FRONTEIRAS POLÍTICAS: A CONSTRUÇÃO DE UMA IDENTIDADE POLÍTICA NA AMÉRICA DO SUL Jacqueline Cristina da Silva 1 RESUMO: As mudanças políticas observadas no mundo hoje remetem a questionamentos sobre o acesso dos povos á democracia. O objetivo deste trabalho é analisar as fronteiras políticas na América do Sul, com o intuito de procurar firmar os espaços em que estes países aparecem e a construção das identidades nacionais. PALAVRAS-CHAVE: Fronteiras, política, identidade. O TERRITÓRIO O território é uma das expressões que remetem ao uso do espaço, uma das explicações mais simples sobre o território está definida abaixo: O território de um país é a base física sobre a qual um Estado exerce sua soberania. O território é delimitado por fronteiras políticas, que podem ser naturais, como um rio, uma cordilheira etc., ou artificiais, traçadas sem se considerar esses elementos naturais.¹ 1 Licencianda em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Viçosa.
Essa interpretação mais ampla remete ás questões territoriais e também ao conceito de Estado nação. Santos (2008) define território como sendo um nome políticos para o espaço de um país, [...] esse espaço territorial está sujeito á transformações sucessivas, mas em qualquer momento os termos da equação permanecem os mesmos: uma ou mais nações, um Estado, um espaço. (SANTOS, 2008, p. 19, 20). A questão dos usos e contra usos do espaço remetem ás questões de fronteiras que de acordo com as necessidades de construção do espaço geográfico e da identidade política abrem espaço para as discussões sobre as fronteiras políticas na América do Sul. Santos (2008) continua a afirmar que o território, visto como unidade e diversidade, é uma questão central da história humana e de cada país e constitui o pano de estudo das suas diversas etapas e do seu momento atual. (SANTOS, 2008, p. 20) A formação histórica da América do sul marcada pela colonização e as questões do desenvolvimento econômico vigente que influenciou a construção política dos estados nação na America do sul remetem á uma análise e indagações sobre o crescimento econômico e político da América do Sul e da busca por uma identidade política que vem sendo moldada devido ás transformações econômicas e de governo que nos últimos anos tem sido acirrada em países como Bolívia, Venezuela, Chile, Argentina e Brasil. Há de se analisar que a construção política da América do Sul, fortemente influenciada pelos movimentos sociais tem tido um contexto da construção de uma identidade nacional, haja vista que a busca pela identidade fortemente influenciada pela cultura tem sido ponto de discussão nos países onde a identidade cultural do povo tem se caracterizado pela dimensão e riqueza das histórias repassadas pela tradição, pela preservação patrimonial e da proteção do povo, com um projeto memória. Galvão parte de uma análise em que os movimentos latino-americanos se originam ou se amplificam num contexto de crise da democracia representativa, cuja expressão são os limites á participação popular (decorrentes de sistemas políticos excludentes) e a degeneração de instituições políticas tradicionais (partidos e sindicatos marcados pela corrupção, por práticas autoritárias e
pela incapacidade de representar as demandas sociais que emergem nesse contexto histórico). (GALVÃO, 2008, p. 15). Diante desse contexto a construção política da América do Sul tem seus modelos de democracia que parte de uma representatividade, onde segundo Galvão, recusa a democracia delegativa e busca novas formas de participação. (GALVÃO, 2008, p. 15). Observando a história da América Latina e a política externa que rege os países, abre- se uma análise histórica de como a construção da identidade nos países sulamericanos tem se moldado ao desenrolar dos anos, de acordo com o livro Economia Brasileira onde os autores fazem uma abordagem sobre os efeitos da guerra fria e o governos Getúlio Vargas, podemos pegar um gancho inicial na história econômica no país, o governo Getúlio Vargas tinha em suas diretrizes governamentais a criação de um projeto de nação. A abordagem acerca dessa passagem do texto dos autores, é compreendida de uma maneira, onde a construção da identidade política na América Latina teve sua força nesse período, de acordo com os autores a guerra fria afetou a America Latina onde os países incluindo o Brasil, foram deixados á própria sorte, ou seja, dependiam estritamente do mercado e dos movimentos privados de capitais internacionais para o financiamento de seus déficits em transações correntes e de seus projetos desenvolvimentistas. Nesse momento, houve um fortalecimento dos movimentos anticolonialistas e de afirmação nacional em um grande número de países, os quais além da independência política, - focavam-se sobretudo na questão do desenvolvimento econômico. (LACERDA, [ET AL], 2013, p. 73). Os projetos da construção de uma identidade política na América do Sul perpassam por caminhos em que a autonomia e a identidade ficam claramente expostas onde a busca por uma identidade econômica abre para a liberdade de tomada de decisões, observados pelo viés político econômico.
FRONTEIRAS, CULTURA DO PÓS MODERNO E DEMOCRACIA As marcas identitárias na América do Sul remete a questionamentos onde a diversidade é um tópico de discussão para a construção de uma identidade política. Onde estão os povos sul americanos que construíram as histórias dos países que emergiram de conflitos e lutas durante a expansão da globalização. A identidade na América do Sul é compreendida também dentro das fronteiras culturais e políticas que abrange uma visão econômica e democrática que na América Latina vem sido moldada de acordo com os anos onde a representação político/democrática e o empoderamento das posições dos países atuais. Compreender a identidade é analisar a questão das fronteiras na América do Sul, de acordo com Ferreira (2009) a fronteira não é apenas uma linha demarcatória que divide um território e marca os limites da soberania de um Estado nacional, mas é também, e principalmente, o objeto de relações e dinâmicas sociais que a definem e a redefinem continuamente. (FERREIRA, 2009, p. 383). O território é uma forte característica para a construção de uma identidade nacional, mas discutir a construção de uma identidade nacional. Analisando assim, que a identidade na América do Sul perpassa na construção sociológica e cultural do território. A busca por uma identidade também está interligada com as questões étnicas que na América do Sul tem sido palco de discussões sobre a representatividade dos povos dentro das fronteiras políticas dos países sul americanos e seus papéis dentro dessa construção. Ferreira (2009) diz que a identidade étnica e suas fronteiras não estão fechadas aos efeitos históricos e das políticas aplicadas nas regiões de fronteira econômica e política. (FERREIRA, 2009, p. 403). Conclui se que a construção da identidade na América do Sul está relacionada com a construção democrática nos países sul americanos e interligados nos movimentos sociais que abrangem a luta pela conquista da terra, pela participação política das
mulheres e também pelos grupos identitários que ganharam força nos últimos anos, como os grupos religiosos e indígenas. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS FERREIRA, Andrey Cordeiro. 2009. Políticas para fronteiras, histórica e identidade: A luta simbólica nos processos de demarcação de terras indígenas Terena. Mana 15(2): 377-410. GALVÃO, Andréia. 2008. Dossiê cultura política e democracia. Revista Debates, v.2, n.2, p.8-24, jul.-dez. LACERDA. Antônio, C. de... [ET AL]. 2013. Economia Brasileira. Organizadores José Márcio Rego, Rosa Maria Marques; colaboração especial Rodrigo Antonio Moreno Serra. 5. Ed. São Paulo, Saraiva. SANTOS, Milton. 2008. O Brasil: território e sociedade no século XXI. Milton Santos, María Laura Silveira. 10 ed. Record. PROJETO ARARIBÁ. 2007. geografia/ Organizadora Editora Moderna; obra coletiva, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna; São Paulo: Moderna, p. 13.