Segurança de máquinas e equipamentos de trabalho Meios de proteção contra os riscos mecânicos
Segurança de máquinas e equipamentos de trabalho
Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira Presidente Diretoria-Geral do Sistema FIRJAN Augusto Cesar Franco de Alencar Diretor-Geral Diretoria Regional / Superintendência Maria Lúcia Telles Diretora Regional do SENAI-RJ e Diretora-Superintendente do SESI-RJ Diretoria de Qualidade de Vida Bernardo Schlaepfer Diretor de Qualidade de Vida do SESI-RJ e SENAI-RJ Gerência Geral de Qualidade de Vida Luiz Ernesto de Abreu Guerreiro Gerente Geral de Qualidade de Vida e Gerente Interino de Esporte e Lazer Gerência de Segurança do Trabalho José Luiz Pedro de Barros Gerente
Segurança de máquinas e equipamentos de trabalho Meios de proteção contra os riscos mecânicos 2012 Rio de Janeiro 2012
Segurança de máquinas e equipamentos de trabalho Meios de proteção contra os riscos mecânicos 2012 2012 SESI Cartilha realizada em parceria com a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Estado do Rio de Janeiro SRTE/RJ Ministério do Trabalho e Emprego MTE SESI Rio de Janeiro Diretoria de Qualidade de Vida Gerência de Qualidade de Vida Gerência de Segurança do Trabalho FICHA TÉCNICA Coordenação e pesquisa de conteúdo Amadou Ngoumb Niang José Luiz Pedro de Barros Revisão gramatical e editorial Gratia Domingues José Maria de Andrade Pacheco Diagramação e ilustrações Cris Marcela Paula Moura Edição José Carlos Martins Projeto gráfico e produção editorial In-Fólio Produção Editorial e Programação Visual Produção gráfica e impressão Grafitto Gráfica e Editora Ministério do Trabalho e Emprego MTE Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Estado do Rio de Janeiro SRTE/RJ Av. Presidente Antônio Carlos, 251 13 andar Centro CEP 20020-010 Rio de Janeiro RJ SESI/RJ Serviço Social da Indústria do Estado do Rio de Janeiro Diretoria de Qualidade de Vida Gerência Geral de Qualidade de Vida Gerência de Segurança do Trabalho Rua Mariz e Barros, 678, Bloco 01 5 andar Tijuca CEP 20270-903 Rio de Janeiro RJ
Veja aqui quais são as partes da Cartilha 7 Apresentação 9 Introdução 11 Noções gerais sobre a Norma Regulamentadora NR-12 15 Terminologia e definições 21 Gestão dos riscos em máquinas e equipamentos 45 Noções sobre sistemas de comando relacionados à segurança (Categoria de segurança) 52 Bibliografia 53 Anexo Resumo das formas de melhoria da segurança de máquinas e equipamentos pelo uso de dispositivos de proteção mais utilizados
Apresentação O conteúdo desta Cartilha trata com maior ênfase dos meios de proteção contra os riscos mecânicos e destina-se a facilitar suas escolhas. Porém, noções gerais serão dadas sobre a parte de Sistemas de Comando relacionadas à segurança e ao processo para seleção e projeto de medidas de segurança. Outras medidas de prevenção podem ser implementadas para melhorar a segurança dos operadores de máquinas. Isso basicamente se refere a: Medidas de organização (reformulação dos postos de trabalho, adaptação dos modos operatórios etc.) Formação e informação dos operadores Uso de proteção individual Aos empresários e ao corpo Técnico das empresas Esta cartilha não tem a pretensão de solucionar todos os problemas específicos de segurança de máquinas e equipamentos, mas dá algumas noções gerais, aplicáveis em todos os ramos e seguimentos da indústria, de como abordar o problema com a segurança no trabalho com máquinas e aportar melhorias nas Apresentação 7
Apresentação condiçãos de trabalho, com a redução dos riscos, principalmente de ordem mecânica, conforme estabelece a NR-12. Não será tratada a parte da segurança de funcionamento que envolve os circuitos de comandos e de potência, porém serão apresentadas apenas noções gerais do processo de seleção e projeto destas medidas de segurança. O objetivo visado é apresentar, de forma sucinta e objetiva, as etapas para identificar e solucionar a deficiência de segurança de máquinas e equipamentos. Isto ajudará aos engenheiros, técnicos e empresários no entendimento do processo de melhoria da seguranças dos operadores de máquinas pela escolha, instalação e utilização dos meios de redução dos riscos (protetores e dispositivos de proteção). Recomendamos, entretanto, que cada caso seja tratado de forma específica e criteriosa, considerando as particularidades de cada situação, para não criar condições e situações de falsa segurança ou a implementação de soluções que apresentam novos riscos. Apresentação 8
