REQUERIMENTO Nº DE 2007

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Transcrição:

REQUERIMENTO Nº DE 2007 (Do Sr. Carlos Sampaio) Requer o envio de indicação ao Poder Executivo, solicitando a inclusão da neurocisticercose na lista de enfermidades consideradas graves por classificação dos Ministérios da Previdência e Assistência Social e da Saúde. Senhor Presidente: Nos termos do art. 113, inciso I e 1 o, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, requeiro a V. Exª. que seja encaminhada ao Poder Executivo as Indicações em anexo, solicitando ao Senhores Ministros de Estado da Saúde e da Previdência Social alteração na legislação referente à classificação de moléstias consideradas graves. As citada Proposições sugerem a equiparação das vítimas de neurocisticercose aos portadores de doenças graves, listadas em Portaria Interministerial dos Ministérios da Previdência e Assitência Social e da Saúde, com o intuito de beneficiá-las com tratamento diferenciado na legislação brasileira vigente. Sala das Sessões, em de de 2007. 2006_8516_Carlos Sampaio_209 Deputado CARLOS SAMPAIO

INDICAÇÃO N o, DE 2007 (Do Sr. Carlos Sampaio) Sugere a inclusão da neurocisticercose no rol de Moléstias consideradas graves por Portaria Interministerial dos Ministérios da Previdência e Assistência Social e da Saúde. Excelentíssimo Senhor Ministro de Estado da Saúde: A presente Indicação sugere ao Poder Executivo, por intermédio dos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, a inclusão da neurocisticercose na lista de doenças ou afecções graves de que trata a Portaria Interministerial MPAS/MS nº 2.998, de 23 de agosto de 2001. No referido dispositivo são estabelecidas as enfermidades cujos portadores não necessitam cumprir prazo de carência de contribuição para aposentadoria, conforme o inciso II do artigo 26 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Embora essa Portaria tenha como objetivo a dispensa do tempo mínimo de contribuição para aposentadoria por invalidez, a citada lista serve como critério para concessão de outros benefícios na legislação brasileira. São constatados tramentos especiais nas áreas tributária e financeira, por exemplo, tendo como referência o rol de enfermidades publicado pela Norma.

Entendemos que a neurocisticercose deve fazer parte dessa classificação, em virtude de suas características e das complicações que o agravamento desse mal pode causar a saúde de seu portador. A neurocisticercose é uma doença causada pelas larvas da Taenia (verme que provoca a teníase, também conhecida como solitária ) adquiridas através da ingestão de alimentos e água contaminados com os ovos do verme. No intestino, os ovos se transformam em larvas que podem se deslocar para várias partes do corpo, tais como: músculos, cérebro, pulmões, olhos e coração. Quando as larvas se deslocam para o cérebro provocam a neurocisticercose 1. Segundo estudo publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 2, estima-se que 50 milhões de indivíduos estejam infectados pelo complexo teníase/cisticercose no mundo e que 50.000 morrem a cada ano. Cerca de 350.000 pessoas encontram-se infectadas na América Latina. Em Ribeirão Preto, no Brasil, diagnosticou-se a neurocisticercose em 7,5% dos pacientes admitidos em enfermaria de neurologia. As manifestações clínicas incluem crises epilépticas, hipertensão intracraniana, meningite cisticercótica, distúrbios psíquicos, forma apoplética ou endarterítica e síndrome medular. A gravidade da doença pode ser ajuizada pela sua letalidade que varia de 16,4% a 25,9%. Com efeito, não há dúvidas que a neurocisticercose humana é doença gravíssima, pois os cisticercos se localizam no sistema nervoso central. Neste local podem permanecer até 30 anos. Ademais, é uma doença de difícil avaliação. Por muitas vezes são feitos diversos diagnósticos antes de se chegar à sua descoberta. Geralmente isso ocorre quando a moléstia já está em estágio avançado, o que, como visto, pode trazer sérios danos à saúde física e mental do indivíduo. 1 Biblioteca Virtual em Saúde, Ministério da Saúde 2 TAKAYANAGUI, Osvaldo M., LEITE, João P. Neurocisticercose. In: Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical vol.34 n.3. Uberaba, maio/junho 2001.

