ANÁLISE PRELIMINAR DAS CHUVAS OCORRIDAS NO SETOR LESTE DA PARAÍBA NO PERÍODO DE 15 a 17 JULHO DE UFCG, Campina Grande PB

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Transcrição:

ANÁLISE PRELIMINAR DAS CHUVAS OCORRIDAS NO SETOR LESTE DA PARAÍBA NO PERÍODO DE 15 a 17 JULHO DE 2011 Maria Marle Bandeira 1, Maria Monalisa Mayara Silva Melo 2, Roberta Everllyn Pereira Ribeiro 2 1 Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba AESA, Campina Grande - PB, 2 Estudante de Graduação de Meteorologia da Universidade Federal de Campina Grande UFCG, Campina Grande PB marle@aesa.pb.gov.br, RESUMO: Este artigo objetiva analisar a distribuição espacial e temporal das chuvas no setor leste do estado da Paraíba, como também das ocorrências atendidas pela Coordenadoria da Defesa Civil da Paraíba, no período de 15 a 17 de julho de 2011. Os maiores totais pluviométricos, acima de 250,0mm, concentraram-se neste período causando vários transtornos a população. Tais chuvas foram associadas à atuação de um cavado sobre o litoral leste do Nordeste, em combinação com o transporte de umidade oriunda do oceano Atlântico trazido pelos ventos alísios de sudeste e nordeste. ABSTRACT: This article discusses the spatial and temporal distribution of rainfall in the east sector of the state of Paraíba, but also of events attended by the Coordination of Civil Defense of the state of Paraíba from 15 to 17 July 2011. The largest total rainfall above 250,0mm was concentrated during this period, causing various disorders population. These rains were associated with the performance of a trough on the east coast of the Northeast in combination with the moisture transport coming from the Atlantic Ocean brought by trade winds from the southeast and northeast. 1. INTRODUÇÃO O Estado da Paraíba, localizado no Nordeste do Brasil, tem por característica marcante a alta variabilidade espacial e temporal nos regimes de chuvas. Basicamente existem dois regimes de chuvas: um entre os meses de fevereiro a maio (setor centro/oeste) e o outro de abril a julho (setor leste). No setor leste da Paraíba esta inserida as microrregiões: Brejo Paraibano, Campina Grande, Esperança, Guarabira, Itabaiana, João Pessoa, Litoral Norte, Litoral Sul e Sapé, tendo como o período mais chuvoso os meses de abril, maio, junho e julho. Os eventos de grande intensidade,

na maioria das vezes se enquadram como desastre natural, dependendo de sua magnitude e extensão espacial causando inúmeros danos socioambientais que repercutem negativamente na qualidade de vida da sociedade. Nas áreas urbanas muitas vezes são registradas danos materiais e humanos associados ao processo de ocupação e impermeabilização do solo, ocasionando alagamentos, inundações, deslizamentos entre outros (Nunes et al., 1989 e Nunes & Modesto, 1996). Os episódios de chuvas fortes no período em estudo, onde vários municípios foram atingidos, causaram inúmeros prejuízos materias e humanos (Figura 1). Na ocasião o Governo do Estado decretou situação de emergência em praticamente todos os municípios que compõem o setor leste do da Paraíba. 2. OBJETIVOS O presente trabalho objetiva analisar os episódios pluviométricos e sinóticos observados no período de 15 a 17 de julho de 2011, no setor leste da Paraíba, como também evidenciar as ocorrências atendidas pela Defesa Civil. 3. MATERIAL E MÉTODOS A área de estudo concentra-se no setor leste do estado da Paraíba (Figura 2) onde estão inseridas as microrregiões de Brejo Paraibano, Campina Grande, Esperança, Guarabira, Itabaiana, João Pessoa, Litoral Norte, Litoral Sul e Sapé. Para a realização desse trabalho foram utilizados dados diários de precipitação referente ao mês de julho de 2011, pertencente à Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba AESA, Para caracterizá-lo o padrão do sistema meteorológico atuante, foram utilizadas cartas de superfície, 850hPa e 500hPa de 00:00Z e 12:00Z com também imagens de satélite GOES -12, no canal espectral infravermelho setorizada para o NEB nos horários 00:00, 09:00, 12:00 e 18:00 e 21:00 UTC, pertencentes ao Centro de Previsão e Análises Climáticas/Instituto de Pesquisa Espaciais CPTEC/INPE. De acordo com o relatório realizado pela Gerência de Operação da Defesa Civil do Estado da Paraíba, foi possível fazer um levantamento das ocorrências atendidas no período em estudo. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Analisando a distribuição da precipitação referente ao período em estudo, observou-se que na maioria das microrregiões, os maiores totais concentram-se no dia 16/07 e a microrregião de Campina Grande registrou o maior total diário (100,4mm) e em seguida Itabaiana (93,2mm). Com relação ao total do período (15 a 17/07) pode-se observar através da Figura 3 que as microrregiões que registram os maiores totais, acima de 150,0 mm, foram o Litoral Sul: 190,7mm, Sapé: 159,1mm e João Pessoa 157,4mm.

