Comitê Científico. Editor José Fernandes Filho, Ph,D. - EEFD/UFRJ (Brasil) editor@fpjournal.org.br



Documentos relacionados
Força e Resistência Muscular

Por que devemos avaliar a força muscular?

1 Aluno Curso de Educação Física,UFPB 2 Professor Departamento de Educação Física, UFPB 3 Professor Departamento de Biofísica e Fisiologia, UFPI

MEDIDAS DA FORÇA E RESISTÊNCIA MUSCULAR

EFEITOS DE DIFERENTES INTERVALOS RECUPERATIVOS NO NÚMERO DE REPETIÇÕES NO EXERCICIO SUPINO RETO LIVRE Marcelo dos Santos Bitencourt

ANÁLISE DAS RESPOSTAS NEUROMUSCULARES DOS EXTENSORES DO JOELHO APÓS PROGRAMA DE EXERCÍCIO RESISTIDO COM CONTRAÇÕES RECÍPROCAS

GUIA DE MUSCULAÇÃO PARA INICIANTES

O IMPACTO DO PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL NO AUMENTO DA FLEXIBILIDADE

TÍTULO: MAGNITUDES DE FORÇA PRODUZIDA POR SURFISTAS AMADORES CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: EDUCAÇÃO FÍSICA

CRITÉRIOS DE PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS ATRAVÉS DE 1 RM

A CIÊNCIA DOS PEQUENOS JOGOS Fedato Esportes Consultoria em Ciências do Esporte

INFLUENCIA DA FLEXIBILIDADE NO SALTO VERTICAL EM ATLETAS DE VOLEIBOL MASCULINO

Por que devemos avaliar a força muscular?

Lucimere Bohn Área de Formação: 813 Desporto. Curso: Musculação e Cardiofitness. Módulo: Bases Morfofisiológicas

Grau de hipertrofia muscular em resposta a três métodos de treinamento de força muscular

CIRCUITO TREINO * O fator especificador do circuito será a qualidade física visada e o desporto considerado.

AVALIAÇÃO FÍSICA O QUE PODEMOS MEDIR? PRAZOS PARA REAVALIAÇÃO.

Análise Univariada de Sinais Mioelétricos

CHECK - LIST - ISO 9001:2000

TREINAMENTO DE FORÇA RELACIONADO A SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA

CONGRESSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA SESC 2015 VERTENTES PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO FÍSICA

Treinamento Concorrente

A Influência da instrução verbal e da demonstração no processo da aprendizagem da habilidade parada de mãos da ginástica artística.

O Marketing Educacional aplicado às Instituições de Ensino Superior como ferramenta de competitividade. Xxxxxx Xxxx Xxxxxxx Xxxxxxx Xxxxxxxxxxx

Disciplina: Controle Motor e Fisiologia do Movimento. Flávia Porto RELEMBRANDO...

Diminua seu tempo total de treino e queime mais gordura

O QUE É TREINAMENTO FUNCIONAL? Por Artur Monteiro e Thiago Carneiro

Variáveis Manipuláveis do Treino de Força

OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE

DESENVOLVIMENTO DE UM SOFTWARE NA LINGUAGEM R PARA CÁLCULO DE TAMANHOS DE AMOSTRAS NA ÁREA DE SAÚDE

Confederação Brasileira de Voleibol PREPARAÇÃO FÍSICA Prof. Rommel Milagres SAQUAREMA Dezembro 2013

PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO EM VOLEIBOL

Sistemas de Gestão Ambiental O QUE MUDOU COM A NOVA ISO 14001:2004

O uso de Objetos de Aprendizagem como recurso de apoio às dificuldades na alfabetização

Treino em Circuito. O que é?

REPETIÇÕES MÁXIMAS COM 90% DA 1RM NOS EXERCÍCIOS SUPINO RETO E LEG PRESS APÓS AQUECIMENTO ESPECÍFICO E ALONGAMENTO ESTÁTICO

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS INEP

24/10/2013 Prof. Me. Alexandre Correia Rocha

Deficiência de Desempenho Muscular. Prof. Esp. Kemil Rocha Sousa

PREPARAÇÃO FÍSICA ARBITRAGEM FPF Fedato Esportes Consultoria em Ciências do Esporte

Abordagem de Processo: conceitos e diretrizes para sua implementação

ANALYSIS OF THE ESTIMATED MAXIMUM REPETITIONS THROUGH ONE MAXIMUM REPETITION

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Escola de Educação Física. Gabriela Bartholomay Kothe

Acta Ortopédica Brasileira ISSN versão impressa

MUSCULAÇÃO PRINCÍPIOS BÁSICOS

Métodos da Taxa de Produção de Força ou Máximos Métodos da Hipertrofia Muscular ou Sub-máximos Métodos Mistos. Métodos Reactivos

Instalações Máquinas Equipamentos Pessoal de produção

ESTUDO DE VIABILIDADE. Santander, Victor - Unioeste Aula de Luiz Eduardo Guarino de Vasconcelos

XVII CLINIC Análise de Indicadores de Força Explosiva de Potência e de Resistência de Força Explosiva em Judocas Juniores vs.

COMPARAÇÃO DO DESEMPENHO NO TESTE DE 1RM E DO NÚMERO DE REPETIÇÕES REALIZADAS NOS EXERCÍCIOS SUPINO LIVRE E GUIADO

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr.

Profissionais de Alta Performance

ANÁLISE DE FALHAS EM CADEIRAS COM AJUSTE DE ALTURA POR PISTÃO PNEUMÁTICA

PLANOS DE CONTINGÊNCIAS

II. Atividades de Extensão

Sistemas de Treino de Força Muscular

Associação Catarinense das Fundações Educacionais ACAFE PARECER DOS RECURSOS

Universidade Estadual do Centro-Oeste Reconhecida pelo Decreto Estadual nº 3.444, de 8 de agosto de 1997

VELOCIDADE, AGILIDADE, EQUILÍBRIO e COORDENAÇÃO VELOCIDADE

Relatório da IES ENADE 2012 EXAME NACIONAL DE DESEMEPNHO DOS ESTUDANTES GOIÁS UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

Protocolo em Rampa Manual de Referência Rápida

PERIODIZAÇÃO APLICADA AO TREINAMENTO FUNCIONAL

O impacto do INCLUSP no ingresso de estudantes da escola pública na USP

Bases Metodológicas do Treinamento Desportivo

TÍTULO: A INSERÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA NOS NÚCLEOS DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA (NASF): VISÃO DOS PROFISSIONAIS

FORTALECENDO SABERES EDUCAÇÃO FÍSICA DINÂMICA LOCAL INTERATIVA CONTEÚDO E HABILIDADES DESAFIO DO DIA. Aula 3.1 Conteúdo: Atividade física preventiva.

Palavras-chave: Fisioterapia; Educação Superior; Tecnologias de Informação e Comunicação; Práticas pedagógicas.

PNAD - Segurança Alimentar Insegurança alimentar diminui, mas ainda atinge 30,2% dos domicílios brasileiros

10º Congreso Argentino y 5º Latinoamericano de Educación Física y Ciencias

XADREZ: uma ferramenta para a inclusão resultados preliminares

VALÊNCIAS FÍSICAS. 2. VELOCIDADE DE DESLOCAMENTO: Tempo que é requerido para ir de um ponto a outro o mais rapidamente possível.

CRIAÇÃO DA DISCIPLINA SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL NO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Os Benefícios do Taekwon-do na Infância e na Adolescência

O DESAFIO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM PATOS, PARAÍBA: A PROFICIÊNCIA DOS ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS DE PATOS

Pilates e Treinamento Funcional

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SUL DE MINAS GERAIS. CAMPUS MUZAMBINHO Bacharelado em Educação Física

EFEITO DO TREINAMENTO DE FORÇA NO DESEMPENHO DA FORÇA MÁXIMA DE PRATICANTES DA MODALIDADE DE MUSCULAÇÃO

TÍTULO: "SE TOCA MULHER" CONHECIMENTO DAS UNIVERSITÁRIAS SOBRE O CÂNCER DE MAMA

CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE RUGBY

DECLARAÇÃO DE POSICIONAMENTO DO IIA: O PAPEL DA AUDITORIA INTERNA

Adaptações Cardiovasculares da Gestante ao Exercício

CICLO VIRTUOSO DA EDUCAÇÃO FÍSICA

Pesquisa Semesp. A Força do Ensino Superior no Mercado de Trabalho

Utilização dos processos de RH em algumas empresas da cidade de Bambuí: um estudo multi-caso

Pisa 2012: O que os dados dizem sobre o Brasil

Avanços na transparência

CONSIDERAÇÕES SOBRE USO DO SOFTWARE EDUCACIONAL FALANDO SOBRE... HISTÓRIA DO BRASIL EM AULA MINISTRADA EM LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA

ANEXO VII PROCEDIMENTOS DA AVALIAÇÃO DE APTIDÃO FÍSICA 1. TESTE DE BARRA FIXA

FLUXOGRAMA DA PESQUISA

ENQUALAB 2013 QUALIDADE & CONFIABILIDADE NA METROLOGIA AUTOMOTIVA. Elaboração em planos de Calibração Interna na Indústria Automotiva

PRODUÇÃO CIENTÍFICA EM TREINAMENTO DE FORÇA NO CRESCIMENTO LONGITUDINAL DE ADOLESCENTES

ANÁLISE DE RELATOS DE PAIS E PROFESSORES DE ALUNOS COM DIAGNÓSTICO DE TDAH

REPETIÇÃO MÁXIMA E PRESCRIÇÃO NA MUSCULAÇÃO

Mais em forma, mais veloz, mais forte, mais alongado: Programa de Desenvolvimento de Cárdio Precor

A estruturação de Grupos de Pesquisa

PLIOMETRÍA PRINCÍPIO DE EXECUÇÃO DO TRABALHO EXCÊNTRICO- CONCÊNTRICO

11 de maio de Análise do uso dos Resultados _ Proposta Técnica

Transcrição:

