ALTA DO ATLÂNTICO SUL E SUA INFLUÊNCIA NA ZONA DE CONVERGÊNCIA SECUNDÁRIA DO ATLÂNTICO SUL

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Transcrição:

ALTA DO ATLÂNTICO SUL E SUA INFLUÊNCIA NA ZONA DE CONVERGÊNCIA SECUNDÁRIA DO ATLÂNTICO SUL Hudson Ellen Alencar Menezes 1, José Ivaldo Barbosa de Brito 2, Lindenberg Lucena da Silva 3 1 LABMET/UNIVASF, Juazeiro BA, Brasil, e-mail: hudson.ellen@univasf.edu.br 2 UACA/UFCG, Campina Grande PB, Brasil, e-mail: ivaldo@dca.ufcg.edu.br 3 LAMEPE/ITEP, Recife PE, Brasil, e-mail: lindenberg@itep.br RESUMO: Com o objetivo de verificar a influência da Alta do Atlântico Sul na ocorrência da Zona de Convergência Secundária do Atlântico Sul (ZCSAS), foram utilizados dados de temperatura da superfície do mar (TSM) disponibilizados pelo Centro de Diagnóstico Climático (CDC) da Administração Nacional do Oceano e Atmosfera (NOAA, sigla em inglês) e dados de pressão reduzida ao nível médio do mar, obtidos da reanálise do Centro Nacional de Previsão Ambiental do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica (NCEP/NCAR, sigla em inglês), para o período de maio de 1982 a agosto de 2006. Os resultados mostram que o centro de Alta pressão do Atlântico Sul mais fraco e deslocado para nordeste favorece a formação da ZCSAS. Palavras-Chave: Pressão, Atlântico tropical, Zona de convergência. ABSTRACT: With the objective of verifying the influence of South Atlantic High in the occurrence of the South Atlantic Secondary Convergence Zone (SASCZ), We used sea surface temperature (SST) data provided by Climate Diagnostic Center (CDC) of the National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) and fields pressure mean sea level obtained from the reanalysis of National Centers for Environmental Prediction of the National Center for Atmospheric Research (NCEP/NCAR) for the period May 1982 to August 2006. The results show that the center of High pressure of South Atlantic weaker and moved for northeast it favors the formation of SASCZ. Keywords: Pressure, Tropical atlantic, Convergence zone. 1. INTRODUÇÃO Diferentemente da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), as quais são sistemas meteorológicos semiestacionários, a Zona de Convergência Secundária do Atlântico Sul (ZCSAS) é um sistema transiente, confinado na área equatorial do Atlântico Sul, que provoca chuva intensa no

Nordeste do Brasil (NEB), resultando na ocorrência de inundações e consequentemente danos materiais, humanos e ambientais (Menezes, 2010). As investigações sobre a ZCSAS ainda são muito incipientes, a sua dinâmica e a sua contribuição para as chuvas no NEB ainda não são conhecidas, assim como a sua interação com os distúrbios ondulatórios de leste. Portanto, são importantes estudos que procurem aprofundar o entendimento da ZCSAS. 2. OBJETIVOS O objetivo deste trabalho foi verificar a influência da Alta do Atlântico Sul na ocorrência da Zona de Convergência Secundária do Atlântico Sul. 3. MATERIAL E MÉTODOS Para elaboração deste trabalho utilizou-se dados de TSM disponibilizados pelo Centro de Diagnóstico Climático (CDC) da Administração Nacional do Oceano e Atmosfera (NOAA, sigla em inglês) dos Estados Unidos da América. Foram usados também dados de pressão reduzida ao nível médio do mar, disponível em 00, 06, 12 e 18UTC; obtidos da reanálise do Centro Nacional de Previsão Ambiental do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica (NCEP/NCAR, sigla em inglês), em pontos de grade regular de 2,5 x 2,5, para o período de maio de 1982 a agosto de 2006. A pesquisa tomou como base a atuação e não atuação da ZCSAS sobre duas áreas entre maio e agosto de 1982 a 2006: uma próxima da costa leste do NEB (10 o S-3 o S e 35 o W-20 o W) e outra no Atlântico tropical próxima a costa africana (2 o S-2 o N e 15 o W-5 o W) (Figura 1). A metodologia de análise teve como base o método de composição (ALVES e FERREIRA, 2004). Primeiramente, classificou-se atuação e não atuação da ZCSAS semanalmente de maio a agosto, ano a ano. Um índice da diferença entre o valor médio da anomalia de TSM normalizada pelo desvio padrão (ATSMDP), entre as duas áreas estudadas foi calculado para identificar semanas com atuação da ZCSAS (diferença da ATSMDP positiva > 0,5), não atuação da ZCSAS (diferença da ATSMDP negativa < -0,5) e neutras (-0,5 diferença da ATSMDP 0,5).

