UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LIANE RAMPINELLI WILLEMANN IMPLICAÇÕES PROVENIENTES DE ERROS EM OPERAÇÕES DE IMPORTAÇÃO.

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Transcrição:

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LIANE RAMPINELLI WILLEMANN IMPLICAÇÕES PROVENIENTES DE ERROS EM OPERAÇÕES DE IMPORTAÇÃO Florianópolis 2010

1 LIANE RAMPINELLI WILLEMANN IMPLICAÇÕES PROVENIENTES DE ERROS EM OPERAÇÕES DE IMPORTAÇÃO Relatório de estágio apresentado ao Curso de Graduação em Relações Internacionais da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharelado em Relações Internacionais. Orientadora: Professora Beatrice Maria Zanellato Fonseca Mayer, Msc. Florianópolis 2010

2 LIANE RAMPINELLI WILLEMANN IMPLICAÇÕES PROVENIENTES DE ERROS EM OPERAÇÕES DE IMPORTAÇÃO Este Relatório de Estágio foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharelado em Relações Internacionais e aprovado em sua forma final pelo Curso de Graduação em Relações Internacionais da Universidade do Sul de Santa Catarina. Florianópolis, 23 de novembro de 2010. Professora Orientadora: Beatrice Maria Zanellato Fonseca Mayer, Msc. Universidade do Sul de Santa Catarina Prof.º Álvaro José de Souto Msc. Universidade do Sul de Santa Catarina. Prof.º Paulo Ricardo Guimarães de Paula, Esp. Universidade do Sul de Santa Catarina

3 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente à Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) por estar sempre presente e por proporcionar uma estrutura de qualidade. Agradeço aos professores, aos quais, durante esses anos de estudos, expuseram seus conhecimentos na área de Relações Internacionais, servindo como guia na produção deste trabalho. Agradeço também à Map Logistics pela oportunidade de realização do estágio e a todos os colegas de trabalho pelo ótimo ambiente profissional, em principal, à Cíntia Grasiela Alves, por não ter medido esforços ao ceder as mais diversas informações solicitadas. Sou grata de maneira especial a professora orientadora, Beatrice Maria Zanellato Mayer, pelos incentivos contínuos e pelo seu tempo dedicado a ler e corrigir todo o trabalho para concretizar este estudo. E a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a realização, sendo através de apoio ou trocas de informações.

4 RESUMO A globalização faz com que o cenário internacional cresça proporcionalmente às necessidades dos países em expandir suas necessidades. Em decorrência do atual cenário global, inúmeras organizações buscam ampliar sua esfera de atuação, erguendo uma idéia associada ao investimento direto com outros países. A elaboração deste estudo surgiu em decorrência da crescente atuação das empresas no ramo de importação, ao qual propôs apresentar a maneira como a empresa Map Logistics depara-se na prestação de seus serviços, indicando alternativas de padronização de alguns procedimentos de importação. Através deste trabalho, apuraram-se os riscos e as conseqüências de erros no processo de importação, permitindo assim, que a empresa atenda de maneira mais apropriada seus clientes, além de permitir o aperfeiçoamento dos serviços prestados. Palavras-chaves: Globalização; Comércio Exterior; Map Logistics; Importação.

5 ABSTRACT Globalization makes international commerce grow proportionately to the needs of countries to expand. Many organizations seek to increase there reach of cooperation, because of this better market enhancement through direct investment in other countries. This study has come up considering the growing demand for companies in the import and export business. It intends to discuss on the way in witch the company Map Logistics carries on its business, indicating some alternatives to standardize some logistics procedures in the import process. This study explain the risks and consequences of errors in the import process, thus permitting that companies help there clients in the appropriate way, as well as perfecting this services rendered. Keywords: Globalization. International trade. Map Logistics. Import.

6 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Quadro 1 Incoterms: responsabilidades do exportador e do importador...33 Quadro 2 Base de cálculo do Imposto de Importação...40 Quadro 3 Base de cálculo IPI...41 Quadro 4 Base de cálculo do COFINS...41 Quadro 5 Base de cálculo do PIS...42 Quadro 6 Base de cálculo do ICMS...42 Quadro 7 Preço Relativo à Tarifa Aeroportuária de Armazenagem da Carga Importada...51 Organograma 1 Aspectos do processo de importação...52 Organograma 2 Estrutura funcional da empresa Map Logistics...54 Quadro 8 Atividades desenvolvidas pela empresa Map Logistics...55 Quadro 9 Documentos necessários para a atividade de importação...69 Quadro 10 Informações para cotação de frete internacional...70 Quadro 11 Vantagens e desvantagens dos tipos de transportes...71

7 LISTA DE SIGLAS ANAC Agência Nacional de Aviação Civil APEX Agência de Promoção de Exportação e Investimentos AWB Air Way Bill BACEN Banco Central do Brasil B/L Bill of Lading CCI Câmara de Comércio Internacional CFR Cost and Freight CI Comprovante de Importação CIF Cost, Insurance, and Freight CIP Carriage and Insurance Paid to COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social CPT Carriage Paid to CRT Conhecimento Rodoviário de Transporte DAF Delivered at Frontier DDP Delivered Duty Paid DDU Delivered Duty Unpaid DECEX Departamento de Operação de Comércio Exterior DECOM Departamento da Defesa Comercial DEINT Departamento de Negociações Internacionais DEPLA Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comércio Exterior DEQ Delivered Ex Quay DES Delivered Ex Ship DI Declaração de Importação EXW Ex Works FAS Free Alongside Ship FCA Free Carrier FIATA Federação Internacional das Associações de Transitários e Equiparados FOB Free On Board FUNCEX Fundação Centro de Estudo do Comércio Exterior

8 GATT General Agreement on Tariffs and Trade HAWB House Air Way Bill ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços II Imposto de Importação INCOTERMS International Commercial Terms IPI Imposto sobre Produto Industrializado LI Licenciamento de Importação MAWB Master Air Way Bill MDIC Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior MERCOSUL Mercado Comum do Sul MIC Manifesto Internacional de Carga MRE Ministério das Relações Exteriores NCM Nomenclatura Comum do MERCOSUL NVOCC Non Vessel Operating Common Carrier OMA Organização Mundial de Aduanas OMC Organização Mundial do Comércio OTM Operador de Transporte PIS Programa de Integração Social RADAR Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros REI Registro de Exportadores e Importadores RFB Receita Federal do Brasil RIPI Regulamento do IPI ROF Registro de Operações Financeiras SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas SECEX Secretaria de Comércio Exterior SH Sistema Harmonizado SISCOMEX Sistema Integrado de Comércio Exterior TEC Tarifa Externa Comum TECA Terminais de carga aérea