Introdução T odo trabalhador tem direito de não se acidentar ou adoecer no trabalho. A Constituição Federal de 1988 1 diz que é direito do trabalhador a redução dos riscos à vida e à saúde inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança. Pela Lei 8.213 de julho de 1991, 2 acidente de trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa, dentro ou fora do ambiente de trabalho. Também são acidentes de trabalho os que acontecem na ida e vinda entre a casa e o trabalho. Segundo o Ministério da Previdência Social, 3 25% dos acidentes do trabalho graves e incapacitantes registrados no país são causados por máquinas e equipamentos obsoletos. Estes acidentes, na maioria dos casos, são evitáveis e têm praticamente todos como causa principal o acesso às diferentes zonas de perigo das máquinas e/ou equipamentos de trabalho. O resultado disto é choque, cisalhamento, esmagamento, amputação, corte, projeção, entre outros acidentes graves. O Ministério do Trabalho e Emprego, na preocupação 1 Artigo 7 XXII de melhorar as condições de segurança e preservar a 2 Capítulo II, saúde dos operadores de máquinas e equipamentos, seja na ocasião do conserto, da limpeza e manutenção e no 3 Coleção Seção I, art. 19 Previdência e decorrer dos processos de fabricação, vem atualizando Assistência Social a norma que trata deste assunto, a NR-12, cuja última MTE v. 13. René Mendes versão e seus anexos, através da Portaria 197, foi publi- Introdução 9
Introdução cada no DOU do dia 24 de dezembro de 2010. Ela estabelece requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho em máquinas e equipamentos de todos os tipos, nas fases que vão do projeto ao sucateamento deles. Trata ainda das fases de fabricação, importação, comercialização, exposição e cessão a qualquer titulo e em todas as atividades econômicas, sem prejuízo da observância do disposto nas demais Normas Regulamentadoras NR. Esta melhoria da segurança deve ser uma preocupação importante para todos os responsáveis da indústria (Fabricantes, Empresários, Ministérios Público e o do Trabalho e Emprego, Trabalhadores através de seus Sindicatos, a Seguridade Social, entre outros). No entanto, apesar das providências de prevenção intrínseca, que cabem aos fabricantes de máquinas e equipamentos tomarem, para eliminar os riscos que possam gerar danos aos que irão operadorálos, subsistem, na maioria dos casos, perigos que podem colocar os operadores em situações risco. Estes riscos quando não reduzidos a níveis aceitáveis, devem ser isolados dos operadores por protetores que permitem manter uma distância de segurança mínima das zonas de perigo. Várias medidas de proteção e meios de redução de risco podem ser usados. A escolha, porém, deve seguir uma hierarquia conforme recomenda a Norma NR-12 no seu item 12.4. a Medidas de Proteção Coletiva B Medidas Administrativas ou de Organização do Trabalho C Medidas de Proteção Individual Nesta mesma linha de hierarquisação e conforme a Norma Internacional ISO 12.100, que trata também de segurança de máquinas, as proteções móveis e os dispositivos de proteção, escolhidos e instalados corretamente, podem ser muito eficazes para se obterem níveis de segurança aceitáveis. As partes de circuitos de comando relativas a estas funções de segurança devem ser objeto de uma concepção minuciosa, descrita na Norma ISO 13849 1:1999 (Ref: EN 954). A importância da performance deste circuito de segurança é imprescindível. Este documento destina-se aos Engenheiros e Técnicos de Segurança do Trabalho, assim como ao corpo técnico das empresas de qualquer ramo de atividade e aos especialistas que fazem a fiscalização do assunto, buscando o cumprimento das recomendações da norma. O seu objetivo é trazer mais esclarecimentos e ajudar de forma mais objetiva e prática o entendimento dos termos da norma. Constitui um suporte na busca de soluções para a melhoria da segurança das máquinas e equipamentos. Introdução 10
