LEITE E DERIVADOS NOVEMBRO / 2015 1. Mercado nacional 1.1 Preços pagos ao produtor O preço nominal médio bruto 1 pago ao produtor em novembro, média nacional ponderada pela produção dos sete estados pesquisados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (CEPEA/ESALQ/USP), para o leite entregue em outubro, situou-se em R$ 1,0541/l (US$ 0,2791/l), apresentando redução de - 0,5% na comparação com o mês anterior e aumentos de + 4,5% na comparação com a média dos últimos doze meses e de + 2,8% na comparação com o mesmo mês do ano anterior (Tabela 1 e Gráfico 1). O preço nominal médio nacional, líquido de frete e CESSR, situou-se em R$ 0,9675/l. Conforme as informações do CEPEA, para os sete estados da pesquisa, houve, em outubro, redução de - 0,9 % no índice de captação de leite (ICAP) relativamente ao mês anterior e aumento de + 7,6 % na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Enquanto São Paulo (+ 2,74%), Minas Gerais (+ 1,72%) e Goiás (+ 1,62%) apresentaram aumento da produção, os estados de Bahia (- 13,99%), Rio Grande do Sul (- 5,78%), Santa Catarina (- 4,55%) e Paraná (- 1,47%) apresentaram redução da produção em outubro. Nos estados do Sul, as chuvas prejudicaram a produção e a captação do leite e a reforma das pastagens, atividade típica dessa época do ano. Na Bahia, foi a falta de chuva que resultou em redução na captação. Em valores corrigidos pelo IGP-M de novembro/2015, o preço pago ao produtor em novembro foi - 1,9% inferior ao do mês anterior e inferior em - 7,1% ao do mesmo mês do ano anterior. O IGP-M evoluiu + 10,7% entre novembro/2014 e novembro/2015 (Gráfico 2). 1 Inclui o valor do frete (variável) e da Contribuição Especial da Seguridade Social Rural (CESSR), antiga Contribuição Previdenciária sobre a Comercialização Rural/FUNRURAL. 1
1.2 Preços dos derivados lácteos De acordo com as informações divulgadas pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), os preços dos derivados lácteos em novembro, no atacado, na cidade de São Paulo, apresentaram, relativamente ao mês anterior, o seguinte comportamento: leite em pó integral (- 3,5%); leite longa vida (+ 1,5 %); leite tipo C (+ 1,0%); queijo mussarela (+ 1,3%); queijo prato (+ 3,1 %); e manteiga sem sal (- 1,3%) (Tabela 2 e Gráfico 3). No varejo, em novembro, relativamente ao mês anterior, os preços dos derivados apresentaram o seguinte comportamento: leite em pó integral (- 2,2%); leite longa vida (- 1,4%); leite tipo C (+ 2,0%); leite condensado (+ 2,1%); queijo mussarela (- 1,4%); queijo tipo prato (+ 1,4%); e manteiga (+ 0,2%) (Tabela 3 e Gráfico 4). 2
1.3 Balança comercial de lácteos Nos primeiros onze meses de 2015, a balança comercial de lácteos (NCMs 0401 0000 a 0406 9999) apresentou déficit de US$ 84,0 milhões, tendo sido de US$ 102,8 milhões no mesmo período do ano anterior, com exportações de US$ 288,7 milhões e importações de US$ 372,7 milhões (Tabela 4). As exportações apresentaram redução de - 3,1% e as importações de - 7,0%, ambas em valor, na comparação com o mesmo período do ano anterior. 3
As origens das importações de leite em pó integral até novembro, foram: Uruguai (56,9% do valor total importado, a um preço médio de US$ 2.796,0/t); Argentina (41,7% do valor total, a um preço médio de US$ 2.802,5/t); e Chile (1,4% do valor total importado, a um preço médio de US$ 2.860,4/t). O segundo produto mais importado nos onze primeiros meses de 2015 foi o leite em pó desnatado (NCM 0402 1010), representando 17,4% do valor total importado ou US$ 65,0 milhões e 22,2 mil t (US$ 2.925,3/t); seguido pelo soro de leite (NCM 0404 1000) representando 6,8% do valor total importado no período, ou US$ 25,2 milhões e 13,6 mil t (US$ 1.847,5/t). Seguem-se outros vinte e um derivados lácteos complementando o valor total importado. Em novembro/2015, o produto mais importado foi o leite em pó integral (NCM 0402 2110) com importações de 3,9 mil t (US$ 8,5 milhões e US$ 2.176,8/t), representando 35,6% do valor total importado, enquanto no mesmo mês do ano anterior foram importadas 3,8 mil t (US$ 14,5 milhões e US$ 3.749,9/t), representando 38,8% do valor total importado naquele mês. As origens das importações de leite em pó integral durante o mês de novembro foram: Argentina (87,3% do total a um preço médio de US$ 2.126,2/t), Uruguai (10,3% do valor total das importações dessa commodity, a um preço médio de US$ 2.756,4/t) e Chile (2,5% do valor total a um preço médio de US$ 2.103,8/t). O segundo produto mais importado em novembro/2015 foi Outros leites e creme (NCM 0402 1090), representando 18,2% do valor total importado ou US$ 4,3 milhões e 1,9 mil t (US$ 2.243,3/t), seguido 4
