UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE



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Transcrição:

1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE ANÁLISE SOBRE A IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA EM AMBIENTE OFFSHORE Por: Elvis Richard Porto Martins Orientador Profª. Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2009

2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE ANÁLISE SOBRE A IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA EM AMBIENTE OFFSHORE Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do Mestre Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Logística Empresarial. Por: Elvis Richard Porto Martins

3 AGRADECIMENTOS... agradeço a Deus, aos meus pais, aos meus filhos e a todos que nas horas mais difíceis pude contar para me ajudar a entender, o que antes não conseguia...

4 DEDICATÓRIA... dedico esta monografia a todos que em mim confiaram e me apoiaram e a aqueles que a lerão...

5 RESUMO O desenvolvimento da produção em massa trouxe com conseqüência a necessidade de canais de distribuição cada vez mais complexa para fazer chegar aos múltiplos consumidores finais uma quantidade enorme de produtos. Adicionalmente, esses mesmos produtos também necessitam de manutenção, substituição ou produzem resíduos durante e/ou ao fim da sua vida útil, daí a necessidade de retorno para conserto, devolução ou destinação. Da necessidade inicial surgiu o conceito de logística, e da adicional o de logística reversa. As operações de perfuração exploratória offshore utilizam o conceito de logística reversa através do retorno de equipamentos, ferramentas, pessoal e resíduos através de embarcações de apoio ou helicópteros que suprem à plataforma offshore quanto à sua necessidade, por isso, o setor fiscal e o operacional devem estar em perfeita sincronia, de forma que haja comunicação entre si para o melhor desenvolvimento da operação, pois cerca de 80% de tudo o que foi para a plataforma, um dia irá retornar e para fechar este trâmite fiscal, deve-se estabelecer no início o que está sendo enviado através da natureza: remessa, venda ou consignação e etc. Os custos maiores relacionam-se a aluguéis de plataformas, equipamentos e os estudos referentes à própria perfuração. Quanto aos custos de destinação de resíduos gerados a bordo é pequeno se comparado aos custos totais de operação, diminuindo o interesse pelo reaproveitamento e reuso dos mesmos durante a fase de planejamento. Com a ênfase do mundial sobre as questões ambientais, os resíduos gerados à bordo ganham cada vez mais espaço nas operações de modo tal a serem geridos, passando a ser considerado como oportunidade de minimização de custos ou até mesmo geração de receitas financeiras.

6 METODOLOGIA Foram realizados para o desenvolvimento desta monografia estudos bibliográficos, pesquisas na internet em teses e dissertações relacionadas ao tema escolhido além de uma pesquisa empírica baseada nas vivências do autor em empresas relacionadas com as atividades de exportação e importação de cargas assim como empresa do ramo offshore.

7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - A História do petróleo 10 CAPÍTULO II - Regimes aduaneiros especiais 25 CAPÍTULO III Logística reversa offshore 36 CAPÍTULO IV O Fisco e a logística 64 CONCLUSÃO 95 BIBLIOGRAFIA 96 ÍNDICE 98 FOLHA DE AVALIAÇÃO 101

8 INTRODUÇÃO Atualmente a população ainda não conseguiu se tornar independente dos combustíveis de origem fósseis, sendo assim, o petróleo continua como carro chefe do desenvolvimento por mais de meio século, dando ênfase à estudos cada vez mais aprofundados nas áreas de perfuração, melhores técnicas de produção e claro, estudos mais profundos sobre as melhores formas de se fazer chegar ao local desejado, na condição desejada o que se precisa, no tempo certo. A logística torna-se mais uma vez, uma ferramenta importantíssima na qual pode se pode através de estudos reduzir custos, tempo, aumentar produtividade, maximizar transportes e minimizar desperdícios. O ambiente Offshore possui etapas a serem cumpridas de acordo com o cronograma pré-estabelecido, já que varia de acordo com cada poço, cliente, bloco a ser explorado e até mesmo a fase em que se encontra o projeto: perfuração, produção ou exploração. Cada uma destas fases determina os tipos de materiais a serem utilizados, assim como a urgência com que estes tenham que chegar à plataforma, já que os custos diários de uma plataforma variam na ordem de U$$ 400.000,00 a U$$ 1.000.000,00, não podendo então ficar ociosas seja qual for o ambiente em que se encontra o projeto. Os complicadores como distância, marés, custos e transportes agregados a um mesmo fator, por exemplo, devem uma atenção extra para redução máxima de tempo ocioso, em um mundo onde tempo é dinheiro é extremamente seguido à risca.

