Caravançará em Mylasa, Turquia, 1845. Óleo sobre tela, 21,3 cm x 30,5 cm. Centro de Arte Britânica, Yale, EUA. 12 Arco Ocupacional T u r i s m o e Hospita l i d a d e C a m a r e i r a 1

A expansão do império levava à construção de inúmeras vias para interligação dos locais conquistados, permitindo o transporte e o comércio entre si, e também tornando necessária a criação de estruturas de apoio aos viajantes, mercadores, militares etc. Assistir aos circos e às lutas de gladiadores ou frequentar balneários motivavam inúmeras viagens, e a rede de vias construída estendeu-se pelo império. A Via Appia, que ligava Roma ao sudeste da Itália, era uma dessas estradas. Por essa razão, acredita-se que desse fato surgiu a frase: Todos os caminhos levam a Roma. Marco Scataglini/Easypix Via Appia, antiga estrada de Roma. Novos modos de hospedagem Com a propagação do cristianismo, houve o aumento das peregrinações, muitas em direção à Igreja do Santo Sepulcro, erguida em Jerusalém no ano 326 d.c. (depois de Cristo) pelo imperador Constantino (280-337 d.c. [depois de Cristo]). No século VI (6), elas dirigiam-se também a Roma, daí o termo romeiro. Nessa época, as ordens religiosas mantinham abrigos para viajantes, pobres e doentes, os chamados hospitais, muitos deles junto a mosteiros. Com o aumento das viagens, esses locais tornaram-se incapazes de atender todos os necessitados e terminaram por se dividir entre os abrigos para os enfermos, os hospitais, e os abrigos para os demais, os albergues. A hospedagem, que era gratuita, por caridade, depois passou a ser cobrada, como forma de manter as instalações e os serviços oferecidos. C a m a r e i r a 1 Arco Ocupacional T u r i s m o e Hospita l i d a d e 13

Ruínas do antigo Hospital del Rey, fundado por Afonso VIII (8 o ), em 1195. Atualmente faz parte do campus da Universidade de Burgos, Espanha. Em 1282, foi criada, em Florença, na Itália, a primeira associação que reunia proprietários de estabelecimentos de hospedagem, uma sociedade de donos de pousadas. IBGE Xavier Florensa/Easypix Mapa de parte da Europa com destaque para a Itália. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Atlas geográfico escolar. 5. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2009. p. 43. Antes disso, em 1254, já vigoravam leis de regulamentação dos serviços de hospedagem na França. Dois séculos mais tarde, em 1446, esse fato se deu na Inglaterra. Aí, no século XVI (16), os hospedeiros (hostelers, em inglês) passaram a ser considerados hoteleiros (innholders). 14 Arco Ocupacional T u r i s m o e Hospita l i d a d e C a m a r e i r a 1

As viagens dos povos antigos ocorreram, como vimos, por causa de espetáculos, lazer, negócios, fé e novas motivações que surgiram no decorrer do tempo. Durante o Renascimento, no século XVI (16), muitas viagens tinham objetivo artístico- -cultural, visto que as manifestações artísticas se multiplicavam na Europa. Roma e Florença passaram a ser destinos privilegiados pelas elites. Atividade 1 Renascimento Em dupla, no laboratório de informática, façam uma pesquisa sobre o Renascimento. 1. O que foi? 2. Quando e onde surgiu? 3. Por que recebeu esse nome? 4. Quais artistas se destacaram nesse período? A modernização da hotelaria O desenvolvimento das ferrovias na Europa, no início do século XIX (19), e o surgimento das embarcações movidas a vapor, na segunda metade desse século, fizeram com que a estrutura de hospedagem, boa parte concentrada à beira das estradas, também se instalasse no entorno das estações de trem e dos portos. C a m a r e i r a 1 Arco Ocupacional T u r i s m o e Hospita l i d a d e 15

Uma nova hotelaria então surgiria, primeiramente na Europa e, mais tarde, nos Estados Unidos da América (EUA), deixando de ser privilégio de nobres e aristocratas e passando a atender todos que podiam pagar por ela. Amenities: Palavra inglesa. Produtos de higiene pessoal oferecidos gratuitamente aos hóspedes pelo hotel. Esse novo conceito de hospedagem, como local de conforto acessível a todos que tivessem dinheiro, foi bem representado pelo hotel Tremont House, inaugurado em 1829 na cidade estadunidense de Boston. Ele apresentava como diferencial quartos privados, com portas e fechaduras, para solteiros e para casais (até então eram quartos coletivos), além de ser o primeiro hotel a fornecer sabonetes como cortesia a seus hóspedes, inaugurando, assim, o conceito de amenities (fala-se amênitis ). Boston Public Library Hotel Tremont House, c. 1860. Boston, EUA. Demolido em 1895. As mudanças na hotelaria, portanto, não se restringiram a alterações físicas em hotéis; elas primaram por um novo diferencial, novos padrões de atendimento, com dignidade, respeito e privacidade. Nos anos 1920, nos Estados Unidos da América, Henry Ford (1863-1947) partiu do princípio de que a produção em massa devia vir acompanhada de consumo em massa. 16 Arco Ocupacional T u r i s m o e Hospita l i d a d e C a m a r e i r a 1

