DOSES DE NITROGÊNIO, VIA UREIA E NITRATO DE AMÔNIO, EM COBERTURA NO MILHO SAFRINHA EM SUCESSÃO À SOJA

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Transcrição:

DOSES DE NITROGÊNIO, VIA UREIA E NITRATO DE AMÔNIO, EM COBERTURA NO MILHO SAFRINHA EM SUCESSÃO À SOJA Claudinei Kappes (1), Leandro Zancanaro (2), Fabio Vieira de Jesus (3) Introdução Devido suas transformações no solo, o nitrogênio (N) é um elemento muito dinâmico, o que tem gerado controvérsias e discussões com relação à sua fonte, modo e dose de aplicação no milho. A dinâmica do N no sistema solo-planta é influenciada principalmente pelo sistema de cultivo (convencional ou direto), pelas formas de manejo, pelas condições edafoclimáticas (SANTOS et al., 2010) e pelo tipo de fertilizante (orgânico x químico; nítrico x amoniacal). Entre as fontes nitrogenadas, a ureia é a mais utilizada na agricultura brasileira, sendo a mais concentrada (45% de N) e, consequentemente, de menor custo. O nitrato de amônio é menos utilizado do que a ureia, possuindo uma concentração em torno de 32% de N, e apresenta um custo mais elevado; porém, seu uso pode ser interessante em alguns casos de aplicação superficial (YANO et al., 2005). No cultivo do milho safrinha tem sido usual a recomendação de doses inferiores à adotada para época normal, em consequência principalmente da baixa resposta da planta nessas condições de cultivo, bem como pelo fato da semeadura ser realizada, na maioria das vezes, após a soja. Embora existam relatos de resposta do milho safrinha à adubação nitrogenada de cobertura (CRUZ et al., 2008; KAPPES et al., 2009), perdas que ocorrem, principalmente por volatilização, podem reduzir a eficiência da adubação nitrogenada, especialmente quando a fonte utilizada é a ureia e a aplicação é realizada em época em que a ocorrência de chuvas é irregular. Além disso, a aplicação sobre a palhada ou a superfície do solo, no sistema de semeadura direta, pode reduzir a eficiência da adubação. Nesse aspecto, é necessário buscar técnicas que possibilitem a redução das perdas, aumentando a eficiência da fertilização com N e, consequentemente, a produtividade da 1 Engenheiro-Agrônomo, Dr., Pesquisador da Fundação MT, Av. Antônio Teixeira dos Santos, 1559, Parque Universitário, 78750-000 Rondonópolis, MT. claudineikappes@fundacaomt.com.br 2 Engenheiro-Agrônomo, M.Sc., Pesquisador e Gestor Técnico do PMA da Fundação MT. leandrozancanaro@fundacaomt.com.br 3 Técnico Agrícola, Assistente de Pesquisa da Fundação MT. fabiovieira@fundacaomt.com.br [1]

cultura (KAPPES et al., 2009). O conhecimento da fonte e da dose do fertilizante nitrogenado constitui fator de extrema importância para o manejo do N no milho safrinha. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de doses de N, via ureia e nitrato de amônio, em cobertura no milho safrinha em sucessão à soja, sobre o desempenho produtivo da cultura. Material e Métodos O experimento foi conduzido no município de Sapezal MT (13 50' S, 58 48' W e 600 m de altitude), durante a safrinha de 2013. A região está sob bioma de Cerrado, cujo clima predominante, segundo classificação de Köppen, é o do tipo Aw. A precipitação média é entre 1.200 e 1.800 mm e a temperatura média anual entre 22 e 23 C. O solo da área experimental é classificado como Latossolo Vermelho Amarelo distrófico e de textura argilosa, cujos atributos químico-físicos na camada de 0,0 a 0,2 m, apresentaram os seguintes valores: ph (CaCl 2 ) = 5,2; P, K e S = 11, 52 e 13 mg dm -3, respectivamente; Ca, Mg, H+Al e CTC = 2,5, 1,0, 3,6 e 7,2 cmol c dm -3, respectivamente; V = 51%; MO = 29 g dm -3 e; argila, areia e silte = 504, 396 e 100 g kg -1, respectivamente. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com os tratamentos dispostos em esquema fatorial 2 x 5 (fonte x doses de N), com quatro repetições. As fontes de N utilizadas foram a ureia (45% de N) e o nitrato de amônio (33% de N) e as doses de N em cobertura foram: 0, 30, 60, 90 e 120 kg ha -1. A aplicação do N foi realizada quando 50% das plantas apresentavam-se em V 5 (RITCHIE et al., 2003). As parcelas foram constituídas por oito linhas de 7,0 m de comprimento, espaçadas de 0,76 m. O experimento foi instalado em área cultivada em sistema de semeadura direta, após o cultivo da soja. O híbrido de milho utilizado foi o DOW 2B688 Hr (tipo triplo, 860 graus dias) e a semeadura realizada no dia 26/02/2013. No sulco de semeadura foram aplicados 52 kg ha -1 de P 2 O 5 e 10 kg ha -1 de N via fosfato monoamônico (MAP). Logo após a semeadura, foram aplicados 60 kg ha -1 de K 2 O, via cloreto de potássio (a lanço). Utilizouse semeadora equipada com mecanismo de distribuição de sementes pneumático. Na colheita, mensurou-se: população final de plantas; diâmetro de colmo (2º internódio a partir da base da planta); altura de planta; prolificidade (relação entre o [2]