9 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...11 1.1 EXPOSIÇÃO DO TEMA...12 1.2 OBJETIVOS...13 1.2.1 Objetivo geral...13 1.2.2 Objetivos específicos...13 1.3 JUSTIFICATIVA...14 1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...15 1.4.1 Caracterização da pesquisa...15 1.4.2 Teoria para coleta e análise de dados...16 1.5 ESTRUTURA DA PESQUISA...18 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...19 2.1 GLOBALIZAÇÃO...19 2.2 COMÉRCIO EXTERIOR...20 2.2.1 Estrutura do sistema brasileiro de comércio exterior...22 2.2.1.1 Órgãos gestores...23 2.2.1.1.1 Banco Central do Brasil (BACEN)...23 2.2.1.1.2 Secretaria de Comércio Exterior (SECEX)...23 2.2.1.1.3 Receita Federal do Brasil (RFB)...24 2.2.1.2 Órgãos anuentes...24 2.2.1.3 Órgãos auxiliares...25 2.3 IMPORTAÇÃO...26 2.3.1 Aspecto negocial na importação...27 2.3.1.1 Principais documentos comerciais...27 2.3.1.2 Termos Internacionais de Comércio - Incoterms...30 2.3.2 Aspecto administrativo e fiscal na importação...33 2.3.2.1 Registro da empresa importadora...33 2.3.2.2 Documentos administrativos...34 2.3.2.3 Classificação fiscal...36 2.3.2.4 Principais impostos...37 2.3.2.4.1 Imposto de importação (I.I.)...37 2.3.2.4.2 Imposto sobre produto industrializado (IPI)...38

10 2.3.2.4.3 COFINS e PIS...39 2.3.2.4.4 Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)...40 2.3.3 Aspecto financeiro na importação...40 2.3.4 Aspecto logístico na importação...43 2.3.4.1 Transporte...43 2.3.4.2 Documentos logísticos...46 2.3.4.1.1 Conhecimentos de embarque aéreo (Air Way Bill AWB)...47 2.3.4.1.2 Conhecimento de embarque marítimo (Bill of Lading B/L)...47 2.3.4.1.3 Conhecimento de transporte rodoviário (CRT)...47 2.3.4.3 Consolidação e desconsolidação...48 2.3.4.4 Capatazia...48 2.3.4.5 Armazenagem...49 2.3.4.6 Seguro...49 3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS...51 3.1 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO...51 3.1.1 Identificação geral...51 3.1.2 Histórico da empresa...54 3.2 APRESENTAÇÃO DOS DADOS SOBRE O PROBLEMA DE PESQUISA...56 3.2.1 Principais erros nas operações de importação...59 3.2.2 Implicações e conseqüências dos principais erros nas operações de importação...60 3.2.3 Procedimentos para evitar erros nas operações de importação...65 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS...72 REFERÊNCIAS...74

11 1 INTRODUÇÃO Tendo em vista a integração ativa entre os países e a acelerada aproximação entre eles, o mercado estrangeiro tornou-se ponto estratégico para um grande número de empresas, numa esfera em que as mesmas devem ser incentivadas a atuar no ramo internacional. Tal impulso é necessário para o alargamento dos negócios e para a sobrevivência da organização frente ao ambiente globalizado. Como se sabe, o comércio mundial tem crescido de maneira exponencial, tornando-se um mecanismo determinante para a competitividade das organizações. O Brasil, com o objetivo de ampliar sua inserção no comércio internacional e com as novas perspectivas de mercado, vem desburocratizando o comércio exterior, a fim de chegar a níveis significativos de inclusão internacional. A importação é realizada, na maioria das vezes, pelo fato dos países não terem condições ou interesses em produzir uma determinada mercadoria. A compra de mercadoria procedente de outro país integra diversos benefícios tanto para as empresas como para os países, servindo como uma alternativa de fornecimento quando há escassez do produto no mercado interno. Muitas vezes, a importação permite a aquisição de um produto com tecnologia maior do que a produzida internamente no país, sendo assim, observa-se que em algumas ocasiões vale mais importar do que produzir. Com o aumento significativo das importações brasileiras, a possibilidade de mercado para as empresas de assessoria de comércio exterior é interessante. As empresas de logística internacional são contratadas para conduzir as etapas e rotinas dos processos de importação para aquelas empresas que almejam a compra de produtos de outro país, e que por uma determinada circunstância necessitam de auxílio. Os trâmites necessários para importação são muito complexos e devem ser acompanhados com cuidado, pois um erro pode ocasionar sérios problemas para as empresas. Neste contexto, surge a importância do controle do fluxo dos processos de importação, que suporte medidas válidas que promovam o crescimento da empresa.

12 Haja vista a gravidade das falhas nas operações de importação e a partir da necessidade de esclarecer os procedimentos da atividade, o objetivo deste trabalho é evidenciar os principais gargalos do processo de importação e esclarecer as conseqüências ou complicações provenientes de um equívoco ou até mesmo uma pequena falta de informação em um documento. Deste modo, serão abordados elementos fundamentais relacionados ao tema da pesquisa, assim como os objetivos e a justificativa do trabalho. 1.1 EXPOSIÇÃO DO TEMA O tema do presente trabalho é a importação, sendo necessário englobar suas etapas e os procedimentos adequados. Diante da relevância do tema importação no contexto nacional, conforme exposto no BrazilTradeNet (2010), O fluxo de exportação e importação brasileiros vêm registrando recordes sucessivos nos últimos anos, com forte crescimento tanto nas exportações como nas importações. O estudo focará os possíveis erros que podem ocorrer durante o processo de importação, de forma a minimizar os impactos que podem surgir dos equívocos nas operações. A importação compreende a compra de produtos no exterior, onde é indispensável observar as normas comerciais, cambiais e fiscais vigentes (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR, 2010). A compra de produtos de países vizinhos é extremamente importante na vida socioeconômica e acarreta acréscimos, pois além de proporcionar tecnologia mais avançada, a empresa pode se beneficiar com custos inferiores aos praticados no mercado interno. As mudanças nas importações no Brasil ocorreram principalmente no ano de 1990 quando o governo propôs a liberação do comércio internacional e as regras do processo de importação passaram por inúmeras modificações. Mesmo com a constante desburocratização do comércio exterior, a importação é procedida por diversos trâmites que devem ser rigorosamente efetuados com cautela, a fim de evitar perdas e prejuízos para a empresa adquirente.