Assim, criou um modelo de carro popular e, com o apoio de estratégias de marketing, passou a associar a ideia de bem-estar à de lazer. A construção de mais estradas para automóveis deu espaço, também, ao surgimento de vários hotéis e das viagens conhecidas como stop go stop, que significa ao pé da letra pare, vá, pare. Na década de 1950, o desenvolvimento hoteleiro atingiu seu ápice com o estabelecimento de importantes redes hoteleiras em todo o mundo. Surgimento da hotelaria no Brasil Se você não se lembra dessa parte da nossa história quem foram os bandeirantes, reveja o Caderno do Trabalhador 5 Conteúdos Gerais Repassando a história, que trata dessa questão. Disponível em: <http://www.viarapida.sp.gov. br>. Acesso em: 11 jun. 2013. No Brasil, a ação das bandeiras perdurou do final do século XVI (16) até o início do XVIII (18), tendo contribuído para o comércio de escravos, para a descoberta de ouro e pedras preciosas e para a criação de locais de hospedagem no interior do País. Em torno de alguns deles, com o decorrer do tempo, surgiram povoamentos, que se desenvolveram e se tornaram cidades. Jean-Baptiste Debret. Mercado da rua do Valongo, 1835. Litogravura, prancha 23 do segundo volume da obra Viagem pitoresca ao Brasil. Fundação Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro, RJ Você sabia? Mesmo após a Proclamação da Independência, em 1822, que tornou o Brasil independente de Portugal, o trabalho escravo continuou a existir em nosso País. Apesar das mudanças que estavam acontecendo em todo o mundo e que também influenciavam o desenrolar da política e da economia brasileiras, foram necessários mais de 60 anos para que essa prática fosse abolida, em 1888. C a m a r e i r a 1 Arco Ocupacional T u r i s m o e Hospita l i d a d e 17

Mapa das rotas percorridas pelas bandeiras. ARRUDA, José Jobson de A. Atlas histórico básico. 17. ed. São Paulo: Ática, 2008. p. 39. Em 1808, a transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro e a Abertura dos Portos provocaram grandes alterações na estrutura de hospedagem das estalagens ou casas de pasto do século XVIII (18). Até então, valores da cultura portuguesa eram sinônimo de prestígio social, e um deles era o dever cristão e a tradição de receber os hóspedes com regalias nos próprios domicílios. Inúmeras residências possuíam quartos de hóspedes, o que tornava a atividade hoteleira comercialmente pouco rentável. Os pobres e os viajantes sem contato com moradores, bem como os religiosos em viagem, eram acolhidos em instituições religiosas. Com a chegada da corte, a cidade do Rio de Janeiro se tornou a capital e o centro da vida política e econômica do País, com grande movimentação de pessoas e mercadorias em seu porto. O consequente incremento comercial, político, científico, artístico etc., além de investimentos financeiros internacionais, induziu a criação de muitos estabelecimentos voltados à hospedagem. 18 Arco Ocupacional T u r i s m o e Hospita l i d a d e C a m a r e i r a 1

A própria instalação da corte de Portugal, que trouxe ao País cerca de 10 mil pessoas, provocou alterações, ainda que o príncipe regente tenha expulsado de casa os proprietários das melhores residências para abrigar membros de sua comitiva. A porta desses imóveis foi sinalizada com as iniciais P.R. (de príncipe regente ), o que para o povo significava prédio roubado ou ponha-se na rua. Proprietários de edifícios os transformaram, abrindo lojas, em muitas das quais se instalaram cafés, comandados principalmente por franceses, e criando acomodações para hospedagem nos andares superiores, que conviviam com os albergues já existentes. Essas estruturas, porém, não ofereciam as mesmas condições de conforto e hospedagem que as mantidas no exterior. Mansões, muitas delas antes ocupadas por nobres, foram transformadas em hotéis de luxo, aproveitando o fato de estarem, na maioria, afastadas do centro, privilegiando suas características de requinte, sua inserção em regiões menos ocupadas, com cenário paisagístico atraente etc. O transporte até essas áreas se fazia por meio de tração animal, com rotas de bondes e diligências. Diligência: Veículo puxado por cavalo para transporte de pessoas, bagagens etc. Ainda no início do século XIX (19), o termo hotel, do francês hôtel, passou a ser utilizado para designar outros estabelecimentos voltados ao ato de hospedar. Um hotel que se tornaria famoso é o Hotel Pharoux, inaugurado em 1817, que iniciou como restaurante e somente dois anos mais tarde criou acomodações para hospedagem. Fundação Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro, RJ Friedrich Pustkow. Hotel Pharoux, vistas do Rio de Janeiro, século XIX (19). Coleção Pustkow, Fundação Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro (RJ). C a m a r e i r a 1 Arco Ocupacional T u r i s m o e Hospita l i d a d e 19