número de espigas colhidas e o número de plantas na área da parcela); massa de mil grãos (pesagem de uma subamostra de 500 grãos por parcela, extrapolando-se para mil grãos) e; produtividade. A massa de grãos foi corrigida para 13% de umidade (base úmida). Os resultados foram submetidos ao teste F, comparando-se as médias de fontes de N pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade e as médias de doses de N pela análise de regressão. Resultados e Discussão A população final de plantas, a altura de planta e a prolificidade não foram influenciadas pelos tratamentos considerados no presente trabalho (Tabela 1). Por outro lado, o diâmetro de colmo e a massa de mil grãos foram influenciados, isoladamente, pelas doses de N em cobertura. Tabela 1. Valores médios e resumo da análise de variância para população final de plantas (PFP), diâmetro de colmo (DC), altura de planta (AP), prolificidade (PROL), massa de mil grãos (MMG) e produtividade (PROD) de milho safrinha em função de doses de N, via ureia e nitrato de amônio, em cobertura em sucessão à soja. Sapezal, MT (2013). Tratamentos PFP DC AP PROL MMG PROD plantas ha -1 mm cm espiga planta -1 g kg ha -1 Fontes de N (F) Ureia 56.009 21,0 215,1 1,00 314,0 8.954 Nitrato de amônio 56.027 20,8 212,9 1,01 311,7 8.933 Doses de N (D) 0 kg ha -1 57.145 19,7 209,4 1,00 297,9 8.138 30 kg ha -1 57.068 20,7 212,8 1,01 303,6 8.760 60 kg ha -1 55.162 20,8 215,0 1,02 316,9 9.000 90 kg ha -1 55.013 21,6 215,7 0,99 321,8 9.358 120 kg ha -1 55.702 21,9 217,0 1,01 324,2 9.464 Média geral 56.018 20,9 214,0 1,01 312,9 8.944 F ns ns ns ns ns ns Teste D ns * ns ns ** ** F F x D ns ns ns ns ns * CV (%) 5,34 6,35 2,44 3,43 2,23 4,46 Legenda: **, * e ns significativo a 1% e 5% de probabilidade e não significativo, respectivamente. CV coeficiente de variação. Obteve-se incremento linear do diâmetro de colmo e da massa de mil grãos de milho à medida que se aumentou as doses de N em cobertura (Figuras 1A e 1B). O [3]

aumento do diâmetro de colmo com a dose de N mostra-se ser vantajoso, pois esta característica morfológica é uma das que mais tem sido relacionada com o percentual de acamamento ou quebramento de planta na cultura do milho. Além disso, o diâmetro de colmo é importante para a obtenção de alta produtividade, pois quanto maior o seu diâmetro, maior a capacidade da planta em armazenar fotoassimilados que contribuirão com o enchimento dos grãos. Aumento no diâmetro de colmo em resposta as doses de N no milho também foram evidenciados por Lana et al. (2009). Quanto a massa de mil grãos, Ohland et al. (2005), Lana et al. (2009) e Kappes et al. (2013) obtiveram resultados semelhantes, ao verificaram aumento desse componente produtivo com o incremento nas doses de N em cobertura. Segundo Ohland et al. (2005), a massa de grãos é uma característica influenciada pelo genótipo, pela disponibilidade de nutrientes e pelas condições climáticas durante os estádios de enchimento dos grãos. O referido componente produtivo tem alta dependência da absorção de N pelo milho, a qual alcança um pico durante o período compreendido entre o início do florescimento e o início da formação de grãos. A deficiência de N, neste período, pode favorecer a formação de grãos com menor massa específica, devido à não translocação deste nutriente em quantidades adequadas para os mesmos. Figura 1. Diâmetro de colmo (A) e massa de mil grãos (B) de milho safrinha em função de doses de N em cobertura em sucessão à soja. Sapezal, MT (2013). Teste F: ** significativo a 1% de probabilidade. A produtividade foi influenciada, isoladamente, pelas doses e, pela interação entre fontes e doses de N em cobertura (Tabela 1). Constatou-se diferença entre as fontes somente quando se aplicou 120 kg ha -1 de N, em que a utilização de nitrato de amônio [4]