13 Com base na crescente inserção de empresas brasileiras precisamente o Estado de Santa Catarina no comércio exterior, o presente estudo preocupa-se em abordar as questões relacionadas às complicações nas operações de importação, aos quais podem gerar perdas financeiras e econômicas para empresa. Assim, torna-se necessário enfatizar as complicações envolvidas na tramitação do procedimento de importação, os erros mais freqüentes e instruir as formas de evitálos. Diante do exposto, o estudo proporciona como problema de pesquisa o seguinte questionamento: Quais são os pontos críticos das operações de importação que devem ser monitorados? 1.2 OBJETIVOS Em seguida serão distinguidos o objetivo geral e os objetivos específicos com o intuito de delinear o motivo do trabalho e seu prosseguimento. 1.2.1 Objetivo geral Esta pesquisa tem como objetivo central analisar os pontos críticos das operações de importação. 1.2.2 Objetivos específicos Tendo como intenção alcançar o objetivo geral, os objetivos específicos estão decompostos em: a) Identificar os erros que podem ocorrer nas operações de importação; b) Avaliar as implicações e conseqüências provenientes dos erros que podem

14 ocorrer nas operações de importação; c) Propor procedimentos para evitar a ocorrência de erros nas operações de importação 1.3 JUSTIFICATIVA A inserção crescente de empresas brasileiras no ambiente de importação, aliada ao crescimento e dinamismo da economia brasileira, cria a necessidade de profissionais que compreendam as etapas necessárias ao processo de importação, exigindo também, o conhecimento das regras que as englobam. A queda das barreiras no comércio exterior permite que as concorrências que antes eram apenas a nível nacional, fazem-se no momento a nível mundial, com isso, torna-se indispensável para as empresas estarem atentas às oportunidades de abertura de seus mercados. No contexto global, as empresas sofrem com as profundas mudanças, e as qualidades e conhecimentos dos procedimentos tornamse um fator indispensável para sua sobrevivência. Analisando o tema e o problema de pesquisa do presente estudo, o trabalho se justifica por buscar suavizar os possíveis erros da atividade de importação, um fator que tornará os serviços prestados pela empresa cedente de estágio mais competitivo, proporcionando o enriquecimento das práticas já realizadas, assim como, a adequação de alguns procedimentos. Sendo assim, o trabalho auxiliará na divulgação dos serviços que a Map Logistics oferece, além de demonstrar para as empresas do ramo os riscos e as conseqüências dos erros no processo de importação. O estudo espera esclarecer aos estudantes do curso de Relações Internacionais e de Comércio Exterior a estrutura que envolve o processo de importação, deste modo, os conhecimentos poderão ser úteis também no campo profissional, alertando os leitores que almejam trabalhar na área. Para a sociedade o estudo proporcionará indiretamente a melhoria contínua nas práticas das organizações, reduzindo e evitando os erros que oneram as empresas. Esta escolha também visou contribuir para a Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), pois diversos ramos da importação são analisados,

15 podendo servir como base para elaboração de outros trabalhos acadêmicos. 1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Os próximos itens têm a finalidade de esclarecer aos leitores a metodologia desenvolvida no presente Trabalho de Conclusão de Curso e as questões acerca da maneira como as etapas serão exercidas. 1.4.1 Caracterização da pesquisa Para um trabalho ser considerado científico é indispensável sua apresentação em procedimentos metodológicos, tais operações são exercidas a fim de desenvolver adequadamente um estudo. (FACHIN, 2003). A atividade científica tem como finalidade alcançar a verdade através da comprovação de hipóteses, que, por sua vez, são pontes entre a observação da realidade e a teoria científica. O conjunto dessas atividades sistemáticas e racionais é conhecido como métodos que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo (LAKATOS; MARCONI, 1991, p. 40). Diante do exposto, o método utilizado no presente trabalho foi o estudo de caso de natureza qualitativa e caráter descritivo. Esse método foi utilizado, pois a pesquisa analisa duas operações de importação, escolhidas aleatoriamente, da empresa ao qual o estágio foi realizado. Os casos foram acompanhados e avaliados com o objetivo de identificar os pontos críticos do processo de importação que precisam ser monitorados. É necessário realizar pesquisas a fim de se ter uma lógica do tema proposto, possibilitando o conhecimento do conteúdo. Segundo Gil, (1999, p.42): pesquisa é definida como o processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico. Quanto aos objetivos a pesquisa caracteriza-se como descritiva.

16 Descritiva, pelo fato de possibilitar o desenvolvimento de um nível de análise em que se permite identificar as diferentes formas dos fenômenos, sua ordenação e classificação (OLIVEIRA, 1997, p. 114). Quanto à abordagem qualitativa nos leva a uma série de leituras sobre o assunto da pesquisa, descrever o que diversos autores ou especialistas descrevem sobre o assunto e, a partir daí, descrever correlações, para no final podermos dar o nosso ponto de vista. (OLIVEIRA, 1997, p. 117) De acordo com Richardson (1999, p. 80): Os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais, contribuir no processo de mudança de determinado grupo e possibilitar, em maior nível de profundidade, o entendimento das particularidades do comportamento dos indivíduos. No que diz respeito à natureza, esta pesquisa, classifica-se como aplicada pelo fato da pesquisadora ser instigada pela necessidade de conhecer o assunto, para que ocorra a aplicação imediata de seus resultados. Devido à burocracia na atividade de importação a possibilidade de erros nos procedimentos é grande, com isso, esse estudo propõe uma minuciosa pesquisa sobre os procedimentos de importação, visando apontar os erros mais freqüentes, a fim de evitá-los, além de aprimorar a prática das operações já realizadas pelas empresas, ou até mesmo alertar para as empresas que desejam começar a importar. 1.4.2 Teoria para coleta e análise de dados O estudo em questão adota como métodos estruturais para coleta e análise de dados os tipos de pesquisa bibliográfica e documental. Segundo Gil (1996): Na pesquisa bibliográfica o problema é esclarecido a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Essa pesquisa é extremamente importante, porque é através dela que são descritas as informações sobre o tema do trabalho. É indispensável o emprego de fontes seguras para que não ocorra divergência entre os conceitos.