9 Por trás de toda esta mágica, há sempre outros trâmites que dão suporte às corretas movimentações, por exemplo, o setor fiscal que consolida as informações recebidas através das notas fiscais, na qual cada uma tem uma natureza de operação e, se preciso, devolve as mercadorias sob a correta natureza com que a recebeu seja remessa, venda ou aluguel. Situaremos também neste estudo, os casos de carga repetro as modalidades de importação de cargas como drawback e o regime de admissão temporária de cargas, que são casos especiais amplamente utilizados no ambiente offshore, criados especialmente para a importação de peças e equipamentos aplicados na indústria do petróleo, que teve uma maior propulsão na década de 90, em virtude de diversas mudanças que ocorreram no plano institucional e macro-econômico devido à quebra de monopólios e privatizações. Os casos de resíduos gerado em bordo, também serão abordados neste, já que com o advento da globalização e o conseqüente atendimento a mercados cada vez mais distantes e a alta rotatividade dos estoques, os armazéns descartam quantidades enormes de material ao final do processo logístico e exige um tratamento totalmente diferenciado devido às questões ambientais hoje muito mais impactantes do que há alguns anos atrás e, de acordo com os seus tipos pré-classificados em uma tabela universal, devem ter um destino que se adeque quanto à sua natureza, podendo ter todo o seu percurso, desde a sua geração, até o seu tratamento rastreado. Na opinião de López, como as empresas dedicam-se à produção de bens e serviços que satisfazem necessidades humanas, parece claro que, se uma pessoa emprega seu esforço numa empresa, o faz para conseguir uma parte destes bens e serviços, ou o seu equivalente em valor econômico. Se a empresa funciona bem, será capaz de gerar suficiente valor econômico para satisfazer os que contribuem com seu trabalho para gerá-lo.

10 CAPÍTULO I A HISTÓRIA DO PETRÓLEO O CONCEITO Há inúmeras teorias sobre o surgimento do petróleo, porém, a mais aceita é que ele surgiu de restos orgânicos de animais e vegetais depositados no fundo de lagos e mares sofrendo transformações químicas ao longo de milhares de anos. Substância inflamável possui estado físico oleoso e com densidade menor que a água. Sua composição química é a combinação de moléculas de carbono e hidrogênio (hidrocarbonetos). 1.1 Descoberta do ouro negro Durante os séculos XVI e XIX o verdadeiro motor das expansões marítimas e das atividades econômicas era a busca do ouro. Reis, navegante, soldados, e mercadores uniram-se para, localizá-lo em qualquer parte do mundo. Os portugueses tentaram no litoral da África Ocidental e depois no Brasil (os grandes veios só foram encontrados no século XVIII, nas Minas Gerais), os espanhóis lançaram-se sobre o México e esvaziaram o ouro e a prata dos astecas, o mesmo fizeram com os incas no Peru. Os americanos só o encontraram depois de 1848, na Califórnia, que recém haviam conquistado do México. Os ingleses toparam com os primeiros veios na Austrália no século XVIII e depois na África do Sul, na região do Transvaal, na década de 1880. Mas a partir de 1859 um novo produto vai atiçar a cobiça humana. Visitando a Pensilvânia, George Bissel encontra petróleo. A partir de então começa a grande corrida atrás do ouro negro.

