EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ AUXILIAR DA PROPAGANDA DO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MATO GROSSO - TRE/MT.

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Transcrição:

EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ AUXILIAR DA PROPAGANDA DO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MATO GROSSO - TRE/MT. Notícia de Fato nº 1.20.000.001036/2014-76 O MINISTÉRIO PÚBLICO, pelo procurador eleitoral auxiliar signatário, vem à presença de Vossa Excelência, com suporte Resolução TSE nº 23.390, bem como do disposto no artigo 36, caput da Lei nº 9.504/97, oferecer REPRESENTAÇÃO POR PROPAGANDA ELEITORAL EXTEMPORÂNEA em face de DONIZETTE JOSÉ DE OLIVEIRA, brasileiro, empresário, nascido em, inscrito no CPF sob o nº e no RG sob o nº, podendo ser localizado na empresa de sua propriedade RONDOSEG Corretora de Seguros, Av. Dom Wunibaldo, 817, Centro, Rondonópolis-MT, (66) 3421-5533. pelos motivos fáticos e jurídicos a seguir delineados.

1. DOS FATOS A Exma. Juíza Eleitoral da 10ª ZE/MT, Dra. Maria Mazarelo Farias Pinto, recebeu em 15/04/2014 denúncia anônima, com foto (fls.04/05), noticiando que: Um veículo Hilux Toyota, placa NPK 2020 -Rondonópolis-MT, que traz na parte de trás de sua carroceria um adesivo fixado com foto e nome do pré-candidato à Presidência da República, Aécio Neves, bem como do seu partido político (PSDB) e o número da suposta candidatura (45). Por entender configurada a propaganda extemporânea, no exercício de seu poder de polícia, a magistrada determinou que o Oficial de Justiça realizasse diligência no estabelecimento Comercial Rondoseg, pois também havia adesivo publicitário dessa empresa no automóvel, para verificar se o dono do veículo se encontrava no local e intimá-lo da retirada do adesivo em 48 horas. Também determinou a intimação dos diretórios municipal e estadual do Partido da Social Democracia Brasileira-PSDB para conhecimento e que, se responsáveis pela propaganda, passassem a se abster de produzir e distribuir. Conforme certidão de fl.12, a diligência foi exitosa, sendo encontrado o proprietário da caminhonete Hilux fotografada, Sr. Donizette José de Oliveira, tendo, após tomar ciência da decisão, retirado o adesivo, consoante fotos de fls.14/15. O Diretório Estadual do PSDB, por sua vez, manifestou às fls.23/26, no sentido de que não confeccionou, distribuiu ou divulgou a referida propaganda, nem mesmo tinha conhecimento da sua existência, não conhecendo o proprietário do veículo.

Posteriormente, os autos foram encaminhados ao Promotor Eleitoral da 10ª Zona Eleitoral, em Rondonópolis, Dr. Antonio Moreira da Silva, que requisitou novas diligências (fls.29/30) no sentido de verificar junto ao proprietário do veículo a origem do adesivo ( Quem o produziu, qual gráfica ou empresa, recebeu de quem, quando, onde, em que circunstância e quem mais o recebeu ), sendo deferido os pedidos pela juíza (fl.32). O oficial de justiça certificou que o sr. Donizete respondeu aos questionamentos o seguinte: que foi ele que mandou fazer, sendo produzido na gráfica Fixa Printe no mês de março e que não deu para outras pessoas (fl.35). À fl.37, o Promotor Eleitoral manifestou no sentido de ser requisita da Gráfica Fixa Printe a nota fiscal referente aos adesivos de propaganda eleitoral e, depois, remessa dos autos à Procuradoria Regional Eleitoral, pleito acolhido pela magistrada (fl.39). A empresa Mais Adesivos Serviços de Comunicação Visual Ltda-ME peticionou às fls.45/55, alegando que não possui a nota fiscal relativo ao material gráfico pois fazia parte de um brinde, haja vista o Sr. Donizete ser tradicional cliente. Relata que concedeu como brinde uma tiragem de 50 (cinquenta) unidades sendo parte alusivos à Campanha Terapêutica Divina Providência (entidade de assistência aos usuários de drogas) e 10 (dez) deles relativos ao Partido Político e candidato. Sustenta que o próprio cliente determinou o conteúdo do adesivo partidário, obtendo na internet as imagens. Ressalta que o funcionário da empresa que atendeu a solicitação não sabia se tratar de irregularidade eleitoral. Os autos aportaram nesta Procuradoria em 03/07/2014. 2- DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Em que pese não haver elementos que comprovem a participação, ou o conhecimento acerca da propaganda extemporânea por parte do candidato beneficiado, restou plenamente comprovada a prática da propaganda eleitoral antecipada por parte do Representado (já que veiculou propaganda eleitoral extemporânea mediante adesivo colado na parte traseira de seu veículo automotor). De fato, a propaganda eleitoral antecipada, em geral, pode ser identificada por meio da menção a nomes e números de candidatos/partidos, cargos pretendidos, slogans, elogios públicos etc. No entanto, para a caracterização da propaganda eleitoral extemporânea não se faz imprescindível a solicitação de votos, porquanto a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral ao longo das eleições vem caminhando no sentido de que propaganda eleitoral (do qual a antecipada/extemporânea é espécie) é aquela que leva ao conhecimento geral, ainda que de forma dissimulada, a candidatura (mesmo que apenas postulada, na forma de précandidatura) e a ação política que se pretende futuramente desenvolver. Nesse sentido, é de notório conhecimento bem como consta em uma simples pesquisa em diferentes jornais e mídias da rede mundial de computadores, cujo resultado segue anexo, que AÉCIO NEVES foi escolhido pela convenção nacional do PSDB em 14/06/2014 para concorrer como candidato a Presidente da República nas eleições deste ano. Ocorre que, nos termos da Resolução TSE nº 23.390, bem como do disposto no artigo 36, caput da Lei nº 9.504/97, está proibida a divulgação de propaganda e publicidade eleitoral, direta ou indireta, por qualquer meio de divulgação, destinada a conquistar votos, antes do dia 06 de julho do corrente ano. No caso dos autos, há pedido expresso de voto ou apoio junto ao eleitorado