resultou em maior produtividade de milho comparativamente à ureia (incremento de 8%), que de certo modo, demonstra a ineficiência agronômica da ureia em altas doses. Tabela 2. Produtividade de milho safrinha em função de doses de N, via ureia e nitrato de amônio, em cobertura em sucessão à soja. Sapezal, MT (2013). Fontes de N Doses de N (kg ha -1 ) 0 30 60 90 120 Produtividade (kg ha -1 ) Ureia 8.114 a 8.961 a 9.055 a 9.546 a 9.102 ab Nitrato de amônio 8.162 a 8.560 a 8.945 a 9.175 a 9.826 ab Equações de regressões para efeito de doses de N Ureia y = 8.131,3 + 29,35x 0,17x 2 ** R 2 = 0,92 Nitrato de amônio y = 8.145,0 + 13,14x ** R 2 = 0,98 Médias seguidas por mesma letra nas colunas não diferem pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Teste F: ** significativo a 1% de probabilidade. Obteve-se, comportamento quadrático da produtividade de milho à medida que se aumentaram as doses de N em cobertura, quando a fonte utilizada foi a ureia (Tabela 2). O modelo ajustado permitiu estimar que a aplicação de 86 kg ha -1 de N, via ureia, proporcionou a máxima produtividade, que foi 9.398 kg ha -1. Por outro lado, quando se utilizou o nitrato de amônio como fonte de N, a produtividade aumentou linearmente com o incremento nas doses de N em cobertura, cujo modelo de regressão permitiu estimar que para cada 30 kg ha -1 de N aplicado, obteve-se incremento de 394 kg ha -1 na produtividade da cultura. A aplicação de 120 kg ha -1 de N, via nitrato de amônio, representou incremento de 20,4% na produtividade, em relação ao tratamento que não recebeu N em cobertura. Diversos pesquisadores constataram aumento na produtividade de milho com a aplicação de N em cobertura (OHLAND et al., 2005; LANA et al., 2009; KAPPES et al., 2013). No presente estudo, ressalta-se que mesmo no tratamento sem aplicação de N em cobertura, obtiveram-se boas produtividades, as quais podem ser atribuídas ao N oriundo do fertilizante utilizado na semeadura (10 kg ha -1 de N) e à rápida decomposição dos restos culturais da soja (cultura antecessora), com consequente disponibilidade de N às plantas. [5]

Conclusões O aumento nas doses de N em cobertura resultou em incremento linear no diâmetro de colmo e na massa de mil grãos de milho, independente da fonte nitrogenada. Houve diferença entre as fontes somente quando se aplicou 120 kg ha -1 de N, em que a utilização de nitrato de amônio incrementou em 8% a produtividade de milho, comparativamente à ureia. As aplicações de 90 e 120 kg ha -1 de N, via ureia e nitrato de amônio, respectivamente, proporcionaram maiores produtividades de milho. Referências CRUZ, S. C. S.; PEREIRA, F. R. S.; SANTOS, J. R.; ALBUQUERQUE, A. W.; PEREIRA, R. G. Adubação nitrogenada para o milho cultivado em sistema plantio direto, no Estado de Alagoas. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 12, n. 1, p. 62-68, 2008. KAPPES, C.; CARVALHO, M. A. C.; YAMASHITA, O. M.; SILVA, J. A. N. Influência do nitrogênio no desempenho produtivo do milho cultivado na segunda safra em sucessão à soja. Pesquisa Agropecuária Tropical, Goiânia, v. 39, n. 3, p. 251-259, 2009. KAPPES, C.; ZANCANARO, L.; LOPES, A. A.; KOCH, C. V.; FUJIMOTO, G. R.; FRANCISCO, E. A. B. Fontes e doses de nitrogênio na cultura do milho em sistema de semeadura direta. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 34., 2013, Florianópolis. Programa & Resumos... Florianópolis: EPAGRI/SBCS, 2013. (CD-ROM). LANA, M. C.; WOYTICHOSKI JÚNIOR, P. P.; BRACCINI, A. L.; SCAPIM, C. A.; ÁVILA, M. R.; ALBRECHT, L. P. Arranjo espacial e adubação nitrogenada em cobertura na cultura do milho. Acta Scientiarum. Agronomy, Maringá, v.31, n. 3, p. 433-438, 2009. OHLAND, R. A. A.; SOUZA, L. C. F.; HERNANI, L. C.; MARCHETTI, M. E.; GONÇALVES, M. C. Culturas de cobertura do solo e adubação nitrogenada no milho em plantio direto. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 29, n. 3, p. 538-544, 2005. RITCHIE, S. W.; HANWAY, J. J.; BENSON, G. O. Como a planta de milho se desenvolve. Piracicaba: Potafós, 2003. 20 p. (Informações Agronômicas, 103). SANTOS, M. M.; GALVÃO, J. C. C.; SILVA, I. R.; MIRANDA, G. V.; FINGER, F. L. Épocas de aplicação de nitrogênio em cobertura na cultura do milho em plantio direto, e alocação do nitrogênio ( 15 N) na planta. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, MG, v. 34, n. 4, p. 1185-1194, 2010. YANO, G. T.; TAKAHASHI, H. W.; WATANABE, T. S. Avaliação de fontes de nitrogênio e épocas de aplicação em cobertura para o cultivo do trigo. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 26, n. 2, p. 141-148, 2005. [6]