Assim como os portadores de outras doenças que já possuem tratamento diferenciado pela legislação brasileira, entedemos que os atingidos por essa moléstia merecem atenção especial. Dessa forma, não vislumbramos razão para que as vítimas dessa terrível enfermidade não sejam contempladas com o mesmo tratamento dispensado às outras já classficadas na Portaria Interministerial nº 2.998, de 2001. Pelo exposto, certo de que V.Exa. avaliará a importância do tema levando em conta seu acentuado interesse social, submetemos a presente Indicação à sua elevada consideração. Sala das Sessões, em de de 2007. Deputado CARLOS SAMPAIO ArquivoTempV.doc

INDICAÇÃO N o, DE 2007 (Do Sr. Carlos Sampaio) Sugere a inclusão da neurocisticercose no rol de Moléstias consideradas graves por Portaria Interministerial dos Ministérios da Previdência e Assistência Social e da Saúde. Social: Excelentíssimo Senhor Ministro de Estado da Previdência A presente Indicação sugere ao Poder Executivo, por intermédio dos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, a inclusão da neurocisticercose na lista de doenças ou afecções graves de que trata a Portaria Interministerial MPAS/MS nº 2.998, de 23 de agosto de 2001. No referido dispositivo são estabelecidas as enfermidades cujos portadores não necessitam cumprir prazo de carência de contribuição para aposentadoria, conforme o inciso II do artigo 26 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Embora essa Portaria tenha como objetivo a dispensa do tempo mínimo de contribuição para aposentadoria por invalidez, a citada lista serve como critério para concessão de outros benefícios na legislação brasileira. São constatados tramentos especiais nas áreas tributária e financeira, por exemplo, tendo como referência o rol de enfermidades publicado pela Norma. Entendemos que a neurocisticercose deve fazer parte dessa classificação, em virtude de suas características e das complicações que o agravamento desse mal pode causar a saúde de seu portador. A neurocisticercose é uma doença causada pelas larvas da

Taenia (verme que provoca a teníase, também conhecida como solitária ) adquiridas através da ingestão de alimentos e água contaminados com os ovos do verme. No intestino, os ovos se transformam em larvas que podem se deslocar para várias partes do corpo, tais como: músculos, cérebro, pulmões, olhos e coração. Quando as larvas se deslocam para o cérebro provocam a neurocisticercose 3. Segundo estudo publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 4, estima-se que 50 milhões de indivíduos estejam infectados pelo complexo teníase/cisticercose no mundo e que 50.000 morrem a cada ano. Cerca de 350.000 pessoas encontram-se infectadas na América Latina. Em Ribeirão Preto, no Brasil, diagnosticou-se a neurocisticercose em 7,5% dos pacientes admitidos em enfermaria de neurologia. As manifestações clínicas incluem crises epilépticas, hipertensão intracraniana, meningite cisticercótica, distúrbios psíquicos, forma apoplética ou endarterítica e síndrome medular. A gravidade da doença pode ser ajuizada pela sua letalidade que varia de 16,4% a 25,9%. Com efeito, não há dúvidas que a neurocisticercose humana é doença gravíssima, pois os cisticercos se localizam no sistema nervoso central. Neste local podem permanecer até 30 anos. Ademais, é uma doença de difícil avaliação. Por muitas vezes são feitos diversos diagnósticos antes de se chegar à sua descoberta. Geralmente isso ocorre quando a moléstia já está em estágio avançado, o que, como visto, pode trazer sérios danos à saúde física e mental do indivíduo. Assim como os portadores de outras doenças que já possuem tratamento diferenciado pela legislação brasileira, entedemos que os atingidos por essa moléstia merecem atenção especial. Dessa forma, não vislumbramos razão para que as vítimas 3 Biblioteca Virtual em Saúde, Ministério da Saúde 4 TAKAYANAGUI, Osvaldo M., LEITE, João P. Neurocisticercose. In: Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical vol.34 n.3. Uberaba, maio/junho 2001.

dessa terrível enfermidade não sejam contempladas com o mesmo tratamento dispensado às outras já classficadas na Portaria Interministerial nº 2.998, de 2001. Pelo exposto, certo de que V.Exa. avaliará a importância do tema levando em conta seu acentuado interesse social, submetemos a presente Indicação à sua elevada consideração. Sala das Sessões, em de de 2007. Deputado CARLOS SAMPAIO ArquivoTempV.doc