Comitê Científico Editor José Fernandes Filho, Ph,D. - EEFD/UFRJ (Brasil) editor@fpjournal.org.br Editores Científicos Paula Roquetti Fernandes, Ph,D. - CEAF (Brasil) Mauro Moraes Macedo, Ph,D. - Instituto Meta (Brasil) Gilmar Eduardo Costa do Couto, Ph,D. - Ufam/Inucam (Brasil) - editorcientífico@fpjournal.org.br Comissão Editorial Ademir de Marco, Ph.D. - Univ. Estadual de Campinas (Brasil) Antônio José Rocha Martins da Silva, Ph.D. - Univ. de Trás-os-Montes e Alto Douro (Portugal) Antônio T. Marques, Ph.D. - Univ. do Porto (Portugal) César Jaime Oliva Aravena, Ph.D. - Univ. Playa Ancha (Chile) Dartangnan Pinto Guedes, Ph.D. - Univ. Estadual de Londrina (Brasil) Edio Petrosky, Ph.D. - Univ. Fed. de Santa Catarina (Brasil) Eduardo Henrique De Rose, Ph.D. - Academia Olímpica Brasileira (Brasil) Eduardo Kokubum, Ph.D. - Univ. Est. Paulista - Rio Claro/SP (Brasil) Emerson Silami Garcia, Ph.D. - Univ. Federal de Minas Gerais (Brasil) Federico Schena, Ph. D. - Univ. di Trento (Itália) Jack Wasserman, Ph.D. - Univ. of Tennessee (U.S.A.) João Carlos Bouzas Marins, Ph.D - Univ. Federal de Viçosa (Brasil) Jorge Proença, Ph.D. - Univ. Lusófona (Portugal) Jorgen Weineck, Ph.D. - Univ. of Erlangen (Alemanha) José Antonio Villegas García, Ph.D. - Univ. Católica de Murcia José de Jesus Fernandes Rodrigues, Ph.D. - Escola Superior de Desporto de Rio Maior (Portugal) Juan Antonio Moreno, Ph.D. - Univ. de Murcia (Espanha) Juarez Vieira do Nascimento, Ph.D. - Univ. Fed. de Santa Catarina (Brasil) Luís Bettencourt Sardinha, Ph.D. - Univ. Técnica de Lisboa (Portugal) Luis Miguel Ruiz Perez, Ph.D. - Univ. de Castilla La Mancha Pepe Palacios, Ph.D. - Univ. da Coruña (Espanha) Randy Wilbert, Ph.D. - United States Olympic Comitee (U.S.A.) Ricardo Jacó de Oliveira, Ph.D. - Univ. Católica de Brasília (Brasil) Romuald Stupnicki, Ph.D. - University Education (Polônia) Steven Fleck, Ph.D. - American College of Sports Medicine (U.S.A.) Tamara Abranova - UNIITK - Russia Tudor Bompa, Ph.D. - York University (Canadá) Valdir Barbanti, Ph.D. - Univ. de São Paulo (Brasil) Victor Machado Reis, Ph.D. - Univ. Trás-os-Montes e Alto Douro (Portugal) Victor K. Matsudo, Ph.D. - CELAFISCS (Brasil)

Revista Fitness & Performance 10 1 jan/abril 2014

Copyright 2010 Universidade Federal do Amazonas Reitora Márcia Perales Mendes Silva Editora Suely Oliveira Moraes Marquez Jornalista Responsável José Maurício Capinussú de Souza, Ph.D. Reg. nº 8.859 Responsável Comercial Gilmar Eduardo Costa do Couto, Ph,D. UFAM/INUCAM (Brasil) ufamesportes@yahoo.com.br ufamesportes@hotmail.com (92) 99112-1818 Imagem da Capa Jack Cartoon Editoração Eletrônica Cinara Cardoso Política Editorial A Revista Fitness & Performance é Bimestral, publica trabalhos originais nas áreas de: educação, biomédica e ciências da saúde, sob forma de artigos, relato de pesquisa, estudo teórico, entrevista e resenha de livro dentro de uma ação integradora dos conhecimentos produzidos na Amazônia, no Brasil e no Exterior. Incluirá pesquisas em ciências básicas, casos clínicos (diagnósticos e técnicas terapêuticas) e estudos relacionados aos aspectos comportamentais, epidemiológicos e educacionais da medicina e do movimento humano. Todos os originais sofrerão análise, realizada em sistema de duplo-cego (peer review) antes de aceitos para publicação. Os artigos publicados são de inteira responsabilidade dos respectivos autores, não sendo atribuível a Editora e aos Institutos nenhuma forma de competência legal sobre os mesmos. Ficha Catalográfica elaborada por Suely O. Moraes Marquez - CRB 11/365 Revista Fitness & Performance, ano 10, n.º 1, jan./abril./2014 - Manaus: Editora da Universidade Federal do Amazonas, 2010. Bimestral E-ISSN 1676-5133 1. Saúde Periódicos CDD 610 CDU 614 Editora da Universidade Federal do Amazonas Avenida Gal Rodrigo Otávio Jordão Ramos, n.6200 Coroado I, Manaus/AM Campus Universitário Senador Arthur Vírgilio Filho, Bl. L, Setor Sul Telefax:(0xx) 92 3305 4291 e 3305 4290 E-mail: edua@ufam.edu.br F&PJ on line EISSN 1676-5133 http://www.fpjournal.org.br Pede-se permuta - Se pide canje Exchange requested On demande I échange Si richiede lo scambio

EDITORIAL Saudações leitoras e leitores! Está disponível a Edição on line da Fitness & Performance Journal 2014. Ela pode ser acessada ser acessada no endereço www.fpjournal.org.br. Ressaltamos a importância das publicações da Fitness & Performance Journal como uma conquista para a área da saúde. É mais uma oportunidade para divulgação dos estudos relacionados ao bem estar da população, além de fornecer elementos para que os profissionais da área possam desempenhar adequadamente seu papel na sociedade! Neste número estarão a disposição os artigos: Diferença entre os treinos alodinâmicos e isodinâmicosno ganho de massa muscular: uma revisão sistemática; Diferenças de desempenho e correlação entre potência anaeróbia e salto vertical no futebol; Antropometria e aptidão física de ginastas brasileiros de alto rendimento; Resposta do lactato sanguíneo durante o período de recuperação após corridas de velocidade e meio-fundo; Influência do trabalho resistido e da ginástica localizada no incremento da força muscular de idosos: uma revisão sistemática; Análise das variáveis antropométricas em mulheres submetidas a mamografia no grupo de educação e estudos oncológicos GEEON; Exercício físico e câncer: uma breve revisão e; Capacidade funcional de idosos atendidos por equipe da estratégia saúde da família de Teresina, Piauí. Envie seus artigos para nossa avaliação e possível publicação na Fitness & Performance Journal. Seu trabalho pode ser aprovado, compor a próxima edição e colaborar com o desenvolvimento de sua profissão e o bem estar da população! Boa leitura a todos!

S U M Á R I O 7 Diferenças entre os treinos alodinâmicos e isodinâmicos no ganho de massa muscular: uma revisão sistemática Janiel Herik Vieira Lima Robert Maurício de Oliveira Araújo Antônio Carlos Leal Cortez 14 Diferenças de desempenho e correlação entre potência anaeróbia e salto vertical no futebol Sergio Sousa Eduardo Quieroti Rodrigues 19 Antropometria e aptidão física de ginastas brasileiros de alto rendimento Keila Elizabeth Fontana Edgard Keene von Koenig Soares Jônatas de Oliveira Santos Guilherme Eckhardt Molina Osmar Riehl 26 Resposta do lactato sanguíneo durante o período de recuperação após corridas de velocidade e meio-fundo Rodrigo Ghedini Gheller Juliano Dal Pupo Francimara Budal Arins Luiz Guilherme Antonacci Guglielmo Saray Giovana dos Santos 32 Influência do trabalho resistido e da ginástica localizada no incremento da força muscular de idosos: uma revisão sistemática Angélica Meneses Campelo Antônio Carlos Leal Cortez 37 Análise das variáveis antropométricas em mulheres submetidas a mamografia no grupo de educação e estudos oncológicos GEEON Humberto Barroso da Fonseca Luiz Gonzaga Porto Pinheiro 45 Exercício físico e câncer: uma breve revisão Evelini Veras de Jesus Guilherme Guarino de Moura Sá Anderson Mendes Garcez Heldemys da Costa Medina Antônio Carlos Leal Cortez Maria do Carmo de Carvalho e Martins 52 Capacidade funcional de idosos atendidos por equipe da estratégia saúde da família de Teresina, Piauí Isabella Parente Almeida Maria do Carmo de Carvalho e Martins Daiane Cristina Ferreira Damasceno Antônio Carlos Leal Cortez Cibele Tôrres Matias Nathália Cavalcante Pinto Viviane Ferreira Damasceno

Diferenças entre os treinos alodinâmicos e isodinâmicos no ganho de massa muscular: uma revisão sistemática Janiel Herik Vieira Lima 1 Robert Maurício de Oliveira Araújo 2 Antônio Carlos Leal Cortez 3 Resumo Introdução: O Exercício Resistido é caracterizado como treinamento neuromuscular realizado contra uma resistência externa através de implementos específicos, implementos Alodinâmicos, que são exercícios que se podem explorar vários ângulos articulares e por implementos isodinâmicos, exercícios realizados com aparelhos que não permitem uma variação de ângulo articular. Objetivo: Identificar, através de uma revisão sistemática as diferenças entre treino alodinâmicos e isodinâmicos no ganho de massa muscular. Metodologia: Artigos originais e de revisão relacionados com o tema, publicados em inglês, português e espanhol, a partir de 1979, selecionados nas bases de dados SciELO, PubMed, Science Direct e BIREME, utilizando como conjunto de intersecção treinamento físico e hipertrofia muscular.a estratégia de pesquisa descrita possibilitou localizar 30 artigos sobre a temática estudada. Ao final, 30 artigos de estudos originais foram incluídos neste trabalho. O número de indivíduos em cada estudo variou de 6 a 28 indivíduos, com idade entre 20 a 30 anos, com maior predominância do gênero masculino. Resultados: Atividade eletromiográfica foi o método mais utilizado para avaliar a atividade muscular nos estudos. Dentre os métodos alodinâmicos e isodinâmicos usados na comparação da atividade eletromiográfica, destaca-se a utilização da máquina Smith (isodinâmico) e supino com barra (alodinâmico) presente em 40% dos estudos avaliados. Conclusão: A constatação principal da presente revisão foi que o peso livre necessita de maior coordenação e controle motor nos três planos de movimentos resultando em maior atividade eletromiográfica dos grupos musculares sinergistas, embora sejam necessárias mais investigações enfocando alodinâmicos e isodinâmicos no ganho de massa muscular. Palavras Chave Alodinâmicos. Isodinâmicos. hipertrofia muscular. Differences between training and alodynamic and isodynamic gain muscle mass: a systematic review ABSTRACT Introduction: Resistive Exercise is characterized as neuromuscular training performed against an external resistance through specific implements, alodynamic implements, which are exercises that can explore various joint angles and isodynamic implements, exercises performed with devices that do not allow a variation of the joint angle. Objective: To identify, through a systematic review of the differences between alodynamic and isodynamic workout and gain muscle mass. Methodology: Original and review related to the topic, published in English, Portuguese and Spanish, from 1979, selected the databases SciELO, PubMed, Science Direct and BIREME using the intersection set of physical training and muscle hypertrophy items. The search strategy described possible to find 30 articles on the subject studied. At the end, 30 articles of original studies were included in this study. The number of subjects in each study ranged from 6 to 28 individuals, aged 20 to 30 years, with a predominance of males. Results: Electromyographic activity was the most used method to assess muscle activity studies. Among alodynamic and isodynamic and methods used in the comparison of electromyographic activity, highlights the use of the Smith machine (isodynamic) and barbell bench press (alodynamic) present in 40% of the assessed studies. Conclusion: The main finding of this review is that the free weight requires greater coordination and motor control in all three planes of motion resulting in greater electromyographic activity of the synergist muscle groups, although further investigations are necessary and isodynamic and alodynamic focusing on gaining mass muscle. Keywords Isodynamic. Alodynamic. Muscle. Hypertrophy. 1 Graduando em Bacharelado em Educação Física Faculdade Santo Agostinho FSA 2 Mestre em Educação UFPI Professor da Faculdade Santo Agostinho 3 Mestre em Alimentos e Nutrição UFPI Professor Assistente da Faculdade Santo Agostinho FSA Copyright 2014 por Centro Brasileiro de Atividade Física Fit Perf J. Rio de Janeiro 10 1 jan/abril 2014