Noções gerais sobre a Norma Regulamentadora NR-12 A ideia de construir esta cartilha, em conjunto com a FIRJAN, partiu da constatação prática da necessidade de uma maior divulgação para o empresariado do Estado do Rio de Janeiro, quanto à profundidade e ao alcance da aplicação da Norma Regulamentadora NR-12 sobre Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos. Esta Norma Regulamentadora foi construída de forma tripartite, com a participação ativa de representantes do governo, dos trabalhadores e dos empregadores e, da mesma forma, foi aprovada por consenso de forma tripartite em duas instâncias, uma pela própria Comissão que discutiu a norma, e outra pela Comissão Tripartite Paritária Permanente CTPP em nível nacional. Uma Norma Nacional Apesar da existência de normas ISO internacionais sobre o assunto e de diversas normas da ABNT voltadas para a construção de máquinas seguras, faltava uma norma nacional abrangente, que criasse um marco regulatório, tornando obrigatória a existência de mecanismos e sistemas de segurança em todas as máquinas de uso industrial, capazes de garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores, bem como estabelecer requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho nas fases de projeto e de utilização de máquinas e equipamentos de todos os tipos, e ainda a sua fabricação, importação, comercialização, exposição e cessão a qualquer título, em todas as atividades econômicas, sem prejuízo da observância do disposto nas demais Normas Regulamentadoras NR, aprovadas pela Portaria 3.214, de 8 de junho de 1978, Noções Gerais sobre a Norma Regulamentadora Nr-12 11
Noções Gerais sobre a Norma Regulamentadora Nr-12 nas normas técnicas oficiais e, na ausência ou omissão destas, nas normas internacionais aplicáveis. A NR-12 já existia desde 1978 e precisava de uma revisão, pois sua aplicação não dava conta de efetivamente proteger os trabalhadores contra a ocorrência de acidentes de trabalho. O objetivo principal, sem dúvida, foi o de fomentar o mercado nacional para produzir máquinas dotadas de mecanismos de segurança capazes de evitar acidentes e, da mesma forma, evitar a importação de máquinas sem os mecanismos de proteção necessários. A NR-12 atual, além de trazer informações sobre boas práticas em segurança de máquinas, abre caminho para uma nova geração de máquinas no nosso país, tendo como principal conceito a concepção de máquinas com segurança intrínseca. Porém, como não poderia deixar de ser, as disposições desta Norma referemse a máquinas e equipamentos novos e usados, cabendo ao empregador, em última instância, o dever de adotar medidas de proteção para o trabalho em máquinas e equipamentos, capazes de garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores, além de medidas apropriadas sempre que houver pessoas com deficiência envolvidas direta ou indiretamente no trabalho. Neste primeiro ano de entrada em vigor da NR-12, o grande desafio percebido pelo Ministério do Trabalho e Emprego, está na adequação das máquinas existentes. No Rio de Janeiro, nos deparamos frequentemente com máquinas sem os dispositivos de segurança obrigatórios previstos na Norma, e a ideia desta cartilha foi de justamente fornecer informações e conceitos técnicos que orientem o empresário a procurar profissionais habilitados no mercado de trabalho, capazes de promover a adequação de suas máquinas existentes. Ao mesmo tempo, este material deve também servir para um alerta ao empresariado fluminense quando da ocasião da compra de máquinas nacionais novas ou usadas e, principalmente, na importação de máquinas estrangeiras. Em todos os casos devem ser feitas exigências para que a máquina venha com um manual técnico atestando o atendimento aos requisitos de segurança previstos na NR-12. A NR-12 atual exige que todas as máquinas e equipamentos tenham suas zonas de perigo protegidas por sistemas de segurança, caracterizados por proteções fixas, proteções móveis e dispositivos de segurança, interligados, que garantam a saúde e a integridade física dos trabalhadores. Para tanto, torna-se obrigatório que o empregador providencie, a partir de uma análise de risco feita por um profissional habilitado, a instalação de sistemas de segurança de modo a atender a categoria de risco prevista na análise. Além disso, este sistema deve possuir conformidade técnica com os comandos da máquina, ser instalado de modo que não seja neutralizado ou burlado, e deve manter-se sob vigilância automática, sendo capaz de paralisar os movimentos perigosos e demais riscos quando ocorrerem falhas ou situações anormais de trabalho. A Norma também prevê que as máquinas possuam dispositivos seguros de parada e partida, paradas de emergência, manuais técnicos, procedimentos de Noções gerais sobre a Norma Regulamentadora Nr-12 12