De acordo com a distribuição diária das chuvas no dia 15/07 o maior total diário ocorreu nos postos pluviométricos dos municípios de Santa Rita/Indaiá e Conde/Gramame-Mamuaba (130,0mm). No dia 16/07 em Itabaiana (150,0mm) e no dia 17/07 os totais diários não ultrapassaram 30,0mm, exceto em Araçagi (65,8), Conde (59,6) e Sobrado (54,9mm). Comparando o total de precipitação do período em relação à climatologia mensal observou-se que todas as microrregiões do setor leste da Paraíba ficaram com chuvas acima da média climatológica para todo o mês de julho, destacando a microrregião de Itabaiana onde choveu 252,3% acima da média mensal. De acordo com as cartas sinóticas elaboradas pelo Grupo de Previsão do Tempo do CPTEC/INPE os campos de superfície mostram um cavado de leste próximo ao litoral do Nordeste (Figura 4). Tal situação favoreceu ao transporte de umidade oriunda do oceano em direção ao continente atingindo os estados de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. No nível de 250 hpa, observou-se a presença de uma circulação anticiclônica e ventos de nordeste contribuindo um escoamento divergente. Em 850 hpa, próximo ao litoral do Nordeste observouse a presença de um cavado. Nos dias 16 e 17 foi observado uma condição favorável para a convergência de umidade oriunda do oceano Atlântico. Analisando a sequência de imagens (Figuras 5, 6 e 7) pode-se observar que, no dia 15/07/2011-18:00UTC houve uma intensa formação convectiva próxima a costa leste do Nordeste. No dia 16/07/2011 21:00UTC o sistema adentrou no continente adquirindo um significativo desenvolvimento vertical e gerando chuvas intensas e persistentes. No dia 17/07/2011 houve um enfraquecimento do sistema e as chuvas registradas foram de intensidade fraca. Os dados referentes ao relatório da Defesa Civil do Estado da Paraíba mostram que, 47 cidades foram atingidas fortemente pelas chuvas, totalizando 19.165 pessoas atingidas, das quais 1.241 são desabrigadas e 14.339 desalojadas e 2 óbitos: um na cidade de Campina Grande e o outro em Puxinanã. 5. CONCLUSÕES Eventos extremos deflagram problemas, tais como, danos materias e psicológicos, como também perdas humanas, principalmente em camadas sociais menos privilegiadas economicamente. De um modo geral, os altos índices de precipitação ocorridos no setor leste estiveram associados a intensos aglomerados convectivos que se deslocam do oceano Atlântico em direção à costa leste do Nordeste, em particular sobre o estado da Paraíba. Outro fator importante para a ocorrência dos altos índices de precipitação foi à presença de um cavado próximo à costa leste do Nordeste. De maneira preliminar, os desastres ocorridos ocorreram principalmente devido a chuvas fortes e persistentes ao longo do período em estudo. Como também fatores

antropogênicos, como despejo do lixo nas vias públicas, riachos, pavimentação não planejada, manutenção deficiente da rede de drenagem, uso indevido do solo, dentre outras. 6. AGRADECIMENTOS: Os autores gostariam de agradecer a Defesa Civil da Paraíba pelos dados cedidos e ao Centro de Previsão e Análises Climáticas/Instituto de Pesquisas Espaciais CPTEC/INPE. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, L. E.; SILVA, D. F.; FREITAS, A.; COSTA, A. M. N. Variabilidade espaçotemporal das chuvas extremas na bacia do rio Paraíba no ano de 2004. Simpósio Internacional de Climatologia. CD Rom. 2005. ARAGÃO, J. O. Um estudo da estrutura das perturbações sinóticas do nordeste do Brasil. Tese de Mestrado em Meteorologia. São José dos Campos. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. 1975. CAVALCANTI, I. F. A. The Anomalous Rainfall in Northeastern Brazil in 1985. 1986. II International Conference on Southern Hemisphere Meteorology. Wellington. New Zealand, pp. 446-448. CHU, P. S. Diagnostic studies of rainfall anomalies in Northeast Brazil. Monthly Weather Review, 111: 1655-1664, 1983. NUNES, L. H., MODESTO, R. P. 1996 Pluviometria e problemas ambientais no município do Guarujá SP. Revista do Departamento de Geografia 10, p. 59-71. NUNES, L. H., MODESTO, R. P., ALMEIDA, M. C., OGURA, A. T. 1989 Estudo de episódios pluviais associados a escorregamentos Municípios do Guarujá SP. In: Encontro Nacional de Estudos Sobre o Meio Ambiente, 2, Florianópolis: UFSC, v. 1 n. 1 p. 402-408. SALVADOR, M. A. Anomalia de Chuvas no Mês de Janeiro de 2002 em Alagoas. 2004. XIII Congresso Brasileiro de Meteorologia. CD ROM, Fortaleza CE. SALVADOR, M. A. Chuvas Extremas em Alagoas durante Janeiro de 2004. XIII Congresso Brasileiro de Meteorologia. CR Rom. 2004, Fortaleza Ce.

Figura 1 Moradores sendo resgatados pelo Corpo dos Bombeiros Fonte: www.paraiba1.com.br Figura 5 Imagem de satélite do GOES, realçada e setorizado no Nordeste 15/07/2011-18:00UTC Área de Estudo Figura 2 Estado da Paraíba Setor Leste Figura 6 Imagem de satélite do GOES, realçada e setorizado no Nordeste 16/07/2011-21:00UTC Figura 3 Distribuição das chuvas por Microrregião Figura 7 Imagem de satélite do GOES, realçada e setorizado no Nordeste 17/07/2011-18:00UTC Figura 3 Campo pressão em superfície dia 16/07/2011 as 00:00Z Fonte: CPTEC/INPE