17 Conforme Oliveira (1997, p. 119) a pesquisa bibliográfica tem por finalidade conhecer as diferentes formas de contribuição científica que se realizam sobre determinado assunto ou fenômeno. Como já dito anteriormente, outro tipo de pesquisa realizada é a documental. Essa pesquisa é muito semelhante à pesquisa bibliográfica, a diferença entre ambas encontra-se na natureza das fontes. (GIL, 1996). Para Vergara (2009, p. 43): Investigação documental é a realizada em documentos conservados no interior de órgãos públicos e privados de qualquer natureza, ou com pessoas: registros, anais, regulamentos, circulares, ofícios, memorandos, balancetes, comunicações informais, filmes, microfilmes, fotografias, videoteipe, dispositivos de armazenagem por meio ópticos, magnéticos e eletrônicos em geral, diários, cartas pessoais e outros. A pesquisa documental está relacionada a toda informação adquirida de forma oral, escrita ou visualizada. Essa pesquisa consiste na coleta, classificação, seleção difusa e utilização de toda a natureza de informações, além de compreender também, as técnicas e os métodos que ajudam a sua busca e a sua identificação (FACHIN, 2003, p. 136). O instrumento de coleta no estudo também foi realizado através da observação direta por meio de entrevistas com os envolvidos na atividade de importação da empresa Map Logistics. A observação direta, quando adequadamente conduzida, revela resultados que possivelmente, não seriam examinados em estudos que utilizassem apenas as técnicas diretas. O tipo de observação é a participativa. Segundo Gil (1999. p. 113): A observação participativa consiste na participação real do conhecimento na vida da comunidade, do grupo ou de uma situação determinada, neste caso, o observador assume o papel de um membro do grupo, na observação participativa, se chega ao conhecimento da vida de um grupo a partir dele mesmo. A técnica de observação participativa foi utilizada através do estágio obrigatório curricular realizado na empresa Map Logistics, onde a estagiária trabalhou com os processos de importação, observando os procedimentos das operações e assim, coletando as informações para o estudo. Esta técnica possibilita

18 ter acessos aos dados rapidamente percebendo o comportamento da empresa. Os dados foram coletados por meio de fontes primárias, pela observação, e secundárias, através dos dados já publicados. A coleta de dados é feita em literaturas que tratam sobre o assunto, sendo assim, as informações são obtidas através de arquivos públicos, livros, periódicos e internet. 1.5 ESTRUTURA DA PESQUISA A referente pesquisa está dividida em quatro grandes partes. Na primeira parte apresenta-se a introdução, expondo o tema e as definições dos objetivos gerais e específicos para dar delineamento ao estudo. Em seguida a justificativa do trabalho aponta a fundamental causa de sua realização, neste capítulo ainda foram definidas a metodologia e a organização do estudo. O segundo elemento refere-se à revisão bibliográfica abordando os temas que servem para o embasamento da pesquisa. Os tópicos apresentados são globalização, comércio exterior e importação, analisando os aspectos: negocial; administrativo; fiscal; financeiro e logístico. Na terceira parte do estudo são proporcionados os dados sobre a caracterização do local de estágio, os dados sobre o problema da pesquisa e a análise desses mesmos dados. Ao abordar as informações da empresa, são identificadas suas características, um sucinto histórico e os principais serviços por ela prestados. Por fim, a quarta e última parte do trabalho engloba as conclusões da pesquisa, implicações gerais, limitações da mesma e sugestões para novos estudos.

19 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Este capítulo consiste em delinear e contextualizar teoricamente os temas que embasam a análise dos dados. Para tal fim, abordam-se às esferas macroambientais da importação, tema do trabalho, pontuando os itens necessários para sua execução, com ênfase no aspecto logístico. 2.1 GLOBALIZAÇÃO A globalização é um processo de integração que já existe a milhares de anos, contudo, nas últimas décadas, vem se intensificando e gerando inúmeras mudanças. De acordo com Boxberger e Klimenta (1999, p. 19) o conceito globalização sugere que todas as mercadorias podem ser compradas em todos os lugares, e que toda a indústria e toda prestação de serviço está sempre numa concorrência direta. A globalização une todas as nações do nosso planeta de uma forma independente. As informações são transmitidas de uma forma muito rápida através de toda a tecnologia disponível, criando assim, uma Aldeia Global. (SOCIEDADE DIGITAL, 2010). Neste contexto de economias globalizadas, as empresas passam a competir em nível mundial, mesmo dentro de seu território local, sendo obrigadas a passar de moldes multinacionais de operações para moldes mundiais de operações. (ROCHA, 2001, p. 13). A comunicação entre as nações tornou-se mais eficiente com a globalização da economia mundial. Sendo assim, a partir da constatação de que nos deparamos a um mundo de transformações, as empresas devem estar atentas em todos os sentidos, buscando oportunidades para se destacarem dentro do ambiente totalmente globalizado. Nos dias atuais, dentro do cenário de competição global, a busca de

