FCAV/ UNESP. DISCIPLINA: Química Orgânica. ASSUNTO: Isomeria

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Transcrição:

FCAV/ UNESP DISCIPLINA: Química Orgânica ASSUNTO: Isomeria Prof a. Dr a. Luciana Maria Saran 1

1. ISÔMEROS Isômeros são dois ou mais compostos diferentes que apresentam a mesma fórmula molecular. Isomeria plana ou constitucional. Estereoisomeria: - Isomeria geométrica; - Isomeria ótica. 2

2. ISÔMERIA CONSTITUCIONAL OU ISOMERIA PLANA Pode ser percebida observando-se a fórmula estrutural plana dos compostos. Isômeros constitucionais diferem na maneira com que seus átomos estão concectados. 3

2. ISÔMERIA CONSTITUCIONAL OU ISOMERIA PLANA Exemplo 1: Fonte: PERUZZO, 2006 : p. 276. 4

2. ISÔMERIA CONSTITUCIONAL OU ISOMERIA PLANA Exemplo 2: Fonte: PERUZZO, 2006 : p. 276. 5

2. ISÔMERIA CONSTITUCIONAL OU ISOMERIA PLANA Exemplo 3: Fonte: PERUZZO, 2006 : p. 276. 6

2. ISÔMERIA CONSTITUCIONAL OU ISOMERIA PLANA Exemplo 4: Fonte: PERUZZO, 2006 : p. 276. 7

3. ISOMERIA ESPACIAL OU ESTEREOISOMERIA Caracteriza-se pela existência de diferentes compostos, que embora apresentem fórmulas moleculares e estruturais idênticas, apresentam diferentes arranjos espaciais dos átomos. Classificação: - isomeria geométrica (ou cis-trans); - isomeria ótica. 8

3. ISOMERIA ESPACIAL OU ESTEREOISOMERIA 3.1. ISOMERIA GEOMÉTRICA (cis-trans) A isomeria geométrica ocorre devido à diferente disposição espacial dos átomos em cadeias insaturadas ou cíclicas. Isômeros geométricos apresentam fórmulas estruturais planas idênticas, mas diferentes propriedades físicas. 9

3.1. ISOMERIA GEOMÉTRICA (cis-trans) 3.1.1. Em Compostos Cíclicos Compostos cíclicos substituídos podem apresentar isômeros conforme ilustrado para as moléculas do 1,2-dimetilciclopropano: Fonte: BARBOSA, 2004 : p. 50. 10

3.1. ISOMERIA GEOMÉTRICA (cis-trans) 3.1.1. Em Compostos Cíclicos No composto A os dois grupos metila encontram-se em um mesmo lado de um plano que passa pelos átomos de carbono do anel. Nesse caso, deve ser usado o prefixo cis antes do nome do composto e seu nome completo será: cis-1,2-dimetilciclopropano. No composto B os dois grupos metila encontram-se em lados opostos do plano que passa pelos átomos de carbono do anel, usando-se, nesse caso, o prefixo trans para designar tal isômero. Seu nome completo é, portanto: trans-1,2-dimetilciclopropano. 11

3.1. ISOMERIA GEOMÉTRICA (cis-trans) 3.1.1. Em Compostos Cíclicos (1,2-dimetilciclobutano) Fonte: PERUZZO, 2006 : p. 287. 12

3.1. ISOMERIA GEOMÉTRICA (cis-trans) 3.1.1. Em Compostos Cíclicos cis-1,2-dimetilciclobutano trans-1,2-dimetilciclobutano Fonte: PERUZZO, 2006 : p. 287. 13

3.1. ISOMERIA GEOMÉTRICA (cis-trans) 3.1.2. Em Compostos com Ligação Dupla C = C Para que uma dada fórmula estrutural plana permita a existência de isômeros geométricos, é necessário, além da presença de uma ligação dupla, que cada um dos carbonos da dupla apresente dois ligantes diferentes entre si. Exemplo 1: but-2-eno (H 3 C CH = CH CH 3 ) TF = - 139 o C TE = 3,7 o C TF = - 105 o C TE = 1 o C Fonte: PERUZZO, 2006 : p. 286. 14

3.1. ISOMERIA GEOMÉTRICA (cis-trans) 3.1.2. Em Compostos com Ligação Dupla C = C (1,2-dicloroeteno) Fonte: PERUZZO, 2006 : p. 285. 15

3.1.2. Isomeria Geométrica em Compostos com Ligação Dupla C = C Isômero cis-1,2-dicloroeteno trans-1,2-dicloroeteno Fórmula Molecular C 2 H 2 Cl 2 C 2 H 2 Cl 2 Massa Molar 97 g/mol 97 g/mol Ponto de Fusão - 80 o C - 50 o C Ponto de Ebulição 60 o C 49 o C Densidade 1,28 g/cm 3 1,26 g/cm 3 16