local, em favor do candidato AÉCIO NEVES. Na hipótese dos autos, não há dúvida de que, face o manifesto interesse político-eleitoral do Sr. AÉCIO NEVES, a divulgação de apoio à futura candidatura já anunciada, com ou sem o conhecimento do referido candidato, com afixação de adesivos em automóveis particulares (sejam pessoas físicas ou jurídicas), encontra-se em manifesta ilegalidade com as citadas normas reguladoras da eleição em curso. Vale dizer, a demonstração de apoio a um determinado candidato, antes de sequer iniciado o período permissivo de propaganda, incute antecipada e injustamente no subconsciente dos eleitores a existência daquela candidatura, resultando em prejuízo aos demais concorrentes ao mesmo cargo. Ainda, verifica-se que os dizeres contidos no referido automóvel demonstram claramente apoio a uma candidatura eleitoral na próxima eleição, constando inclusive o possível número do candidato, seu nome e cargo almejado. Nesse sentido já se manifestou o Tribunal Superior Eleitoral: REPRESENTAÇÃO. PROPAGANDA ANTECIPADA. CARACTERIZAÇÃO. ADESIVO. CONTEÚDO ELEITORAL. AFIXADO. AUTOMÓVEL. 1. Nos termos da reiterada jurisprudência desta Corte deve ser entendida como propaganda eleitoral antecipada qualquer manifestação que, previamente aos três meses anteriores ao pleito e fora das exceções previstas no artigo 36-A da Lei n 9.504/97, leve ao conhecimento geral, ainda que de forma dissimulada, a candidatura, mesmo que apenas postulada, a ação política que se pretenda desenvolver ou as razões que levem a inferir que o beneficiário seja o mais apto para a função pública. 2. In casu, o adesivo afixado no automóvel de propriedade da representada faz menção clara ao pleito, embora de forma indireta, e evidencia, expressamente, a candidatura apoiada.

3. Verificada a conotação de campanha presente na mensagem, é de se reconhecer a prática de propaganda eleitoral antecipada. 4. Por tratar-se de pessoa física e, ausente qualquer notícia acerca da reiteração da conduta, a multa deve ser aplicada no mínimo legal. Homenagem ao princípio da razoabilidade. 5. Representação julgada procedente. (TSE, Representação nº 203142, Acórdão de 20/03/2012, Relator(a) Min. MARCELO HENRIQUES RIBEIRO DE OLIVEIRA, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Tomo 95, Data 22/05/2012, Página 111 ) A realização de propaganda antecipada, por sua vez, sujeita o responsável à multa, no valor de R$ 5.000,00 a R$ 25.000,00, ou ao equivalente ao custo da propaganda, se este for maior, conforme o 3º do artigo 36 da Lei nº 9.504/97. Portanto, a conduta ora narrada enseja a cabível reprimenda no âmbito eleitoral, diante da propaganda extemporânea que restou caracterizada. 2. DO PEDIDO Ante o exposto, o Ministério Público Eleitoral requer: a) a condenação do Representado pela propaganda eleitoral antecipada ao pagamento da multa prevista no artigo 36, 3º, da Lei nº 9.504/97, cujo valor deve ser fixado levando em conta o alcance do meio utilizado (no caso, a multa deve ser fixada no mínimo legal); b) requer, ainda, a notificação do Representado, para oferecimento de defesa no prazo legal (art. 96, 5º, da Lei n.º 9.504/97).

Por fim, protesta provar o alegado por todos os meios admissíveis, inclusive testemunhal e documental, se necessário. Cuiabá/MT, 08 de julho de 2014. Marco Antonio Ghannage Barbosa Procurador da República Procurador Eleitoral Auxiliar