11 Em princípio extrai-se apenas o querosene para a iluminação, mas com advento da indústria automobilística (Ford fabrica o primeiro modelo em 1896) e do avião (os irmãos Wright voam em 1903), somado à sua utilização nas guerras, tornou-se o principal produto estratégico do mundo moderno. As maiores 100 empresas do nosso século estão ligadas ao automóvel ou ao petróleo. E os nomes de John Rockeffeler (fundou a Standar Oil em 1870), Paul Getty, Leopold Hammer, Alfred Nobel, Nubar Gulbenkian e Henry Ford tornaram-se mundialmente conhecidos por estarem associados ao petróleo ou ao automóvel. 1.2 Crises do petróleo As crises do petróleo - todas depois da 2ª Guerra Mundial - que momentaneamente interromperam seu fluxo, mostram um cruzamento de conflitos. A primeira delas ocorre entre os estados-nacionais e as grandes empresas multinacionais visando o controle do processo produtivo e distributivo. Tratou-se de uma luta em torno do dinheiro e do poder. O segundo tipo de conflito, numa etapa posterior, deu-se entre os países produtores e os países consumidores. A exploração dos recursos petrolíferos no Terceiro Mundo começou em 1908 com a descoberta de lençóis de petróleo no Irã. A partir de então toda a região do Golfo Pérsico começou a ser explorada. Foi o início de uma política de concessões feitas pelo Xá e por chefes tribais árabes a grandes companhias estrangeiras, particularmente inglesas (Anglo-iranian) e americanas (Texaco, Mobil, Oil, Esso, Standar Oil). Dois fatores fizeram com que o petróleo passasse a ser estratégico no nosso século. Em 1896 Henry Ford começou a produzir o primeiro veículo automotor em série, inaugurando a era da moderna indústria de automóvel, expandindo-se para outros transportes como o aeronáutico. O aumento do consumo de gasolina e óleo começa então a impulsionar a prospecção e a busca de mais poços de petróleo, tanto nos Estados Unidos como no exterior.

12 Outro fator que levou o petróleo a tornar-se o negócio do século ocorreu em 1911, com a decisão tomada por Churchill, quando Ministro da Marinha inglesa - a maior do mundo -, de substituir o carvão pelo óleo como energia para seus navios, em 1911. De 1908 a 1950, as companhias multinacionais formaram verdadeiros impérios (eram chamadas as sete grandes) abarcando todas as zonas produtoras de petróleo espalhadas pelo mundo, mas concentradas basicamente no Oriente Médio. Foi a época de ouro das multinacionais. Elas possuíam sua própria política externa, suas linhas de aviação e comunicação completamente independentes. Geralmente seus administradores e gerentes eram os homens mais importantes do país e seus verdadeiros governantes. Os estados que existiam eram neocoloniais, dependentes, sem poder e força para disputar o controle da riqueza nacional. Essa situação começou a inverter-se a partir da 2ª Guerra Mundial. As antigas potências colonialistas (Inglaterra, França e Holanda) perderam suas energias na guerra. Um forte movimento nacionalista teve então início. No Irã, em 1951, deu-se a primeira crise com a política do 1º Ministro Mossadegh que nacionalizou a British Petroleum. Mas, em 1953, a CIA e o serviço secreto inglês, numa operação conjunta, conseguiram reverter a situação e Mossadegh foi deposto e o Xá Reza Pahlevi, pró-americano, foi novamente entronado. Mesmo tendo fracassado, a política nacionalista de Mossadegh foi o ponto de partida para uma série de enfrentamentos que se seguiram entre os estadosnacionais, que começavam a se fortalecer, contra o poder das empresas multinacionais. Gradativamente as empresas foram vendo diminuir suas regalias sendo obrigadas a aceitar o pacto dos cinqüenta mais cinqüenta, que tornava os estados-nacionais sócios iguais delas. A segunda crise do petróleo ocorreu em 1956 quando o Presidente do Egito, Gamal Nasser, nacionalizou o Canal de Suez, em mãos de uma companhia anglo-francesa.

