Strídon, na fronteira entre a Panónia e a Dalmácia

Documentos relacionados
COMO A BÍBLIA CHEGOU ATÉ NÓS? Origem e transmissão do texto bíblico

latim se baseava na possibilidade de manter a comunicação entre povos que falavam línguas distintas. Por outro lado, os analfabetos, que constituíam

Noções Gerais sobre a Bíblia Parte 1 Curso Aprendizes do Evangelho Aula 2

Diferença entre a Bíblia Católica e a Protestante

QUE SÃO Ã E COMO SURGIRAM OS LIVROS APÓCRI

Introdução. à Bíblia

APÓCRIFOS LIVROS APÓCRIFOS. Aula 4 Canônicos e Apócrifos do Novo Testamento. Guilherme A. Wood. Guilherme Wood

PARTE 2 - A PALAVRA NORMATIVA. O CÂNONE BÍBLICO

Utilização do Nestle-Aland Novum Testamentum Graece (NA 27 )

1/11. Introdução às Sagradas Escrituras

Verificação de Aprendizagem Glossário. Página 1

Escrito por Hélio Clemente Ter, 23 de Outubro de :50 - Última atualização Ter, 23 de Outubro de :12

PARÓQUIA SANTA RITA DE CÁSSIA DIOCESE DE JUNDIAÍ

COMO A BÍBLIA FOI ESCRITA. Escrito por Prof. Felipe de Aquino

A BÍBLIA. Palavra de Deus, Regra de Fé e Adoração. Sem. Augusto José Honorio de Almeida Diác. Denis do Prado Netto

Hoje falaremos de A BÍBLIA OUTROS NOMES FATOS E PARTICULARIDADES DA BÍBLIA

Curso de Teologia Prof. Márcio Ruben. Capítulo 2. Esta matéria trata da Bíblia: Sua formação, seu desenvolvimento e seu fechamento.

PARTE III - A extensão do cânon do Antigo Testamento. 5. Natureza e número dos apócrifos do Antigo Testamento

SEMINÁRIO TEOLÓGICO DA IGREJA DE CRISTO NA REGIÃO OESTE/SERIDÓ. Marcelo Richele

Introdução à Bíblia e ao Novo Testamento

I NTRODUÇÃO À BÍ BLI A

A era dos patriarcas

Deus usou diversos meios em várias ocasiões para comunicar sua vontade ao povo. Por exemplo, usou anjos (Gn 18,19; Ap 22:8-21), o Urim e Tumim (Ex

Bart D. Ehrman é catedrático do departamento de estudos religiosos da Universidade

Pastor Juan Carlos Ortiz em seu livro diz:

Paróquia de N. Sra. da Assunção Cabo Frio Curso de Teologia

Como definir a Maçonaria?

Objeto de estudo: Os livros Apócrifos!

Edson de Faria Francisco. São Bernardo do Campo, março de 2014.

Hebraico: Para o Antigo Testamento e Grego: Para o Novo Testamento.

ÍNDICE ÍNDICE. Apresentação... 3 O USO DO LIVRO DA LITURGIA DAS HORAS. O que é a liturgia das horas... 6 As edições da liturgia das horas...

IGREJA DE CRISTO INTERNACIONAL DE BRASÍLIA ESCOLA BÍBLICA. MÓDULO I - O NOVO TESTAMENTO Aula XXVII O TEXTO E A TRANSMISSÃO DO NOVO TESTAMENTO

5. O Cânon da Bíblia. BIBLIOLOGIA AULA III (Teológica)

PERGUNTAS FREQUENTES

História MARCOS ROBERTO

HISTÓRIA DA ARTE PERÍODO DA IDADE MÉDIA

HISTÓRIA DA ARTE PERÍODO DA IDADE MÉDIA

2º bimestre 1ª série 12 - Era Medieval Formação e consolidação da Igreja Caps. 3.2, 3.3 e 7. Roberson de Oliveira Roberson de Oliveira

Disciplina: Bibliologia / Professores: Clelber V Prestes março /2019

A HISTÓRIA DAS MISSÕES

Persas, fenícios e hebreus. Objetivos - Identificar aspectos políticos, sociais e culturais dos povos: - persas - fenícios - hebreus

APÓCRIFOS LIVROS APÓCRIFOS. Aula 1 Introdução. Guilherme A. Wood. Guilherme Wood

Bibliologia A Doutrina das Escrituras Sessão 2/3 - A Credibilidade da BíbliaB. Jacinto Mendes.

