EIXO 4 ENERGIAS RENOVÁVEIS E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA VERSÃO PRELIMINAR
Contexto O mundo vive atualmente o desafio de seguir com seu processo de desenvolvimento socioeconômico com recursos cada vez mais escassos. Uma população crescente e consumindo mais tem cada vez menos oferta relativa de recursos para garantir suas demandas essenciais e sua qualidade de vida, exigindo cada vez mais do planeta para extrair suas necessidades e para dispor os resíduos de seu consumo. Nesse cenário, os objetivos de qualquer planejamento energético passam estrategicamente pela busca da segurança energética e pela preocupação com a preservação do meio ambiente. Duas linhas estratégicas de planejamento energético ganharam força neste âmbito: o desenvolvimento de energias alternativas e as ações de conservação de energia. Nesse contexto, a partir de estudos técnicos aprofundados para diagnosticar o setor energético do município dentro do âmbito do Plano Fortaleza 2040, é consenso afirmar que o município de Fortaleza possui três vocações energéticas principais. São elas: 1. Consumo eficiente de energia; 2. Geração distribuída de energia elétrica; 3. Aproveitamento energético de resíduos. Dessas vocações, definiu-se como VISÃO DE FUTURO para o setor energético de Fortaleza como: Capital modelo do Brasil em 2040 na eficiência energética, na qualidade do ar que aqui se respira e na baixa pegada de carbono, ofertando parcela relevante de sua demanda energética ao posicionar-se como referência nacional na geração distribuída e no aproveitamento energético de resíduos do município. Para isso, METAS foram estabelecidas a partir de projeções de cenários e demandas por energia no município no horizonte dos próximos 25 anos. O Plano Fortaleza 2040 propõe o comprometimento da cidade para que em 2040: os ganhos com medidas de eficiência energética sejam equivalente de 20% da demanda de energia daquele ano; 100% dos resíduos gerados na cidade e não reciclados sejam aproveitados energeticamente; Fortaleza seja uma geradora líquida de energia elétrica (montante de energia gerada seja maior que a consumida). Esse documento visa propor ações para o atingimento dessas metas, fruto de discussões amplas e participativas com especialistas, autoridades e interessados do setor energético do Município e do Estado. Plano de Ações Estratégicas ENERGIA FORTALEZA 2040 Página 2
POLITÍCAS RELACIONADAS Lei 10.295/2001 Política Nacional de Eficiência Energética; Lei 12.305/2010 Política Nacional de Resíduos Sólidos; Lei 13.103/2001 Política Estadual de Resíduos Sólidos do Ceará; Lei 8.408/1999 Política Municipal de Resíduos Sólidos de Fortaleza; Resolução 687/2015 Política Nacional de Geração Distribuída; Resolução COEMA Nº 3 DE 03/04/2016 Geração Distribuída no Ceará; Plano Nacional de Eficiência Energética; Plano Nacional sobre Mudança do Clima; Plano Estadual de Energia do Ceará; Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Fortaleza; Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica PROCEL; Programa Nacional de Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás Natural CONPET; Programa de Desenvolvimento da Geração Distribuída de Energia Elétrica ProGD. Plano de Ações Estratégicas ENERGIA FORTALEZA 2040 Página 3
PLANO DE AÇÃO Vide Anexo 1 RESUMO DOS INVESTIMENTOS E CUSTOS Privado Investimentos R$ 15.220.970.527,19 Custos R$ 300.000,00 Público Federal R$ 23.450.000,00 R$ 57.800.000,00 Público Municipal R$ 1.382.188.231,63 R$ 42.220.500,00 Total R$ 16.626.608.758,82 R$100.320.500,00 Plano de Ações Estratégicas ENERGIA FORTALEZA 2040 Página 4
Proposta Justificativa Instrumento legal Inclusão de sistemas de geração distribuída em novas construções públicas ou construções de programas com apoio governamental. Razoável rentabilidade de empreendimentos de geração distribuída, especialmente em construções ainda "na planta". Criação de fundo municipal, alimentado por ganhos econômicos reais na esfera municipal pelos resultados do Plano de Energia Fortaleza 2040. Obrigação de emissão de informações de consumos e produção que permitam a reunião de dados para a gestão dos indicadores de eficiência energética do município. Parcela dos ganhos econômicos trazidos pelo Plano de Energia Fortaleza 2040 para município poderiam ser regressados para novos investimentos