Lima, Araújo, Cortez INTRODUÇÃO A prática da musculação vem crescendo muito nos últimos anos, devido aos padrões estéticos impostos pela mídia e pela sociedade, dessa forma a musculação ou exercício resistido (ER) vêm sendo praticado visando principalmente à hipertrofia muscular (VIEIRA, 2009). Segundo Phillips et al. (1997) hipertrofia muscular é o aumento na área de secção transversa do músculo; ela acontece após o treinamento de força e ocorre quando a taxa de síntese é maior que taxa de degradação protéica. No Brasil, não existe um padrão técnico para o termo utilizado com vistas a designar os exercícios realizados em aparelhos específicos para a modalidade, pesos livres ou qualquer material ou método que ofereça uma determinada resistência ao movimento. Existe uma clara discordância quanto à terminologia que melhor expressa esse tipo de exercício, talvez por diferença conceitual na interpretação dos fenômenos ou até mesmo na tradução ao português (PRESTES; FOSCHINI; CHARRO, 2010). Para Uchida et al. (2010) o Exercício Resistido é a musculação caracterizada como treinamento neuromuscular realizado contra uma resistência externa através de implementos específicos, o referido autor divide estes treinos como sendo:implementos Alodinâmicos, que são exercícios que se podem explorar vários ângulos articulares, são feitos com barras, halteres e com auxílio de roldanas. Devido à liberdade de movimento, oferecem uma enorme versatilidade, em que suas opções de exercícios são praticamente ilimitadas. Por isso os implementos alodinâmicos têm a preferência dos praticantes mais experientes. Já implementos isodinâmicos, são exercícios realizados com aparelhos que não permitem uma variação de ângulo articular, Ex: leg press, voador, mesa extensora, mesa flexora, etc. Vantagens: a forma guiada e as trajetórias definidas. Os implementos isodinâmicos podem ainda estar associados ao treinamento de potência, em que a velocidade de execução deve ser mais rápida possível, sem a perda da eficiência. Existe uma série de variáveis que possibilitam periodizar o treinamento de força, dentre elas se destacam: o tipo de ação muscular (isométrica, concêntrica e excêntrica), a seleção de exercícios, os métodos de treino, a intensidade (geralmente relacionada a uma porcentagem da carga máxima), o volume (normalmente atribuído ao número total de repetições), o intervalo (que seria a duração das pausas entre as séries), a velocidade de execução (fundamental para o direcionamento do treino de potência muscular) e a frequência (que representa o número de sessões dentro de um período) (KRAMER; RATAMES, 2004). O referido estudo tem como questão norteadora a seguinte indagação: É possível afirmar que existem diferenças no que se referem a treinos alodinâmicos e isodinâmicos no ganho de massa muscular?. E como objetivo, identificar, através de uma revisão sistemática as diferenças entre treino alodinâmicos e isodinâmicos no ganho de massa muscular. Desenvolvimento O presente estudo trata-se de uma pesquisa descritiva, do tipo bibliográfica, fonte de papel. Foram pesquisados artigos que avaliaram o treinamento muscular isodinâmico e alodinâmico, sendo incluídos neste trabalho estudos originais e de revisão, do tipo ensaio clínico (aleatorizados ou não, controlados ou não) que apresentassem resultados referentes à hipertrofia muscular relacionados ao tipo de treinamento, publicados a partir de 1979 nos idiomas inglês, português e espanhol. Como complemento, devido à escassez de estudo sobre o tema, adotou-se algumas bibliografias, como base para o desenvolvimento do estudo. Estratégia de busca A pesquisa foi realizada nas bases de dados SciELO, PubMed, e BIREME utilizando-se dois conjuntos de intersecção de termos de busca bibliográfica: treinamento físico (princípios de treinamento desportivo, contração muscular,bem como suas traduções para o inglês e espanhol); hipertrofia muscular (desenvolvimento muscular, hipertrofia, Sarcomerogênese, musculação, bem como suas traduções para o inglês e espanhol). Foram pesquisadas também as referências bibliográficas dos artigos incluídos. Realizou-se uma avaliação tendo por base os títulos e o resumo dos artigos. Síntese e comparação dos estudos Foi realizada síntese narrativa dos estudos selecionados, apresentando as principais diferenças entre os treinos alodinâmicos e isodinâmicos na hipertrofia muscular. O número de indivíduos em cada estudo variou de 6 a 28 indivíduos, com idade entre 20 a 30 anos, com maior predominância do gênero masculino. Resultados A estratégia de pesquisa descrita possibilitou localizar 30 artigos sobre a temática estudada, sendo 01deles de revisão, 04 livros e 02 dissertações/teses. Ao final, 30 artigos de estudos originais foram incluídos neste trabalho. Todos os artigos incluídos utilizaram atividades eletromiografica, enquanto 01utilizou medidas de desempenho usando um computador conectado FiTROdyne dinamômetro (Fitronic; Bratislava, Eslováquia) e foi avaliada tanto no peso livre ou potência da máquina limpa a partir do meio da coxa (Tabela 1). Outro dado importante trata-se dos métodos alodinâmicos e isodinâmicos usados na comparação da atividade eletromiográfica, neste caso, podemos ressaltar a utilização da máquina Smith (isodinâmico) e supino com barra (alodinâmico) presente em 40% dos estudos avaliados. Dentre outros métodos podemos citar o supino articulado (20%) e o agachamento com barra (30%) (Tabela 1). Quadro 1. Síntese dos Estudos incluídos na revisão. AUTOR TÍTULO RESULTADOS Os resultados indicaram maior Schicket al. (2011) Schwanbeck et al. (2009) Anderson e Behm, (2005) ativação do deltóide medial A comparação de do peso livre supino do que na ativação muscular entre máquina Smith supino. Além uma máquina Smith e do disso, houve uma maior ativação peso livre supino. muscular na carga de 1RM 90% do que a carga de 1RM 70%. Os resultados mostraram que Acomparação do peso a atividade eletromiográfica livre agachamento foi maior nos músculos para agachamento gastrocnêmicos, bíceps femoral máquina Smiit utilizando e vasto medial durante o eletromiografia agachamento com peso livre quando comparado à máquina. A comparação entre Os resultados mostraram maior ação muscular durante o ativação do tronco durante o agachamento com barra peso livre e maior participação e na Smith maquina do vasto lateral no Smith maquina 8 Fit Perf J. Rio de Janeiro 10 1 jan/abril 2014

Diferenças entre os treinos alodinâmicos e isodinâmicos no ganho de massa muscular... Schwanbecket al. (2008) Os efeitos do treinamento com pesos livres ou máquinas de massa muscular, força, e testosterona e os níveis de cortisol. Os resultados deste estudo indicam que o treinamento com pesos livres ou máquinas, possuem resultados em aumentos similares de massa muscular e força, e testosterona para cortisol. McCaw e Friday (1994) A comparação da atividade muscular entre um peso livre e máquina bancada press Os resultados sugerem uma maior atividade muscular durante o peso livre comparado com a maquina especialmente a 60 % da carga de 1-RM, embora houvesse diferenças notáveis entre os padroes de sujeitos individuais. Os resultados encontrados Clarissa Müller e Claudia Silveira (2011) Rocha Júnior et al. (2007) Lander et al. (1985) Análise da Atividade Eletromiográfica do Músculo Deltóide no Exercício de Elevação Lateral Realizado com Peso Livre e na Máquina Comparação entre a atividade EMG do peitoral maior,deltóide anterior e tríceps braquial durante osexercícios supino reto e crucifixo C o m p a r a ç ã o entre opeso livre e isocinéticopressionado não apresentaram diferenças significativas entre os dois exercícios de força (p>0,05) para as três porções do músculo deltóide. Portanto, quando o objetivo é o reforço da musculatura do deltóide, tanto a elevação lateral livre quanto a elevação lateral na máquina podem ser utilizados para uma mesma intensidade de treino. Os resultados não revelaram diferenças na atividade do PM e DA entre os exercícios. A atividade do TB foi maior na realização do SP em comparação com o CR. Durante o SP, a atividade do PM foi maior em relação ao TB, sem diferenças entre PM e DA ou DA e TB. No CR, a atividade do PM e a do DA foram maiores em relação ao TB, sem diferenças entre DA e PM. De acordo com os resultados obtidos no presente estudo pode-se concluir que, caso o objetivo do treinamento seja promover estímulos para o DA ou PM, ambos os exercícios podem ser usados, dependendo da disponibilidade de materiais e/ ou da especificidade da atividade motora na qual se procura melhorar a performance. Os resultados deste estudoindica quenenhuma diferença significaticativa na força máxima foi identificada entre o supino isocinético e pesos livres a 90% e 75% de 1RM. Isso indica que os pesos livres podem afetar os músculos de maneira similar aos equipamentos, pelo menos no contexto de força, durante fase de contração principal do exercício. Joneset al. (2008) WelschetaL, ( 2005) Comparação cinética de peso livre e potência da máquina limpa. A t i v i d a d e eletromiográfica dos principais músculos deltóide anterior e peitoral durante três elevadores parte superior do corpo. Força máxima (1RM) e potência média foram significativamente maiores para a condição de peso livre, enquantoque o pico de velocidade e velocidade média foi maior para a condição de máquina (p <0,05). Embora o pico de potência não foi diferente entre as modalidades, força na potência de pico (pesos livres = 1.445 + / - 266 N, máquina = 1.231 + / - 194 N) e velocidade de pico de potência (pesos livres = 1,77 + / - 0,28 mxs (- 1) da máquina = 2,20 + / - 0,24 mxs (-1)) foram diferentes (p <0,05). Parece que as limitações mecânicas da modalidade da máquina (isto é, a trajetória de elevação) resultar em diferentes capacidades de carga que produzem diferentes características cinéticas para as duas modalidades de elevação. Ativação da unidade motora de ambos os músculos não foi significativamente diferente durante os 3 elevadores. No entanto, dumbbell flys teve significativamente menor em relação momento da ativação do que barra ou halteres supino. Portanto, dumbbell flys pode ser mais adequado como um elevador auxiliar, enquanto barra e supino com halteres podem ser usados indistintamente em programas de treinamento. A compatibilidade da barra e supino com halteres pode ajudar levantadores na superação planaltos de formação por alternância de exercícios para os mesmos grupos musculares. Marínet al.(2011) A comparação da intensidade do treinamento entre a vibração de todo o corpo e exercício de agachamento convencional Os resultados deste estudo demonstram que o estímulo de treinamento resultante de um exercício semi- agachamento isométrico em uma plataforma de vibração (aceleração : 12-89 ms -2) é semelhante ao estímulo de treinamento de um exercício de semi- agachamento isométrico em máquina Smith ( peso : 20-70 kg) de acordo com a EMG inferior do corpo e RPE. No entanto, o impacto da semi- agachamento em exercício plataforma vibratória para o músculo lombar é relativamente pequeno em comparação com semi- agachamento na máquina Smith. Discussão Os principais resultados encontrados no presente estudo revelam que os treinamentos realizados com peso livre são eficazes na hipertrofia muscular quando comparado com máquinas. Outro dado importante trata-se de que dentre os estudos incluídos nessa revisão, a atividade eletromiográfica foi à técnica mais utilizada na comparação entre peso livres e máquinas, sendo que apenas um dos estudos utilizou medidas de desempenho usando um computador conectado dinamômetro. A escolha do exercício é de suma importância onde envolve grandes decisões, como ação muscular e a escolha do tipo de equipamento a ser realizado no exercício (UCHIDA et al, 2006). Para Kramer e Fleck (1988) o equilíbrio entre a musculatura agonista e antagonista é importante para a menor incidência de lesões articulares e dos tecidos muscular e conjuntivo. Seguindo essa Fit Perf J. Rio de Janeiro 10 1 jan/abril 2014 9