Dicas do Professor. História 6º Ano

Resumo do trimestre.

A Santa Sé CARTA APOSTÓLICA EM FORMA DE MOTU PROPRIO LATINA LINGUA DO SUMO PONTÍFICE BENTO XVI

A BÍBLIA INFORMAÇÕES GERAIS ESTRUTURA - ORIGEM 1 O QUE É A BÍBLIA? 2 A MARAVILHA DA BÍBLIA - ALGUNS FATOS E DADOS 3 DIVISÃO DA BÍBLIA

Igreja de Hagia Sophia

TEMA-PROBLEMA. A experiência religiosa como afirmação do espaço espiritual do mundo FENÓMENO UNIVERSAL

História da Música. Profª. MSc. Maria Bernadete Miranda

Ferramentas da Web 2.0 para a promoção da leitura e da escrita. III Encontro Formar Crianças Leitoras

Aldery Rocha Júnior - Instituto Bíblico Roccastel Não reconhecido pelo MEC

A Historicidade da Bíblia

A Bíblia e as suas línguas

Podemos nós confiar nos livros do Novo Testamento

FÍSICA FILOSOFIA. Resumex JáEntendi 1. A FILOSOFIA NA IDADE MÉDIA. Características Fundamentais da Idade Média

Com a tomada de Roma pelos povos bárbaros, em 476, inicia-se a Idade Média. A arte da Idade Média tem suas raízes na época conhecida como

AULA 2 1. O MANUSEIO DA BÍBLIA.

Noções Gerais sobre a Bíblia Parte 2 Novo Testamento. Curso Aprendizes do Evangelho Aula 3

Introdução / Curiosidades. A Bíblia como revelação. Origen e Inspiração. Agenda. A autoridade da Bíblia. Canon. Iluminação. Inerrância 5/4/2012 2

Verificação de Aprendizagem Glossário. Página 1

CAPÍTULO 4 INTRODUÇÃO À BÍBLIA TÓPICO 1- INDTRODUÇÃO À BÍBLIA.

Propedêutica Bíblica. 10 de Abril de 2013 Cânone Bíblico

Império Romano e outros impérios de sua época. Profª Ms. Ariane Pereira

VERSÕES DA BÍBLIA VERSÕES DO ANTIGO TESTAMENTO. 7. VERSÕES MENORES - Foram traduzidas para o gótico, etíope e o armênio, no século IV d. C.

Propedêutica Bíblica. 18 de Novembro de 2013 Cânone Bíblico

Império Bizantino. Disciplina: História

Análise. analisa linguisticamente o texto tal e qual como está, no seu presente.

FATEG Faculdade Teológica Guarapari CRONOLOGIA BÍBLICA Uma viagem pelos tempos bíblicos!

O Cristianismo É uma religião abraâmica monoteísta centrada na vida e nos ensinamentos de Jesus, tais como são apresentados no Novo Testamento; A Fé

Lição 1. A plenitude dos tempos 1 O mundo judaico

Colégio Ser! Sorocaba História 7ºs anos Profª Marilia Coltri. Adaptado de Alex Federle do Nascimento

Que Yahuwah abra o seu coração para você compreender a mensagem da salvação.

Propedêutica Bíblica 22 Out 2012 Inspiração Bíblica

Colégio Santa Dorotéia Área de Ciências Humanas Disciplina: História Ano: 6º - Ensino Fundamental Professoras: Júlia e Amanda

Propedêutica Bíblica. 11 de Novembro de 2013 Texto Bíblico

Conteúdo 1 - História da Escrita. professor Rafael Hoffmann

Algumas Considerações Relevantes Quanto à Preservação do Texto Neotestamentário

Quando a Bíblia foi escrita?