13 Com a intervenção militar de tropas inglesas e francesas ocorreu um boicote do mundo árabe que foi contornado pela exigência dos Estados Unidos e da URSS que aquela intervenção cessasse imediatamente. A terceira crise ocorreu durante a Guerra dos Seis Dias, quando Israel travou uma guerra fulminante com seus vizinhos. Mas a mais grave, a quarta, ocorreu durante a Guerra do Yon-Kippur, quando os árabes agora organizados no cartel da OPEP (fundada em Bagdá, em 1960), decidiram aumentar o preço do barril de petróleo (de U$ 2,9 para U$ 11,65), um aumento de 301%. Essa última crise assinala uma mudança substancial do conflito. Agora não se trata mais de um enfrentamento entre estados-nacionais e multinacionais, mas entre produtores e consumidores. A penúltima grande crise mundial - a quinta crise - ocorreu como resultado da espetacular deposição do Xá Reza Pahlevi, em 1979, seguida pela Revolução Xiita que desorganizou todo o setor produtivo do Irã. A crise estendeu-se até 1981, quando o preço do barril saltou de U$ 13 para U$ 34. Ou seja, 1072% em relação ao preço de 1973. Depois de ter-se envolvido numa desgastante guerra de fronteiras com o Irã, o ditador iraquiano Saddam Hussein resolveu atacar, em 1990, o emirado do Kuwait, um dos maiores produtores de petróleo dom mundo. Saddam o transformou na 19ª província da República Iraquiana. Tinha início a sexta crise do petróleo do após-guerra. O Kuwait era considerado fornecedor estratégico pelos Estados Unidos, fazendo com que os americanos temessem que Saddam Hussein pudesse açambarcar o controle de metade do fornecimento do petróleo na região. Igualmente receavam que ele pudesse alastrar-se para a Arábia Saudita. Conseguiram então fazer com que a ONU autorizasse uma operação militar visando a desocupação do Kuwait. Em 1991, liderando uma força multinacional (composta por ingleses, franceses, italianos e outros países árabes),

14 Os Estados Unidos reconquistaram o emirado e expulsou as tropas iraquianas de volta para suas fronteiras. Ao bater em retirada os iraquianos incendiaram todos os poços de extração provocando uma das maiores catástrofes ecológicas do mundo, fazendo com que grande parte da vida animal do Golfo Pérsico fosse destruída. A intervenção internacional foi o passo inicial da chamada Nova Ordem Mundial onde o consenso das nações determinou não aceitar mais nenhuma guerra de anexação. 1.3 Avanços na perfuração de poços Alguma coisa já foi mencionada sobre poços direcionais no Tópico sobre Engenharia de Petróleo. Porém, acho interessante falarmos um pouco mais sobre. Entre as diversas áreas que compõem a Engenharia de Petróleo, a Perfuração Direcional foi uma das que mais evoluiu ao longo dos anos. É simplesmente notável o que a perfuração direcional pode fazer nos dias de hoje! Basicamente, podemos dizer que um poço direcional se caracteriza por ter seu objetivo planejado para ser afastado da vertical que passa pela cabeça do poço. Por outro lado, manter a verticalidade em poços ditos verticais, não é uma tarefa fácil. Assim, mesmos os poços ditos verticais acabam por ter alguma inclinação. A evolução dos equipamentos direcionais tem sido notável. O antigo conjunto "bent sub" (sub torto) e motor de fundo (aquele que faz a broca girar pela energia do fluido de perfuração), evoluiu para o chamados stearable motors, que por sua vez começam a dar a vez para os sofisticados rotary stearable systems.