trabalho escritos e que sejam sinalizadas. Além disso, os trabalhadores, diretamente envolvidos na operação, devem receber curso de capacitação ou de reciclagem, e cada manutenção realizada nas máquinas deve ser registrada e documentada. Os locais onde estão instaladas as máquinas e equipamentos devem possuir meios de acesso adequados, e o posto de trabalho deve atender aos princípios da ergonomia. Por fim, a NR-12 possui um instrumento de força que proíbe a fabricação, importação, comercialização, leilão, locação, cessão a qualquer título, exposição e utilização de máquinas e equipamentos que não atendam ao disposto nesta Norma. O empresário deve manter à disposição da fiscalização, da CIPA do SESMT e dos sindicatos, um inventário atualizado das máquinas e equipamentos com identificação por tipo, capacidade, sistemas de segurança e localização em planta baixa, elaborado por profissional qualificado ou legalmente habilitado. As informações do inventário devem subsidiar as ações de gestão para aplicação da Norma. Como se pode concluir, a proposta da NR-12 é de reformular todo o parque industrial brasileiro através da adaptação das máquinas existentes a uma condição de funcionamento com segurança, e da fabricação e importação de novas máquinas que obedeçam a requisitos rigorosos de segurança industrial, bem como a adoção de procedimentos de trabalho seguros. É um grande desafio a ser vencido que exige, além de grande esforço por parte das empresas, uma verdadeira mudança de cultura. Avaliamos que seja fundamental neste momento o apoio político e técnico das entidades de classe que compõem os seguimentos industriais, e de entidades como o SENAI, SENAC e SEBRAE que, sem dúvida, podem dar uma contribuição importante na assistência técnica às empresas. O governo, que representa os interesses de toda sociedade, pretende com esta norma reduzir drasticamente os acidentes típicos com máquinas e equipamentos. Assistimos todo ano o anuário estatístico da Previdência Social anunciar centenas de milhares de acidentes fatais. Segundo a página da Previdência Social, em 2009 foram registrados 723.452 acidentes e doenças do trabalho, entre os trabalhadores assegurados. Deste total, 626.314 acidentes foram classificados como típicos, sendo o Rio de Janeiro responsável por 39.399. A Previdência Social calcula, considerando exclusivamente o pagamento de benefícios pelo INSS, um custo anual da ordem de R$ 11,6 bilhões. Estima-se que o custo indireto, contando despesas operacionais mais despesas na área da saúde e afins, que este custo chegue a R$ 46,4 bilhões. Estudo realizado pelo Ministério da Previdência indica que cerca de 25% destes acidentes estão relacionados ao trabalho com máquinas e equipamentos, portanto, custos proporcionais da ordem de R$ 11,6 bilhões de reais. Diante dessa realidade, o Ministério do Trabalho e Emprego adotou como política pública, direcionada para a prevenção de acidentes, a priorização de uma Norma voltada para a prevenção e proteção contra riscos relativos ao tra- Noções Gerais sobre a Norma Regulamentadora Nr-12 Noções gerais sobre a Norma Regulamentadora Nr-12 13
Noções Gerais sobre a Norma Regulamentadora Nr-12 balho com máquinas e equipamentos. Além da política de fiscalização, o Ministério mantém integração com a Previdência Social na análise de acidentes, de modo a subsidiar a AGU nas ações regressivas, visando restituir aos cofres públicos os custos previdenciários relativos à Previdência Social. Recentemente, em decisão judicial subsidiada por um laudo técnico elaborado pela SRTE-MG, uma grande mineradora foi condenada, no caso de um acidente de trabalho ocorrido com um guindaste, ao pagamento ao INSS de um montante que gira em torno de R$ 1,1 milhão, considerando o valor que já foi pago a título de benefício e à expectativa de vida da viúva. A conclusão é que, do ponto de vista do Governo, das Empresas e, principalmente, dos Trabalhadores, acreditamos que a prevenção de acidentes através da proteção das máquinas e equipamentos representa, sem dúvida, um custo que vale a pena ser investido. José Roberto Moniz Aragão Auditor Fiscal do Trabalho Engenheiro de Segurança do Trabalho Noções gerais sobre a Norma Regulamentadora Nr-12 14