Lima, Araújo, Cortez hipótese, se houver um desequilíbrio entre agonista e antagonista, haverá uma facilitação para o surgimento de futuras lesões. Em pesquisa realizada por Runge (2004), em Porto Alegre - RS, através de um estudo de caso, obteve os seguintes resultados referentes a análise do peitoral no supino reto com barra, em comparação com o supino executado na máquina, houve uma diferença estatisticamente significativa (p 0,05 segundo o teste T de student), na ativação da musculatura peitoral, tendo maior ativação desta musculatura no supino reto com barra. E obteve-se ainda, segundo o teste acima citado, uma diferença significativa de ativação muscular do tríceps em suas duas porções, principalmente em sua porção lateral, no exercício feito com a barra. Os pesos livres utilizam resistência isotônica que fornece à mesma quantidade de resistência em toda a amplitude de movimento. Os pesos livres são um exercício de forma livre que permitem o movimento em múltiplos planos e requerem equilíbrio (Cotterman et al., 2005). Para Boyer (1990) máquinas também podem permitir a resistência variável linear e invariável composta. Resistência variávelfornece resistência linear e crescente ao longo da amplitude de movimento para corresponder à força muscular em diferentes partes da amplitude de movimento. Alodinâmicos versus isodinâmicos vantagens e desvantagens: De acordo com a literatura os exercícios alodinâmicos e isodinâmicos apresentam pontos negativos e positivos, algumas vantagens gerais: os alodinâmicos (peso livre) permitem uma versatilidade dos movimentos (maior liberdade de movimento) e maior especificidade do treinamento (gestos mais funcionais) do que os isodinâmicos (aparelhos/ máquinas) ao contrário de muitos outros implementos que envolvem grande massa muscular (WATHE, 1980; STONE, 1979). Embora os pesos livres apresentem algumas vantagens em relação aos aparelhos com pesos, eles também possuem algumas desvantagens. As possíveis desvantagens incluem a possibilidade de lesão (queda de peso), a necessidade de outras pessoas para auxiliar e o tempo necessário para o aprendizado da técnica adequada de levantamento (SCOTT; EDWARD; 2005). Stone (2000) sugere que as máquinas têm limitada adaptabilidade ao passo que exercícios com pesos livres podem ser criados para atender a atividade. Os Exercícios com pesos livres também incorporam estabilizadores para completar a elevação enquanto os movimentos da máquina não exigem tanta ativação de músculos necessários para a estabilização (MAYO et al., 1997). Alodinâmicos versus isodinâmicos e força muscular Em um estudo por Cotterman et al. (2005), examinaram a produção de força nos exercícios de supino e agachamento, realizados nos equipamentos Smith e com pesos livres. Foi verificado maior valor de força 1RM no exercício de agachamento Smith, o que pode ser justificado pelo fato de que o exercício de forma guiada necessita menos musculatura que auxiliem no equipamento em comparação ao exercício executado com pesos livres. Já o exercício de supino apresentou maior valor 1RM quando realizado com pesos livres. Esse fator pode ser justificado visto que no equipamento Smith o movimento é restrito o que pode limitar a produção de força. Segundo estudos realizados com relação ao número de repetições máximas e intensidades percentuais 1RM, verificou-se que apenas o estudo de (SHIMANO et al. 2006), realizou os exercícios apenas com peso livre. Nos demais estudos (HOEGER et al. 1987, 1990 ; CHAGAS et al. 2005), foram realizados em equipamentos de marcas diversas, sendo difícil, aplicação dos resultados em outros lugares que não possuam os mesmo equipamentos. A realização de um mesmo exercício, utilizando peso livre ou equipamentos guiados, pode apresentar diferenças na capacidade de produção de força bem como no número de repetições realizadas. Lander et al. (1985) realizaram uma comparação biomecânica entre o supino com pesos livres e o isocinético sendo que, segundo os autores nenhuma diferença significativa na força máxima foi identificada entre o supino isocinético e pesos livres a 90% e 75% de 1RM. Isso indica que os pesos livres podem afetar os músculos de maneira similar aos equipamentos, pelo menos no contexto de força, durante fase de contração principal do exercício. Alodinâmicos versus isodinâmicos no ganho de massa muscular Nos últimos anos, houve muita controvérsia em torno da questão de que o treinamento com pesos livres ou com vários tipos de aparelhos com pesos produziriam maiores ganhos de forças nos atletas (SCOTT; EDWARD, 2005). Segundo a literatura não existe no momento uma resposta definitiva a essa questão. Ao comparar os ganhos de forças obtidos em vários tipos de aparelhos com pesos, não são observadas diferenças em relação aos aparelhos de resistência variável e os de resistência constante (MANNING et al.1990). Existem dados que dão suporte a ideia de que os peso livres produzem maiores ganhos de força nos períodos de treinamentos de curta duração do que muitos tipos de aparelhos com pesos (STONE; O BRYANT,1986) Rodriguês (2001) aparelho com sistemas de polias de raio invariável, como os puxadores, a cadeira de extensão dos joelhos, cadeira de adução do quadril e outros. Este tipo de aparelho, devido ao seu mecanismo, produz resistência dinâmica invariável. Segundo o autor este tipo de exercício encontrado na maioria dos aparelhos de musculação e permanece inalterado durante toda a trajetória do movimento. Um estudo realizado por Pipes (1978) comparativo de 10 semanas e outro de 12 semanas realizado por Boyer, (1990) não demonstraram diferenças significativas entre TDREC treinamento dinâmico com resistência externa constante e treinamento de resistência variável nas alterações do percentual de gordura, na massa magra, no peso corporal total e nas circunferências dos membros. Portanto, as alterações na composição corporal com esses tipos de treinamentos são similares. Respostas hormonais Os principais hormônios anabólicos envolvidos no crescimento e no remodelamento do tecido muscular: são a testosterona, hormônio do crescimento (GH) e fatores de crescimento insulinasímiles (IGFs). A testosterona tem sido um dos principais hormônios utilizados como marcador fisiológico para avaliar estado anabólico do corpo (FLECK; KRAMER, 2006). Para Fleck, Kramer (2006) os mecanismos hormonais controlados pelo sistema endócrino podem ser ativados em resposta ao estresse treinamento agudo do treinamento de força, ou alterados após período crônico de treino. De acordo com autor os mecanismos que promovem alterações agudas na homeostasia, tipicamente 10 Fit Perf J. Rio de Janeiro 10 1 jan/abril 2014

Diferenças entre os treinos alodinâmicos e isodinâmicos no ganho de massa muscular... respondem ao estresse, ocasionado pelo exercício agudo de forma muito rápida, por meio de elevações ou diminuições nas concentrações hormonais no sentido de regular funções fisiológicas, como metabolismo proteico com ativação das células do sistema imune. Segundo revisão realizada por Cadoreet al. (2008), foi observado que existe uma estreita relação entre a treinabilidade de indivíduos submetidos ao treinamento de força e os níveis circulantes de testosterona nesses sujeitos. Além disso, outros parâmetros hormonais, tais como as razões entre a testosterona e sua proteína carreadora e entre a testosterona com o cortisol, também foram relacionados com a capacidade de aumento de força. Diversos fatores ligados à sessão de treino, além das características da população investigada, influenciam a resposta hormonal aguda e crônica ao treinamento. Entre esses fatores, o volume e a intensidade são as principais variáveis ligadas à magnitude dessa resposta. A determinação de quais fatores possam estar estreitamente relacionados com a resposta hormonal ao treinamento de força pode ser importante para o estabelecimento de uma sessão de treino e uma periodização que otimizem o ambiente anabólico determinado pelas concentrações de testosterona e cortisol, e, dessa forma, maximizar os ajustes neuromusculares decorrentes desse tipo de treinamento. Ainda segundo a literatura, os exercícios com ativação de grandes grupos musculares promovem respostas hormonais e metabólicas mais pronunciadas do que exercícios que trabalham grupos musculares pequenos (BELLOR, 1987). Assim, o aumento das respostas hormonais pelo uso de exercícios que envolvam grandes grupos musculares podem favorecer as adaptações ao treinamento de força, visto que os hormônios aumentam a sinalização de MTOR (BUSH; 2003). Eletromiografia e Dinamômetro Segundo Sullivan (1993), foi Luigi Galvani, em 1971, quem fez o primeiro relato sobre as propriedades elétricas dos músculos. Porém, somente décadas mais tarde é que a ciência desenvolveu métodos mais apropriados, tornando confiável e válido o registro de tal atividade. A eletromiografia é o método mais indicado para medir a atividade muscular em repouso. Há uma relação direta entre a frequência e a amplitude dos sinais EMG e o grau tensão no músculo em repouso. O eletromiógrafo é relativamente caro, e a técnica é demorada. Por isso, para grandes grupos, devem-se aplicar técnicas de campos, alternativas para avaliar a tensão muscular. De acordo com Kraemer (2004), tem-se percebido que as alterações no tipo de exercício resistido, alteram o padrão de ativação muscular, segundo a eletromiografia. Estudos realizados por McCaw e Friday (1994) demonstraram que resultados do estudo comparando os valores Atividade Eletromiográfica (AEM) sugerem o seguinte: existe uma tendência para maior atividade muscular ao realizar o supino com pesos livres, as diferenças entre os modos de supino são superiores a 60% do que a 80% 1-RM, no momento há diferenças individuais nos padrões de atividade muscular durante a execução do supino com pesos livres contra a máquina. No entanto, estudos assinalados para explicar a presença de diferenças individuais representam uma direção viável para a pesquisa que investiga a atividade muscular durante os exercícios de musculação. Quanto à ativação muscular, dois estudos avaliaram as diferenças entre exercícios guiados e não guiados. O estudo de Anderson e Behm (2005) comparou a ação muscular durante o agachamento com barra e na Smith machine. Os resultados mostraram maior ativação do tronco durante o peso livre e maior participação do vasto lateral no Smith machine. Adicionalmente, o estudo de Schwanbeck et al.(2009) comparou a ação mioelétrica dos músculos tibial anterior, gastrocnêmio, vasto medial, vasto lateral, bíceps femoral, eretores da coluna e reto abdominal durante o agachamento com peso livre e na máquina. Segundo Wernbom, Augustsson, Thomee (2007) os exercícios isocinéticos são executados com a velocidade angular controlada pelo dinamômetro durante toda a amplitude de movimento, independentemente da intensidade da contração executada pelo indivíduo, o que tem levado alguns cientistas a categorizá-los como exercícios com acomodação da resistência. Em exercícios realizados com pesos livres ou equipamentos de musculação, apesar de a massa do peso livre ou da máquina apresentar magnitude constante, o toque resistente é alterado durante o arco de movimento, o que modifica a força muscular necessária para realizar o exercício ao longo da amplitude de movimento articular. Para Guilhemet al. (2010) por essa razão, o termo isotônico tem sido preterido por expressões como exercício dinâmico ou exercício isoinercial por alguns autores. No entanto, a presente revisão optou pela utilização dos termos isocinético e isotônico devido ao fato de serem os termos mais frequentemente utilizados na literatura. Dinamômetros isocinéticos proporcionam avaliação precisa e confiável da força, da resistência e da potência de grupos musculares. A velocidade de movimento do membro é mantida em velocidade pré-selecionado constante (HAFF et al. 1997). Conclusão Visto o exposto, entende-se que os pesos livres necessitam de maior coordenação e controle motor nos três planos de movimentos, resultando em uma ativação dos grupos musculares sinergistas, fato que pode ser observado pela atividade eletromiográfica, que foi o método mais utilizado nos estudos presente nessa revisão. Os exercícios realizados com peso livre envolvem o uso de barra reta ou halteres. Muitos profissionais do treinamento de força preferem os exercícios com peso livre por exigirem movimentos nos planos (plano sagital, transverso, e coronal) e o uso de outros músculos para estabilização da carga, como ocorre durante as tarefas cotidianas, assim assemelham muito mais aos movimentos e ao recrutamento muscular. Já os aparelhos de treinamento resistido restringem o movimento apenas há um plano de movimento, porém, mais seguro. No entanto, mais estudos comparativos devem ser realizados com o objetivo de investigar, os resultados dos treinos alodinâmicos e isodinâmicos no ganho de massa muscular. REFERÊNCIAS ANDERSON K, BEHM DG. Trunk muscle activity increases with unstable squat movements.can J Appl Physiol. V. 30.p.33-45. 2005. BROWN, L. E. Nonlear versus linear periodization modelos. In: PRESTES, Jonato; FOSCHINI, Denis; CHARRO, Mario Augusto. Fit Perf J. Rio de Janeiro 10 1 jan/abril 2014 11