20 mercados como uma alternativa de expansão aumenta cada vez mais. Tal busca possibilita o avanço da interatividade entre os povos, sendo este, um fator fundamental ao comércio internacional. A crescente globalização do mundo moderno ressalta ainda mais a importância do comércio internacional, onde exige dos países uma parcela maior de participação no contexto internacional. De acordo com Keedi (2007, p. 27): Quanto mais inserido na economia mundial, melhor será a condição de competitividade do país e das suas empresas. 2.2 COMÉRCIO EXTERIOR Conforme visto, o processo de globalização afetou profundamente a relação entre os países aumentando significativamente o intercâmbio de bens e serviços entre eles. Soares (2004, p. 21) assevera: mesmo que o comércio exterior tenha sido exercido desde os primórdios da civilização, somente a partir do século XV adquire os contornos práticos e teóricos que se desenvolveram até os dias atuais. O comércio exterior envolve as transações comerciais realizadas entre países, segundo Sena Junior (2003, p. 125): Do ponto de vista econômico, a vantagem do comércio decorre das diferentes habilidades dos países em produzir produtos distintos. Portanto, se os países desenvolvidos possuem vantagens comparativas em bens intensivos em capital e tecnologia e os países em desenvolvimento as possuem em bens intensivos em mão-de-obra, a lógica do comércio internacional faz com que ambos troquem seus produtos e beneficiem-se mutuamente. Observa-se um crescimento surpreendente do comércio internacional, devido à necessidade de desenvolvimento sócio-econômico entre os países. Ainda no ponto de vista de Soares (2004, p. 13): A operação de compra e venda internacional é conceituada como aquela onde dois ou mais agentes econômicos tanto sediados como residentes em países distintos negociam uma determinada mercadoria, ao qual, sofrerá um transporte internacional e uma operação de câmbio.

21 O comércio exterior é basicamente dividido em exportação e importação. Cabe mencionar que a importação abrange a compra de produtos e bens no exterior. (BRASIL, 2010). A importação nada mais é do que a obtenção de bens e serviços oriundos de países estrangeiros. Por outro lado, exportar é o ato de vender o produto em um mercado fora do território nacional, ao qual, exige o cumprimento de certas exigências tanto no país de origem da mercadoria como no país de destino. (SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO A MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO PARANÁ, 2010). O comércio exterior se submete a uma ordem de direito complexa pelo fato de que a operação é sujeita a autorização de diferentes Estados. Por isso é regido por normas abordadas como um todo, onde cada país estabelece suas normas próprias de acordo com as estabelecidas internacionalmente. Quando surgem questões ligadas a mais de um Estado, caracterizado por ser um sistema jurídico autônomo, temos o problema em saber qual será a lei que resolverá a controvérsia, no entanto nem sempre os sistemas jurídicos se divergem, pelo fato de os Estados soberanos terem o consentimento de uniformizar e harmonizar seus sistemas jurídicos, no sentido de evitar conflitos entre as suas normas. (SOARES, 2004, p. 94). As normas dos países influenciam o comércio exterior, pois possuem estrutura e regulamentação próprias alinhadas as regras internacionais. Como se vê, a maioria das normas que permeiam o comércio econômico internacional são oriundas de acordos ou de organizações internacionais que visam a facilitação, harmonização e padronização, tornando o comércio muito mais complexo. Firmar acordos comerciais na arena internacional beneficia ambas as partes, por um lado, as vantagens para o exportador materializam-se na possibilidade de vender produtos com os preços mais competitivos, aumentando a facilidade de novos mercados, por conseqüência ocorre uma elevação significativa no lucro. Do outro lado, o importador, ao adquirir o produto nessas condições de preços mais baixos, há possibilidade de revenda no mercado com os preços inferiores aos praticados por seus concorrentes. (VIEIRA, 2006). Os países sujeitam-se as normas disciplinadas através de acordos, por almejar os benefícios que as mesmas podem trazer para o comércio do país. Dito isso, é importante destacar que as organizações internacionais também desempenham um papel muito respeitável no comércio internacional, facilitando e

22 auxiliando os fluxos a nível global e em sua maioria apóiam a teoria do livrecomércio. A Organização Mundial do Comércio (OMC) é uma das organizações internacionais que conduz o fluxo de produtos e serviços entre os países, com maior destaque. A OMC foi criada para substituir o Acordo Geral sobre Pautas Aduaneiras e Comércio (GATT) e seu surgimento, conforme Stiglitz (2007, p. 157) se deu com o objetivo de expandir mais rapidamente os acordos comerciais, alcançando novas áreas. Além de ser foro para negociações, a OMC, tem como papel principal a simplificação e a aplicação das normas do comércio entre os países. Soros (2003, p. 55) ressalta que a função desta convenção é facilitar o intercâmbio de bens e serviços entre seus membros, imbuídos de tal disposição. Esse objetivo tem sido cumprido mediante o estabelecimento de normas compulsórias e mecanismos eficazes de execução dos regulamentos. A Organização Mundial das Aduanas (OMA) e a Câmera de Comércio Internacional (CCI) também são organizações muito importantes que contemplam o comércio entre as nações e estabelecem regras que regem a conduta dos negócios a nível global. Essas disposições pertinentes regulam as práticas comerciais, e são fiscalizadas por autoridades, órgãos e/ou instituições. O funcionamento do sistema brasileiro do comércio exterior se dá com base aos acordos internacionais assinados pelo Brasil, e também por meio das políticas econômicas estabelecidas. (MALUF, 2000). Para um melhor entendimento, será apresentada a estrutura do sistema brasileiro de comércio exterior. 2.2.1 Estrutura do sistema brasileiro de comércio exterior No comércio exterior brasileiro, para Maluf (2000, p.26), o governo é quem deve dar as condições necessárias aos empresários/comerciantes para que os mesmos possam adotar sistemas e procedimentos compatíveis com o interesse nacional do momento. Existem diversos órgãos que intervêm no comércio exterior brasileiro, nos

23 quais os principais são: Órgãos Gestores, Órgão Anuentes, e Órgãos Auxiliares. 2.2.1.1 Órgãos gestores Os Órgãos Gestores, de acordo com Maluf (2000, p. 41) são os órgãos que irão efetuar os controles e garantir a operatividade do comércio exterior com base nas definições normativas. Diante disso, serão mostrados os principais órgãos controladores dos interesses da importação, que são: o Banco Central do Brasil (BACEN), a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) e a Receita Federal do Brasil (RFB). 2.2.1.1.1 Banco Central do Brasil (BACEN) O BACEN é o órgão responsável pelos pagamentos e recebimentos de operações de comércio exterior, pelo controle do fluxo de divisas e pela movimentação de moeda estrangeira, por meio dos bancos autorizados a operar em câmbio. (GLOSSÁRIO COMÉRCIO EXTERIOR, 2010). Este órgão gestor faz parte do Ministério da Fazenda e sua missão, segundo Werneck (2010) é: assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e a solidez do sistema financeiro nacional, o que abrange a formulação e gestão da política cambial, na qual se inclui a fiscalização da movimentação de valores. Conforme Vazquez (2003, p. 39): O Banco Central do Brasil é o órgão executivo central do sistema financeiro nacional, cabendo-lhe a responsabilidade de cumprir e fazer cumprir as disposições que regulam o funcionamento do sistema e as normas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional. 2.2.1.1.2 Secretaria de Comércio Exterior (SECEX)

