Alunos de graduação em Meteorologia da UFPA,
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- Melissa Machado Jardim
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1 ANÁLISE DO QUADRIMESTRE CHUVOSO DO NORDESTE PARAENSE Frank bruno Baima de Sousa 1, Amanda Souza Campos 2, Antonio José Silva Sousa 3 Adriana Alves de Carvalho 4 1,2 e 4 Alunos de graduação em Meteorologia da UFPA, frankbaima@yahoo.com.br, amandacampos0@hotmail.com, adriana-ufpa@hotmail.com 3 Coordenador de Informação e Planejamento Hídrico CIP/DIREH RESUMO: Este trabalho visa analisar a correlação entre à precipitação no nordeste do Estado do Pará com o padrão encontrado nas anomalias de temperatura da superfície do mar (TSM) nos oceanos Pacífico e Atlântico, no ano de 2010 que foi um ano atípico, pois o Índice da Oscilação Sul se encontrava negativo, caracterizando ano de El Niño. Palavra chave: Precipitação, anomalias de TSM, IOS, ENOS. ABSTRACT: This paper aims to analyze the correlation between precipitation in the northeastern state of Para with the pattern found in anomalies of sea surface temperature (SST) in the Pacific and Atlantic in 2010, which was an atypical year because the index the Southern Oscillation was negative, characterizing El Niño year. INTRODUÇÃO O setor nordeste do Estado do Pará apresenta altos índices de precipitação devido a sua localização geográfica, que se encontra sobre a zona equatorial. Essa região apresenta um clima que é modulado pelos sistemas atmosféricos de meso e grande escala, tais como linhas de instabilidade e Zona de Convergência Intertropical, respectivamente. Estes sistemas meteorológicos citados podem proporcionar uma grande quantidade de chuva, sendo que em épocas distintas, pois essa região apresenta um período chuvoso que vai de janeiro a abril, e o período menos chuvoso que vai de meados de junho a novembro de acordo com a climatologia de cada cidade contida na região. Segundo Morengo e Hastenrath (1993) e Morengo, Druyan e Hastenrath (1993) em anos de intensidade moderada a forte de El Niño, a Zona de Convergência Intertropical sobre Atlântico tropical tente situa-se ao norte de sua climatologia. Essas considerações descritas Morengo, Druyan e Hastenrath foram semelhantes aos padrões encontrados no quadrimestre JAN-FEV- MAR-ABR, onde o Índice da Oscilação Sul se encontrava negativo com anomalias positivas sobre o Pacífico Tropical e Atlântico Tropical Norte. Este padrão interferiu diretamente no regime pluviométrico da região estuda. Neste trabalho faz-se uma análise do comportamento dos padrões de anomalias de temperatura da superfície do mar dos oceanos Pacífico Tropical e Atlântico e suas influências no posicionamento pentadal da ZCIT.
2 MATÉRIAS E MÉTODOS Para a realização deste trabalho foi utilizada os dados em ponto de grande do National Center for Enviromental Preditions (NCEP) com T62L28 (aproximadamente 210 km em latitude e 28 níveis verticais), onde o mesmo foi usado para o diagnóstico das condições de anomalias da circulação Walker. Com a finalidade de se investigar os padrões de aquecimento e resfriamento de anomalias de TSM dos oceanos Atlântico e Pacífico, foram utilizados dados diários de TSM com uma resolução espacial de 0,5º de latitude /longitude, obtidos junto ao climate Diagnostics Center (CDC) que pertence ao National Center for Enviromental Preditions (NCEP). Para visualização desses dados foi utilizado o pacote gráfico GRADS (Grid Analysis and Display System). ANÁLISE E DISCUSSÃO No Padrão médio das condições de comportamento da temperatura da superfície do mar (TSM) durante o quadrimestre estudado (Figura 1-a, -b, -c e -d), observa-se um gradual aquecimento das anomalias positivas no Oceano Pacífico equatorial, onde este padrão estava ligado ao sinal da Oscilação Sul (IOS) que se apresentava negativo, caracterizando ano de El Niño. As condições oceânicas do mês de Janeiro apresentaram concentração de águas bem aquecidas nas áreas de El Niño 3.4 e 4, com anomalias positivas que atingiram 2ºC ou mais graus de temperatura. Este padrão de aquecimento no Pacífico equatorial alterou de forma significativa o padrão climatológico de subsidência da célula de Walker (Figura 2-a) principalmente nas áreas de 3.4 e 4, provocando assim uma reação de reposta de um ramo subsisdente na Amazônia Oriental. O baixo de rendimento de atuação climatológico da Zona de Convergência Intertropical estava interligado diretamente ao padrão oceânico do Atlântico Tropical Norte, que obteve um aquecimento anormal das águas superficiais, principalmente na costa africana associado à preponderância de águas dentro de padrões de normalidade na região equatorial. A partir de Fevereiro as áreas de anomalias positivas do Atlântico tropical, se estenderam até a costa norte da América do Sul, essa permanência de condição de padrão oceânico associado á subsidência de grande escala contribuiu para uma fraca atividade da ZCIT na faixa tropical, provocando assim um acumulado de precipitação abaixo da normal climatológica para o mês. Para o mês de março, anomalias positivas de TSM no Pacífico equatorial ainda se encontram nas áreas de Niño 3.4 e 4, no entanto é valido salientar que a bacia tropical do norte do oceano Atlântico apresentou uma compassiva intensificação das anomalias positivas, atingindo próximo da costa africana temperaturas até 3º C acima da média. Uma expansão das áreas de anomalias positivas na região do Atlântico Equatorial decorreu em virtude da migração das águas quentes do subtrópico. No ultimo mês do quadrimestre estudado, o padrão de TSM do Pacífico apresentou anomalias ligeiramente positivas de TSM acima da média, com valores entre 1 e