PASTOR SARGENTO ISIDORIO

COPYRIGHT TODOS OS DIREITOS RESERVADOS - SABER E FÉ

IGREJA DO EVANGELHO QUADRANGULAR SECRETARIA GERAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA. ITQ/SP/046 Piracicaba RE: 530 Distrito IV

Quem foi LUCAS? Era gentio de nascimento, médico de profissão. Buscando aperfeiçoamento na arte de curar, mudou-se para Alexandria, Athenas e

RENASCIMENTO CULTURAL

AS ORIGENS DO PENSAMENTO MODERNO E A IDÉIA DE MODERNIDADE

COPYRIGHT TODOS OS DIREITOS RESERVADOS - SABER E FÉ

Palestra para o Apostolado da Oração 25 de Setembro de 2016

COLÉGIO XIX DE MARÇO excelência em educação 2012 PROVA FINAL DE HISTÓRIA

SEMINÁRIO: Os suportes utilizados para a escrita

PLANO DE ESTUDOS DE EMRC 8.º ANO

As Escrituras (2): formação do cânon e outras considerações

PADRES APOLOGISTAS, APOSTÓLICOS E CONTROVERSISTAS... PROFESSOR UILSON FERNANDES 19/09/2016

Sumário detalhado 1. A Reforma: uma introdução O cristianismo no final da Idade Média O humanismo e a Reforma...54

Os romanos desenvolveram uma economia baseada na agricultura e nas atividades pastoris. A sociedade romana era hierarquicamente dividida, formada por

Dogmas marianos: conheça as verdades de fé sobre Maria

Disciplina: HISTÓRIA Data: 15/12 /2018 Ensino Fundamental II Série: 6º ano Turma:AA / AD

Prefácio dos organizadores... Introdução...

HISTÓRIA 1 ANO PROF. AMAURY PIO PROF. EDUARDO GOMES ENSINO MÉDIO

Transcrição:

1

2 São Jerônimo de Strídon e a Construção do Cristianismo Roberto Aguilar M. S. Silva Membro Vitalício da Academia Maçônica de Letras de Mato Grosso do Sul, Brasil (Strídon, c. 347 - Belém, 30 de Setembro de 420), nascido EusébioSofrónio (Sofrônio) Jerónimo (em latim: Eusebius Sophronius Hieronymus; em grego: Εὐσέβιος Σωφρόνιος Ἱερώνυµος) foi um padre apologista cristão ilírio. É conhecido sobretudo como tradutor da Bíblia do grego antigo e do hebraico para o latim. A edição de São Jerónimo, a Vulgata, é ainda o texto bíblico oficial da Igreja Católica Romana, que o reconhece como Padre da Igreja (um dos fundadores do dogma católico) e ainda doutor da Igreja. Nasceu em Strídon, na fronteira entre a Panónia e a Dalmácia (motivo pelo qual também é chamado de Jerónimo de Strídon), no segundo quarto do século IV. Strídon, na fronteira entre a Panónia e a Dalmácia Faleceu perto de Belém, em sua cela, próximo à gruta da Natividade. A Vulgata foi publicada cerca de 400 d.c., poucos anos depois de Teodósio I ter feito do cristianismo a religião oficial do Império Romano (391). Vulgata é a forma latina abreviada de vulgata editio ou vulgata versio ou vulgata lectio, respectivamente "edição, tradução ou leitura de divulgação popular" - a versão mais difundida (ou mais aceita como autêntica) de um texto. Vulgata

