EMENTA ACÓRDÃO. DESEMBARGADOR FEDERAL REYNALDO FONSECA Relator RELATÓRIO

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Transcrição:

APELAÇÃO CÍVEL 2006.38.00.016310-4/MG Processo na Origem: 200638000163104 RELATOR(A) : DESEMBARGADOR FEDERAL REYNALDO FONSECA EMENTA PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO. PENHORABILIDADE DE EQUIPAMENTO DE TRABALHO DE PESSOA JURÍDICA. ART. 649, V, CPC. PRECEDENTES DO STJ E DESTA CORTE. 1. Conforme entendimento do eg. STJ e desta Corte, a impenhorabilidade prevista no art. 649, V, do CPC, pode ser estendida, em caráter excepcional, à pessoa jurídica, quando for empresa de pequeno porte, microempresa ou, ainda, firma individual e os bens penhorados indispensáveis ao exercício de suas atividades. Sem provas de que os equipamentos penhorados são essenciais ao exercício da atividade laboral do executado, não há como declarar sua impenhorabilidade. (STJ: AgRg no REsp 1136947/PR, rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe de 21/10/2009; REsp 512555/SC, Rel. Min. Francisco Falcão, in DJ de 24.05.2004TRF1ª, TRF/1ª: AC 0021298-38.2004.4.01.3300/BA, Rel. Desembargador Federal Catão Alves, Sétima Turma, e-djf1 de 4/3/2011, p. 516, AC 0020259-97.2000.4.01.3800 / MG, Rel. Juiz Federal André Prado de Vasconcelos, 6ª Turma Suplementar, e-djf1 p.534 de 06/04/2011). 2. No caso em reexame, não restou comprovado nos autos o preenchimento dos requisitos elencados nos precedentes supracitados (tratar-se de empresa de pequeno porte, microempresa ou, ainda, firma individual e os bens penhorados indispensáveis ao exercício de suas atividades), razão pela qual não pode ser estendida tal impenhorabilidade aos bens da empresa executada. 3. Apelação não provida. ACÓRDÃO Vistos e relatados estes autos, em que são partes as acima indicadas: Decide a Sétima Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, por unanimidade, negar provimento à apelação, nos termos do voto do Relator. Brasília-DF, 02 de setembro de 2014 (data do julgamento). DESEMBARGADOR FEDERAL REYNALDO FONSECA Relator RELATÓRIO Criado por TR22503 O EXMO. SR. DESEMBARGADOR FEDERAL REYNALDO FONSECA (RELATOR): Trata-se de apelação interposta por BIPPI CONFECÇÃO E COMÉRCIO LTDA, insurgindo-se contra sentença prolatada pelo MM. Juiz Federal da 25ª Vara da Seção Judiciária de Minas Gerais, que julgou improcedente o pedido formulado nos embargos à execução, e fixou os honorários advocatícios em R$ 100,00 (cem reais) (fls. 96/99). Em suas razões, alega que a penhora realizada nos autos da execução fiscal recaiu sobre máquinas de costura industrial e computadores, bens utilizados na consecução do objetivo

social da ora apelante. Portanto, nos termos do art. 649, IV, do CPC são os bens impenhoráveis. (fls.101/107). Contrarrazões às fls. 110/113. É o relatório. fls.2/5 VOTO O EXMO. SR. DESEMBARGADOR FEDERAL REYNALDO FONSECA (RELATOR): Sem razão a Apelante. Com efeito, dispõe o art. 649, V, CPC (inciso V com redação dada pela Lei nº 11.382, de 06/12/2006), verbis: Art. 649. São absolutamente impenhoráveis: V- os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício de qualquer profissão. Na hipótese vertente, foram penhoradas máquinas de costura industrial, móveis, aparelho de fax, conforme auto de penhora juntado às fls. 09/10. Registre-se, todavia, como bem fundamentou o MM. Juiz a quo, verbis: Com efeito, o escasso acervo probatório não revela a condição de pequena empresa ou de empresa de pequeno porte, haja vista o capital social integralizado da sociedade, que atinge o patamar de R$ 100.000,00, conforme se constata pelo exame da cláusula IV da 20ª alteração contratual, datada de 2.005 (fl.20), revelando ainda tal documento a existência de três filiais, duas delas localizadas em endereços nobres de Belo Horizonte e uma terceira em Foz do Iguaçu (fl. 21/22). Percebe-se, pois, que a embargante, à míngua das condições necessárias, não faz jus à proteção legal da impenhorabilidade. Ademais, deve ser acrescentado que não se sabe se as duas máquinas de costura industrial e os demais utensílios penhorados, identificados às fls. 09/10, mostram-se efetivamente imprescindíveis à atividade profissional se comparados com o conjunto dos equipamentos de que dispõe a embargante, que não é conhecido. É certo, repita-se, que a alegação da embargante, tal como deduzida, não é suficiente para elidir a presunção de veracidade e legitimidade de que goza o ato administrativo, não sendo produzida, ao longo da fase instrutória, qualquer prova que amparasse seu pleito (fls. 98). Com efeito, no presente caso, não restou comprovado nos autos que os bens constritos encontram-se enquadrados na hipótese de incidência da impenhorabilidade, conforme bem esclareceu a sentença recorrida. De fato, verifica-se que o eg. STJ e esta Corte vêm entendendo que a impenhorabilidade prevista no art. 649, V, do CPC, pode ser estendida, em caráter excepcional, à pessoa jurídica, quando for empresa de pequeno porte, microempresa ou, ainda, firma individual e os bens penhorados indispensáveis ao exercício de suas atividades. Nesse sentido, confiram-se os seguintes julgados:

fls.3/5 PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - EXECUÇÃO FISCAL - IMPENHORABILIDADE BENS MÓVEIS DA EMPRESA - ART. 649, CPC - EXTENSÃO À EMPRESA PEQUENO PORTE - JULGADO STJ E JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO - AGRAVO DE INSTRUMENTO NÃO PROVIDO. 1. "O Egrégio Superior Tribunal de Justiça tem entendido pela impenhorabilidade dos bens das empresas de pequeno porte e microempresas, dentre eles "máquinas, utensílios, livros, instrumentos". Anteriormente, o dispositivo do art. 649 destinava-se à pessoa física que exercia a profissão. Contudo, a interpretação foi abarcando as pequenas empresas, já que a penhora sobre os bens que guarnecem o estabelecimento poderá privá-la, ainda mais se for de pequeno porte, de continuar suas atividades, por serem indispensáveis, úteis, ou mesmo necessários." (AGA 2008.01.00.047163-9/MT, Relator Desembargador Federal Reynaldo Fonseca, 7ª Turma, TRF1, DJF1 04/12/2009, p. 505). 2. Tendo deixado a agravante de discriminar os bens a serem penhorados, inclusive a quantidade, e não tendo demonstrado que os mesmos não eram essenciais à continuidade das atividades regulares da empresa, abstendo-se, ainda, de provar que a executada não se constituía em micro empresa ou empresa de pequeno porte, não merece acolhimento o seu pleito. 3. Agravo de instrumento não provido. 4. Peças liberadas pelo Relator, em 09/04/2012, para publicação do acórdão. (AG 0009256-26.2005.4.01.0000 / MT, Rel. JUIZ FEDERAL SILVIO COIMBRA MOURTHÉ, 6ª TURMA SUPLEMENTAR, e-djf1 p.152 de 18/04/2012) PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC IMPENHORABILIDADE BENS ÚTEIS E NECESSÁRIOS PESSOA JURÍDICA PEQUENO PORTE AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO SÚMULA 211/STJ. 2. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça aponta que a regra geral é a da penhorabilidade dos bens das pessoas jurídicas, impondo-se, todavia, a aplicação excepcional do artigo 649, inciso VI do CPC, nos casos em que os bens - alvo da penhora revelem-se indispensáveis à continuidade das atividades de microempresa ou de empresa de pequeno porte, que não é o caso da recorrente, conforme asseverou a Tribuna de origem. (STJ, AgRg no REsp 1136947/PR, rel. ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe de 21/10/2009). PROCESSO CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA DE BENS DE PESSOA JURÍDICA. BENS INDISPENSÁVEIS À SOBREVIVÊNCIA DA EMPRESA. ART. 649, INC. IV, DO CPC. IMPOSSIBILIDADE. I - Os bens da pessoa jurídica são penhoráveis, admitindo-se, em hipóteses excepcionais, a aplicação do inciso IV do artigo 649 do CPC, quando se tratar de pessoa jurídica de pequeno porte ou micro-empresa ou, ainda, firma individual, e os bens penhorados forem indispensáveis e imprescindíveis à sobrevivência da empresa. II - A exceção à penhora de bens de pessoa jurídica deve ser aplicada com cautela, a fim de se evitar que as empresas fiquem imunes à constrição de