Lima, Araújo, Cortez Prescrição e periodização do Treinamento de Força em Academias. Rio de Janeiro: MANOLE, 2010. do Treinamento de Força: uma revisão crítica. Revista Brasileira Ciência e Movimento, p.89-97, UNIFESP, São Paulo, 2008. BRUSCO, C.B.; LIMA, C. Analise de atividade eletromiografica do músculo do deltoide no exercício de elevação lateral com peso livre e na maquina.salão de Iniciação Científica. Porto alegre: 2011. LANDER, J.E., BATES B.T., SAWHIL, J.A., and HAMIL, J.A. 1985. Comparison between free- weight and isokinetic bench prenssing. Medicine and in sport and exercise v 17.p. 344-353. CADORE, E.L.; BRENTANO, M.A.; LHULLIER, F.L.R; KRUEL, L.F.M.. Fatores Relacionados com as Respostas da Testosterona e do Cortisol ao Treinamento de Força. RevBrasMed Esporte. v. 14, n. 1, Jan/ Fev, 2008. COTTERMAN, M.L.; DARBY, L.A.; SKELLY, W.A. Comparison of muscle force production using the smith machine and free weights for bench press and squat exercises.journal of Strength and Conditioning Research, v. 19, n. 1, p. 169-176, 2005. MCARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, F. I. Fisiologia e o exercício: energia, nutrição e desempenho humano. In: PRESTES, Jonato; FOSCHINI, Denis; CHARRO, Mario Augusto. Prescrição e Periodização do Treinamento de Força em Academias. Rio de Janeiro: MANOLE, 2010. McCAW, S.T.; FRIDAY, J.J. A comparison of muscle activity between a free weight and machine bench press. Journal of Strength and Conditioning Research. V.8 n.4 p.259-264.1994. CHAGAS, M.;BARBOSA, J.; LIMA, F.Comparação do numero de máximo de repetições realizadas a 40% e 80% de uma repetição máxima em dois diferentes exercícios na musculação entre os gêneros masculinos e femininos. RevistaBrasileirade EducaçãoFísicae Esporte. v. 19, n. 1, p. 5-12, 2005. FLECK, S. J.; KRAEMER, WILLIAM J. Tipos de treinamento de força. In. LANDER,J.E., B.T., SAWHILL, J.A., HAMIL,J.A. Fundamentos do treinamento de força muscular.porto alegre: Artmed, 2006. P. 63. HAFF, G.G.; STONE, M.; O BRYANT, H.S.; HARMAN, E.; DINAN, C.; JOHNSON, R.; HAN, K.H. Force-time dependent characteristics of dynamic and isometric muscle actions. J Strength Cond Res; v. 11, p. 269-272, 1997 HOEGER, W., BARETTE, S., HALE, D., HOPKINS. The relathionship between repetitions and selected percentagens of one repetition maximum. Journal of applied sport science research. v. 1, n. 1, p.11-13, 1987. JONES, R.M.; FRY, A.C.; WEISS, L.W.; KINZEY, S.J.; MOORE, C.A. Kinetic comparison of free weight and machine power cleans. Journal Strength Conditioning Research.v. 24, n. 3, p. 779-784,2008. KRAEMER, W.J.; HAKKINEN, K. Treinamento de força para o esporte.editoraartmed. Porto Alegre, 2004. MAYO, JJ, E KRAVITZ, L. ( 1997), a avaliação da aptidão parte 3: a força muscular e resistência. Idéia Personal Trainer, v. 8, p. 54-58. PHILIPS, S. M.; TIPOTON, K.G.; AARSLAND, A.; WOFF, S. E. Mixed muscule protein synthesis and breakdown after resistance exercise in inhumans.in: PRESTES, Jonato; FOSCHINI, Denis; CHARRO, Mario Augusto. Prescrição e Periodização do Treinamento de Força em Academias. Rio de Janeiro: MANOLE, 2010. PRESTES, J.; FOSCHINI, D.; CHARRO, M. A. Prescrição e periodização do Treinamento de Força em Academias. Rio de Janeiro: MANOLE, 2010. PIPES,T.V. 1978. Variable resistance versus constant resistance strength training in adult males. European Jornal of Applied Physiology 39: 27-35. POWERS, S. K; EDWARD, T. Teoriae aplicação ao condicionamento e ao desempenho.5.ed.barueri: Manole: 2005. RHEA, M. R.; PHILIPS, W. T.; BURKETT, L. N.; STONE, W. J. A comparison of linear and daily undulating periodized programs with equated volume and intensity for local muscular endurance. In: PRESTES, Jonato; FOSCHINI, Denis; CHARRO, Mario Augusto. Prescrição e Periodização do Treinamento de Força em Academias. Rio de Janeiro: MANOLE, 2010. MANNING, R.J; GRAVES,J.E; CARPENTER., LEGGETT, S.H; POLLOK, M.L. Constant vs variable resistance knee extension training. Medicine and Science in Sport and Exercise. v. 22, p. 397-401, 1990. KAMEL, J. G. N. A Ciência da Musculação. Rio de Janeiro: Shape, 2004. KRAEMER, W. J.; RATAMES, N. A. Fundamentals of resistance training: Progression and exercise prescription. In: MINOZZO, F.C; LIRA, C. A. B. DE; VANCINI, R. L; SILVA, A. A.B; FACHINA, R.J. DE F. G; GUEDES JR, D.P; GOMES, A.C.; SILVA, A.C. Periodização RUNGE, A.; analise eletromiografica da musculatura peitoral maior nos exercícios: supino reto com barra, com halteres e supino na maquina. Pontifica universidade católica do Rio Grande do Sul. Faculdade de educação física e ciências do desporto. Porto Alegre: 2004. RODRIGUES, C.E.C.Musculação métodos e sistemas.rio de Janeiro : 3ªedição: 2001. SHIMANO, T.; KRAMER, W.; SPIERING,B.; VOLEK, J.; HATFIELD, D.; SILVESTRE, R. Relationship between the number of repetitions selected percentages of one repetition maximum in free weigth 12 Fit Perf J. Rio de Janeiro 10 1 jan/abril 2014

Diferenças entre os treinos alodinâmicos e isodinâmicos no ganho de massa muscular... exercises in trained and untrained men. Journal of Strength and Conditioning Research,v. 20, n. 4, p. 819 823, 2006. SULLIVAN, S. B.; SCHMITZ, T. J. Fisioterapia: Avaliação e Tratamento. 2º ed. EditoraManole: São Paulo, 1993. 775 p. SCHICK, E.E.; COBURN, J.W.; BROWN, L.L.; JUDELSON, D.A.; KHAMOUI, A.V.; TRAN, T.T.; URIBE, B.P. A comparison of muscle activation between a smith machine an free weight bench press. Journal of Strength and Conditioning Research, v.24; n.3. P.779-784, 2011. STONE, M. R.; JONHSON, D. R.; CARTER.. A shortem comparison of two different methods of resitance training on leg strength and power. Athletic Trainig, v. 14, p. 158-160, 1979. SCHWANBECK S. R. The Effects of Training with Free Weights or Machines on Muscle Mass, Strength, and Testosterone and Cortisol Levels. Science in the College of Kinesiology University of Saskatchewan. Canadá: 2008. STONE, M.; O BRYANT, H. Weigth Training: A Scientific Approach. Minneapolis: Burgess, 1986. WATHEN, D. A comparison of the effects of selected isotonic and isokinetic exercises, modalities, and programs on the vertical jump in college football players. National Strength Coaches Association Journal, v. 2, p. 47-48, 1998. WELSCH, E.A.; BIRD, M.; MAYHEW, J.L. Electromyographic activity of the pectoralis major and anterior deltoid muscles during three upper-body lifts.journal of Strength and Conditioning Research, v. 19, n. 2, p. 449-452, 2005. WILMORE, J. H.; COSTILL, D. L. Fisiologia do esporte e do exercício. In: PRESTES, Jonato; FOSCHINI, Denis; CHARRO, Mario Augusto. Prescrição e Periodização do Treinamento de Força em Academias. Rio de Janeiro: MANOLE, 2010. WERNBOM, M.; AUGUSTSSON, J.; THOMEE, R. The influence of frequency, intensity, volume and mode of strength training on whole muscle cross-sectional area in humans. Sports Med, v. 37, n. 3, p. 225-264, 2007. GUILHEM, G.; CORNU, C.; NORDEZ, A.; GUEVEL, A. A new device to study isoload eccentric exercise. J Strength Cond Res. v. 24, n. 12, p. 3476-3483, 2010. UCHIDA, M. C.; CHARRO, M. A.; BACURAU, R. F. P. NAVARRO, F.; PONTES Jr. F. L. Manual de musculação: Uma abordagem teórica-prática do treinamento de força. 6ª Ed. São Paulo:Phorte, 2010. HEYWARD, VIVIAN H. Avaliação e prescrição de exercício: técnicas avançadas. 4 ed. Porto alegre: Artmed,2004. VIEIRA, F. G. Métodos de treinamento em musculação: periodização e variações dos princípios sistemas de treinamentos. São Paulo, Icone, 2009. Fit Perf J. Rio de Janeiro 10 1 jan/abril 2014 13