Terminologia e definições Máquina e equipamento (NR-12) Glossário Anexo IV Para fins de aplicação da NR-12, o conceito inclui somente máquina e equipamento de uso não doméstico e movido por força não humana. Máquina (NBR NM 213-1 : 2000 3.1) e (NF EN 292-1, 3.1) Conjunto de peças ou componentes ligados entre si, em que pelo menos um deles é móvel e, com os apropriados adutores, circuitos de comando e potência etc., reunidos de forma solidária com vista a uma aplicação definida, tal como a transformação, o tratamento, a movimentação e o acondicionamento de um material. É também considerada máquina um conjunto de máquinas que, a fim de se chegar a um mesmo resultado, estão dispostas e comendadas de modo a estarem solidárias no seu funcionamento Perigo (NBR NM 213-1 :2000) Causa capaz de provocar uma lesão ou dano para a saúde. DANO NBR 14009:1997 Ferimento físico e/ou dano à saúde ou propriedade. Risco (NBR NM 213-1 :2000) Combinação da probabilidade e da gravidade de uma possível lesão ou dano para a saúde, que possa acontecer numa situação perigosa. Terminologia e definições 15
Zona perigosa de uma máquina (NBR NM 213-1 :2000) É qualquer zona dentro e/ou em redor de uma máquina, onde uma pessoa fica exposta a um risco de lesão ou dano à saúde. EVENTO PERIGOSO NBR 14009:1997 Evento que pode causar ferimentos. RISCO RESIDUAL NBR 14009:1997 Risco remanescente, após a adoção de medidas de segurança. MEDIDA DE SEGURANÇA NBR 14009:1997 Medida que elimina o perigo ou reduz o risco. PROFISSIONAL QUALIFICADO: (NR-12) 12.140 Considera-se trabalhador ou profissional qualificado aquele que comprovar conclusão de curso específico na área de atuação, reconhecido pelo sistema oficial de ensino, compatível com o curso a ser ministrado. PROFISSIONAL LEGALMENTE CAPACITADO: (NR-12) 12.143.1 Terminologia e definições É considerado capacitado o trabalhador que possuir comprovação por meio de registro na Carteira de Trabalho e Previdência Social CTPS ou registro de empregado de pelo menos dois anos de experiência na atividade e que receba reciclagem conforme o previsto no item 12.144 da Norma NR-12. PROFISSIONAL LEGALMENTE HABILITADO: (NR-12) 12.141 Considera-se profissional legalmente habilitado para a supervisão da capacitação aquele que comprovar conclusão de curso específico na área de atuação, compatível com o curso a ser ministrado, com registro no competente conselho de classe. PROFISSIONAL AUTORIZADO: (NR-12) 12.143 São considerados autorizados os trabalhadores qualificados, capacitados ou profissionais legalmente habilitados, com autorização dada por meio de documento formal do empregador. Princípio da falha segura (NR-12) Glossário Anexo IV O princípio de falha segura requer que um sistema entre em estado seguro, quando ocorrer falha de um componente relevante a segurança. A principal precondição para a aplicação desse princípio é a existência de um estado seguro em que o sistema pode ser projetado para entrar nesse estado quando ocorre- Terminologia e definições 16
rem falhas. O exemplo típico é o sistema de proteção de trens (estado seguro = trem parado). Um sistema pode não ter um estado seguro como, por exemplo, um avião. Nesse caso, deve ser usado o princípio de vida segura, que requer a aplicação de redundância e de componentes de alta confiabilidade para se ter a certeza de que o sistema sempre funcione. Item 12.5 A concepção de máquinas deve atender ao princípio da falha segura. Proteção (NBR NM 213-1: 2000) Parte da máquina especificamente utilizada para prover proteção por meio de uma barreira física. Ela pode ser fixa ou móvel (ajustável ou não) e com dispositivos de travamento e/ou de intertravamento. Dispositivos de segurança (NR-12) item 12.42 Para fins de aplicação da NR-12, consideram-se dispositivos de seguranca os componentes que, por si só ou interligados ou associados a proteções, reduzam os riscos de acidentes e de outros agravos à saúde, sendo