antropologia & cultura carlos joão correia estudos africanos filosofia artes & humanidades 2011-2012/2ºsemestre
Replicação
Recombinação de genes na formação dos gametas
mutações no ADN mitocondrial relógio molecular: se a sequência de ADN sofre mutações, a comparação das diferenças entre as sequências de ADN dos dois organismos pode dar uma estimativa do tempo em que eles tiveram um antepassado comum David Sadava. Understanding Genetics. Chantilly (Virginia): TC. 2008, 386.
O comossoma Y humano é herdado através da linha paterna e tem 30 regiões que sofrem mutações com um ritmo constante. Se nós compararmos machos, um a um, podemos determinar se tiveram um antepassado comum. Eu e os meus irmãos temos provavelmente marcadores Y idênticos: o nosso antepassado comum é recente. Os meus primos em terceiro grau e eu temos diferentes marcadores Y: temos um antepassado comum mais longínquo. E assim por diante. Esta análise identifica o cromossoma Y Adão há cerca de 80.000 anos. Nota: Adão não é o primeiro homem ou o único que vivia nessa época, mas é apenas o macho cujo ADN culminou nos machos actualmente vivos. David Sadava. Understanding Genetics, 246.
Teoria da Evolução Multirregional A TM (teoria multirregional) ou TC (teoria do candelabro) sustenta que as diferentes populações de Homo sapiens (seres humanos anatomicamente modernos) são descendentes de seres humanos anatomicamente arcaicos que deixaram a África pela primeira vez, há quase dois milhões de anos, e que se espalharam pelo mundo. Em cada umas das regiões em que se instalaram pode surprender-se uma continuidade regional anatómica com as actuais populações.
Milford H. Wolpoff Jean-Jaques Hublin Milford Wolfpoff, paleoantropólogo da Universidade de Ann Arbor, nos Estados Unidos, é um dos últimos defensores desta continuidade multirregional. Ao longo de anos, desenvolveu a teoria, fazendo intervir trocas genéticas entre as diferentes linhagens locais, desde o Homo erectus ao Homo sapiens, trocas essas que teriam mantido a interfecundidade das populações e a coesão da espécie. Para Wolpoff, há, pelo menos, dois milhões de anos que o nosso planeta não teria conhecido senão uma espécie de homininos, um Homo sapiens evolutivo que reagrupava o Homo erectus, o homem de Neandertal (Homo sapiens neanderthalensis para muitos antropólogos) e o Homem Moderno (Homo sapiens sapiens). Frequentemente, diz-se deste modelo que ele está em candelabro, um candelabro cuja base seria a população original (a primeira saída de África), e cujas velas seriam os grupos humanos que deram origem à população actual. Quand d autres hommes peuplaient la Terre. Paris: Flammarion. 2008, 136. No Tempo em que outros homens viviam na Terra. 110 1997 Rachel Caspari
Out-of-Africa Jean-Jaques Hublin Os seus trabalhos [de William Howells] mostraram que a grande homogeneidade dos homens actuais e as suas diferenças em relação a grupos antigos, como os Neandertais, eram dificilmente conciliáveis com uma evolução das populações arcaicas. Howells propôs um modelo segundo o qual os seres humanos teriam surgido, bastante recentemente, numa população bem demarcada e, sem dúvida, pouco numerosa e, em seguida, se teriam dispersado e substituído as populações regionais antigas, o homem de Neandertal na Europa e os últimos Homo erectus na Ásia. A este modelo foram atribuídos nomes bíblicos, onde figuravam a Arca de Noé ou o Jardim de Éden. Quand d autres hommes peuplaient la Terre. Paris: Flammarion. 2008, 136. No Tempo em que outros homens viviam na Terra. 111
Out-of-Africa A teoria Out-of-Africa significa que todos os seres humanos fora de África descendem de um movimento populacional recente, de origem africana, e que tem menos de 100.000 anos. Este êxodo eliminou [directa ou indirectamente] todos os outros tipos de seres humanos arcaicos que existiam no mundo. Os multirregionalistas argumentam que, pelo contrário, as populações arcaicas humanas, o Homo neanderthalensis (Neandertais) na Europa e o Homo erectus no Extremo Oriente evoluíram nas múltiplas raças que vemos em volta do mundo. A teoria Out-of-Africa vence agora a disputa porque as novas linhagens genéticas [i.e. as linhagens da Eva mitocondrial] conduzem-nos a África há cerca de 100.000 anos. Stephen Oppenheimer in The Bradshaw Foundation Hipótese segundo a qual todos os homens modernos provêm de um único grupo de Homo Sapiens que emigrou de África nos últimos 100.000 anos, substituindo outras formas humanas mais primitivas John Hawks. The Rise of Humans. Chantilly (Virginia): TC. 2011, 412
Alguns investigadores aventaram a ideia de que os erectus da China seriam os antepassados dos chineses actuais, e de que os erectus africanos, por seu lado, teriam dado origem aos africanos... É uma hipótese absurda. Isto pressuporia a existência de um mecanismo interno, genético, que impele a espécie a evoluir da mesma maneira, no mesmo momento e em toda a parte sem excepção, o que, para os biólogos, é contrário a todas as actuais teorias da evolução, que sugerem que a mudança só pode ter ocorrido num único lugar. André Langaney. A Conquista do Território in AAVV. A mais bela história do homem. Porto: Asa. 1999 [1998], 32 André Langaney
Candelabro Canis lupus familiaris Canis lupus
Arca de Noé Canis lupus familiaris Canis lupus