3 1,5 C, nas áreas de Niño 3 e 4. Já na bacia Tropical Norte do Atlântico anomalias positivas, alcançaram perto da costa africana valores de até 3ºC acima da normalidade. O padrão de águas favoráveis (quentes) no atlântico equatorial /tropical contribuíram para a intensificação da atividade da ZCIT sobre a Amazônia oriental, favorecendo um regime mensal de precipitação favorável. Janeiro. Figura 1 b Anomalia de TSM do mês de Fevereiro. março. abril. O padrão oceânico no quadrimestre (Jan-Fev-Mar-Abr) deslocou de forma significativa os ramos de subsidência e ascendência em relação à normalidade climatológica da célula de Walker, o padrão da IOS negativa acoplado com anomalias positivas no Pacífico Tropical foi determinante para a inibição da convecção em boa parte da Amazônia oriental, afligindo assim a precipitação na área estudada. A circulação vertical no sentido zonal (Leste Oeste) entre as latitudes de 5ºN e 5ºS para os meses de Janeiro, fevereiro e março (Figura 2-a, -b, -c, respectivamente), se comportou de tal forma que anomalias (seta em vermelho) foram observadas no mesmo sentido da circulação climatológica (seta em azul) nos primeiros níveis da atmosfera sobre o continente. No entanto, a partir de 700 hpa as anomalias apresenta-se no sentido oposto a climatologia, desfavorecendo assim as atividades convectivas na região da Amazônia oriental, prejudicando o regime pluviométrico em grande parte deste território. Essa subsidência sobre o continente anormal a parti de 700 hpa ta ligada diretamente com o ramo ascendente amplificado em torno de 180ºW e 160ºW, devido anomalias positivas de TSM instaladas nas referidas áreas de Niño 3.4 e 4. No mês subseqüente a suavização de anomalias
4 positivas no setor Niño 3.4 e 4 diminuíram a intensidade dos movimentos ascendentes na referida região (180ºW e 160ºW), com este padrão de enfraquecimento do El Niño, anomalias da circulação de Walker para a região da Amazônia ocidental e oriental, se encontraram bem favoráveis a convecção profunda. Figura 2 a circulação de Walker observada em janeiro de Figura 2 b - circulação de Walker observada em fevereiro de Figura 2 c - circulação de Walker observada Figura 2 d - circulação de Walker em Março de observada em Abril de Devido às posições pentadal da ZCIT nos meses de janeiro, fevereiro e março (figuras 3 a, b, c e d, respectivamente.) o regime pluviométrico do nordeste paraense não sofreu influência direta do padrão do sistema da ZCIT, pois a mesma ao longo dos meses citados estava em uma posição desfavorável ao norte de sua climatologia de posicionamento. No entanto, na ultima semana de março, a ZCIT se organiza mais ao sul favorecendo a precipitação no local estudado. O comportamento pentadal da ZCIT no mês de abril (figura 3 d) favoreceu a precipitação no nordeste paraense, apesar de algumas oscilações de posicionamento ao norte da climatologia, o que é normal para este mês. Figura 3 a Posição pentadal da ZCIT para o mês de janeiro de Fonte: CPTEC. Figura 3 d Posição pentadal da ZCIT para o mês de abril de Fonte: CPTEC. Figura 3 b Posição pentadal da ZCIT para o mês de março de Fonte: CPTEC. Figura 3 d Posição pentadal da ZCIT para o mês de abril de Fonte: CPTEC.
5 As figuras 3 a, b, c e d representam a quantidade de precipitação mensal para o quadrimestre estudado, onde podemos observar que no trimestre de janeiro, fevereiro e março o regime de precipitação ficou abaixo da normalidade devido fraca intensidade da ZCIT. A oscilação pentadal de posicionamento da ZCIT no mês de abril favoreceu a normalidade de regime pluviométrico esperado para o mês. (A) (B) (C) (D) FIGURA 3 - Desvio de precipitação (em mm) em relação à média climatológica para o quadrimestre JAN-FEV-MAR-ABR, respectivamente. Fonte: CPTEC. (Climatologia INMET: ). CONCLUSÃO As condições de padrões de anomalias presentes nos oceanos Atlântico e Pacífico interferiram no posicionamento climatológico da ZCIT, logo com a ZCIT posicionada mais ao norte de sua climatologia houve uma alteração drástica no regime pluviométrico do nordeste paraense, essa escassez de preciptação provocou seca na parte leste da ilha do Marajó, acarretando em inúmeros prejuízos tais como: secas de rios e igarapé, mortes de bovinos, etc. O Padrão chuvoso climatológico foi alterado pela fraca intensidade de atuação da Zona de Convergência Intertropical, sobretudo no trimestre JAN-FEV-MAR, ou seja, as anomalias negativas de precipitação mensal estão intimamente relacionadas a esta condição da ZCIT e aos movimentos subsidentes sobre a região favorecidos pelas anomalias de TSM dos oceanos Pacífico equatorial e Atlântico Norte. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Morengo, J.a.; Hastenrath, S. Case studies of extreme climatic events in the amazon basin. Journal of Climate, v.6,n.4,p ,1993. Uvo, C. B., 1989: A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e sua relação com a precipitação na região norte do Nordeste brasileiro. Dissertação de Mestrado em Meteorologia. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais -INPE. São José dos Campos-SP, 88 p.
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