Diferenças de desempenho e correlação entre potência anaeróbia e salto vertical no futebol Sergio Sousa 1 Eduardo Quieroti Rodrigues 2 Este trabalho foi realizado em Presidente Prudente no Oeste Paulista Esporte Clube, por isso, agradeço a colaboração dos atletas durante a pesquisa. RESUMO O futebol atual requer especificidade nos métodos de treinamento e avaliações. O objetivo do estudo foi analisar as diferenças de desempenho e as correlações entre teste de potência e de saltos verticais em futebolistas. 18 jogadores de futebol participaram do estudo, sendo divididos em grupo 1 (9) atacantes e zagueiros (19,2 ± 0,5 anos; 68,3 ± 2,8kg; 177,5 ± 2,4cm) e grupo 2 (9) meio campistas e laterais (G2-20,2 ± 0,7 anos; 70 ± 1,5kg; 174,4 ± 1,8cm) os mesmos passaram por duas avaliações, sendo o teste de Wingate no 1º dia e execução dos saltos verticais sem (SVSC) e com contramovimento no 2º dia (SVCM). O tratamento estatístico dos dados foi feito através do teste de Shapiro-wilk para normalidade, após confirmação, foi aplicado o Teste t-student para amostras independentes e pearson para correlação, todos os testes com significância de p<0,05, software SPSS 17.0. Resultados: O teste de wingate e de saltos verticais não apontaram diferenças. Foram apontadas 2 relações para cada grupo, sendo para o G1 a associação da potência pico absoluta (PPA) e os saltos SVSC e SVCM ambas com 0,7 de correlação. Já para o G2 as relações foram entre as potências relativas pico e média com o salto SVCM com 0,7 e 0,8 (p<0,05) respectivamente. Conclusão: Conclui-se que os grupos não apontaram diferenças posicionais, porém encontrou-se boa relação entre potência anaeróbia e saltos verticais. Palavras-chave Futebol. Força. Treinamento. Desempenho. Differences in performance and correlation between anaerobic power and vertical jumping in soccer ABSTRACT The soccer should be specific in training and assessment. The aim of this study was to analyze the differences in test performance in power and vertical jumping in soccer. 18 soccer players players were divided into Group 1 (9) attackers and defenders (19.2 ± 0.5 age, 68.3 ± 2.8 kg, 177.5 ± 2.4 cm) and group 2 (9) and lateral midfielders (G2 - age 20.2 ± 0.7, 70 ± 1.5 kg, 174.4 ± 1.8 cm) they underwent two assessments, and the Wingate test on day 1 and implementation of vertical jumps with (VJCM) and without countermovement on day 2 (VJWM). The statistical analysis from data was done using the Shapiro-wilk for normality, and Pearson for correlation with significance P<0,05, software SPSS 17. Results: No differences in wingate test and evaluation of vertical jumps. The relations between the variables of wingate test and vertical jump were pointed out two relationships for each group and the association for the G1 peak absolute power (PAP) and the jumps both with a 0.7 correlation. As for G2 were relations between the peak and average power on the heels VJCM with 0.7 and 0.8 (p<0,05) respectively. Conclusion: We concluded there no performance differences between different positions, but relationship between anaerobic power and vertical jumping. Keywords Soccer. Strength. Training. Performance 1 Aluno de Mestrado do Programa de Pós-Graduação Strictu Sensu em Educação Física UEM/UEL 2 Mestre em Saúde Pública pelo Programa de Pós-Graduação Strictu Sensu em Saúde Pública da USP Copyright 2014 por Centro Brasileiro de Atividade Física Fit Perf J. Rio de Janeiro 10 1 jan/abril 2014

Diferenças de desempenho e correlação entre potência anaeróbia e salto vertical no futebol Diferencias entre rendimiento y correlación y salto potencia anaeróbica vertical en el fútbol RESUMEN El fútbol actual requiere especificidad en los métodos de entrenamiento y evaluaciones. El objetivo del estudio fue analizar las diferencias de rendimiento de la prueba y el poder vertical, salto en el fútbol. 18 jugadores de fútbol participaron en el estudio fueron divididos en grupo 1 (9) atacantes y defensores (19,2 ± 0,5 años y 68,3 ± 2,8 kg, 177,5 ± 2,4 cm) y el grupo 2 (9 ) y los mediocampistas laterales (G2-20,2 ± 0,7 años, 70 ± 1,5 kg, 174,4 ± 1,8 cm) se fueron a través de dos exámenes, y el test de Wingate en el día 1 y la ejecución de saltos vertical con (SVCM) y sin contramovimiento en el 2 º día (SVSC). El tratamiento estadístico de los datos se realizó con Shapiro-wilk para la normalidad e Pearson para la asociación, P<0,05, el programa SPSS 17.0 software. Resultados: El test de Wingate y salto vertical no mostraron diferencias. Dos relaciones se indica para cada grupo, y la asociación para el G1 pico absoluto de energía (PPA) y los talones SVSC SVCM y ambos con el 0,7 correlación. Las relaciones entre G2 fueron las potencias de pico y promedio relativas a la SVCM salto con 0,7 y 0,8 (p<0,05) respectivamente. Conclusión: Los grupos no mostraron diferencias posicionales pero una buena relación entre la potencia anaeróbica y saltos verticales. Palabras clave Fútbol. Entrenamiento de fuerza. Rendimiento. INTRODUÇÃO No futebol, os trabalhos físicos e motores executados numa partida são extremamente desgastantes, nesta análise D ottavio e Castagna 1 apontam que este esporte tem como características ações intermitentes e também que os sprints duram em média entre 2 e 4 segundos. No tema sprint a variável de potência muscular é apontada como uma das propriedades motoras imprescindíveis para se atingir o alto nível dentro desta modalidade 2. Ainda com referência ao sprint, Sargeant 3 refere que para avaliar este tipo de atividade deve haver eficácia no método de avaliação, haja vista que solicita esforço físico máximo do avaliado e, ainda a sustentação dos sistemas energéticos envolvidos deve estar de acordo com a duração do teste. Como método de avaliação, apesar de se tratar de um procedimento realizado em laboratório, o teste de wingate é uma das formas de se mensurar a potência muscular e da mesma forma a energia anaeróbica requerida durante atividades de alta intensidade e curta duração 4,5. Outro aspecto motor importante no futebol são os saltos verticais, os quais foram apontados por Kalapotharakos et al. 6 como diferenciadores entre jogadores de diferentes posições no ranking do campeonato de futebol da Grécia, ou seja neste caso quanto melhor a classificação de uma equipe provavelmente maiores serão os valores de impulsão vertical dos atletas. O salto vertical é uma avaliação que é atribuída aos parâmetros de força e, do mesmo modo pode ser avaliada, por exemplo, através dos saltos sem e com contravimento 7. Reiterando as variáveis de potência anaeróbica e força como importantes 3,6, poucos estudos tem relatado a diferença de desempenho entre as diferentes posições no futebol, do mesmo modo existem poucas referências acerca das relações entre as duas variáveis, principalmente com métodos padronizados e consolidados pela comunidade científica. Dessa maneira, o objetivo do presente estudo é investigar diferenças de desempenho e os índices de correlação entre testes de potência anaeróbia e de saltos verticais em futebolistas da categoria profissional. MATERIAIS E MÉTODOS Descrição dos participantes Participaram do estudo 18 jogadores de futebol participaram do estudo, sendo divididos em grupo 1, 9 atletas, dentre eles, atacantes e zagueiros (G1 - idade 19,2 ± 0,5; massa corporal 68,3 ± 2,8kg; estatura 177,5 ± 2,4cm) e grupo 2, 9 futebolistas, dos quais estavam descritos em meio campistas e laterais (G2 - idade 20,2 ± 0,7; massa corporal 70 ± 1,5kg; estatura 174,4 ± 1,8cm), sendo que esta divisão dos grupos foi caracterizada em razão de zagueiros e atacantes possuírem características de solicitação metabólica e de desempenho motor similares e, laterais e meio campistas da mesma forma 8,9. Todos residiam em Presidente Prudente e disputavam a 4ª divisão do campeonato paulista de futebol profissional, os quais executavam 7 sessões de treinamento por semana, sendo importante ressaltar que todos estavam no período pré-competitivo. Antes das avaliações, todos os atletas apresentavam boas condições de saúde e assinaram um termo de consentimento livre esclarecido (73/2010) referente a Faculdade de Ciências e Tecnologia, Unesp, campus de Presidente Prudente. Desenho experimental Os avaliados foram submetidos a duas baterias de avaliação, com intervalo 24 horas entre as mesmas. Sendo compostas do teste de wingate (1º dia) e no último dia o teste de Saltos Verticais sem (SVSC) e com contramovimento (SVCM). Antropometria Para a mensuração da massa corporal uma balança eletrônica da marca Filizola, calibrada com precisão de 0,1 kg foi utilizada, a estatura foi mensurada por meio de um estadiômetro marca (Sanny) com campo de uso: de 0,40 até 2,20 m, tendo resolução em milímetros e tolerância ± 2 mm em 2,20 m. Teste de Wingate Para verificar a potência anaeróbia os atletas executaram o teste de wingate em cicloergômetro (CEFISE 2004) com frenagem mecânica. De início, para se evitar possíveis interferências nos resultados, um aquecimento foi padronizado e constou das seguintes Fit Perf J. Rio de Janeiro 10 1 jan/abril 2014 15