3 As criticas Os críticos da tradução da Vulgata, apoiam-se neste trecho para afirmar que Jerônimo teria adulterado o seu conteúdo na tradução do texto grego para o latino: "Obrigas-me fazer de uma Obra antiga uma nova da parte de quem deve por todos ser julgado, julgar ele mesmo os outros, querer mudar a língua de um velho e conduzir à infância o mundo já envelhecido. Qual, de fato, o douto e mesmo o indouto que, desde que tiver nas mãos um exemplar, depois de o haver percorrido apenas uma vez, vendo que se acha em desacordo com o que está habituado a ler, não se ponha imediatamente a clamar que eu sou um sacrílego, um falsário, porque terei tido a audácia de acrescentar, substituir, corrigir alguma coisa nos antigos livros? (Meclamitans esse sacrilegum qui audeam aliquid in verteribus libris addere, mutare, corrigere). Um duplo motivo me consola desta acusação. O primeiro é que vós, que sois o soberano pontífice, me ordenais que o faça; o segundo é que a verdade não poderia existir em coisas que divergem, mesmo quando tivessem elas por si a aprovação dos maus". (Obras de São Jerônimo, edição dos Beneditinos, 1693, t. It. Col. 1425). Nos seus primeiros séculos, a Igreja serviu-se sobretudo da língua grega. Foi nesta língua que foi escrito todo o Novo Testamento, incluindo a Carta aos Romanos, de São Paulo, bem como muitos escritos cristãos de séculos seguintes. A Vulgata foi produzida para ser mais exata e mais fácil de compreender do que suas predecessoras. Foi a primeira, e por séculos a única, versão da Bíblia que verteu o Velho Testamento diretamente do hebraico e não da tradução grega conhecida como Septuaginta. No Novo Testamento, São Jerônimo selecionou e revisou textos. Ele inicialmente não considerou canônicos os sete livros, chamados por católicos e ortodoxos de deuterocanônicos. Porém, seus trabalhos posteriores mostram sua mudança de conceito, pelo menos a respeito dos livros de Judite, Sabedoria de Salomão e o Eclesiástico (ou Sabedoria de Sirac), conforme atestamos em suas últimas cartas a Rufino. Chama-se, pois, Vulgata a esta versão latina da Bíblia que foi usada pela Igreja Católica Romana durante muitos séculos, e ainda hoje é fonte para diversas traduções. O nome vem da expressão vulgata versio, isto é "versão de divulgação para o povo", e foi escrita em um latim cotidiano, usado na distinção consciente ao latim elegante de Cícero, do qual Jerônimo era um mestre. A denominação Vulgata consolidou-se na primeira metade do século XVI, sobretudo a partir da edição da Bíblia de 1532, tendo sido definitivamente consagrada pelo Concílio de Trento, em 1546. O Concílio estabeleceu um texto único para a Vulgata a partir de vários manuscritos existentes, o qual foi oficializado como a Bíblia oficial da Igreja e ficou conhecido como Vulgata Clementina. Após o Concílio Vaticano II, por determinação de Paulo VI, foi realizada uma revisão da Vulgata, sobretudo para uso litúrgico. Esta revisão, terminada em 1975, e promulgada pelo Papa João Paulo II, em 25 de abril de 1979, é denominada Nova Vulgata e ficou estabelecida como a nova Bíblia oficial da Igreja Católica. Além do texto bíblico da Vulgata, ela contém prólogos dos quais a maioria foi escrita por Jerônimo. Esses prólogos são escritos críticos e não eram destinados ao público

4 em geral. O tema recorrente dos prólogos se refere à primazia do texto hebraico sobre os textos da Septuaginta (LXX), em grego koiné 1. Como o Novo Testamento foi escrito Durante quase 1500 anos, o Novo Testamento (NT) foi copiado à mão em papiro e pergaminho. Hoje, existem cerca de 5.500 manuscritos espalhados em museus e bibliotecas do mundo. Há desde pequenos fragmentos a Bíblias inteiras escritas em grego e o mais antigo manuscrito neotestamentário é um pedaço de João cap. 18, do Século II com apenas algumas palavras, descoberto no Egito e que provavelmente foi copiado do original. não existem manuscritos autógrafos (escritos pelo próprio autor) de nenhum livro do Novo Testamento, diante disto, podemos nos fazer algumas perguntas: 1)As inúmeras versões existentes hoje são próximas ao original ou pretensamente iguais? 2)Até que ponto os textos discrepantes entre os manuscritos comprometem a mensagem geral inspirada. 3)Os textos duvidosos, acrescentados posteriormente são parte significativa ou não no contexto geral da Bíblia? 4)Quando lemos o NT, será que estamos lendo realmente os autores apostólicos? No estudo do texto bíblico, existem dois caminhos: A crítica textual (que estuda os diferentes manuscritos, suas variações textuais e versões) e a crítica histórica (que estuda as questões como composição, o autor, a data, o lugar e as circunstâncias em que foi escrita a obra em análise). Essencialmente, o NT estava completo antes do final do ano 100, sendo que a maioria dos livros foi escrita entre 20 e 50 anos antes e a maioria das cópias existentes hoje, as mais completas são do Séc. IV, uma distância de apenas cerca de 300 anos Até a invenção da imprensa, o texto era transmitido através de um processo laborioso de cópias manuais em que eram empregados materiais rústicos como peles de animais. Os pergaminhos eram feitos de peles de ovelhas ou carneiros que após serem banhadas com cal, eram raspadas e colocadas para secar em uma moldura de madeira, depois de secas, as folhas eram costuradas e enroladas em hastes de madeira, formando um rolo que poderia ter até 10 metros de comprimento. A escrita sobre o pergaminho era feita com estiletes de cobre, bronze ou penas de ganso. Por ser caro, às vezes os pergaminhos eram raspados para dar lugar a um escrito mais importante (palimpsesto). Como para a crítica textual o escrito mais antigo é mais importante, foram criadas técnicas não destrutivas para recuperar o texto anterior. O nome pergaminho, provavelmente se deriva da cidade de Pérgamo, na Ásia menor, onde o processo foi criado. Já o papiro, é uma planta com um caule mais ou menos da espessura de um punho, abundante no Rio Nilo, no Jordão e nas margens do lago Hulé na Fenícia (Jó 8.11), ele era batido e lavado, as fibras eram cortadas em tiras e colocadas em duas camadas transversais que eram alisadas postas a secar, depois de secas, era passada uma resina vegetal que colava as camadas.após isso, as folhas eram coladas umas as outras formando um rolo. 1 Grego Koine (em grego: Ελληνιστική Κοινή AFI: [kɔɪnɛ ^], Mod.Gk. kʲiˈni eliniˈkʲi, "grego comum", ou ἡ κοινὴ διάλεκτος, Mod.Gk. [i kʲiˈniðiˈalektos], "o dialeto comum") é a forma popular do grego que emergiu na pós-antiguidade clássica (c.300 d.c AD 300).