15 O acoplamento desses equipamentos direcionais com os chamados MWD (measuring while drilling) e LWD (logging while drilling) fizeram com que a perfuração direcional passasse para o que chamamos hoje de Geostearring. Esse último permite que a formação seja, de certo modo, avaliada simultaneamente a perfuração do poço. Por unir informações de várias áreas, o Geosterring por sua vez exigiu que engenheiros, geólogos e geofísicos trabalhassem juntos em um ambiente multidisciplinar. Naturalmente, que problemas existem também para a Perfuração Direcional. Instabilidade das formações, altos valores de arraste da coluna de perfuração com a parede do poço e problemas para retirar os cascalhos do poço são casos típicos de dificuldades geralmente presentes na perfuração de poços direcionais. 1.3.1 Fluido para poço direcional Neste tipo de perfuração, a importância do fluido aumenta, principalmente pelos motivos citados acima (todos podendo ser amenizados pelo fluido). Então vamos analisar cada um dos problemas apontados: Instabilidade das formações, altos valores de arraste da coluna de perfuração com a parede do poço e problemas para retirar os cascalhos do poço são casos típicos de dificuldades geralmente presentes na perfuração de poços direcionais. Instabilidade: a instabilidade pode ser combatida por intermédio do reboco do fluido("wall cake"). Formações de arenitos friáveis podem ser seladas com um projeto de granulometria das calcitas para serem adicionadas no fluido na proporção certa para selar os poros da formação ao se alojar, gerando um reboco mais consistente. A instabilidade pode ser dada também pela fragilidade da formação, neste caso, perfurar com uma taxa controlada e menor impacto de jatos pode ser uma alternativa.

16 No caso da instabilidade causada pelas argilas e folhelhos, a inibição do fluido e do filtrado do fluido deve ser alta. OBS COMPLEMENTAR: 1) um reboco de baixa qualidade (grosso, quebradiço) pode ser responsável por problemas neste sentido, neste caso, no teste de laboratório busca-se obter um reboco fino, plástico e resistente. O reboco grosso formado por um valor alto de filtrado pode ser responsável por torques e arrastes excessivos da coluna de perfuração; 2)não somente as calcitas, mas, também, outros materiais podem ser "dimensionados em sua distribuição granulométrica" para melhor adaptar-se às paredes e à melhor formação do reboco. Dentre estes materiais encontram-se materiais grafíticos e gilsonitas (materiais asfálticos naturais). Arraste da coluna ("swab & drag" "pistoneio e arraste"): várias podem ser as causas - desde o número excessivo de "dog legs" à baixa inibição das argilas e folhelhos - que podem ser minimizadas com um fluido com maior concentração de produtos lubrificantes (no caso de fluido base água) ou o uso de fluidos sintéticos (se necessitar de maior lubricidade, maior teor de base sintética). OBS COMPLEMENTAR: 1) Alguns lubrificantes mais modernos contêm esferas de vidro ou de polímeros para facilitar as manobras de ferramentas e de descidas de revestimento tanto em fluidos aquosos (WBM) como nos fluidos não-aquosos (NAF). O mecanismo de atuação destas microesferas é de acoplar-se ao reboco e agir como um leito (colchão) de "bolas de gude" atuando como bilhas, reduzindo o esforço mecânico. Há operações de perfuração com longo trecho horizontal em que estas microesferas são utilizadas no próprio fluido de perfuração (não somente como um colchão durante a descida de revestimento), neste caso equipamentos recuperadores (conjunto de peneiras) minimizam a perda deste material. 2) Busca-se lubrificantes para WBM que seja não-oleosos, ou seja, isentos de óleos de petróleo. Desta forma muitos são a base de glicerol, ésteres etc - produtos com maior biodegradabilidade e menor toxicidade.