classificados em: a Comandos elétricos ou interfaces de segurança Dispositivos responsáveis por realizar o monitoramento, que verificam a interligação, posição e funcionamento de outros dispositivos do sistema e impedem a ocorrência de falha que provoque a perda da função de segurança, como relés de segurança, controladores configuráveis de segurança e controlador lógico programável CLP de segurança. Terminologia e definições B Dispositivos de intertravamento Chaves de segurança eletromecânicas, com ação e ruptura positiva, magnéticas e eletrônicas codificadas, optoeletrônicas, sensores indutivos de segurança e outros dispositivos de segurança que possuem a finalidade de impedir o funcionamento de elementos da máquina sob condições específicas. C Sensores de segurança Dispositivos detectores de presença mecânicos e não mecânicos, que atuam quando uma pessoa ou parte do seu corpo adentra a zona de perigo de uma máquina ou equipamento, enviando um sinal para interromper ou impedir o início de funções perigosas, como cortinas de luz, detectores de presença optoeletrônicos, laser de múltiplos feixes, barreiras óticas, monitores de área, ou scanners, batentes, tapetes e sensores de posição. Terminologia e definições 17
D Válvulas e blocos de segurança ou sistemas pneumáticos e hidraúlicos de mesma eficácia. E Dispositivos mecânicos Dispositivos de retenção, limitadores, separadores, empurradores, inibidores, defletores e retráteis. F Dispositivos de validação Dispositivos suplementares de comando operados manualmente, que, quando aplicados de modo permanente, habilitam o dispositivo de acionamento, como chaves seletoras bloqueáveis e dispositivos bloqueáveis. Ação positiva (NR-12) Glossário Anexo IV Terminologia e definições Quando um componente mecânico móvel inevitavelmente move outro componente consigo, por contato direto ou através de elementos rígidos, o segundo componente é dito como atuado em modo positivo, ou positivamente, pelo primeiro. Ruptura positiva (NR-12) Glossário Anexo IV Operação de abertura positiva de um elemento de contato: efetivação da separação de um contato como resultado direto de um movimento específico do atuador da chave do interruptor, por meio de partes não resilientes, ou seja, não dependentes da ação de molas. Prevenção intrínseca (NF EN 292-1, 3.18) Medidas de segurança que consistem em: Evitar ou reduzir tanto quanto possível os fenômenos perigosos escolhendo adequadamente determinadas características de concepção. Limitar a exposição de pessoas aos inevitáveis fenômenos perigosos ou que não puderam ser suficientemente reduzidos. Este resultado é obtido, reduzindo a necessidade de o operador intervir nas zonas perigosas Terminologia e definições 18
Funções de segurança direta (NF EN 292-1, 3.13.1) As funções de uma máquina cuja disfunção imediatamente aumentaria o risco de lesão ou de prejuízo à saúde Há duas categorias de funções de segurança direta: 1. As funções de segurança propriamente ditas, que são funções de segurança direta especificamente destinadas para garantir a segurança. Exemplos: Função de prevenção contra inicialização inesperada/ não intencional (dispositivo de bloqueio associado a um protetor). Função de não repetição de ciclo. Função de controle bimanual. Outros. 2. Funções que condicionam a segurança, que são outras funções de segurança direta que não as de segurança propriamente ditas. Exemplos: Comando manual de um mecanismo perigoso durante as fases de ajuste, os dispositivos sendo neutralizados. Regulação de velocidade ou da temperatura mantendo a máquina dentro dos limites seguros de funcionamento. Terminologia e definições Funções de segurança indireta (NF EN 292-1, 3.13.2) Funções cuja falha não gera imediatamente um risco, mas reduz o nível de segurança. Notadamente o automonioramento das funções de segurança direta (por exemplo, o automonitoramento do bom funcionamento de um detector de posição em um dispositivo de bloqueio) Dispositivo de bloqueio (NF EN 292-1, 3.23.1) Dispositivo de proteção mecânica, elétrica ou de outra tecnologia, projetada para impedir que certos elementos da máquina operem em determinadas condições (geralmente enquanto um protetor não é fechado) Terminologia e definições 19