3.1.2. Isomeria Geométrica em Compostos com Ligação Dupla C = C Nomenclatura: uso dos prefixos cis e trans - Para designar alquenos dissubstituídos estereoisoméricos, utilizam-se os prefixos cis e trans. - O prefixo cis é usado quando os grupos ligados aos carbonos da dupla encontram-se de um mesmo lado do plano que passa pelos carbonos. - O prefixo trans é utilizado quando tais grupos encontram-se em lados opostos do referido plano. 17

3.1.2. Isomeria Geométrica em Compostos com Ligação Dupla C = C Alquenos Dissubstituídos Fonte: BARBOSA, 2004 : p. 67. Os termos cis e trans são usados apenas para alquenos dissubstituídos. 18

3.1.2. Isomeria Geométrica em Compostos com Ligação Dupla C = C Nomenclatura: uso dos prefixos E e Z - Para designar alquenos tri e tetrassubstituídos utiliza-se outro sistema de nomenclatura, denominado E-Z. - No sistema E-Z são examinados os grupos ligados a cada átomo de carbono da dupla ligação e colocados em ordem de prioridade. - Os átomos de maior número atômico têm maior prioridade. Ordem decrescente de prioridade: I > Br > Cl > S > F > O > N > C > H 19

3.1.2. Isomeria Geométrica em Compostos com Ligação Dupla C = C Nomenclatura: uso dos prefixos E e Z - No caso de átomos de mesmo número atômico, o isótopo de maior número de massa tem maior prioridade: T > D > H 14 C > 13 C > 12 C - Quando os átomos ligados aos carbonos da ligação dupla forem iguais, os números e as massas atômicas dos elementos ligados a esses átomos são usados para realizar o desempate. 20

3.1.2. Isomeria Geométrica em Compostos com Ligação Dupla C = C Nomenclatura: uso dos prefixos E e Z - No sistema E-Z, examinam-se os dois átomos ou grupos ligados em cada um dos carbonos da ligação dupla e determina-se a ordem de prioridade de cada um deles. - Se os grupos de maior prioridade em cada carbono estiverem do mesmo lado de um plano imaginário passando por esses carbonos, a geometria dessa dupla ligação será designada pela letra Z (do alemão Zusammen, juntos ). 21

3.1.2. Isomeria Geométrica em Compostos com Ligação Dupla C = C Nomenclatura: uso dos prefixos E e Z - Se os grupos de maior prioridade em cada carbono estiverem em lados opostos da dupla ligação, a geometria da ligação será designada pela letra E (do alemão Entgegen, opostos ). - Exemplo 1: Fonte: BARBOSA, 2004 : p. 68. 22

3.1.2. Isomeria Geométrica em Compostos com Ligação Dupla C = C No exemplo acima: (Z )-2-bromo-1-cloro-1-fluoroeteno Fonte: BARBOSA, 2004 : p. 68. - Os átomos ligados ao C1 são Cl (prioridade 1) e F (prioridade 2) e os ligados ao C2, Br (prioridade 1) e H (prioridade 2). - Como os grupos de maior prioridade ligados ao C1 (Cl) e C2 (Br) se encontram no mesmo lado de um plano que passa por esses carbonos, o isômero acima recebe a denominação Z e seu nome completo é: (Z)-2-bromo-1-cloro-1-fluoroetano. 23

3.1.2. Isomeria Geométrica em Compostos com Ligação Dupla C = C - Exemplo 2: Fonte: BARBOSA, 2004 : p. 69. 24

3.1.2. Isomeria Geométrica em Compostos com Ligação Dupla C = C - Exemplo 3: No exemplo acima: Fonte: BARBOSA, 2004 : p. 69. - Os grupos ligados ao carbono a são CH 3 e CH 2 CH 3. Em ambos o elemento ligado diretamente ao carbono a é um átomo de C. Portanto, devem ser comparadas as prioridades dos elementos ligados a cada um desses carbonos. 25

3.1.2. Isomeria Geométrica em Compostos com Ligação Dupla C = C - Exemplo 3: No exemplo acima: Fonte: BARBOSA, 2004 : p. 69. - No grupo CH 3, os elementos ligados ao C são H, H, H e no grupo CH 2 CH 3, são C, H, H. Como o carbono tem prioridade maior que o hidrogênio, o grupo etil terá prioridade sobre o metil. Dessa forma, o isômero apresentado é o : (E)-3-metilpent-2-eno. 26

3. ISOMERIA GEOMÉTRICA Quando um composto com atividade biológica apresenta possibilidade de isomeria geométrica, freqüentemente apenas um dos dois isômeros tem tal atividade. Este é o caso, por exemplo, de alguns feromônios. Feromônios são substâncias químicas produzidas e secretadas por indivíduos de uma determinada espécie. 27