17 Limpeza do anular: Neste caso, a viscosidade do fluido deve ser um ponto de maior cuidado, mas a viscosidade dada pelas leituras à baixa taxa de cisalhamento (R3, R6 e LSRV) e o limite de escoamento do fluido, deve ser maior do que para poços verticais. Atenção especial deve ser dada aos géis inicial e final, visto que a bomba deve parar a cada adição de stands. O cálculo da velocidade de sedimentação dos cascalhos em virtude da viscosidade do fluido em simuladores nos possibilita prever os valores ótimos para cada vazão de bombeio. O problema de limpeza pode ser agravado pelo número de "dog legs" no poço, pois os cascalhos vão se depositando na curva, causando arraste e ou risco de prisão por desmoronamento. OBS COMPLEMENTAR: 1) Há tecnologias modernas que buscam solucionar um problema não mencionado acima, mas que tem a ver com a limpeza do anular e pode ser prevista com os simuladores (em tempo real ou não), o problema do SAG. O SAG é a deposição de adensantes (geralmente barita) no leito do poço (em geral no leito inclinado) e quando a bomba pára para uma conexão ou para reparo pode ocorrer um "escorregamento" ou "avalanche" deste material prendendo a ferramenta. Tecnologias modernas de fluido utilizam materiais adensantes micronizados ou coloidais tratados para diminuir o efeito da viscosidade plástica, estes materiais são fornecidos para adensar o fluido, no entanto a velocidade de sedimentação dos mesmos é próxima de zero. Assim, fluidos preparados com estes materiais - seja WBM ou NAF - são estáveis o suficiente para ficarem dias no poço sem ocorrência de sedimentação. Outra tecnologia moderna é o uso de salmouras pesadas para a fabricação de WBM mais pesados e isentos de sólidos, principalmente para a perfuração de reservatórios com pequeno tamanho de garganta - permeabilidade - e/ou de pequena porosidade - pequeno tamanho de poro.

18 2)Outra tecnologia desenvolvida para a melhoria da limpeza do poço é a dos fluidos NAF de "flat rheology'" - ou reologia fixa, reologia invariável - onde se busca diminuir a influência da temperatura na viscosidade do fluido (T alta viscosidade menor) principalmente as viscosidades a baixo cisalhamento, desta forma evita-se que haja deposição por causa da alta temperatura que reduziu a viscosidade do fluido, e aumento da pressão de bombeio quando a temperatura se reduz drasticamente no fundo oceânico aumentando a viscosidade. 3) um fator que ajuda a limpeza do poço e diminui a deposição de sólidos é a utilização de boas práticas de perfuração, como girar a coluna com alto RPM e reciprocá-la de vez em quando a fim de "agitar" e permitir que o fluido retire os sólidos que foram "levantados". Claro que este tipo de prática pode ser usada quando permitido, pois o reciprocamento da coluna pode gerar um pistoneio e entrada de gás no fluido (falso kick) e o alto RPM pode causar instabilidade na parede do poço (caso haja sinais de desmoronamento nas peneiras deve-se evitar este procedimento). 1.3.2 Comandos No poço "vertical" usa-se o peso dos comandos na broca, como se faz no poço direcional, já que a medida que o poço inclina os comandos perdem força, ou mesmo no caso do poço horizontal. 1.3.3 Jatos e Brocas Atualmente é mais comum o uso de motor de fundo e das ferramentas de MWD que indicam o caminho seguido, como explicado. A potência nos jatos da broca é bastante necessária já que é o principal meio de controle da ROP (taxa de penetração). O peso sobre broca em poços direcionais deve ser usado com cautela, às vezes até não usado.