Figura 1 Vento (vetores), TSM (cores), divergência/convergência de massa para dois valores +5*10-6 s -1 e -5*10-6 s -1 com linhas sólidas/tracejadas, respectivamente e precipitação (pintada em cinza - valores acima de 2 mm/dia) para o mês de janeiro e julho de 2000. Fonte: Grodsky e Carton, 2003 Foram construídas as distribuições temporais da intensidade do centro da Alta do Atlântico Sul, bem como da latitude e longitude do referido centro para obter a relação desta Alta com o índice da ZCSAS, bem como cálculo do coeficiente de correlação para saber como esses sistemas são correlacionados. Neste trabalho optou-se pela utilização do teste estatístico t, de Student, por ser um teste de fácil aplicação e mundialmente aceito como um teste eficiente no cômputo da significância estatística de coeficiente de correlação. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Pode ser observado na Tabela 1 que a intensidade do centro de pressão da Alta do Atlântico Sul e o índice da ZCSAS apresentam correlação negativa para a 1ª semana de maio com coeficiente de correlação 95% estatisticamente significativo, ou seja, para a 1ª semana de maio tem-se que, com o aumento da intensidade do centro de pressão da Alta do Atlântico Sul ocorre diminuição da atuação da ZCSAS, o mesmo resultado acontece para a 3ª semana de julho. Isto pode produzir um aumento da TSM no Atlântico Equatorial Oeste próximo a costa

leste do Nordeste do Brasil. Para as outras semanas dos meses de maio e agosto os coeficientes de correlação não apresentaram significância estatística. Na Tabela 1 tem-se que a intensidade do centro de pressão da Alta do Atlântico Sul e o índice da ZCSAS para as semanas dos meses de junho e agosto, não se pode verificar nenhuma relação, visto que os coeficientes de correlação não são estatisticamente significativos. Tabela 1 Coeficiente de correlação entre a intensidade do centro de pressão da Alta do Atlântico Sul e o índice da ZCSAS para os meses de maio a agosto. Maio -0,35** 0,14 0,17-0,11 Junho -0,16 0,05 0,07-0,10 Julho 0,02 0,08-0,46** -0,13 Agosto 0,08 0,07-0,03-0,23 ** 95% de significância Analisando-se a latitude do centro de pressão da Alta do Atlântico Sul e o índice da ZCSAS para as semanas do mês de maio, vê-se na Tabela 2 que há relação de proporcionalidade direta na 4ª semana, através do coeficiente de correlação positivo e significância estatística de 90%, ou seja, quanto mais o centro de Alta pressão do Atlântico Sul se desloca para norte, maior a ocorrência de atuação da ZCSAS nesta semana, o mesmo resultado ocorre para a 3ª semana de julho. Para as demais semanas dos meses de maio e julho não foi encontrada correlação estatisticamente significativa. É observado na Tabela 2 para a latitude do centro de pressão da Alta do Atlântico Sul e do índice da ZCSAS nas semanas dos meses de junho e agosto, que não há relação de proporcionalidade direta ou inversa, com os valores dos coeficientes de correlação sem significância estatística. Tabela 2 Coeficiente de correlação entre a latitude do centro de pressão da Alta do Atlântico Sul e o índice da ZCSAS para os meses de maio a agosto. Maio 0,10-0,15-0,08 0,33* Junho 0,25 0,02-0,10-0,03 Julho 0,00-0,11 0,27* 0,19 Agosto 0,10-0,04 0,10 0,14 *90% de significância Verifica-se na longitude do centro de Alta pressão do Atlântico Sul e do índice da ZCSAS para as semanas do mês de julho (Tabela 3), que apenas para a 4ª semana o coeficiente de correlação foi positivo, com significância estatística de 95%, ou seja, há uma relação direta entre o deslocamento do centro de Alta pressão do Atlântico Sul para leste e a atuação da ZCSAS. Para as demais semanas de julho e as semanas dos meses de maio, junho e agosto, os coeficientes de correlação não apresentaram significância estatística.

O deslocamento para nordeste do centro de Alta pressão do Atlântico Sul é consequência da atuação de sistemas frontais no sul e sudeste do Brasil. Portanto, o mecanismo básico para formação da ZCSAS, possivelmente, seja a presença dos sistemas frontais austrais (MENEZES et al., 2011). Tabela 3 Coeficiente de correlação entre a longitude do centro de pressão da Alta do Atlântico Sul e o índice da ZCSAS para os meses de maio a agosto. Maio 0,09 0,20-0,13-0,09 Junho -0,13-0,14 0,09-0,01 Julho 0,19 0,01 0,20 0,41** Agosto 0,05 0,20-0,17 0,04 ** 95% de significância 5. CONCLUSÕES De maneira geral, o centro de Alta pressão do Atlântico Sul mais fraco favorece a formação da ZCSAS, pois os ventos alísios de sudeste ficam mais fracos. O deslocamento para nordeste da Alta do Atlântico Sul favorece a formação da ZCSAS, consequência da atuação de sistemas frontais no sul e sudeste do Brasil. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, J. M. B.; FERREIRA, F. F. Sobre a zona de convergência intertropical do atlântico sul e a sua influência na chuva de maio a agosto no Nordeste do Brasil. In: Congresso Brasileiro de Meteorologia, XIII, 2004, Fortaleza-CE. Anais: CD-ROM: Fortaleza-CE: SBMET, 2004. GRODSKY, S. A.; CARTON, J. A. The intertropical convergence zone in the South Atlantic and the equatorial cold tongue. Journal of Climate, v. 16, n. 4, p. 723-733, 2003. MENEZES, H. E. A. Influência da Zona de Convergência Secundária do Atlântico Sul sobre a ocorrência de precipitação no leste do Nordeste brasileiro. Tese de Doutorado em Meteorologia, UFCG, Campina Grande PB, 2010. MENEZES, H. E. A.; BRITO, J. I. B.; SILVA, L. L. Relação da Zona de Convergência Secundária do Atlântico Sul sobre a ocorrência de sistemas frontais austrais atuantes no Brasil. In: Congresso Brasileiro de Agrometeorologia, XVII, 2011, Guarapari ES. Anais: CD-ROM: Guarapari ES: SBAGRO, 2011.