Sousa, Rodrigues atividades: 5 minutos no cicloergômetro, com carga aproximada de 150 watts (60 rpm e carga fixa de 2,5 Kp), sendo que os atletas pedalaram continuamente em ritmo lento até o final do 2º minuto e deram um sprint de 5 (cinco) segundos, voltaram a pedalar lentamente até o final do 4º minuto e deram outro sprint de 5 (cinco) segundos, com isso retornaram a pedalar lentamente até que fossem completados os 5 minutos. Após 2 (dois) minutos de recuperação passiva, os avaliados iniciaram o teste, onde realizaram Sprint de 30 (trinta) segundos com resistência equivalente a 7,5 % do peso corporal para os Grupos I e II. Os avaliados foram estimulados verbalmente durante a execução do teste. Nas variáveis apontadas pelo teste de wingate destacaram-se as potências absolutas pico e média (PPA e PMA), as quais foram mensuradas em Watts (w) e as relativas pico e média (PPR e PMR) referidas em Watts por quilograma de massa corporal (w/kg), além do índice de fadiga o qual é apontado em percentual (%) 4. Todas as variáveis citadas foram calculadas por software específico (CEFISE 2004) do teste de wingate devidamente instalado em um computador que por sua vez estava acoplado no cicloergômetro. Estimativa do salto vertical Para avaliação do salto vertical os jogadores foram submetidos à execução de duas modalidades de saltos verticais. Salto Vertical sem Contramovimento (SVSC) e Salto Vertical com Contramovimento (SVCM) sem auxílio dos braços. Para cada modalidade de salto foram concedidas três tentativas, as quais foram separadas por um período de 20 segundos, e entre as diferentes modalidades de salto houve uma pausa de 1 minuto. Apenas o melhor salto de cada modalidade foi registrado para posterior análise e os valores foram aferidos em centímetros (cm). Os saltos foram executados sobre plataforma de contato medindo 67 cm de comprimento e 50 cm de largura, sensível a pequenas pressões (Ergojump), acoplada a um computador com software específico (Jump test 1.1, Lasa Informática). Para execução do SVSC os atletas foram orientados a posicionarem-se em preparação ao salto, com as articulações dos quadris e joelhos flexionadas, e ao sinal do avaliador, executaram o salto vertical sem contra movimento (apenas movimento ascendente) em máximo esforço. O ângulo de 90º dos joelhos, na fase de preparação ao salto, foi controlado em todos os futebolistas com o auxílio de um goniômetro (Movatec), uma vez que diferentes níveis de alongamento dos músculos envolvidos na ação motora proporcionam maiores ou menores desenvolvimentos de força 7. O SVCM foi realizado partindo da posição estendida, os atletas foram instruídos a, ao sinal do pesquisador, realizar o contra movimento (ciclo estiramentoencurtamento), flexionando as articulações dos quadris e joelhos, previamente ao movimento ascendente em máximo esforço e aterrissar com as pernas estendidas. Procedimento Estatístico A normalidade e homogeneidade dos dados foram confirmadas com o teste Shapiro-Wilk respectivamente. As possíveis associações das variáveis do teste de wingate e de salto verticais (SVCM e SVSC) foram verificadas com o teste de correlação de Pearson. Já a comparação de desempenho entre os grupos 1 e 2 foi feita através do teste t-student para amostras independentes. Em todos os casos o nível de significância foi pré-fixado para P<0,05. O software SPSS 17.0 foi utilizado. Resultados Os valores médios e de desvio padrão das variáveis obtidas no teste de wingate dos grupos I e II (GI e GII) estão na tabela I. As variáveis estão descritas como potências absolutas pico e média (PPA e PMA), potências relativas pico e média (PPR e PMR) e também o índice de fadiga (IF), sendo que as potências absolutas foram mensuradas em watts (w) e as relativas em w por quilograma de massa corporal (w/kg), já o IF foi verificado em percentual. Tabela 1: Valores de desempenho dos grupos I e II obtidos no teste de wingate PPA PPR PMA PMR IF Grupo I 737,3 (142) 10,7 (1,3) 546,8 (94,3) 7,9 (0,7) 39,6 (9,1) Grupo II 766 (32,9) 10,7 (0,4) 563,2 (18,2) 7,9 (0,2) 40,9 (2,2) Grupo I: atacantes e zagueiros; Grupo II: laterais e meio-campistas; (): Desvio Padrão; PPA: Potência Pico Absoluta; PPR: Potência Pico Relativa; PMA: Potência Média Absoluta; PMR: Potência Média Relativa; IF: Índice de Fadiga. As comparações entre os desempenhos no teste de wingate dos grupos I e II estão expressas na tabela 2, sendo que o valor de p 0,05 foi considerado para análise. Dentro das comparações estão PPA x PPA, PPR x PPR, PMA x PMA, PMR x PMR e IF x IF. Tabela 2: Comparação de desempenho das variáveis do teste de wingate com os grupos I e II. PPA PPR PMA PMR IF P valor 0,6 0,9 0,6 0,9 0,7 P valor: valor de referência para teste t-student independente; PPA: Potência pico absoluta; PPR: Potência pico relativa; PMA: Potência média absoluta; PMR: Potência média relativa; IF: Índice de fadiga. Já com os saltos verticais os valores de desempenho e os respectivos desvios padrões dos grupos I e II, os próprios estão descritos na tabela 3, com as siglas SVSC (salto vertical sem contramovimento) e SVCM (salto vertical com contra movimento) com os índices apontados em cm. Tabela 3: Valores de desempenho dos grupos I e II obtidos no teste de saltos verticais SVSC SVCM Grupo I 35,9 (4,1) 38,2 (4,5) Grupo II 34,6 (1,5) 36,5 (1,4) Grupo I: atacantes e zagueiros; Grupo II: laterais e meio-campistas; (): Desvio Padrão; SVSC: Salto vertical sem contramovimento; SVCM: Salto vertical com contramovimento. Para as comparações entre os desempenhos no teste de saltos verticais dos grupos I e II as análises estão expressas na tabela 4. O valor de p 0,05 foi adotado como referência. Tabela 4: Comparação de desempenho no teste de saltos verticais com os grupos I e II SVSC SVCM P valor 0,5 0,4 P valor: valor de referência para teste t-student independente; SVSC: Salto vertical sem contramovimento; SVCM: Salto vertical com contramovimento. Os índices de correlação entre as variáveis do teste de wingate e dos saltos verticais do grupo I estão destacados na tabela 5 com a caracterização por PPA x SVSC, PPA x SVCM, PPR x SVSC, PPR 16 Fit Perf J. Rio de Janeiro 10 1 jan/abril 2014

Diferenças de desempenho e correlação entre potência anaeróbia e salto vertical no futebol x SVCM, PMA x SVSC, PMA x SVCM, PMR x SVSC, PMR x SVCM, com significância de p<0,05. Tabela 5: Coeficientes de correlação entre as variáveis do teste de wingate e dos saltos verticais do grupo I PPA PMA PPR PMR SVSC 0,7* 0,6 0,5 0,4 SVCM 0,7* 0,5 0,6 0,3 Grupo I: atacantes e zagueiros; PPA: Potência pico absoluta; PMA: Potência média absoluta; PPR: Potência pico relativa; PMR: Potência média relativa; SVSC: Salto vertical sem contramovimento; SVCM: Salto vertical com contramovimento; *: Correlação significativa para p<0,05. As correlações entre as variáveis do teste de wingate e dos saltos verticais do grupo II estão destacados na tabela 6 com a caracterização por PPA x SVSC, PPA x SVCM, PPR x SVSC, PPR x SVCM, PMA x SVSC, PMA x SVCM, PMR x SVSC, PMR x SVCM, com significância de p<0,01. Tabela 6: Coeficientes de correlação entre as variáveis do teste de wingate e dos saltos verticais do grupo II PPA PMA PPR PMR SVSC 0,4 0,3 0,5 0,5 SVCM 0,6 0,6 0,7** 0,8** Grupo II: laterais e meio campistas; PPA: Potência pico absoluta; PMA: Potência média Absoluta; PPR: Potência pico relativa; PMR: Potência média Relativa; SVSC: Salto vertical sem contramovimento; SVCM: Salto vertical com contramovimento, **: Correlação significativa para p<0,01. DISCUSSÃO Os achados do estudo não apontaram para diferenças de desempenho entre os grupos I e II, ou seja, zagueiros e atacantes não apresentaram diferenças nos testes de potência anaeróbia (wingate) e de saltos verticais (SVSC e SVCM) com relação a laterais e meio campistas. Sobre as diferenças de desempenho no teste de wingate e nos saltos verticais, em uma comparação posicional diferente Baroni e Leal Junior 10 utilizaram o wingate e do mesmo modo não encontraram diferenças de desempenho nesta avaliação. Do mesmo modo Davis et al 11 também não encontraram diferenças estatísticas no desempenho desta avaliação, fato que corrobora com os achados deste estudo, e que provavelmente tenha como explicação a falta de especificidade no teste e também nos treinamentos. No que se refere aos saltos verticais, em concordância com os achados deste estudo Lago-Peñas et al 12 também não encontraram diferenças na altura do SVSC nas diferentes posições. Já no SVCM a pesquisa de Wong et al 13 do mesmo modo não constatou distinção no desempenho nesta modalidade de salto. Utilizando uma análise distinta, ou seja, apenas com avaliações de campo Vargas et al 14 da mesma maneira também não encontraram diferenças estatísticas que distinguissem as posições no aspecto físico. Como esclarecimento, pode-se dizer que a não especificidade dos testes influenciou o desempenho, já que o estudo de Oliveira et al 15 destacou diferenciação posicional na execução da quantidade de saltos verticais em uma partida de futebol fato que denota especificidade, com isso, pode-se dizer que o treinamento deveria ser de acordo com a exigência motora no jogo. Em esclarecimento final as comparações, as diferentes posições de jogo solicitam ações motoras distintas, desse modo a falta de especificidade nas atividades nas avaliações e da mesma forma nos treinamentos podem ter influenciado nos resultados comparativos. No que se refere aos índices correlacionais ambos os grupos (I e II) apontaram 2 relações cada, sendo que o grupo I indicou as associações da PPA com SVSC e SVCM, ou seja, a potência pico absoluta se relaciona com os saltos verticais. Já no grupo II as correlações encontradas foram entre as potências relativas pico e média (PPR e PMR) e o SVCM, fato que pronuncia relação positiva entre potência e salto vertical. Com referência as relações encontradas Hoffman e Shmuel 16 encontrou associações de 0,76 e 0,59 em jogadores de basquete números próximos dos achados deste estudo. Já Tharp et al 17 em pesquisa dos indivíduos ativos fisicamente verificou relação de 0,74 entre a potência média e o desempenho no salto vertical. Em análise diferente Reza e Rastegar 18 verificaram a relação entre as potências obtidas no teste de wingate e os saltos verticais consecutivos executados durante 30 segundos, com isso, os autores constataram coeficientes entre 0,60 e 0, 70. Como explicação, Winter e Maclaren 19 destacam que a mesma capacidade de geração de impulso dos membros inferiores está presente na potência constituída no cicloergômetro e nos saltos verticais. De forma clara, as duas avaliações são dependentes de uma forma de produção de energia equivalente, isto é, a energia gerada para o desempenho no wingate parece ser similar a que é utilizada para a execução nos saltos verticais. No que diz respeito às limitações do estudo a não familiarização dos atletas com as avaliações, assim como a falta de especificidade dos procedimentos de avaliação e dos treinamentos podem ter refletido negativamente no desempenho dos futebolistas. CONCLUSÃO Os achados deste estudo mostram que não há diferença de desempenho entre o teste de wingate e de saltos verticais nas diferentes posições destacadas nesta pesquisa. Neste tema a falta de especificidade das avaliações, bem como dos treinamentos pode ter influenciado nos resultados das duas avaliações. Para os índices correlacionais, os grupos 1 (zagueiros e atacantes) e 2 (laterais e meio-campistas) apontaram 2 correlações cada entre as variáveis do teste de wingate e dos saltos verticais, fato que apontou boa relação entre as duas avaliações. Nesta análise, parece que a mesma forma de produção de energia para o wingate é encontrada nos saltos verticais. REFERÊNCIAS 1. D ottavio S, Castagna C. Physiological load imposed on elite soccer players referees during actual match play. J Sports Med Phys Fitness. 2001 Mar; 42(1): 27-32. 2. Silva-Junior CJ, Palma A, Costa P, Pereira-Junior PP, Barroso RCL, Abrantes-Junior RC, Barbosa MAM. Relação entre as potências de sprint e salto vertical em jovens atletas de futebol. Rev Motricidade. 2011; 7(4): 5-13. 3. Sargeant AJ. Structural and functional determinants of human muscle Power. Exp Physiol. 2011; 92(2): 323 331. 4. Franchini E. Teste anaeróbio de wingate: conceitos e aplicação. Rev Mack Ed Física e Esporte. 2002; 1(1): 11-27. Fit Perf J. Rio de Janeiro 10 1 jan/abril 2014 17