19 Visto que se pode prender a ferramenta acunhando um estabilizador ou outro comando ao entrar em contato com a formação. Imagine um arame em um cano... se você pressionar muito ele entorta na primeira curva ou faz zig zag (dog leg) e não chega ao fundo. No caso das formações macias (acunhamento) ou areias depletadas (diferencial) é grande o risco de aprisionamento. 1.3.4 HDD ou simplesmente Poço Horizontal A perfuração horizontal é algo muito comum nos dias de hoje. A razão é simples, esse tipo de perfuração permite que uma extensão muito maior do reservatório fique exposta o que permite aumentar a produção de óleo. Construção de um poço horizontal é muito semelhante à de um poço direcional comum. Existem poços horizontais com apenas um trecho de "build-up", isto são trechos onde se ganha ângulo e também existem aqueles que tem dois "build-up" com trecho de "slant" (trecho onde não existe ganho de ângulo) no meio. Os problemas relativos ao um poço horizontal são basicamente os mesmo enfrentados pelos poços direcionais de grande inclinação. Entre os principais problemas podemos citar altos valores de arraste, problemas de limpeza de poços, flambagem da coluna de perfuração, perfilagem e instabilidade das formações. Naturalmente que a descida e a cimentações dos revestimentos em poços horizontais é algo que deve ser feita com cautela. Altos valores de arraste dificultam a descida dos revestimentos em trechos de alta inclinação. Por sua vez nem sempre é tão fácil colocar o cimento ao redor do revestimento nos trechos horizontais ou de altas inclinações. Em poços de grande inclinação, o efeito benéfico da gravidade de empurrar a coluna para baixo é parcialmente, ou totalmente, anulado. Dessa Forma, para compensar esses fatores, são utilizadas colunas invertidas (ou BHA - Bottom Hole Assembly invertido).

20 Nessas colunas invertidas, os componentes mais pesados, tais como os comandos (drill collars) e HWDP's, são mantidos na seção vertical do poço, longe da posição convencional que é logo acima da broca. Assim sendo, para as colunas invertidas, os componentes mais pesados na posição vertical serão mais eficientes em aplicar peso à seção inferior do BHA para que a coluna desça, aumentando-se assim, a velocidade de perfuração sem comprometer os aspectos mecânicos dos tubos. Isto é permitido devido ao fato dos drillpipes suportarem as cargas compressivas sem flambar em trechos curvos e de alta inclinação do poço. Finalmente, um aspecto que sempre se deve ter em mente em qualquer poço é sua destinação. Em outras palavras, o projeto de um poço direcional, direcional de grande ângulo ou horizontal deve levar em conta a fase de completação, na qual são descidos vários de equipamentos para permitir a produção do poço. O aumento da perfuração de poços horizontais é devido a evolução das técnicas de perfuração horizontal além do fato destes poços permitirem o aumento da recuperação total das reservas. O estudo dos testes de pressão e da perda de injetividade em poços horizontais é fundamental para compreender o comportamento de um reservatório produzindo com essa importante ferramenta da indústria petrolífera atual. A partir da década de 1980, o uso de poços horizontais passou a ser mais freqüente na indústria petrolífera, devido ao desenvolvimento de novas técnicas de perfuração e completação. No Brasil, a tecnologia de poço horizontal foi utilizada pela primeira vez no ano de 1990. A utilização de poços horizontais nas estratégias de produção tem sido um importante tema de estudo na indústria de petróleo por apresentar vantagens em relação aos tradicionais poços verticais.

21 O interesse na aplicação de poços horizontais tem sido acelerado devido ao melhoramento nas tecnologias de perfuração e completação desses poços, já que os mesmos geram aumento na eficiência e na economicidade da recuperação dos hidrocarbonetos. As principais razões para se perfurar um poço horizontal são: Aumentar a área exposta ao fluxo de hidrocarbonetos. Reduzir as quedas de pressão. Reduzir possibilidade de ocorrência de cone de água ou gás, já que a queda de pressão no poço horizontal é menor que aquela que ocorre no poço vertical quando ambos estão produzindo na mesma vazão. Propiciar maior interceptação das fraturas horizontais em reservatórios fraturadas e baixas permeabilidade e porosidade. Viabilizar a exploração de formações fechadas ou que contenham óleo pesado, por aumentar a área exposta ao fluxo. Muitas vezes a exploração desses tipos de formação era considerada inviável comercialmente devido às baixas vazões conseguidas pela técnica de perfuração vertical convencional. Aumentar a eficiência das técnicas de recuperação secundária, já que uma maior área de drenagem pode responder melhor à injeção de vapor ou de água. Retardar o avanço do contato óleo-água ou gás-óleo. Viabilizar economicamente a exploração de campos offshore, onde o posicionamento das plataformas marítimas de produção é crítico devido às condições adversas do mar. Em geral, as vazões de produção de poços horizontais são significativamente mais altas e, comparados com poços verticais que passaram por algum processo de estimulação.