O Hotel da Itália, em 1835, bem como outros hotéis, posteriormente, passou a apresentar bandas de música e a promover os primeiros bailes carnavalescos em suas dependências, oferecendo nova alternativa para as elites do Rio de Janeiro e para a atividade do setor. Na Europa, o suíço César Ritz (1850-1918) é considerado o pai da hotelaria moderna, pois criou alguns dos principais conceitos para hotéis de luxo na França, quando ocupou cargos de destaque no gerenciamento de importantes estabelecimentos. Os principais conceitos propostos por Ritz dizem respeito a quartos amplos, toaletes conjugados aos quartos e instalação da recepção do hotel de maneira a centralizar todo o atendimento ao cliente. Em 1898, ele fundou o primeiro hotel que leva seu nome em Paris, na França, rapidamente transformado em rede, com filiais em cidades turísticas como Londres (Inglaterra) e Madri (Espanha). Directphoto.org/Alamy Glow Images Hotel Ritz. Paris, França. 20 Arco Ocupacional T u r i s m o e Hospita l i d a d e C a m a r e i r a 1

Ao mesmo tempo, no Brasil, alguns hotéis já se destacavam. O setor se beneficiou, em São Paulo, com a criação, em 1867, da São Paulo Railway Company, mais tarde Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, voltada para o transporte do café para exportação, e, algumas décadas adiante, com a construção do Hotel Terminus, com 250 apartamentos, e do Hotel Esplanada, ambos já na década de 1920. Anúncio da São Paulo Railway Company. Jornal A Província de São Paulo, 19 mar. 1889. p. 3. Arquivo/AE Hélio Nobre/Museu Paulista Arquivo/AE Anúncio do Hotel Terminus. Jornal O Estado de S. Paulo, 26 jun. 1927. Hotel Terminus, c. 1939. C a m a r e i r a 1 Arco Ocupacional T u r i s m o e Hospita l i d a d e 21

Você sabia? Para se hospedarem em casas de família em São Paulo no século XIX (19), as pessoas deveriam apresentar uma carta de recomendação. Ficar nas casas particulares era uma alternativa para escapar das difíceis condições de higiene e acomodação oferecidas pelas hospedarias da época. Para saber mais, visite o site do Arquivo Histórico Municipal. Disponível em: <http://www. arquiamigos.org.br/info/info24/ i-estudos.htm>. Acesso em: 11 jun. 2013. Arquivo/Agência O Globo No Rio de Janeiro, no entanto, faltavam hotéis na virada do século XIX (19) para o XX (20). O problema era tão grande que o governo, em 1907, decidiu isentar de impostos por sete anos os cinco primeiros grandes hotéis que fossem construídos. Em 1908, foi inaugurado na cidade o Hotel Avenida, seguido pelo Copacabana Palace, em 1923. Hotel Avenida, 1952. Rio de Janeiro (RJ). Em 1908, surgiu em Buffalo, nos Estados Unidos da América, o Statler Hotel, considerado o primeiro hotel moderno, pois já dispunha de portas corta-fogo, fechaduras em todas as portas e interruptor de luz ao lado delas, banheiro privativo nos apartamentos, água corrente, espelho de corpo inteiro, geladeira, telefone etc. Seu proprietário criou um slogan famoso: A room and a bath a dollar and a half ( Um quarto e um banheiro por um dólar e meio ). Nome Como se fala Significado room rum quarto bath/bathroom béf/béf rum banho/banheiro half réf metade, meio 22 Arco Ocupacional T u r i s m o e Hospita l i d a d e C a m a r e i r a 1