24 A Secretaria de Comércio Exterior faz parte da estrutura do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Suas atribuições principais são: formulação e implantação da política de comércio exterior brasileira em relação aos demais países e em relação direta com importadores e exportadores brasileiros. (WERNECK, 2009, p. 30). À Secex compete a política administrativa e comercial das atividades de comércio exterior. Com a finalidade de fornecer suporte técnico à Secex, foram instituídos os seguintes departamentos: Decex (Departamento de Operação de Comércio Exterior), Deint (Departamento de Negociações Internacionais), Decom (Departamento de Defesa Comercial) e Depla (Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comércio Exterior). (BIZELLI, 2006, p. 24) 2.2.1.1.3 Receita Federal do Brasil (RFB) A Receita Federal do Brasil localiza-se na Esplanada dos Ministérios em Brasília-DF. A ela compete auxiliar o Ministro de Estado da Fazenda na formulação, execução e acompanhamento da política fiscal e aduaneira. (BIZELLI, 1997, p.34). Dito isto, Werneck (2009, p. 32) assevera: O papel relevante da Receita Federal em relação ao comércio exterior é o controle aduaneiro de veículos e mercadorias, não só nas fronteiras, mas também em todo o território nacional, além do mais, esse órgão é o responsável por nacionalizar ou desnacionalizar uma mercadoria ao final do despacho de importação ou de exportação. Outras funções atribuídas a RFB são: supervisionar a atividade de administração tributária federal, regulamentar e aplicar a legislação tributária federal, arrecadar os tributos, impostos, estabelecer medidas preventivas de combate ao contrabando e descaminho (MALUF, 2000, p. 41). 2.2.1.2 Órgãos anuentes

25 Os órgãos anuentes emitem um parecer técnico conforme a especificidade do produto. Cada órgão é responsável, por atestar o cumprimento das exigibilidades nacionais em relação ao produto de sua área de atuação. (MALUF, 2000). O Ministério da Agricultura é um exemplo de órgão anuente, ao qual, conforme Werneck (2009, p. 34): verifica o cumprimento de exigências sanitárias nas importações, para evitar que a saúde da população seja prejudicada pelo consumo de produtos importados inadequados ao consumo humano. Os órgãos anuentes do comércio exterior [...] são credenciados a acessar o SISCOMEX para manifestar-se sobre as operações relativas a produtos de sua competência, quando previstos em legislação específica. (MALUF, 2000, p.42). 2.2.1.3 Órgãos auxiliares Como o próprio nome já diz, os órgãos auxiliares são órgãos auxiliadores que apóiam e oferecem auxílio às empresas interessadas na inserção no mercado global. Entre os diversos órgãos auxiliares existentes, destacam-se: as Câmaras de Comércio Exterior, as Federações de Indústria e Comércio, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e a Agência de Promoção de Exportação e Investimentos (APEX). O exportador interessado em vender a um determinado país, pode através das Câmaras de Comércio sediadas no exterior ou no Brasil, adquirir conhecimentos concisos, como a identificação de importadores, legislação local, norma técnicas entre outras informações extremamente importantes para o processo de importação. (MALUF, 2000). Ainda de acordo com Maluf (2000, p. 47), o objetivo das Federações de Indústria e Comércio são: Defender os interesses da indústria e do comércio tendo como corolário do progresso o surgimento econômico. É o órgão que dá suporte ao setor industrial através do apoio a investidores, assessoria em comércio exterior e desenvolvimento tecnológico, meio ambiente e energia, além de desenvolver ações e oferecer orientação não áreas legislativa, jurídica e

26 trabalhista. Ao MRE, segundo Bizelli (2002, p. 31) compete: Auxiliar o Presidente da República na formulação da Política Exterior do Brasil, assegurar sua execução e manter relações com governos estrangeiros, organismos e organizações internacionais. Já a APEX responsabiliza-se pela coordenação das ações institucionais do governo brasileiro relacionadas à promoção do produto nacional no exterior, a fim de colaborar para a expansão da base exportadora, conquista e consolidação dos mercados que atuamos, realizando ações de marketing agenciando missões e viagens, com o intuito de divulgar o exportador brasileiro e seus parceiros comercias. (FARO; FARO, 2010, p. 22). Para dar delineamento ao estudo será tratado o tema importação, abordando os aspectos que envolvem a atividade. 2.3 IMPORTAÇÃO Muitas vezes associa-se que a importação gera perda para o país e que somente a exportação trás benefícios, portanto a importação é tão importante quanto à exportação. Maluf (2000, p. 31) define importação como [...] a entrada de mercadorias provenientes do exterior, em um país. E, conseqüentemente, resulta, quase sempre, na saída de divisas. A importação pode ser definida como o ingresso no país de riquezas originárias do exterior, materializadas por bens ou ainda pelos efeitos da execução de serviço. (FARO; FARO, 2010 p. 82). Atualmente, observa-se um crescimento significativo no processo de importação brasileiro. A Fundação Centro de Estudo do Comércio Exterior (Funcex, 2010) estima que para todo ano de 2010 as importações [...] deverão crescer na casa dos 37%, chegando a US$ 175 bilhões. Este aumento se dá, pois, devido ao crescimento na economia, o mercado interno torna-se muito atrativo ocasionando a diminuição nas exportações e aumento nas importações. Outro fator propulsor a ampliação das importações está relacionado aos incentivos fiscais observados hoje