5 Depois dos manuscritos gregos, a maior fonte de estudo para a crítica textual do NT são as antigas versões que surgiram em função do crescimento do cristianismo nas diversas regiões do Império Romano, onde os diversos grupos étnicos não dominavam a língua original dos escritos do NT. Tais versões começaram a aparecer já no II Século. As mais importantes são a siríaca, a latina e a copta. O siríaco era falado na Síria, Mesopotâmia na Palestina. Como a Igreja rapidamente entrou nestas regiões onde surgiram grandes centros cristãos como Antioquia e Edessa que não dominavam o grego, surgindo assim, a necessidade da versão para a língua local. Aceita-se que as primeiras versões foram feitas por volta do ano 150, ou pouco depois. As versões latinas que se distinguem são duas: a Antiga Latina, feita até o final do Século IV e a Vulgata Latina, preparada por Jerônimo entre 383 e 405. As evidências indicam que surgiram no norte da África, provavelmente em Cartago e que daí, espalharam-se pela Europa como na Itália, Gália, e Espanha, locais onde a língua predominante era o latim. Portanto, as versões latinas, são divididas em dois grupos: a africana, mais fluída e livre e a européia, uma nova versão, um pouco mais elaborada. Para o AT, Jerônimo baseou-se em manuscritos hebraicos, mas, para o NT, apenas revisou traduções latinas existentes. Em vista disto, as versões baseadas na Vulgata, devem ser usadas com cautela. Esta versão foi alcançando muito lentamente aceitação, até que no século VIII e IX, impô-se de modo universal, a Vulgata Latina continuou sendo usada e copiada até o Século XIII. O título de "Vulgata" significa comum, ou de uso público. O copta representa o último estágio de desenvolvimento da antiga língua egípcia, que consistia de diversos dialetos e era escrito com caracteres gregos misturados com as línguas locais, devido à grande colônia judaica no Egito, o cristianismo lá entrou cedo, particularmente em Alexandria. Referencia bibliográficas BALASAR. A. Jerónimo de Stridon. Padre e Doutor da Igreja, Santo ca. 340-420. http://alexandrinabalasar.free.fr/jeronimo_de_stridon. htm. Acesso em 16. maio. 2010. LOPES, F. G. Crítica Textual do Novo Testamento. Estudo sobre os manuscritos do novo testamento. http://www.webartigos.com/articles/20192/1/critica-textual-do-novo- Testamento/pagina1.html. Acesso em 16. maio. 2010. WIKIPÉDIA. Sao Jeronimo de Stridon. http://pt.wikipedia.org/wiki/ Jer%C3%B3nimo_de_Str%C3%ADdon. Acesso em 16. maio. 2010.