Sousa, Rodrigues 5. Laurent CMJ, Meyers MC, Robinson CA, Green JM. Crossvalidation of the 20- versus 30-s Wingate anaerobic test. Eur J Appl Physiol. 2007 Aug; 100(6): 645-651. 6. Kalapotharakos VI, Strimpakos N, Vithoulka I, Karvounidis C, Diamantopoulos K, Kapreli E. Physiological characteristics of elite professional soccer teams of different ranking. J Sports Med Phys Fitness. 2006 dec; 46(1): 515-519. juvenil: uma análise e comparação das posições de jogo. Rev Mack Ed Física e Esporte. 2009; 8(2): 32-36. 15. Oliveira PR, Amorim C, Goulart L. Estudo do esforço físico no futebol júnior. Rev Par Ed Física. 2000; 1(2): 49-58. 16. Hoffman J, Shmuel E. J Strength Cond Res. 2000; 14(3): 2610-2626. 7. Ugrinowitsch C, Barbanti VJ. O ciclo do alongamento e encurtamento e a performance no salto vertical. Rev Paul Ed Física, São Paulo. 1998 jan-jun; 12(1): 85-94. 17. Tharp GD, Newhouse RK, Uffelman L, Thorland WG, Johnson GO. Comparison of sprint and run times with performance on the wingate anaerobic test. Res Quart. 1985; 56(1): 73-76. 8. Coelho DB, Martins Coelho LG, Braga ML, Paolucci A, Cabido CET, Junior JBF, Mendes TT, Prado LS, Garcia ES. Correlação entre o desempenho de jogadores de futebol no teste de sprint de 30m e no teste de salto vertical. Motriz, Rio Claro. 2011 jan-mar; 17(1): 63-70. 18. Reza AB, Rastegar M. Correlation between Running-based Anaerobic Sprint Test (RAST) field tests, Sargent jump and 300 yard shuttle run tests with laboratory anaerobic Wingate test in evaluation of indoor soccer player s anaerobic readiness. Ann Biol Res. 2012; 3(1): 377-384. 9. Tumilty D. Physiological Characteristics of elite Soccer Players. J Sports Med, Londres, v. 16, n. 2, p. 80-96, 1993. 10. Baroni BM, Leal Junior ECP. Capacidade anaeróbia de atletas adolescentes de futebol em exercício máximo intermitente. Rev. bras. Ci. e Mov. 2009; 17(3): 76-82. 11. Davis JA, Brewer J, Atkin D. Pre-season physiological characteristics of english first and second division soccer players. J Sports Sci. 1992; 10(1): 541-547. 12. Lago-Peñas C, Casais L, Dellal A, Rey E, Dominguez E. Anthropometric and physiological characteristics of Young soccer players according to their playing positions: relevance for competition success. J Strength Cond Res. 2011; 14(3): 2610-2626. 13. Wong P-L, Chamari K, Dellal A, Wisløff U. Relationship between anthropometric and physiological characteristics in youth soccer players. J Strength Cond Res. 2009 jul; 23(4): 1204-1210. 14. Vargas CEA, Saretti D, Bojiklan JCM. Características das capacidades motoras condicionais de futebolistas da categoria 19. Winter E, Maclaren DP. Assessment of maximal-intensity exercise. In: Eston RG, Reilly T. (Eds) Kineanthropometry and Exercise Physiology Laboratory Manual: Tests Procedure and Data, v.2, Ex Physiol. 2001; 2(1): 264-289. Endereço para correspondência Autor: Sergio Sousa Cref: 094101-G/SP Endereço: Rua Domingas Patrocinea Nantes, 80 Bairro: Jardim Itapura I Presidente Prudente, SP - Cep: 19035190 Telefone: 18-32235277 Email: ssousa33@yahoo.com.br Autor: Eduardo Quieroti Rodrigues Cref: 089055-G/SP Endereço: Rua Campeche, 6 Bairro: Parque Erasmo Assunção Santo André, SP - Cep: 09271450 Telefone: 11-991734587 Email: eduquieroti@yahoo.com.br 18 Fit Perf J. Rio de Janeiro 10 1 jan/abril 2014

Antropometria e aptidão física de ginastas brasileiros de alto rendimento Keila Elizabeth Fontana 1 - keilafontana@gmail.com (61) 9982-3734 Edgard Keene von Koenig Soares 1 - edgardsoares@gmail.com (61) 8124-2036 Jônatas de Oliveira Santos 1 - jonatasosantos@gmail.com (61) 9625-7880 Guilherme Eckhardt Molina 1 - molina.guilherme2@gmail.com (61) 9202-3240 Osmar Riehl 1 - oriehl@gmail.com (61) 9987-9349 Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília, registro do projeto: 113/2008, CAAE: 0117.0.012.000-08. RESUMO Introdução: A exigência técnica e física da ginástica artística na literatura científica é pouco explorada no que se refere a jovens atletas de nacionalidade brasileira. Com o objetivo de determinar o perfil antropométrico e de aptidão física de atletas da ginástica artística brasileira masculina de alto rendimento e contribuir para o estabelecimento de critérios de referência, foram avaliados 39 atletas divididos por categorias. Metodologia: Medidas antropométricas longitudinais, transversais, e de circunferências foram realizadas. A composição corporal e a somatotipia foram determinadas e a aptidão física foi avaliada quanto à força de preensão manual, potência de membros inferiores, resistência muscular localizada, agilidade e aptidão cardiorrespiratória e comparados por categorias infantil, infanto juvenil e juvenil. Resultados e Discussão: Os dados obtidos confirmam valores crescentes dos resultados entre as categorias e retratam o perfil de cada uma delas. Conclusão: As características antropométricas e nível de aptidão física de cada categoria podem ser utilizados como referência na detecção de talentos e no planejamento do treinamento. PALAVRAS-CHAVE Composição corporal. Aptidão física. Ginástica artística masculina. Anthropometry and physical fitness of high performance brazilian gymnasts ABSTRACT Introduction: The technical and physical demands of gymnastics have not being well explored in relation to young males of Brazilian nationality. Thirty-nine athletes were evaluated in order to determine the anthropometric profile and physical fitness from Brazilian men s athletes of high performance in gymnastics and contribute to the establishment of reference values by category. Methodology: Longitudinal, transverse anthropometric measurements and circumferences were conducted. Body composition and somatotype were determined and the physical fitness was assessed by handgrip strength, lower limb power, muscular endurance, agility and cardiorespiratory fitness and the results were compared between categories (children, juniors and seniors). Results and Discussion: The results confirm increasing values between categories and portray the profile of each one. Conclusion: The anthropometric characteristics and physical fitness level of each category can be applied as a reference in talent detection and planning physical training. KEY-WORDS Body composition. Physical fitness. Men s artistic gymnastics. 1 Faculdade de Educação Física, Universidade de Brasília, Distrito Federal. Copyright 2014 por Centro Brasileiro de Atividade Física Fit Perf J. Rio de Janeiro 10 1 jan/abril 2014

Fontana, Soares, Santos, Molina, Riehl Antropometría y la condición física de los gimnastas brasileños de alto rendimiento RESUMEN Introducción: Las exigencias técnicas y físicas de la gimnasia artística son poco exploradas en la literatura científica en relación a los atletas jóvenes de nacionalidad brasileña. Con el fin de determinar el perfil antropométrico y la condición física de los gimnastas masculinos brasileños de alto rendimiento y contribuir a la creación de puntos de referencia por categorías, 39 atletas fueron evaluados y divididos en categorías. Metodología: Mediciones antropométricas longitudinal, transversal y las circunferencias fueron realizadas. La composición corporal y el somatotipo fueran determinados y la condición física se evaluó por la fuerza de prensión, potencia de los miembros inferiores, la resistencia muscular, la agilidad y aptitud cardiorrespiratoria y la comparación por categorías: infantil, jóvenes e juvenil.. Resultados y Discusión: Los datos confirman el aumento de los valores de las habilidades físicas de una categoría a la siguiente y la ciencia saca a la luz el perfil de cada. Conclusión: Las características antropométricas y nivel de condición física de cada categoría se pueden aplicar como una referencia en la detección del talento y la planificación de la formación. PALABRAS CLAVE Composición corporal. Acondicionamiento físico. Gimnasia artística masculina. INTRODUÇÃO A Ginástica Artística (GA) é uma das mais populares modalidades do programa olímpico, constituindo-se também como uma das mais exigentes, a qual requer uma combinação única das várias capacidades motoras, associadas à expressão artística e à audácia 1. Sendo assim, o treinamento físico inicia-se cedo, por volta dos seis anos de idade, no entanto, o pico do rendimento será alcançado cerca de dez anos mais tarde 2. Além das capacidades físicas e grande habilidade técnica, os atletas dessa modalidade apresentam padrões antropométricos característicos, como baixa estatura e grande força muscular, possibilitando a execução dos movimentos ginásticos de alta complexidade e refinamento motor 3,4. A ginástica artística (GA) masculina brasileira vem apresentando significativos avanços nas últimas décadas, obtendo reconhecimento internacional e alcançando os resultados mais expressivos da modalidade nos últimos anos. Observa-se uma melhora nos resultados obtidos nas principais competições mundiais, que se deve principalmente a um maior investimento financeiro, juntamente com uma melhor organização da modalidade no país, títulos expressivos como o bicampeonato mundial (2005 e 2007) e tricampeonato da Grande Final da Copa do Mundo (2004, 2006 e 2008) tem sido obtidos 5. Os atletas avaliados no presente estudo levaram a GA brasileira ao pódio em etapas da copa do mundo e campeonatos mundiais. Após vencerem campeonatos brasileiros desde as categorias de base, formaram o grupo de ginastas brasileiros mais vitoriosos no cenário mundial, sendo assim são considerados atletas de alto nível. Em 2008, a Confederação Brasileira de Ginástica - CBG implantou 18 centros de iniciação em GA em 14 estados brasileiros, sendo um dos maiores projetos já idealizado para a iniciação na modalidade no Brasil. Assim, além dos grandes avanços da ginástica no alto rendimento, este esporte também está se desenvolvendo em sua base. Entre os objetivos da iniciativa destacam-se a inclusão social e a descoberta de talentos visando às olimpíadas futuras. Considerando o tempo necessário para a formação de um atleta de alto nível, estamos em um momento crítico e insuficiente para o início da seleção e treinamento físico e técnico de atletas para se obter resultados significativos na olimpíada do Brasil em 2016. Por isso é importante definir parâmetros de referência das habilidades e características antropométricas mais importantes na GA. Ter como referência as variáveis que levaram esses atletas ao pódio de campeonatos mundiais nos permitirá ter as ferramentas necessárias para treinar novos talentos visando resultados ainda melhores em competições futuras 6. As características antropométricas, biomecânicas, a composição corporal e a eficiência do movimento, bem como o grau de treinabilidade e a motivação do atleta são variáveis que desempenham um papel importante na determinação do sucesso de um competidor de alto nível. A especialização esportiva, a qual os atletas da atual geração são submetidos, e a adaptação às exigências dos rigorosos treinamentos vêm determinando características corporais específicas para cada modalidade e categoria esportiva 6,7. A divulgação dos valores de referência de composição corporal e de aptidão física da seleção brasileira, ou mesmo de crianças selecionadas como talentos para a GA, que possam revelar parâmetros, não são divulgadas em nosso país, sejam pelas entidades que organizam a modalidade, seja a nível acadêmico. As medidas antropométricas são também importantes na seleção esportiva da modalidade, desde que consideradas com cuidado devido a alterações hormonais características da adolescência 8. Apesar dos avanços metodológicos para a avaliação morfofuncional de atletas, poucos estudos sobre ginastas de elite são realizados, especialmente no que se refere ao gênero masculino. Este fato é comprovado pela dificuldade em encontrar na literatura científica, tanto no Brasil quanto no cenário mundial, pesquisas que evidenciem valores de referência que possam ser utilizadas na detecção de novos talentos e no aprimoramento do treinamento 7. Portanto, esse estudo objetiva determinar o perfil antropométrico e de aptidão física das categorias infantil, infanto-juvenil e juvenil de atletas da ginástica artística brasileira masculina de alto rendimento, bem como contribuir para o estabelecimento de critérios de referência, apresentando dados inéditos na literatura. METODOLOGIA Este é um estudo descritivo transversal e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Faculdade de 20 Fit Perf J. Rio de Janeiro 10 1 jan/abril 2014