27 nessa operação. A importação se conduz por um conjunto de normas que devem ser rigorosamente observadas, aos quais envolvem as regras do país de origem, de destino, assim como regras internacionais. (SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO A MICRO E PEQUENS EMPRESAS DO PARANÁ, 2010). No ano de 1988 o Brasil implantou uma nova política de comércio exterior resultando na inserção do Brasil no mercado internacional. No quesito importação, as principais alterações foram a eliminação das restrições das barreiras nãotarifárias, reduções das alíquotas de Imposto de Importação e também, a eliminação de vários regimes especiais. Devido a esta atitude governamental de liberação do comércio exterior brasileiro, permitiu às indústrias a aquisição de tecnologias mais avançadas, estimulando-as para concorrência a nível mundial. (VIEIRA, 2006, p.15). Cada vez mais as organizações optam por terceirizar uma ou mais atividades relacionadas a execução e gerenciamento dos aspectos logísticos, operacionais, burocráticos, tributários, entre outros, onde os serviços de importação de mercadorias são transferidos a um especialista. (RECEITA FEDERAL, 2010). Os próximos capítulos agruparão aspectos fundamentais, importantes e rotineiros para realização da importação, onde com o intuito de facilitar a compreensão, será dividido em cinco aspectos: negocial, administrativo e fiscal, financeiro e logístico. 2.3.1 Aspecto negocial na importação O aspecto negocial envolve os principais documentos necessários para a atividade de importação, assim como os Incoterms e suas principais funções. 2.3.1.1 Principais documentos comerciais Os documentos utilizados no comércio exterior são extremamente importantes e variam de acordo com fatores, como a existência ou não de acordos

28 comerciais, o tipo de mercadoria, entre outros. (SEGRE, 2007). Por não ser freqüente no processo de importação o contrato de compra e venda, o comprador deve solicitar ao vendedor estrangeiro documentos a fim de formalizar a negociação, identificando informações como os dados do importador e exportador, o preço, a quantidade e o produto negociado. A Fatura Pro Forma é o documento, de responsabilidade do exportador, ao qual deve ser emitido no idioma do país importador ou em inglês. É o modelo de contrato mais freqüente que formaliza e confirma a negociação, desde que devolvido ao exportador contendo a assinatura do importador, porém, este documento não gera obrigações de pagamento por parte do importador. (SEGRE, 2007). De acordo com Vieira (2006, p. 141), a Fatura Pro Forma precisa conter no mínimo os seguintes dados para que seja considerada completa: Local de venda, nome do exportador e do importador, descrição da mercadoria, quantidade e peso, tipo de embalagem, moeda estrangeira negociada, prazo, modalidade de pagamento, banco através do qual se realizará a operação, validade da Fatura Pro Forma, modalidade de venda, volumes mínimos e máximos, meio de transporte, seguro internacional, preço do produto, prazo de entrega e documentos exigidos pelo importador. A Fatura Pro Forma serve para que o importador providencie os trâmites de Licenciamento de Importação, informe ao seu banco os dados para que o pagamento antecipado seja efetuado, além de possibilitar a extração de dados para a abertura da Carta de Crédito. (MALUF, 2000). Já a Fatura Comercial é o documento que servirá de base para o desembaraço aduaneiro da mercadoria e deve conter, de acordo com o Art. 557 do Decreto nº 6.759 do Regulamento Aduaneiro de 05 de fevereiro de 2009, as seguintes indicações: a) Nome e endereço, completos, do exportador; b) Nome e endereço, completos, do importador e, se for caso, do adquirente ou do encomendante predeterminado; c) Especificação das mercadorias em português ou em idioma oficial do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio, ou, se em outro idioma, acompanhada de tradução em língua portuguesa, a critério da autoridade aduaneira, contendo as denominações próprias e comerciais, com a indicação dos elementos indispensáveis a sua perfeita identificação;

29 d) Marca, numeração e, se houver, número de referência dos volumes; e) Quantidade e espécie dos volumes; f) Peso bruto dos volumes, entendendo-se, como tal, o da mercadoria com todos os seus recipientes, embalagens e demais envoltórios; g) Peso líquido, assim considerado o da mercadoria livre de todo e qualquer envoltório; h) País de origem, como tal entendido aquele onde houver sido produzida a mercadoria ou onde tiver ocorrido a última transformação substancial; i) País de aquisição, assim considerado aquele do qual a mercadoria foi adquirida para ser exportada para o Brasil, independentemente do país de origem da mercadoria ou de seus insumos; j) País de procedência, assim considerado aquele onde se encontrava a mercadoria no momento de sua aquisição; k) Preço unitário e total de cada espécie de mercadoria e, se houver, o montante e a natureza das reduções e dos descontos concedidos; l) Custo de transporte a que se refere o inciso I do art. 77 e demais despesas relativas às mercadorias especificadas na fatura; m) Condições e moeda de pagamento; e n) Termo da condição de venda (INCOTERM). Conforme Maluf (2000, p. 153) o Packing List [...] tem por finalidade auxiliar nos serviços de movimentação de carga, identificação das mercadorias pela alfândega e conferência por parte do importador. A emissão do Packing List ou Romaneio é realizada pelo exportador e deve conter os seguintes elementos: nome e endereço do exportador e importador; número; data de emissão; número e data do pedido; número e data da fatura comercial; quantidade total de volumes; descrição da mercadoria; porto de embarque e destino; nome da embarcação; data de embarque; peso bruto e líquido; identificação dos volumes por ordem numérica, espécie de embalagem contendo peso líquido, peso bruto e as dimensões unitárias e a assinatura do exportador. (VIEIRA, 2006). Emitido pelas Federações de Agricultura, da Indústria e do Comércio, por Associações Comerciais, Centros e Câmaras de Comércio, o Certificado de Origem é de responsabilidade do exportador. O importador utiliza este documento para