3. ISOMERIA GEOMÉTRICA Fonte: PERUZZO, 2006 : p. 296. 28

3. ISOMERIA GEOMÉTRICA Feromônios de insetos podem ser usados neste tipo de armadilha. Fonte: PERUZZO, 2006 : p. 296. Assim que o inseto, atraído pelo cheiro do ferômonio existente dentro dela, pousa sobre a sua superfície pegajosa, fica preso e morre. 29

4. ISOMERIA ÓTICA Tipo de isomeria em que uma molécula é a imagem especular da outra. Ocorre em moléculas que não apresentam plano de simetria (moléculas assimétricas). Isômeros Óticos ou Enantiomorfos ou Enantiômeros. 30

4. ISOMERIA ÓTICA EXEMPLO: molécula de CHBrClF. - Esta molécula não apresenta nenhum plano de simetria. - É denominada molécula assimétrica ou molécula quiral. - Se a colocarmos diante de um espelho, a imagem especular será diferente dela. 31

4. ISOMERIA ÓPTICA 4. ISOMERIA ÓTICA Fonte: PERUZZO, 2006 : p. 300. 32

4. ISOMERIA ÓTICA Condição para haver isômeros óticos: presença de carbono quiral ou assimétrico. Fonte: PERUZZO, 2006 : p. 301. 33

COMPOSTOS OTICAMENTE ATIVOS Exemplos: açúcares, incluindo a sacarose. * * * * * * * * Este asterisco sinaliza os carbonos assimétricos. Fonte: PERUZZO, 2006 : p.. 34

4. ISOMERIA ÓTICA Representação de Enantiômeros Fonte: BARBOSA, 2004 : p. 151. As linhas normais ( ) representam os grupos que estão no plano do papel. A linha tracejada representa o grupo que está atrás do plano. A linha escura, em forma de cunha, representa o grupo que está na frente do plano do papel. 35

4. ISOMERIA ÓTICA Representação de Enantiômeros Uma maneira muito simples para representar compostos orgânicos em duas dimensões foi introduzida pelo químico alemão Emmil Fischer e denomina-se projeção de Fischer. As projeções de Fischer para os compostos (I) e (II) são: Fonte: BARBOSA, 2004 : p.151. Nessas projeções, as linhas na horizontal representam grupos que estão na frente do plano do papel e as linhas na vertical, os grupos que estão atrás do plano. 36

4. ISOMERIA ÓTICA As propriedades físicas (PF, PE e densidade de dois enântiômeros são iguais, exceto o desvio sobre a luz polarizada. Isômeros óticos desviam o plano de vibração da luz polarizada. Um dos enantiômeros desvia o plano da luz polarizada no sentido horário e o outro no anti-horário. 37

POLARÍMETRO E DESVIO DA LUZ POLARIZADA A luz ou radiação comum é não polarizada, ou seja, vibra ou oscila em várias direções. A luz é denominada polarizada quando oscila em apenas uma direção. 38

POLARÍMETRO E DESVIO DA LUZ POLARIZADA A luz polarizada é obtida quando a luz atravessa lentes especiais denominadas polarizadores. Uma das propriedades características de moléculas quirais é a sua capacidade de desviar o plano de vibração da luz polarizada. O aparelho utilizado para medir esse desvio é denominado polarímetro. Representação esquemática de um polarímetro. 39

POLARÍMETRO E DESVIO DA LUZ POLARIZADA Ao passar por um tubo contendo apenas moléculas simétricas, o plano de vibração da luz polarizada não sofre desvio (rotação). Moléculas simétricas são oticamente inativas. 40

POLARÍMETRO E DESVIO DA LUZ POLARIZADA Ao passar por um tubo contendo moléculas assimétricas, o plano de vibração da luz polarizada sofre desvio (rotação). Moléculas assimétricas são oticamente ativas. 41

ANIMAÇÃO DO FUNCIONAMENTO DO POLARÍMETRO Fonte: http://www.labin.unilasalle.edu.br/infoedu/siteinfoedu1_03/turmasv_site/margo/site_grupo2/polarimetro.htm 42

Para uma solução contendo um composto oticamente ativo, a medida do ângulo de rotação do plano da luz polarizada, em uma dada temperatura (em geral, a 20 o C), possibilita o cálculo da concentração de tal composto, a partir da equação a seguir: [ Na equação 1: ] t D d. c EQ. 1 [ ] D t = rotação específica, ou seja, é a rotação em graus observada quando se usa um tubo de 1 dm de comprimento, sendo a concentra- ção da amostra 1 g cm -3 ; = ângulo (medido em graus) de rotação do plano da luz polarizada; l = é o comprimento do compartimento da amostra (em dm); c = é concentração (em g/cm 3 ) do analito. 43