Disponibilização de dados importantes para medição de indicadores de desempenho e gestão dos resultados. Aprimoramento da regulamentação federal quanto à micro e minigeração distribuída para fomento à geração de renda (não apenas compensação). Aperfeiçoamento do sistema tributário nacional, estadual e municipal de maneira a oferecer mecanismos de reais incentivos tributários municipais para o investimento nas vocações energéticas de Fortaleza. Aprimorar regulamentação sobre encargos presentes no preço da energia elétrica sobre investimentos obrigatórios em Eficiência Energética para que as propostas sejam apreciadas por entidade de regulação local (estadual ou municipal) pertinente, em linha com os programas e diretrizes estratégicos locais. Atualização dos padrões de construção para aproveitamento do potencial de eficiência energética e micro/minigeração distribuída em Fortaleza. Obrigatoriedade da atribuição do gerenciamento descentralizado do consumo energético nas esferas públicas, para cada gestor local; e da promoção de medidas de otimização da gestão energética em órgãos públicos. Baixa ocupação do potencial de micro-geração motivada apenas pela compensação do consumo elétrico. Isenções de impostos municipais tem impacto irrelevante na rentabilidade de investimentos nas vocações energéticas de Fortaleza. Projetos de P&D financiados pelos encargos obrigatório não estão necessariamente alinhados com as demandas estratégicas do Fortaleza 2040. O Estado e o Município não tem a oportunidade de apreciar a aprovação dos projetos. Em alguns casos, apenas a União. Atualmente os empreendimentos de micro e minigeração envolvem muitos refazimentos na implementação e ineficiências operacionais futuras devido aos padrões de construção obsoletos. Muitos prédios públicos não tem seu consumo energético gerido pelo seu gestor. Obrigatoriedade legal da elaboração e gestão do Plano de Gestão de Eficiência Energética para Indústria e Serviços. Regulamentar "Tarifa Branca" ao consumo elétrico residencial. Maximizar a implementação de medidas de Eficiência Energética na Indústria e Serviços. Amortecer a demanda de energia em horário de pico no sistema de distribuição do município. Plano de Ações Estratégicas ENERGIA FORTALEZA 2040 Página 5
Limites de emissão relativa de CO2 para veículos e indústrias no município, e obrigatoriedade de uso de instrumentos e sensores de medição de consumo energético e emissões em veículos e indústrias. Aprimoramento da regulamentação para ampliação do mercado livre de energia elétrica a todos os setores de consumo. Criar instrumentos que assegurem segurança jurídica nos contratos de suprimento de resíduos para empreendimentos de reciclagem, reuso e aproveitamento energético. Aperfeiçoar regras de contratação e despacho para empreendimento de geração de termoeletricidade a partir de resíduos sólidos urbanos. Baixa qualidade atual do ar de Fortaleza e elevados gastos públicos com enfermidades cardiorrespiratórias. Promover a concorrência e competitividade entre as distribuidoras de energia elétrica para todos os setores, inclusive residencial. Atualmente o fornecimento de resíduos para potenciais empreendimentos industriais de aproveitamento está concentrado sob a responsabilidade de uma única empresa (ECOFOR), conferindo risco de negócio importante. Empreendimentos de resíduo não têm a mesma competitividade que os de biomassa, e não podem ficar parados, com lixo estocado, esperando o despacho da ONS. Plano de Ações Estratégicas ENERGIA FORTALEZA 2040 Página 6
MODELO INSTITUCIONAL A execução e controle do Plano de Energia Fortaleza 2040 deverão utilizar-se das melhores práticas de gestão de programas e projetos, incluindo, sem limitar-se a: Estruturação de equipe executiva da Prefeitura Municipal de Fortaleza com gerência sobre o Plano, de maneira integrada com os planos dos demais Eixos; Mobilização e eleição periódica de um Comitê Gestor, com representantes dos governos, iniciativa privada, universidades e sociedade; Estabelecimento de métricas para medidas de desempenho das linhas de ações do plano; Estabelecimento do plano de integração e comunicação, incluindo a publicação anual de Relatório de Demonstrações de Resultados; Atualização do Plano de Energia Fortaleza 2040 a cada 5 anos. Plano de Ações Estratégicas ENERGIA FORTALEZA 2040 Página 7