30 comprovar a origem da mercadoria obtendo os favorecimentos alfandegários em decorrência as disposições previstas em acordos internacionais ou em cumprimento de exigências impostas pela legislação do país de destino (SEGRE, 2007). O sentido do certificado de origem em atender às exigências de acordos comerciais, de acordo com Maluf (2000, p. 154) é o de reduzir ou dispensar os direitos aduaneiros, evitar a triangulação de mercadorias, realizar o controle estatístico aduaneiro e comprovar a origem das mercadorias. 2.3.1.2 Termos Internacionais de Comércio - Incoterms Com o intuito de gerar o entendimento das condições pactuadas, os Incoterms são empregados para determinar com precisão os detalhes do processo evitando demandas judiciais. Os Incoterms estabelecem um conjunto padrão de definições que originam regras e práticas neutras, a fim de deliberar, através de um contrato de compra e venda internacional, os direitos e as obrigações do exportador e do importador eliminando conflitos e disputas nas transações comerciais externas (GLOSSÁRIO COMÉRCIO EXTERIOR, 2010). Tais regras apresentadas entre as partes por meio dos Incoterms, segundo Vieira (2006, p. 199), [...] além de definir os parâmetros de preço negociados entre estes intervenientes, estabelece o marco da transferência de responsabilidade.. Os Incoterms foram definidos através da Câmara de Comércio Internacional (CCI) para uniformizar os termos empregados no comércio internacional, adaptando-os à maioria da legislação dos países. Porém, mesmo que universalmente aplicados, não são termos oficiais, nem mesmo de aceitação obrigatória. (BIZELLI, 2006). Para determinar de quem será o risco da negociação, segundo, Werneck (2009, p. 83), Os Incoterms são 13, sempre compostos por três letras maiúsculas: EXW, FCA, FAS, FOB, CFR, CIF, CPT, CIP, DAF, DES, DEQ, DDU E DDP. Não importa qual será o Incoterm escolhido entre as partes, mas sempre será de obrigação do exportador fornecer a mercadoria e a fatura comercial, e ao

31 importador compete pagar o preço nos prazos estipulados. (WERNECK, 2009). Conforme o quadro 1 será possível compreender os principais Incoterms existentes e seus encargos diante dos processos de comércio exterior.

32 Designação Responsabilidades EXW EX Works (A partir do Local de Produção) FCA Free Carrier (Transportador Livre) FAS Free Alongside Ship (Livre no Costado do Navio) FOB Free on Board (Livre a Bordo) CFR Cost and Freight (Custo e Frete) CIF Cost, Insurance and Freight (Custo, Seguro e Frete) CPT Carriage Paid To (Transporte Pago até...) CIP Carriage and Insurance Pai to (Transporte e seguro pagos até...) DAF Delivered at Frontier (Entregue na Fronteira) DES Delivered Ex Ship (Entregue a partir do Navio) DEQ Delivered Ex Quay (Entregue a partir do Cais) DDU Delivered Duty Unpaid (Entregues Direitos não-pagos) DDP Delivered Duty Paid (Entregues Direitos Pagos) O importador é responsável por todas as despesas da retirada da mercadoria, arcando com os riscos de perda ou dano a partir do momento da entrega. É o Incoterm com menos obrigações para o vendedor, ao qual, deve colocar a mercadoria à disposição do importador em seu próprio estabelecimento. O vendedor deve disponibilizar a mercadoria desembaraçada ao comprador no local de entrega combinado, momento em que esta é transferida para o comprador. O comprador arca com os riscos de perdas ou dano a partir do momento da entrega. De uso exclusivo ao modal marítimo, neste Incoterm o exportador encerra suas obrigações quando disponibiliza a mercadoria no cais do porto de embarque, momento em que a mesma é transferida ao comprador. A partir do momento de entrega, os riscos de perda ou dano são de responsabilidade do importador. A entrega da mercadoria ao importador acontece a bordo do navio no porto de embarque indicado, momento em que é transferida para o importador, este, arcando com os riscos dali em diante. Este Incoterm é de uso exclusivo ao transporte marítimo. O exportador contrata e paga o transporte até o porto de destino indicado, realizando a entrega a bordo do navio. Mesmo que o exportador tenha que pagar o frete, os riscos da mercadoria durante o transporte marítimo são de responsabilidade do importador. O CFR é aplicado apenas no transporte aquaviário. Neste Incoterm as obrigações do vendedor são as mesmas que no CFR, a diferença é que o ao vendedor compete a responsabilidade de contratar o seguro durante o transporte. Após a mercadoria transpor a amurada do navio no porto de embarque, todos os riscos são transferidos para o importador. Este Incoterm também é utilizado somente no transporte aquaviário. No CPT, após a mercadoria transpor a amurada do navio, ocorre a entrega da mesma, onde os riscos são transferidos do vendedor ao comprador. Os custos até o local de destino designado são por conta do vendedor. O vendedor tem as mesmas obrigações definidas no CPT, porém, a ele cabe também, arcar com a contratação do seguro durante o transporte até o local de destino designado. Todos os ricos são transferidos para o importador no momento em que a mercadoria transpor a murada do navio O exportado deve colocar a mercadoria à disposição do importador na fronteira comercial, normalmente na fronteira aduaneira, acordada entre as partes. A mercadoria é entregue e transferida ao importador ainda no veículo transportador. De uso exclusivo ao modal aquaviário, a entrega da mercadoria deste Incoterm ocorre no porto de destino, dentro do navio. O exportador é quem arca com os riscos de perdas ou danos até o momento da entrega. Ao comprador cabe as despesas do descarregamento, bem como a responsabilidade dos demais transportes. A entrega da mercadoria e a transferência dos riscos do exportador ao importador ocorrem no cais do porto de destino designado. O vendedor é responsável pelo transporte e descarregamento até este porto, as próximas despesas e contratações de outros transportes ficam a cargo do importador. O DEQ é utilizado somente no transporte marítimo. No DDU, o vendedor deve disponibilizar a mercadoria ao comprador no local e ponto do território do país de importação designado. Quem assume as despesas e os riscos para entrega da mercadoria até o destino é o vendedor. A mercadoria é entregue e transferida ao comprador ainda no veículo transportador. As despesas do descarregamento são de responsabilidades do importador. Ao vendedor cabe transportar a mercadoria até o local de destino indicado entre as partes no país importador, bem como assume todos os riscos e custos, até mesmo os impostos, taxas, entre outros trâmites necessários para a importação. Ao comprador compete somente auxiliar o exportador a obter a licença de importação. A mercadoria é entregue e transferida ao comprador ainda no veículo transportado. Quadro 1: Incorterms: responsabilidades do exportador e do importador Fonte: Bizelli, 2006, p. 57-58 e Werneck, 2009, p. 86-92.