POLARÍMETRO E DESVIO DA LUZ POLARIZADA Destrorrotatório (ou dextrógiro): desvia o plano da luz polarizada no sentido horário. É indicado como (+). Levorrotatório (ou levógiro): desvia o plano da luz polarizada no sentido antihorário. É indicado como (-). 44

POLARÍMETRO E DESVIO DA LUZ POLARIZADA As palavras dextrorrotatório e levorrotatório vêm do latim dexter, direita e laevu, esquerda. Exemplo: ácido lático. Fonte: BARBOSA, 2004 : p. 148. Estas moléculas parecem idênticas, mas um exame mais detalhado mostra que uma é a imagem especular da outra. Estas duas formas do ácido lático são isômeros óticos e denominadas enantiômeros. 45

POLARÍMETRO E DESVIO DA LUZ POLARIZADA Fonte: BARBOSA, 2004 : p. 148. O composto (I) desvia o plano de vibração da luz polarizada para esquerda ou no sentido anti-horário ([α = -2,6 o ]) e corresponde à forma do ácido lático produzido pelos músculos e responsável pela dor causada após exercícios físicos. O composto (II), encontrado em grande quantidade no leite azedo, desvia o plano da luz polarizada para a direita ou no sentido horário ([α = +2,6 o ]). 46

4. ISOMERIA ÓTICA Fonte: PERUZZO, 2006 : p. 308. 47

4. ISOMERIA ÓTICA RACEMATO: - É uma mistura formada por iguais quantidades de uma substância levorrotatória e seu respectivo enantiômero dextrorrotatório. - É oticamente inativa, ou seja, não desvia o plano da luz polarizada. 48

4. ISOMERIA ÓTICA MOLÉCULAS COM MAIS DE UM CARBONO ASSIMÉTRICO Exemplo 1: 2-bromo-3-clorobutano Fonte: BARBOSA, 2004 : p. 156. A moléculas acima apresenta dois carbonos (2 e 3) assimétricos (*C). No caso do composto possuir n carbonos assimétricos, o número máximo de estereoisômeros que pode existir é 2 n. 49

4. ISOMERIA ÓTICA MOLÉCULAS COM MAIS DE UM CARBONO ASSIMÉTRICO Fonte: BARBOSA, 2004 : p. 156. O composto (I) é a imagem especular do (II). Eles constituem um par de enantiômeros. Os compostos (III) e (IV) constituem outro par de enantiômeros. 50

4. ISOMERIA ÓTICA MOLÉCULAS COM MAIS DE UM CARBONO ASSIMÉTRICO O composto (I) não é imagem especular do composto (III) nem do (IV). Similarmente, o composto (II) também não é imagem especular do (III) nem do (IV). Estereoisômeros que não são imagens especulares uns dos outros são chamados diastereoisômeros. 51

4. ISOMERIA ÓTICA Diferentemente dos enantiômeros, os diastereoisômeros apresentam propriedades físicas diferentes, além de diferentes rotações específicas. Diastereoisômeros são estereoisômeros que não são enantiômeros. 52

4. ISOMERIA ÓTICA EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS ENANTIÔMEROS - Exemplo 1: adrenalina (dos dois enantiômeros, apenas um deles, o levorrotatório (-) possui efeito fisiológico). 53

4. ISOMERIA ÓTICA EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS ENANTIÔMEROS - Exemplo 2: asparagina (cada enantiômero tem um sabor diferente). 54

4. ISOMERIA ÓTICA EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS ENANTIÔMEROS - Exemplo: naxopreno (um dos enantiômeros é comercializado como antiinflamatório). 55

5. DESIGNAÇÃO D-L A designação D-L, conhecida como convenção de Fischer- Rosanoff, é usada na descrição de carboidratos e aminoácidos. No caso dos carboidratos, a projeção de Fischer é representada na vertical, com o grupo CHO no topo. Carboidratos: quando a hidroxila ligada ao carbono assimétrico mais afastado da carbonila estiver para a direita, o isômero será D, quando estiver para a esquerda será L. -Aminoácidos: representa-se o grupo carboxila (COOH) na posição superior e se o grupo NH 2, estiver para a direita, o isômero será denominado D; se estiver para a esquerda será denominado L. 56

5. DESIGNAÇÃO D-L Carboidratos: Fonte: BARBOSA, 2004 : p. 158. 57

5. DESIGNAÇÃO D-L -Aminoácidos: Fonte: BARBOSA, 2004 : p. 159. 58

6. REFERÊNCIAS BARBOSA, L. C. de. Introdução à Química Orgânica. São Paulo:Prentice Hall, 2004. PERUZZO, F. M.; CANTO, E. L. do. Química na Abordagem do Cotidiano. 4. ed. São Paulo:Moderna, 2006. v. 3. Química Orgânica. 59