fls.4/5 seus bens e, conseqüentemente, não tenham como ser coagidas ao pagamentos de seus débitos. III - Tendo o Tribunal a quo considerado que os bens penhorados (carteiras escolares, cadeiras escolares, mesas, armários, máquina de escrever e arquivos) são indispensáveis à atividade da escola executada, é defeso a este STJ, em sede de recurso especial, reapreciar a questão, vez que ensejaria o reexame do substrato fático dos autos (Súmula 7 dos STJ). IV - Recurso especial improvido. (REsp 512555/SC, Rel. Min. Francisco Falcão, in DJ de 24.05.2004) PROCESSUAL CIVIL - EXECUÇÃO - IMPENHORABILIDADE DE BENS ÚTEIS E/OU NECESSÁRIOS ÀS ATIVIDADES DA PEQUENA EMPRESA - PRECEDENTES DA CORTE. I - Pacifica a jurisprudência desta Corte, no sentido de que os bens úteis e/ou necessários às atividades desenvolvidas pelas pequenas empresas, onde os sócios atuam pessoalmente, são impenhoráveis, na forma do disposto no art. 649, VI, do CPC. II - Recurso não conhecido. (REsp 156181/RO, Rel. Min. WALDEMAR ZVEITER, in DJ de 15.03.1999). TRIBUTÁRIO E EXECUÇÃO FISCAL - PENHORA - SOCIEDADE DE PEQUENO PORTE - FIRMA INDIVIDUAL - EQUIPAMENTOS INDISPENSÁVEIS AO PROSSEGUIMENTO DAS ATIVIDADES DA EMPRESA - IMPENHORABILIDADE - ART. 649, V, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. a) Recurso - Apelação em Embargos à Execução Fiscal. b) Decisão de origem - Procedência, em parte, do pedido.649vcódigo DE PROCESSO CIVIL. 1 - Este Tribunal, na esteira da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, tem decidido ser aplicável a impenhorabilidade prevista no art. 649, V, do Código de Processo Civil, em caráter excepcional, à pessoa jurídica quando for empresa de pequeno porte, micro-empresa ou, ainda, firma individual e os bens penhorados indispensáveis ao exercício das suas atividades. 649,V, Código de Processo Civil 2 - Apelação denegada. 3 - Sentença confirmada. (TRF1ª, AC 0021298-38.2004.4.01.3300/BA, rel. desembargador federal Catão Alves, Sétima Turma, e-djf1 de 4/3/2011, p. 516 sem grifo no original). PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. SUBSTITUIÇÃO DA PENHORA: POSSIBILIDADE A QUALQUER TEMPO. MICROEMPRESA: IMPENHORABILIDADE DE BENS INSTRUMENTO DE TRABALHO. ART. 649, VI, DO CPC. PENHORA SOBRE PEDRAS PRECIOSAS: POSSIBILIDADE. 1. Sendo cabível, nos termos do art. 15 da Lei 6.830/80, a substituição da penhora a qualquer tempo, não se pode falar em preclusão do direito do exeqüente de se insurgir contra dita substituição, mesmo que, anteriormente, tenha aceitado os bens indicados, já que vige, no ordenamento jurídico, o princípio da prevalência do interesse público sobre o particular. 2. Nos termos do art. 649, VI, do CPC, são impenhoráveis "os livros, as máquinas, os utensílios e os instrumentos, necessários ou úteis ao

fls.5/5 exercício de qualquer profissão". Embora o dispositivo proteja os bens da pessoa física que exerça profissão, o STJ vem estendendo essa impenhorabilidade aos bens da microempresa e da empresa de pequeno porte. 3. As pedras preciosas podem, na ausência de outros bens, ser penhoradas, ainda mais que foram aceitas por duas vezes pelo exeqüente, antes de vir a recusá-las. 4. Agravo de instrumento provido (AG 2005.01.00.016811-1/DF, Rel. Des. Fed. Antônio Ezequiel da Silva, 7ª T., in DJ de 07/12/2006). Com efeito, no caso em reexame, não restou comprovado nos autos o preenchimento dos requisitos elencados nos precedentes supracitados (empresa de pequeno porte, microempresa ou, ainda, firma individual e os bens penhorados indispensáveis ao exercício de suas atividades), razão pela qual não pode ser estendida tal impenhorabilidade aos bens da empresa executada. Pelo exposto, NEGO PROVIMENTO à apelação, mantida a sentença recorrida. É como voto.