Na década de 1920, como já ocorrido anos antes no Rio de Janeiro, a hotelaria conseguiu incorporar-se à vida da elite paulistana. O Esplanada, situado atrás do Theatro Municipal de São Paulo, com 250 apartamentos e instalações luxuosas em seus três restaurantes e salão de chá, transformou-se em ponto de encontro de artistas, homens de negócio e intelectuais. No Rio, o Hotel Glória, aberto em 1922, teria sido o primeiro a adotar os serviços de governança, contratando uma governanta de origem portuguesa. Já o Copacabana Palace, de 1923, constituiria um marco na área ao introduzir o estilo europeu de administração hoteleira. Hotel Glória, na época de sua inauguração. Rio de Janeiro (RJ). Fundação Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro, RJ Você sabia? Em 1960, chegou ao Brasil a romena Colette Lupo Pico, que se tornou bastante conhecida por implantar a governança em estabelecimentos da rede Intercontinental de Hotéis, no Rio de Janeiro. O primeiro hotel dessa rede, inaugurado em 1960 na mesma cidade, teve uma governanta italiana, Lídia Mazzoni. Outra governanta estrangeira, Ilze Dreher, alemã, foi a primeira a se destacar em São Paulo ao trabalhar em um dos dois principais hotéis da cidade naquela época. Anos depois, transferiu-se para outro de maior porte, à frente de um sistema de governança de padrão internacional. A década de 1920 foi marcada, ainda, pelo surgimento da Sociedade Brasileira de Turismo (posteriormente Touring Club do Brasil), que desempenhou importante papel na divulgação do turismo no País, ao ser nomeada pelo governo federal como instituição de fomento ao turismo na América do Sul, vindo a constituir-se no primeiro órgão oficial de turismo brasileiro e de companhias de aviação, que igualmente promoveram e favoreceram as viagens e, em consequência, o turismo e a hotelaria. C a m a r e i r a 1 Arco Ocupacional T u r i s m o e Hospita l i d a d e 23

A instalação de cassinos no Brasil abriu espaço para a criação de inúmeros hotéis-cassinos, que geraram empregos diretos e indiretos no setor. No entanto, com a proibição dos jogos de azar, em 1946, pelo governo federal, houve uma avalanche de falências de hotéis, entre eles o Hotel Quitandinha, localizado em Petrópolis (Rio de Janeiro), e o Grande Hotel, em Águas de São Pedro (São Paulo). Para aprofundar seus conhecimentos sobre a história da hotelaria e obter mais informações da área, você pode consultar outras fontes, como o livro de Luiz Gonzaga Godoi Trigo, Viagem na memória: guia histórico das viagens e do turismo no Brasil (São Paulo: Senac São Paulo, 2002), e o site da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Disponível em: <http://www.cnc.org.br>. Acesso em: 11 jun. 2013. Acervo Senac Grande Hotel. Águas de São Pedro (SP). Datas importantes para o turismo no Brasil: criação de associações e empresas 1936 Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih) 1945 Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que criaria, em 1955, o Conselho de Turismo e a Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares 1953 Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav) 1958 Comissão Brasileira de Turismo (Combratur) 1966 Empresa Brasileira de Turismo (Embratur), voltada ao planejamento e à execução da Política Nacional de Turismo 24 Arco Ocupacional T u r i s m o e Hospita l i d a d e C a m a r e i r a 1

Datas importantes para o turismo no Brasil: criação de associações e empresas 2002 Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil, para representar os interesses do setor hoteleiro na regulamentação e criação de normas para o setor 2004 Câmara Empresarial do Turismo, com vistas a modernizar o setor Fontes: Confederação Nacional do Comércio (CNC). Breve história do turismo e da hotelaria. Rio de Janeiro: CNC, 2005. Disponível em: <http://www.cnc.org.br/sites/default/files/arquivos/brevehistoricodoturismoedahotelaria.pdf>; Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). História. Rio de Janeiro: CNC, 2013. Disponível em: <http://www.cnc.org.br/cnc/ sobre-cnc/historia>; Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB). Disponível em: <http://www.fohb.com.br>. Acessos em: 28 jun. 2013. Atividade 2 Para entender os motivos das viagens Em grupo de até cinco pessoas, reflitam sobre as motivações para viagens na atualidade, respondendo às seguintes questões. 1. Quais são as necessidades dos viajantes ou hóspedes? 2. Quais são as condições ideais de hospedagem? 3. Compartilhem com a turma as respostas que vocês discutiram. C a m a r e i r a 1 Arco Ocupacional T u r i s m o e Hospita l i d a d e 25

Atividade 3 Informações importantes para minha formação profissional Nesta Unidade, você conheceu alguns aspectos do surgimento do setor de turismo e hospitalidade. Faça um resumo das principais informações que considerou importantes para sua formação profissional. Giraudon/Bridgeman Art Library/Keystone Félix Edouard Vallotton. A criança doente (Helene Chatenay), 1892. Óleo sobre tela, 74 cm x 100 cm. Acervo particular. 26 Arco Ocupacional T u r i s m o e Hospita l i d a d e C a m a r e i r a 1