pelo leite em pó desnatado (NCM 0402 1010), representando 8,4% do valor total importado ou US$ 2,0 milhões e 871,2l t (US$ 2.333,4/t). Seguem-se outros quinze derivados lácteos complementando o valor total importado no mês. Relativamente às exportações, nesses onze primeiros meses foram exportadas 39,1 mil t de leite em pó integral (NCM 0402 2110), em um valor total de US$ 222,6 milhões (US$ 5.693,2/t), representando 77,1 % do valor total exportado, enquanto no mesmo período do ano anterior foram exportadas 34,7 mil t (US$ 186,2 milhões e US$ 5.359,1/t) dessa commodity, representando 62,5% do valor total exportado no período, aumentos de + 12,5% em quantidade e de + 19,5% em valor. O segundo produto mais exportado nesses onze primeiros meses, foi Outros leites, cremes de leite - leite condensado (NCM 0402 9900), representando 13,2% do valor total exportado até novembro, ou US$ 38,1 milhões e 19,4 mil t (US$ 1.961,2/t), seguido por Outros cremes de leite (NCM 0401 5029), representando 4,1% do valor total exportado ou US$ 11,8 milhões e 5,6 mil t (US$ 2.089,0/t). Seguemse outros vinte e três derivados lácteos complementando o valor total exportado no corrente ano. Em novembro/2015, o produto mais exportado foi o leite em pó integral (NCM 0402 2110) com 5,8 mil t, representando 85,1% do valor total exportado ou US$ 31,5 milhões (US$ 5.417,1/t). O segundo produto mais exportado no mês foi o leite condensado (NCM 0402 9900), no valor de US$ 2,5 milhões e 1,6 mil t (US$ 1.594,2/t), representando 7,0% do valor total exportado; seguido por Outros cremes de leite (NCM 0401 5029), representando 4,1% do valor total exportado no mês, ou US$ 1,5 milhão e 775,2 t (US$ 1.943,2/t). Seguem-se outros vinte derivados lácteos complementando o valor exportado no mês. 2. Mercado internacional: preços internacionais das commodities lácteas Os preços médios internacionais das commodities lácteas na Oceania (média das cotações mínima e máxima) divulgados pelo International Dairy Market News Report, do United States Department of Agriculture / Agricultural Marketing Service (USDA/AMS), durante o mês de novembro, apresentaram as seguintes modificações relativamente ao mês anterior: leite em pó integral (-12,5%); leite em pó desnatado (- 6,5%); manteiga (- 8,2%); e queijo cheddar (- 0,5%) (Tabela 5 e Gráfico 5). Ainda conforme as informações do USDA/AMS, o pico da produção na Nova Zelândia ocorreu em meados de outubro. O estado das pastagens está aquém do desejável. Os preços das commodities voltaram a recuar devido à redução da demanda, principalmente de leite em pó por parte de tradicionais importadores, com destaque para a China, e ao aumento da oferta no mercado internacional. As estimativas são de redução de até 5% na produção do país nessa estação produtiva. No sudeste da Austrália, importante região produtora, a produção se ressente pela falta de chuvas e pelo preço alto da água de irrigação. A expectativa é de uma oferta menor e preços mais altos para o feno e os grãos. De acordo com as informações da Dairy Austrália, as quantidades exportadas pelo país entre julho e setembro situaram-se + 6,7% acima das verificadas no mesmo período do ano anterior e aumentaram + 6,6% em valor. Na Europa, os preços médios das commodities (média das cotações mínima e máxima), divulgados durante o mês de novembro, apresentaram o seguinte comportamento na comparação com o mês anterior: leite em pó integral (+ 3,6%); leite em pó desnatado (- 3,2%); manteiga (+ 2,6%); e soro em pó (- 5,4%) (Tabela 5 e Gráfico 6). 5
Nessa região, os preços ao produtor estão baixos mas ainda não restringem a produção. Devido à seca do verão, algumas áreas estão enfrentando problemas de qualidade e disponibilidade de rações e feno, o que deverá gerar impactos nos custos e na produção. O interesse dos compradores para o leite em pó é fraca devido aos estoques existentes e à expectativa de que os preços irão se enfraquecer ainda mais. Os processadores tendem a direcionar o leite para a produção de queijo e leite fluido devido à maior rentabilidade. A maior parte do comércio de leite em pó integral realiza-se entre os países europeus. Maria Helena Fagundes E-mail: mh.fagundes@conab.gov.br Tel.: 55 (61) 3312 6375 6