Autocontrole (NF EN 292-1, 3.14) Funções de segurança indireta com que uma ação de segurança é acionada se a habilidade de um componente ou de um constituinte que assegura esta função diminui, ou se as condições de funcionamento são modificadas de forma que resulta a um risco Há duas categorias de autocontrole: 1. Autoteste contínuo Pelo qual uma medida de segurança é imediatamente acionada quando uma falha ocorre. 2. Autoteste descontínuo Pelo qual uma medida de segurança é acionada durante um ciclo subsequente do funcionamento da máquina quando uma falha ocorre. Terminologia e definições Terminologia e definições 20
Gestão dos riscos em máquinas e equipamentos Veja aqui o conteúdo deste Capítulo Inventário A apreciação do risco A análise do risco Determinação dos limites da máquina A identificação dos fenômenos perigosos A estimativa do risco A avaliação do risco A redução do risco A eliminação do fenômeno perigoso e a redução do risco Protetores e dispositivos de proteção Protetores fixos e protetores móveis Dispositivos de proteção Distâncias de segurança Avisos, sinalização métodos de trabalho e equipamentos de proteção individual Formação e informação Gestão dos riscos em máquinas e equipamentos 21
Figura 1 Procedimento interativo de apreciação e redução de riscos início Atualização da apreciação do risco 1 Determinação dos limites da máquina 2 Identificação dos fenômenos perigosos Análise do risco Apreciação do Risco Etapa 1 3 estimativa do Risco Riscos novos? fim sim 4 Avaliação do risco: (a máquina está segura)? Não 5 Fenômeno perigoso evitável? sim prevenção intrínseca Não 6 risco reduzível? sim Redução do risco Não Gestão dos riscos em máquinas e equipamentos 7 8 É viável o uso de protetores? Não sinalizações e advertências? Não sim sim Protetores protetores com dispositivos Elementos de sinalização e advertências Redução do Risco Etapa 2 9 Métodos de trabalho? sim Métodos de trabalho Não 10 Equipamentos de sim proteção individual? EPI Não 11 formação / informação Fonte: Adaptado de Sécurité des machines: phénomènes; situations; événements dangereux et dommages CSST/IRSST; Canadá 2006. Gestão dos riscos em máquinas e equipamentos 22
Inventário Recomenda-se, antes de iniciar o processo de Gestão, fazer o inventário do parque maquinário. Este deve ser feito conforme o item 12.153.1 da NR-12. Apreciação e redução do risco A gestão de risco comporta duas grandes etapas: A Apreciação do risco e a Redução do risco (conforme a Figura 1). A apreciação do risco é o primeiro passo antes de qualquer decisão e ação seletivas de meios de redução. O procedimento é iterativo pois, após a seleção dos meios de redução de risco, uma nova apreciação deve ser feita. As mudanças Nota A norma ISO 14.121:1999 adotadas e acrescidas (instaladas) devem segurança de máquinas princípios passar por análise completa a fim de garantir que: apreciação de risco e é composta para a avaliação de risco, trata essencialmente das noções sobre da análise e avaliação do risco. A etapa de redução do risco é abordada na norma ISO 12.100. 1. Elas não apresentem novos riscos. 2. O objetivo de redução seja alcançado. Etapa 1 A Apreciação do Risco De forma geral, toda melhoria da segurança de uma máquina inicia pela apreciação dos riscos. Esta apreciação dos riscos associados às máquinas perigosas segue aproximadamente o mesmo caminho em todos os documentos normativos que tratam da segurança das máquinas. Para cada posto e situação de trabalho deve ser feito um estudo completo e exaustivo de identificação dos fenômenos perigosos, de estimativa e avaliação dos riscos e aplicação do procedimento de eliminação ou redução destes riscos. A análise do risco Gestão dos riscos em máquinas e equipamentos Análise de risco é o conjunto das três primeiras etapas da apreciação do risco. Ela é composta de: A determinação dos limites da máquina ou equipamento. A identificação dos fenômenos perigosos. A estimativa do risco. 1 Determinação dos limites da máquina O primeiro passo para a abordagem de gerenciamento de risco é aquele onde o projetista deve determinar os limites da apreciação do risco. Nesta fase, deve-se ter informações para documentar as condições em que a máquina será usada. É aqui que o projetista deverá determinar quem irá usar Gestão dos riscos em máquinas e equipamentos 23