22 Uma estimulação pode aumentar a produção de um poço vertical, mas após um determinado tempo, a vazão declina rapidamente. No entanto, uma das maiores desvantagens dos poços horizontais em relação aos verticais era o fato de que somente uma zona podia ser drenada por um mesmo poço horizontal, quando a técnica começou a ser implementada. A partir dos primeiros anos da década de 90, essa desvantagem começou a ser reduzida com os poços horizontais sendo usados para drenar múltiplas zonas. Para atingir esse objetivo, basta perfurar a partir de um mesmo poço vertical, vários trechos horizontais em diferentes camadas. Outra solução é cimentar o trecho horizontal do poço e fraturá-lo hidraulicamente, comunicando-se assim diversas zonas ou camadas. Uma outra importante desvantagem dos poços horizontais é que, uma vez atingidos pela água proveniente de um contato óleo/água ascendente, a depender da completação utilizada, terão necessariamente que ser fechados ou transformados em injetores, não sendo possíveis recompletações. 1.4 Avanços nos estudos sobre a logística reversa A logística reversa é a área da logística que trata dos aspectos de retornos de produtos, embalagens ou materiais ao seu centro produtivo. Apesar de ser um tema extremamente atual, esse processo já podia ser observado há alguns anos nas indústrias de bebidas, com a reutilização de seus vasilhames, isto é, o produto chegava ao consumidor e retornava ao seu centro produtivo para que sua embalagem fosse reutilizada e voltasse ao consumidor final. Esse processo era contínuo e aparentemente cessou a partir do momento em que as embalagens passaram a ser descartáveis.

23 Contudo, empresas incentivadas pelas Normas ISO 14000 e preocupadas com a gestão ambiental, também conhecida como "logística verde", começaram a reciclar materiais e embalagens descartáveis, como latas de alumínio, garrafas plásticas e caixas de papelão, entre outras, que passaram a se destacar como matéria-prima e deixaram de ser tratadas como lixo. Dessa forma, podemos observar a logística reversa no processo de reciclagem, uma vez que esses materiais retornam a diferentes centros produtivos em forma de matéria prima. 1.5 Custos Os processos de logística reversa têm trazido consideráveis retornos para as empresas. O reaproveitamento de materiais e a economia com embalagens retornáveis têm trazido ganhos que estimulam cada vez mais novas iniciativas e esforços em desenvolvimento e melhoria nos processos de logística reversa. Também não podemos ignorar os custos que o processo de logística reversa pode acarretar para as empresas, quando não é feito de forma intencional, isto é, na citação acima percebemos que a logística reversa é utilizada em prol da empresa, transformando materiais, que seriam inutilizados, em matéria-prima, reduzindo assim, os custos para a empresa. Acontece que o contrário também pode acontecer, e é o que notamos com mais freqüência, isto é, materiais que voltam aos seus centros produtivos devido às falhas na produção, pedidos emitidos em desacordo com aquilo que o cliente queria, troca de embalagens, etc. Este tipo de processo reverso da logística acarreta custos adicionais, muitas vezes altos para as empresas, uma vez que processos como armazenagem, separação, conferência e distribuição serão feitos em duplicidade, e assim como os processos, os custos também são duplicados.